In Fair Verona escrita por Piper


Capítulo 2
Welcome to Verona.


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui está o primeiro capítulo...
Eu realmente espero que vocês gostem, a opinião de vocês é muito importante para mim!
Obrigada a todos que vão acompanhar a fanfic e, Anna tente colar o link do trailer na url ( http://www.youtube.com/watch?v=3tZXy9N8fR0 ) depois me avise se funcionou!
Boa leitura.



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Chapter One

Welcome to Verona.

O dia amanheceu um pouco nublado naquele primeiro de setembro. A garota de 15 anos escrevia em seu diário sobre o estranho sonho que havia tido na noite passada. “Foi o mesmo das noites passadas.”ela sublinhou a frase no pequeno caderno. Já era a oitava vez que ela havia tido o mesmo sonho. Como todos os outros, o sonho se passava no séc. XVI. Ela tinha certeza de que era nesta época, não a pergunte como. A garota sempre aparecia andando em um jardim arrastando as mãos sobre as uveiras, ela caminhava até um garoto que estava encostado em uma das cercas. O garoto estava de costas e a menina caminhava com o desejo de tocar lhe o ombro e poder ver quem era. Assim que a mão se levantava para tocar o mesmo, ela acordava. Ela achava aquilo muito estranho, nunca conseguiu ver o rosto do tal garoto.

Ela balançou a cabeça afastando os pensamentos. “Hoje volto à Hogwarts” ela escreveu no diário “Estou tão animada! Taissa disse que mudou a cor de seus cabelos, ela está loira agora. Estou tão ansiosa para ver como ficou!”.

Dabria, vamos! - a garota escutou a mãe chamado-a no andar de baixo - Já estamos em cima da hora!

A menina pulou da cama e fechou seu diário, ela o enfiou em sua pequena mochila de costas e correu para o banheiro.“Aceitável”ela pensou consigo mesma colocando uma mecha atrás da orelha. Dabria era uma garota muito bonita, embora a mesma não reconhecesse isso. Ela possuía longos cabelos ondulados e olhos cor de avelã e quando se falava em altura, era um pouco abaixo da média das garotas de sua idade. A garota terminou de se ver no espelho e saiu correndo até o andar de baixo, quase trombando com sua mãe.

– Mas que modos são esses, Dabria? - a mãe perguntou severa. Além de ser filha única, a menina era também, a única bruxa da família.

– Só estou animada para Hogwarts. - Ela sussurrou dando pulinhos.

– Então vamos logo - a mãe a empurrou para a garagem - já estamos atrasados.

O pai da garota esperava dentro do carro, ele e Dabria eram muito chegados. Assim que ela e mãe entraram, eles seguiram o caminho até a estação Kings Cross. Meia hora depois de viagem, ela e os pais saíram correndo até as plataformas 9 e 10, faltando apenas 5 minutos para o trem partir. Dabria se despediu dos mesmos correndo o que evitou algumas lágrimas e lamentos. Assim que atravessou a parede, entrou depressa no trem e iniciou sua busca pelas suas amigas.

– Até que enfim, já achei que ia ficar aqui na estação. - A garota ouviu uma voz atrás dela, ela se virou e deu de cara com sua amiga Taissa.

– Ai meu deus, você está linda! - Ela abraçou a amiga se referindo à mudança da cor dos cabelos da mesma.

– Obrigada, você também continua ótima! Vem vou te levar até a cabine, Bonnie está lá. - Taissa puxou o braço da amiga.

As garotas caminharam pelo corredor lotado até a cabine, Taissa mal abriu a porta e Bonnie já tinha pulado no pescoço de Dabria.

– DAAAAAAABRIA! QUE SAUDADE! - ela dizia sufocando a amiga.

– Bonnie! Deixe a garota respirar! - a outra puxou a amiga de volta para o banco.

Bonnie e Taissa eram as únicas amigas de Dabria em Hogwarts. Ela não era muito popular e nem ligava para isso, afinal estava feliz com a amizade das duas.

– Como foram suas férias? - Bonnie perguntou fazendo um coque mal feito em seu cabelo ruivo, a garota era filha de Rose Weasley e Scorpius Malfoy. Ela possuía muitos amigos, mas era mais chegada à amizade com as duas garotas. A menina possuía os olhos cinzentos e um monte de sardinhas em volta de seu nariz.

– Boas, até. - Dabria deu de ombros.

– As minhas foram um saco. - Taissa bufou revirando seus olhos cor de mel - Meus irmãos não me deixaram em paz nem por um segundo. - ela era a única menina da família e possuía irmãos trigêmeos um ano mais velho. - Você tem sorte em ser filha única, Dabria.

