First Light escrita por Livy Zeklos


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo nos sentimos MUITO pela demora. Ja temos varios capitulos prontos porém ultimamente foi meio complicado a edição. Eu me mudei pro Michigan por um ano, e Livy esta em época de vestibular. Tentaremos acelerar os proximos capitulos. ~



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Já estava no meio da manhã no mundo Moroi. Mais e mais pessoas começaram a sair de suas casas para cuidar de suas atividades e trabalhos. A corte se assemelhava fisicamente à uma faculdade, mas internamente era como uma cidade: tinha restaurantes, hoteis, creches, um hospital, lugares comunitários e até mesmo um spa. Todo Moroi e dampiro recebiam ordens dali. Era um lugar altamente organizado e tinha rígidos padrões de disciplina.

Eu saí rapidamente do pátio externo próximo à cafeteria, onde vi o rapaz com a aura dourada. Ele parecia muito, muito infeliz pelo fato de Dimitri e a pequena regicida estarem juntos. Muito mais infeliz do que eu. Caminhei mais ou menos mais um quilômetro até o alojamento damphir. Meu quarto ficava no quinto andar, onde estavam os melhores dormitórios. No começo, não entendi por que me colocariam em um quarto tão bom, até mesmo Hans estava alojado nesse andar. Mas logo concluí que Abe tinha algo a ver com isso. 

Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim. A noite tinha sido, no mínimo, reveladora e, se eu pretendia enfrentar Abe mais tarde era melhor descansar. Tomei um banho rápido e deitei na cama encarando o teto branco. Fiquei um tempo assim até que o sono tomou conta de mim.

Eu estava sonhando com Dimitri em uma época melhor. Ivan estava vivo, assim como meus pais. Estava tudo certo e eu me sentia feliz. Estávamos jantando em meio a brincadeiras e gracejos de Ivan quando aconteceu. Tudo ao meu redor se desfez e os monstros surgiram de todos os lados. Dimitri foi o primeiro a reagir e a contra atacar. Eu estava perdida e assustada, mas escutei atentamente quando ele me mandou cuidar dos Morois. Reuni meu pai e Ivan, enquando Dima e minha mãe lutavam. Eu lutei, mas não era forte o suficiente, não era rápida o suficiente. Eles passavam por mim e logo meus pais estavam no chão. Senti um desespero crescendo, minha visão estava embaçando e então eu vi Ivan cair também. Eu gritei o mais alto que pudia. Dimitri viu Ivan no chão e algo obscuro cresceu e o possuiu. Ele lutou como uma máquina de matar: ele era tão forte, rápido e letal quanto... Quanto eles! Eu vi de relance um brilho vermelho nos seus olhos e uma garota se juntou a ele na luta. Eles lutavam lindamente juntos, costas a costas, matando, atacando e se defendendo. E então acabou. Havia dezenas de corpos espalhados no chão, mas Dimitri também estava quebrado, só que por dentro. Corri até ele, precisava ajudá-lo, consolá-lo, precisava traze-lo de volta, mas ele não me ouvia, estava tão distante... Porém, a garota estava lá - ele a viu, escutou o que ela tinha a dizer e se levantou. Eles trocaram sorrisos gentis e foi quando eu percebi que a garota era Rose Hathaway.

Eu acordei com lágrimas nos olhos e o desespero ainda me consumindo. Chutei os lençóis e fui direto para o banheiro tomar uma ducha. Eu me sentia péssima. Suja e péssima. Depois de algum tempo debaixo da água gelada, a sensação de sonho havia se dissipado. Olhando no relógio percebi que já estava no horário do jantar. Eu havia dormido durante toda a tarde e não me sentia nem um pouco descançada. Independente eu precisava encontrar com Abe hoje.

Me dirigi para a área residenciais Moroi. Era um pouco perturbador como alguém como Abe morasse numa região de tão alto nível e tão cobiçada até mesmo pela alta realeza. Pelo que soube, a autorização para se conseguir uma casa (mansão) nessa região precisaria passar pelas mãos da Rainha. Me perguntei se ele já havia dominado Vasilisa Dragomir. Podre garota.

O ambiente estava calmo e o inicio da luz do sol nascente me aquecia. Me permiti alguns segundos de distração observando as casas luxuosas e extravagantes, me perguntando como seria a casa de Zmey. 

Estava tão perdida em pensamentos que não olhei enquanto virava a esquina e acabei colidindo com alguém que vinha em alta velocidade. Ambas caímos.

-Droga! Olhe por onde anda! – Ela se levantou massageando a perna onde tinha machucado. 

-Você também não estava olhando, se não, não teríamos colidido. Afinal para onde estava indo com tanta pressa? Ataque Strigoi? – Levantei os olhos e me surpreendi ao ver Rose Hathaway de pé na minha frente.

