Diego’s POV

Liguei o computador e a primeira coisa que eu vi foi

“Niall Horan e Demi Lovato juntos?”

Meu coração acelerou só de pensar no que a Kat vai fazer quando ver isso. Na foto tinha a Demi dando um simples abraço no Niall. Mas a Kat não ia interpretar isso como um simples abraço. Corri para a casa dela, eu sei o que ela fez no passado e com certeza meu maior medo era de ela fazer isso de novo.

Quando cheguei lá, nem toquei a campainha. Eu tinha a chave da casa dela. Chamei ela, mas ninguém respondeu. Quando cheguei no quarto dela, ela estava deitada na cama, aparentemente dormindo. Mas eu não acreditava nisso. Peguei o braço dela e me arrepiei ao ver seu pulso.

Ela se cortou de novo.

Isso me fez lembrar da última vez que ela fez isso. Acho que eu preferia morrer ao viver aquilo de novo.

Depois de ver aquela cena horrível do acidente de carro do Bernardo, a Kat não parou de chorar. Chegamos na minha casa e falei pra ela ir tomar um banho, tentar se acalmar. Ela foi e depois colocou uma blusa minha. Preciso falar que ela estava linda? É, estava.

Ela ainda não estava bem, então ficamos vendo um filme no meu quarto. Ela com a cabeça no meu peito, e eu mexendo no cabelo dela, tentando acalmá-la. Até que, no meio do filme, ela dormiu.

No dia seguinte, eu acordei e ela ainda dormia como um anjo. Levantei fazendo o máximo para não acordá-la e fui tomar banho. Quando saí do banheiro, ela já estava toda arrumada, vendo TV, deitada na minha cama.

-Bom dia pequena. –Dei um beijo na testa dela. –Tá tudo bem?

-É, eu to melhor. –Ela respirou fundo. –Me leva pra casa Di?

-Claro. Vem.

Levei ela pra casa e perguntei se ela queria que eu ficasse, mas ela disse que não, achei estranho, mas pedi pra ela me ligar de noite e  fui embora. Fiquei a tarde inteira sem nada pra fazer esperando ela me ligar, mas ela não ligou. Fiquei preocupado e fui até a casa dela. Toquei a campainha, ninguém atendeu. A mãe dela tinha ido viajar, o irmão dela devia ter saído, mas a Kat estava em casa, não estava? Meu coração acelerou ainda mais e eu escalei a parede da casa dela, até a sua janela. Para a minha sorte, estava aberta.

Ela estava em casa, mas estava desmaiada. Tinha uma poça de sangue no chão, uma faca jogada ao lado dela, e ela estava com um corte no pulso.

Eu não acredito que ela fez isso.

Minha primeira reação foi chorar, chorar pra caralho. Ajoelhei ao seu lado, segurei a sua mão e tentava conter as lágrimas, mas aquilo era demais pra mim. Peguei ela no colo e a coloquei dentro do carro. Fui direto para o hospital. Ela foi atendida e, depois de um tempo, o médico apareceu.

-Você é o responsável pela paciente Katherine Gilbert?

-Sim. –Falei em meio ao choro.

-Ela está bem, só perdeu um pouco de sangue e acabou desmaiando. Teve que tomar soro, mas está tudo bem. –Dei um suspiro de alívio. –Eu só queria que você tomasse conta dela por um tempo, pra, você sabe, ela não fazer isso de novo.

-Claro doutor, eu vou cuidar dela sim. –Respondi. –Mas ela vai poder voltar pra casa hoje né?

-Sim, claro. Se você quiser, pode ir falar com ela, mas acho que ela está dormindo.

-Não importa, eu quero ver ela.

Ele assentiu e me mostrou aonde era o quarto da Katherine. Entrei fazendo silêncio absoluto para ela não acordar. Puxei uma cadeira para perto da cama e sentei. Fiquei olhando a minha pequena dormir com uma agulha enfiada no braço. Ela sempre teve medo de agulhas. Era engraçado ver um filme de terror com ela. A parte que ela mais tinha medo de ver, eram as partes que apareciam uma agulha.

Aquela cena partia o meu coração. Ver a minha baixinha assim, parada, sem falar nada , –e ela fala pra caramba. – sem aquele sorriso lindo no rosto, sem aquele brilho no olhar. Sem poder me dar um abraço daqueles que faz eu pensar que está tudo bem, sem aquela risada linda que faz eu esquecer os meus problemas. Ela ri de tudo. E eu amo isso nela.

Dei um beijo em sua testa.

-Eu te amo minha pequena. –Eu disse e ela, mesmo inconsciente, sorriu, como se fosse automático. E, com aquele sorriso lindo, eu sorri também.

Passei um tempinho escutando What Makes You Beautiful, era a música favorita dela. Aí, no meio do solo do garoto de cachinhos  -que eu não lembro o nome –escutei uma voz.

-“Baby you light up my world like nobody else. The way that you flip your hair gets me overwhelmed. But when you smile at the ground it ain't hard to tell. You don't know, oh oh. You don't know you're beautiful.” –E essa voz, eu conhecia.

Olhei pra ela sorrindo.

-Katherine! –Levantei e dei um abraço nela. –Por favor, nunca mais faça isso.

-Isso o que? Se cortar?

-Eu ia falar pra você nunca mais me matar de susto, mas isso também serve. –Eu disse e ela soltou outro sorriso perfeito. –Tá melhor?

-Bem melhor.

Ela tinha me prometido que não iria mais fazer isso. Comecei a chorar.

-Kat, por favor, não faz isso comigo de novo. –Eu dizia em meio aos soluços. –Eu não vou conseguir viver sem você. Por favor, acorda.

Ela nem se mexeu. Ajoelhei ao lado da sua cama e me inclinei para perto dos seus lábios.

-Ei, minha princesa, eu só queria que você soubesse que eu sempre te amei. –Disse isso e a beijei. Foi só um selinho, afinal, ela estava desacordada.

Mas, como num conto de fadas, ela acordou, olhou nos meus olhos e sorriu, sorri de volta e a beijei de novo. Mas um beijo doce, romântico. Paramos o beijo e ela me abraçou.

-Calma, tá tudo bem. –Eu dizia no seu ouvido e dava beijos no seu cabelo. –Eu to aqui, tá tudo bem.