A garota deu um sorrisinho para a amiga e se voltou para a janela. Ela não gostava muito de ser filha única. Em casa, sempre se sentia solitária. Uma das coisas que ela mais queria na vida era ter um irmão, na verdade, uma irmã, mais nova ou mais velha, ela não se importava. Só queria ter alguém mais intimo que pudesse entender o que ela passava.

O resto da viajem seguiu-se tranquila. As três amigas foram trocando várias conversas aleatórias no trem, na carruagem e no caminho até o Grande Salão onde, mais uma vez, iria acontecer a cerimônia de seleção de casas dos alunos novos.

Assim que terminaram o jantar, as garotas foram para suas respectivas casas. Taissa era da Ravenclaw e Bonnie e Dabria da Gryffindor. E mais uma vez, naquela noite, Dabria teve o mesmo sonho de sempre.

Verona, Itália - 1580 séc. XVI.


A garota de longos cabelos cor de avelã corria pelos campos de sua casa.

– DABRIA! - ela ouviu a mãe chama lá e assim, correu mais ainda. A garota ria divertida, gostava de deixar sua mãe nervosa, sendo que a mesma não estava tão nervosa assim.

Ela desacelerou o ritmo quando viu o pai se aproximando dos portões do castelo.

– Um dia, matas tua querida mãe, mocinha. - O pai comentou rindo. - Ouvi o grito daqui.

– Admitiste que fora muito engraçado. Apostaste que ela está rindo agora? - Dabria questionou rindo mais ainda.

O pai não respondeu apenas sorriu para a filha.

– Estou tão cansada. - ela comentou esticando-se. - Petrova, disse-me para acompanha lá até o centro. Devo ir?

– É claro que sim, mas porque tua irmã quer ir ao centro?

– Ela disse que é para procurar um vestido, soube que tem um baile se aproximando. - a garota sorriu para o pai que retribuiu.

– DABRIA!- a mãe apareceu ofegante na porta da casa. - O QUE TENS A DIZER SOBRE QUEBRAR MEU VASO NOVO?

– Ops? - a menina sorriu divertida - Desculpe-me mãezinha, prometo que nunca mais farei isso. - ela deu um beijo na bochecha da mãe e saiu correndo mais uma vez.

A mãe apenas acompanhou a filha correndo pelos jardins da casa com seu longo vestido vermelho e ela não pode deixar de sorrir.


Hogwarts, 2030.


Já passava da meia noite, o diretor Longbotton apenas olhava para as três pessoas a sua frente. Uma mulher e dois homens. A mulher era a Sra. Pierce, mãe de Dabria, ou melhor, mãe adotiva. Os dois homens eram Sr. Pierce e um homem mais velho, Sr. Teramo, diretor de um internato na Itália.

– Então, está decidido? - Sr. Teramo levantou-se. - Dabria irá partir amanhã de manhã.

– Por favor, sente-se ainda não acabamos… - Longbotton ordenou.

– Mas assim, tão… Tão cedo? - Sra. Pierce interrompeu o diretor, angustiada. - Não tivemos nem tempo de nos despedir dela, até para Hogwarts! Ela saiu correndo porque estava atrasada! C-como ela vai reagir? Ela não sabe de nada!

O Sr. Pierce viu algumas lágrimas se formarem nos olhos da esposa e a abraçou.

– Creio que vocês terão um tempo para se despedir da garota depois que ela estiver acomodada em um dos quartos de nosso internato. E também, ela receberá explicações de um dos nossos funcionários sobre tudo o que estiver acontecendo.

– Mas… - Longbotton exclamou logo sendo cortado por Sr. Teramo.

– Sem más, Sr. Longbotton! Estas foram às ordens dos pais da garota antes dos mesmos morrerem.

– Claro certo. - Neville apenas abaixou a cabeça assentindo. - Eu só sinto por ela. Será transferida para uma nova escola logo no segundo dia de aula! Ela estava tão feliz no jantar…

– Creio que ela ficará confusa no começo, mas assim que souber da verdade, ela entenderá. - Sr. Teramo disse e assim se virou para os Pierce - Eu acho que é isso, vamos?

– Nós, vamos poder vê-la depois, certo? - Sr. Pierce perguntou ainda abraçando a esposa.

– Sim, mas… Não sei quantas vezes. - O velho suspirou. - Faça como o combinado amanhã, ouviu Sr. Longbotton?

– Sim, claro.