-Não te interessa. Negócios reais. E não cabe a você me questionar. – Levantando, reparei que ela estava de fato com o uniforme e o colarinho vermelho. A guarda pessoal da Rainha. Me lembrei das histórias que Tommen compartilhou, ela e a rainha eram muito próximas. Quase irmãs. E mais importante, seu cargo estava acima do meu.

-Ahn, me desculpe, não tinha a intenção de ser indiscreta. – Limpei minhas mãos nos meus jeans e senti sua agressividade se esvaindo.

-Ei, sua mão está sangrando… – ela disse quase... Gentil! – Pegue. – Rose estendeu um lencinho e me olhou curiosa. Me abri para suas emoções e ela parecia ansiosa.

-Está tudo bem, ahn, Guardiã Hathaway? Você se machucou? – Eu perguntei tentando decifrá-la. Era tão fácil para mim, descobrir o que Dimitri, Ivan e até mesmo Abe estavam pensando por meio de suas emoções, mas Rose era particularmente confusa. Era como se todos os seus sentimentos estivessem ali, envoltos uns nos outros e oscilando. Era como uma bola de energia prestes a explodir. Lembrei do guardião do lado de fora da cafeteria e precisei sacudir a cabeça para me desvencilhar dos seus sentimentos.

-Ahn, está tudo bem. Você deveria limpar o seu machucado também. – Subitamente ela pareceu se lembrar de algo e olhou para o relógio – Ah! Olha só, não dá mais tempo... – Ela parecia genuinamente triste.

-O que? O que houve? – Eu estava confusa, nada fazia sentido.

Ela suspirou pesadamente.

-Uma aposta. Era por isso que eu estava correndo. Apostei com Christian que conseguia trazer o jantar de Lissa em quinze minutos. 

-Lissa? Ah, a rainha? Bem, acho que arruinei tudo então. O que você ia ganhar de qualquer forma?

-O quê mais?- Ela me deu um sorriso meio pirata. – Donuts! – Eu ri alto e ela sorriu satisfeita. – Bem, eu preciso ir de qualquer jeito, a Rainha ainda precisa se alimentar, mesmo que eu fique sem os donuts. – Com um suspiro pesado ela saiu murmurando algo sobre estúpidas apostas e trabalho escravo.

-Ei, espera! – Me apressei em acompanhá-la – Eu queria me desculpar por ontem, não devia ter dito aquelas coisas… – Ela sorriu.

-Dimitri disse que iria, quer dizer, se desculpar. Está tudo bem, não se preocupe.

-Bem, você sabe, se quiser alguns donuts qualquer dia desses, podemos ir conversar na cafeteria.

-Sim, podemos, até mais Alexandra – Ela concordou enquanto continuava o seu caminho.

Eu me dirigi novamente para a casa de Abe. Tudo isso tinha sido bem inesperado.

Em frente a casa de Zmey, eu parei chocada e assombrada. Era ENORME. O jardim frontal tinha mais espécies de plantas do que seria capaz de reconhecer. Pavel estava guardando a porta e acenou ao me ver. 

-Alex? Onde esteve nos últimos dias? Abe estava horrivelmente inquieto, bem, tanto quanto o possível.

-Eu tive turnos sem parar desde que recebi a marca.

-Sim, Abe ligou para ameaçar Hans. Mais de uma vez.

-Pelo visto funcionou, é melhor eu entrar logo.

Por dentro não houve qualquer surpresa: era tudo parecido com a sua casa na Turquia, aliás, alguns móveis eram idênticos. 

Abe me encontrou observando atentamente a sala de estar.

-Alex, querida, por onde andou? – Ele disse com um sorriso sincero.

-Estive ocupada. Você planeja estabelecer residência permanente por aqui? – Perguntei enquanto passava a mão por um movel com um rico entalhe.

-Talvez. Tenho motivos para permanecer aqui por tempo indefinido. – O olhei desconfiada.

-Negócios? Ou motivos pessoais?

-Ora! Porque não os dois? Meu coração sempre está aberto a novas conquistas, você sabe...

-Ah, eu sabia, você já tem a Rainha na palma da mão. Pobre garota.

-Admito que tenho influência sobre Vasilisa, embora não da forma que você imagine. Venha, sente-se. – Ele me indicou um sofá – Ela é jovem, sim, mas extremamente inteligente e determinada. E tem alguns escudos bem efetivos para ajudá-la, principalmente contra mim. – Abe suspirou pesadamente – Embora seja esse mesmo escudo que mantém nossa ligação.

-Você está falando de uma pessoa específica? – Me inclinei conspiratoriamente para ele, que assentiu levemente. – Então, qual seria o seu nome? 

-Ah, Alex, me surpreende muito que você ainda não tenha chegado a uma conclusão sobre isso.

-É alguém que eu conheço? – Tentei me lembrar de todas as pessoas importantes com quem Abe mantinha negócios, mas nenhuma delas tinha relações próximas o suficiente da Rainha – Espere, não me diga. Não acho que quero realmente saber. – Abe riu divertido.

