_Belle! – escutei alguém gritando e me puxando para cima. – O que estava fazendo sua maluca? Quer morrer?

_Na verdade eu quero e era isso que estava tentando fazer... Harry! Como me achou? – perguntei a ele

Ele estava mais pálido do que já era, com os cabelos todos eletrizados, e em seus olhos eu via pavor.

_Não importa. Por que queria se matar? – perguntou me puxando para o lado de dentro e me sentando ao chão.

_Eu... Eu acho que seria melhor para todos se eu não existisse. – respondi de cabeça baixa.

_Que? Por quê? – perguntou incrédulo.

_Ora, é simples. Olha o que aconteceu com a Hermione? Se eu não tivesse deixado ela..

_Chega! – interrompeu-me ele – Olha, você não é culpada de nada o que aconteceu com ela viu? Poderia ter acontecido a qualquer um, e isso não é motivo para se matar.

_O.k., você não entenderia mesmo. Mas, tem outra coisa Harry. – disse olhando naqueles olhos azuis.

Meu coração acelerou ao encarar aqueles olhos, mesmo eu “estando” com o Fred eu ainda gostava muito, mas, muito mesmo do Harry e ele ainda mexia comigo. Mesmo sem ele saber. Ele era um ótimo amigo e se preocupava bastante comigo. Mas, tudo isso só dificultava tudo o que estava acontecendo.

_O que? – quis saber.

_Veja bem, sempre andamos: eu, você, Rony e Mione certo?

_Sim.

_Mione é a inteligente, Rony ele sabe de tudo sobre o mundo bruxo, qualquer coisa mesmo, afinal ele vive nele desde que nasceu ao contrário de nós. Você, você é o corajoso e talentoso. Agora e eu? O que eu sou? Eu não me encaixo na turma, eu sou uma menina temperamental, com gênio forte, só me meto em confusão e além de tudo isso... – não pude completar a frase, porque eu não podia falar sobre os acontecimentos, pelo menos não ainda.

_Não fale assim. Você é muito especial, e tudo isso que você acabou de dizer sobre si, só ajuda a ser ainda mais especial do que já é. – respondeu ele levantando o meu queixo, para que pudesse olhar em meus olhos.

_Mesmo que tudo isso seja verdade eu ainda não me encaixo na turma. Não sou inteligente, nem sei nada sobre o mundo bruxo, e muito menos sou corajosa. Lembra-se do que aconteceu quando eu vi aquela cobra? – perguntei e ele assentiu com a cabeça. – Viu só? Não me encaixo, não adianta.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que eu decidi quebra-lo.

_Harry, digamos que você tenha uma coisa que só te traz problemas e sempre que você usa essa coisa acontece alguma coisa errada com alguém que não tem nada a ver com essa tal coisa. O que você faz? – perguntei pra ele

_Pelas barbas de Merlin, eu acho que não entendi quase nada. – disse ele com uma cara de confuso. – Mas, se você disse: que caso eu tenha algo que só me traz problemas. O que eu faria é: livrar-me o mais rápido possível dessa tal coisa. Mas, por quê? – perguntou-me curioso.

_Nunca pensei nisso que idiota eu sou. – disse a mim mesma. – E é que é como se eu tivesse essa coisa.

_Entendi... Vamos sair daqui? Está frio. – o sugeriu.

_Vamos. – respondi

Levantei-me do chão e fomos para a Torre da Grifinória em silêncio apenas trocando alguns olhares constrangidos. Quando chegamos ao Salão Comunal ele foi para o seu dormitório e eu fui pegar o maldito diário para livrar-me dele, como Harry havia me sugerido. Só faltava saber aonde.

Fiquei vagando pelo castelo tentando não ser vista por ninguém. Pensei na sala Precisa, mas, desisti. Lembrei então do banheiro da Murta-Que-Geme, afinal ninguém ia lá e seria um ótimo lugar.

Cheguei lá e nem a própria estava por lá, eu abri todas as torneiras das pias e fiquei andando pelo banheiro para encontrar um lugar para deixa-lo lá. De repente eu escutei a voz da Murta dizendo:

_Quem está ai? – eu entrei em pânico, se ela me visse com o diário iria me dedurar a todos.

Não pensei duas vezes, joguei o livro em algum lugar e saí em disparada para lá. Eu corria pelos corredores como uma bala disparada de um revolver, não demorou muito e eu já estava no meu dormitório me trocando para deitar em minha cama.

Deitei e virei-me para a cama onde Hermione dormia e senti um misto de tristeza e angustia invadir-me.

_Boa noite Mione. – sussurrei para o vazio.