– Bom, até a vista. - ele se despediu saindo da sala junto com os Pierce.

Neville apenas se jogou em sua cadeira pensando em como daria a notícia para a menina.

O dia amanheceu mais nublado do que o anterior. Dabria estava encostada na janela de seu dormitório, Bonnie e suas outras companheiras ainda dormiam.

Ela observava uma pequena carruagem branca que estava parada em frente aos portões de Hogwarts.

“Alguém importante deve estar chegando!” ela pensou consigo mesma.

A garota olhou para o relógio e viu que faltavam apenas dez minutos para o inicio do café da manhã, ela saiu correndo da janela e pulou na cama de Bonnie fazendo com que essa levasse um enorme susto.

– ACORDEM GAROTAS! - ela gritou para as companheiras que despertaram sonolentas. - TEMOS QUE ANDAR LOGO SE VOCÊS NÃO QUISEREM SE ATRASAR PARA O CAFÉ DA MANHÃ.

– Argh, Dabria. Hoje é o segundo dia de aula, com certeza não vão dar falta da gente. - Bonnie murmurou colocando o travesseiro na cabeça.

A garota apenas riu da atitude da amiga.

– Olha só, conseguiu superar seu nível de preguiça dos anos anteriores. - Dabria puxou o travesseiro e jogou-o para longe.

– É, e eu sou muito boa nisso. - Bonnie finalmente se levantou indo na direção do banheiro.

A morena ficou esperando a amiga uns vinte minutos, quando ela voltou as duas foram até o salão comunal da Ravenclaw onde se encontraram com Taissa e assim seguiram o caminho até o Grande Salão.

– Vocês viram a carruagem na entrada de Hogwarts? - Dabria perguntou animada para as amigas.

– Não dava para ver muito bem da janela do meu dormitório, mas até onde eu consegui, vi que era linda. - exclamou Taissa.

Bonnie acompanhou Dabria até a mesa da Gryffindor onde as duas encheram o prato com as delícias de Hogwarts. Dabria começou a sentir uma coisa estranha, como se alguma coisa estava prestes a acontecer, por isso comeu metade das guloseimas que tinha colocado em seu prato.

– Está tudo bem? - Bonnie perguntou à amiga, normalmente a morena conseguia ser até mais faminta que ela.

Dabria assentiu com a cabeça e esperou as amigas terminarem suas refeições. Depois, checou o horário com Taissa e viu que por sorte do destino, ou nem tanto assim, as três tinham a mesma primeira aula. Poções.

O professor explicava algumas coisas do começo do ano e sobre como tudo ia ficar mais difícil se eles não estudassem uma hora todo dia. As garotas não estavam muito diferentes dos outros alunos. Dabria tentava prestar atenção, mas ia sentindo seus olhos ficarem pesados e cada vez mais fechados. Bonnie deu um cutucão na amiga que a acordou um pouco. Ela olhou para Taissa que murmurou um “Téééédio” para ela em silêncio.

– Srta Pierce? - Dabria pulou ao ouvir seu sobrenome. Ela virou- se para a porta e viu o Sr. Longbotton parado na mesma. - Por favor, me acompanhe.

A garota olhou para as amigas que a encaravam um pouco assustadas. Sem questionar, Dabria pegou suas coisas e caminhou até Neville que a levou para sua sala.

Assim que chegaram ao local, os olhos da garota pararam imediatamente em suas malas que estavam paradas em um canto da sala.

– O que está acontecendo? - ela perguntou meio assustada.

– Srta Pierce, eu tenho um pedido de transferência para você.

– O QUE? Pa-para onde eu vou? Quem foi que mandou isso? O-o que está acontecendo aqui? - a garota questionava rápido com os olhos arregalados.

Ela não estava entendendo nada. Como ela podia estar sendo transferida para outra escola? Longe de suas melhores amigas, como?

– Se acalme Srta Pierce. - Neville colocou as mãos no ombro da menina - Está tudo bem e assim permanecerá, olhe, temos um pedido de transferência de seus verdadeiros pais para um internato em Verona na Itália…

– Como assim ver-verdadeiros pais? Porque que eu tenho que ir para tão longe? Eu nem falo italiano! - Dabria perguntava com os olhos já marejados. - E minhas amigas? Elas são as únicas que tenho.

– Está tudo bem, apesar de ser uma escola italiana a maioria dos alunos e dos professores falam nosso idioma… Eu não posso te explicar muita coisa agora, quando você chegar lá todas as suas perguntas serão respondidas, o Sr. Teramo prometeu.

– Quem?