-Certo, certo. Você parece abatida, aconteceu algo recentemente?

-É só cansaço… – Me movi desconfortável.

-Mentirosa, vamos, me diga. – Abe, aparentemente tinha a mesma facilidade de me ler que eu tinha de entendê-lo. Com um suspiro pesado comecei.

-Eu encontrei Dimitri ontem.

-E como foi? – Seu rosto ficou subitamente sóbrio.

-Foi... Bem eu acho, na medida do possível. Ele parecia perturbado e... Não sei, diferente, como se tivesse uma constante melancolia ao seu redor. Diferente do Dimitri que eu convivi. – O sonho subtimente me veio a cabeça e eu estremeci.

-E ele não te falou nada sobre isso? – O olhar de Abe era sóbrio e de entendimento.

-Não, bem não creio que tivesse tempo de qualquer forma. Logo apareceu essa... Garota. – Ainda não sabia como denominar Rose – E tudo simplesmente virou uma confusão.

Abe estava... sorrindo! Era bizarro, eu estava aqui, compartilhando meus problemas enquanto ele se divertia. Suspirei.

-E como ela era?

-Baixa, bonita, eu acho. Seus cabelos eram castanhos meio como os seus. – então me lembrei que ela era da guarda real – Ela usa o colarinho vermelho. E segundo o que me disseram está com Dima.

O sorriso de Abe cresceu ainda mais. 

-E o que você achou dela?

-Eu não sei. Acho que a ofendi e ela saiu da cafeteria para espancar a primeira pessoa que passou no seu caminho. Não acho que a tenha conhecido de verdade. Mas ela parece ser bastante... intensa. – franzi o cenho.

-Mas...

-Mas hoje a encontrei novamente e ela me pareceu agradável. Trombamos no caminho para cá, ela estava tentando cumprir algum tipo de aposta com alguém chamado Christian sobre o jantar da Rainha. 

Abe riu alto.

-Te asseguro que tenha mais a ver com o jantar da própria Rose. Ela tem um tipo de fixação pelos Donuts feitos na casa do Lorde Ozera, mas ele faz ela merecê-los.

-Espera! Você a conhece? Rose? Você conhece Rose?

-Claro, todos sabem quem Rose Hathaway é.

-Sim, mas perguntei se você a conhece. – enfatizei a palavra e seus olhos brilharam de divertimento.

-Oh sim, veja, Rose e eu temos um relacionamento um tanto quanto estreito.
Várias situações bizarras passaram na minha cabeça, até que uma em especial se destacou. E essa ideia era com certeza a mais estranha.

-Ela é da sua família? – Estreitei os olhos em busca de alguma confirmação da sua parte. O sorriso de Abe apenas aumentou, e agora eu podia ver claramente a semelhança do sorriso de pirata que os dois tinham. – Ela é sua FILHA! -levantei bruscamente e Abe esticou as pernas preguiçosamente e sorriu com satisfação.

-Aí está, você tem o meu escudo.

-Deus! Como eu nunca soube disso? – Estava espantada – Aquela vez, que você foi para a Rússia procurá-la e não me deixou ir, era Janine Hathaway que tinha ligado não é?

A expressão desconfortável de Abe me dizia que não era esse o caminho que ele esperava que eu seguisse.

- O que você está escondendo de mim? – Me aproximei – Claro, faz sentido que seja ela, provavelmente ela estava com Dimitri e ele a levou para a Rússia, por isso você não queria que eu fosse. Mas... – Ele viu as engrenagens da minha cabeça funcionando e um medo genuíno estava estampado em seu rosto. Não temia por sua vida, e sim por algo que não devia sair dos eixos, mas estava preste a sair.

Ouvi dizer que Rose foi para a Rússia caçar Strigoi depois do ataque na sua escola, mas não ouvi nada sobre Dimitri. Ele era o guardião da Dragomir na época e ela havia ficado. Não faz sentido. Por quê? Ela fugiu com a até então princesa, poderia fazer novamente. A não ser que fosse uma viagem perigosa. Rose definitivamente não é burra e está na guarda real. Ela não arriscaria alguém como Vasilisa. Mas então Dimitri não a teria deixado ir.

O ataque, alguma coisa está faltando, algum gatilho que tenha levado Rose a abandonar a Academia e a amiga. E então eu lembrei. A história do damphir ex- Strigoi. Vasilisa o tinha trazido de volta, mas quem era? Certamente é perigoso demais para ela se arriscar sem motivo, mas se fosse alguém próximo da Rainha eu certamente saberia. Mas então poderia ser alguém realmente importante para alguém próximo a ela. Alguém como... Rose Hathaway!

Dimitri. O ex-strigoi era Dimitri. Rose tinha ido a Rússia para caçar Dimitri.


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Notas finais do capítulo

Sinto muito novamente por qualquer erro de português que tenha sobrevivido.
Espero que tenham gostado! ♥



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