– O diretor do outro internato. Olhe tudo que eu posso-te dizer agora é que você já não é mais uma aluna desta escola e que se prepare porque terá muita coisa para aguentar. Mas eu prometo para você que ficará tudo bem, a verdade será dita para suas amigas e você poderá mandar uma coruja para elas assim que chegar lá.

– C-como assim? Eu não posso nem me despedir delas?! - a garota questionou com uma voz esganiçada.

– Eu sinto muito, Srta Pierce! - murmurrou quando dois homens apareceram na sala para pegar as malas da menina. - Eu recebi estas ordens, agora, apenas me acompanhe.

Dabria hesitou um pouco, ela tinha vontade de espernear, gritar, chorar e fazer de tudo para não sair do castelo. Hogwarts era sua casa, o único lugar onde tinha amigos, ela ainda estava meio confusa com tudo que Neville tinha dito, principalmente sobre seus pais. Ela arrastou as pernas até o diretor que a levou para fora do castelo. Logo, eles já estavam nos portões de Hogwarts onde Dabria observou a linda e pequena carruagem que vira da janela de seu dormitório, um dos seus últimos momentos em Hogwarts.

– Esta carruagem a levará até o aeroporto de Londres, Srta Pierce, é um transporte dos trouxas, ele a levará até a Itália onde terá outra carruagem esperando por você para te levar até o internato. - Neville dizia tudo meio baixo para a menina.

Ela sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha ao descobrir que a carruagem era para ela.

– Eu acho que isso é tudo, é melhor entrar para não perder o voo.

– O que dirá para minhas amigas? - Dabria perguntou com a voz arrastada.

– Apenas a verdade, Srta Pierce. - Neville sorriu para ela.

A garota foi até o diretor e lhe deu um forte e apertado abraço.

– Você foi uma das melhores alunas desta escola e aposto que fará amizades no novo internato.

– Sentirei sua falta, Sr. Longbotton! - Ela exclamou sentindo as lágrimas escorrerem por suas bochechas.

– Eu também sentirei sua falta, Srta Pierce. - Ele então se despediu da aluna e a colocou dentro da carruagem.

A mesma foi se movendo ao poucos, deixando um enorme castelo atrás de si. Dabria acompanhou Hogwarts ficar cada vez menor até a hora onde só se viam árvores. Em nenhum segundo ela parou de chorar, as perguntas que ela queria fazer eram tantas que ela jurou que sua cabeça ia explodir a qualquer momento.

Passadas cinco horas de viajem, Dabria finalmente sentiu que a carruagem havia parado. Um dos homens que havia buscado suas malas abriu a porta da cabine.

– Srta Pierce. - ele estendeu a mão para ela e assim ajudou a menina a descer da carruagem.

Ela viu que eles haviam parado alguns metros de distância do aeroporto. Afinal, os trouxas não iam achar uma carruagem uma coisa tão normal.

Um homem muito velho e gordinho apareceu sorrindo para a menina.

– Srta Pierce, mas que honra! Sou o Senhor Abati. O Sr. Teramo me pediu para acompanha lá na viajem. Está tudo bem? - ele disse com um pequeno sotaque italiano.

– Não, o que está acontecendo? - Dabria perguntou colocando sua pequena mochila nas costas.

– Oh Srta. Pierce infelizmente não posso responder nenhuma de suas perguntas! Ordens do Sr. Teramo. Agora venha senão vamos perder o voo!

Dabria dormiu o voo inteiro. Acordou com o Senhor Abati a sacudindo devagarinho, a garota reuniu todas as suas forças e levantou-se da poltrona do avião. Eles caminharam até outra carruagem também parada um pouco distante do aeroporto.

Dabria olhou tudo a sua volta, já estava escurecendo e ela estava em Verona. Suas amigas, seus pais, sua casa… Estavam todos longe. Novamente, ela sentiu a forte vontade de chorar, já possuía até as lágrimas formando em seus olhos. O Sr. Abati abriu a porta da carruagem assim que terminou de ajudar os outros homens a por as malas da garota no bagageiro. Ela entrou contra sua vontade e logo sentiu a carruagem se mover.

Mais uma vez, Dabria nem prestou atenção ao caminho. As únicas coisas que chamaram sua atenção foram às luzes que entraram pelas janelas da carruagem ofuscando sua visão.

Ela então viu um castelo, um pouco menor que o de Hogwarts em altura, e ao invés de cinzento aquele possuía uma cor amarelada e era muito iluminado. Dabria teve de admitir que ele fosse muito bonito.

A carruagem parou aos portões do mesmo, onde ela pode ler “College Montecchios” e assim, o Senhor Abati apareceu abrindo a porta. Adentrou com a garota no castelo murmurando um “Precisa levar uma conversinha com o diretor, agora.”. Dabria apenas observava as decorações do local, havia dois alunos no corredor, um estava de costas para ela. Mas ela nem deu atenção, pois seus olhos estavam interessados no outro garoto, o rosto dele era muito conhecido para ela, embora nunca tenha o visto.

– Pode entrar Srta Pierce. - exclamou o Senhor Abati tirando a menina de seu transe.

Ela entrou no local com passos pequenos e o velhinho logo fechou a porta atrás da garota.

– Seja bem- vinda ao College Montecchios, Srta Pierce! Sou o Sr. Teramo. - O homem estufou o peito sorrindo. - Aposto que tem muitas perguntas!

– E como tenho. - Dabria respondeu com raiva fazendo o senhor fechar a cara.

– Tudo bem… Então quer que seja assim? Ok. Em primeiro lugar, seu sobrenome não é Pierce e sim Prescott e você não é britânica como deve estar achando, nasceu aqui. Aquelas pessoas que cuidaram de você são seus pais adotivos porque seus pais verdadeiros estão mortos. - ele enfatizou os ‘mortos’- E, não. Você não pode voltar para Inglaterra. Satisfeita?

A menina apenas o olhava boquiaberto.

– Eram suas perguntas? - o homem voltou a sorrir.

– Por que fui mandada para a Inglaterra?

– Mandato de seus pais.

Aquilo fez o coração de Dabria acelerar. O modo como o Sr. Teramo disse pais, aquela palavra que em um dia ela sabia a definição certa, e no outro, nem tanto assim. Aqueles que criaram ela eram agora, estranhos. Ela já não sabia mais quem era ela mesma, quanto mais às outras pessoas.

– Por quê? - a menina pronunciou tão baixo que quase o homem não pode ouvir.

– Sua - ele fez uma pausa. - segurança.

– Como você sabe de tudo isso? - Dabria já sentia as lágrimas se formando em seus olhos.

– Ora, Srta. Prescott… - ela baixou os olhos ao ouvir o novo sobrenome -… Eu fui o encarregado de manda lá para Londres antes mesmo de você completar um dia de vida.

– E-Então eles…

– Sim, morreram no dia em que você nasceu. Meus pêsames.

A menina já não segurava mais as lágrimas, deixava-as correr livremente sobre suas bochechas.

– Bom. Eu acho que você já soube demais por hoje… Sobre nossa escola, é aqui que vai passar nos próximos anos. Os alunos órfãos podem ficar aqui por tempo ilimitado, enquanto os outros saem quando se formam… - ele se levantou e pegou uma pasta em uma gaveta perto de sua mesa - Nós guardamos os registros de todos os alunos, como: identidade, parentes próximos, local da casa, telefone, alergias e… - o homem mostrou a pasta -… Número de seus dormitórios. Aqui em nossa escola organizamos os alunos por ordem de chegada, como nossos dormitórios estão lotados, você deveria entrar em um sozinha até um novo aluno chegar. Mas, vejo que a Srta. Reyes está sozinha… Então, você fará companhia para ela.

Dabria assentiu com a cabeça, embora preferisse mil vezes ficar em um dormitório sozinha.

– Vamos? - O Sr. Teramo abriu a porta e ela o acompanhou. Os dois garotos antes, parados próximos à sala do diretor já não estavam mais ali. Na verdade, o corredor estava completamente vazio. A menina apenas seguia o homem sentindo o vento gélido, que entrava pelas janelas do castelo, bater em seu rosto.

Eles pararam em frente a uma porta de madeira com um número inscrito, 311. O diretor bateu na porta abrindo-a logo em seguida, Dabria rapidamente limpou as lágrimas da bochecha com certa brutalidade e avistou uma garota loira arrumando sua cama.

– Srta. Reyes, com a saída da Srta. Millis, você dividirá o dormitório agora com a Srta. Prescott. - o homem apontou para a morena que corou. - Eu acho que isso é tudo. Tenham uma boa noite.

O diretor fechou a porta com força e a menina loira apenas riu dele.

– Não ligue para ele - ela disse dando de ombros -, tem dias que consegue ser pior!

A morena apenas deu um sorrisinho e estendeu a mão para a outra.

– Meu nome é Dabria. E o seu?

– Petrova. - ela respondeu sorrindo e apertando a mão da garota.



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Notas finais do capítulo

Então?