First Light escrita por Livy Zeklos


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estamos de volta! O primeiro capítulo para vocês, espero que gostem!



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A corte Moroi estava particularmente tranquila naquela manhã. A brisa soprava agradavelmente e a luz dourada do Sol transpassava a densa copa das árvores. Meu pescoço ainda coçava um pouco, mas a sensação era boa e me lembrava de que agora eu era oficialmente uma guardiã. Na Rússia eu havia recebido a tatuagem que mostrava que completei meu treinamento, nunca foi intenção dos meus pais que eu seguisse carreira, portanto nunca recebi a marca de promessa. Por enquanto minha designação é na corte, até que não seja indicada para algum moroi. É bem simples na verdade, alguns trabalhos burocráticos e rondas pelos limites das wards são o que me mantém ocupada.

No momento eu estava em meu turno. Meu parceiro de ronda era um guardião também novato vindo de alguma academia do interior do Canadá. Ele ainda estava excitado como qualquer guardião recém-formado, sem sangue nas mãos.

-Então Guardiã Zaramivir, soube que você veio da Rússia. Gelado não? – ele deu uma risadinha nervosa - Está gostando da corte? Quer dizer, deve ser bem diferente, não?

-Nem tanto, a academia que frequentei era bastante parecida com as que vocês têm por aqui. E não é a primeira vez que venho aos Estados Unidos. – Respondi enquanto entrávamos em uma das cabanas de apoio que ficavam nos limites do território.

-As damas primeiro – eu passei e me sentei na poltrona perto dos monitores, que mostravam imagens dos arredores da cabana. Mal passamos da metade do turno e eu já me sentia um pouco cansada.  Tinha chegado há apenas alguns dias, mas ainda não tinha me acostumado com os novos horários, e o trabalho noturno pouco fazia para ajudar.

Bocejei e enquanto me espreguiçava, Louis Tommen, meu parceiro de ronda, me estendeu uma grande xícara de café.

-Obrigada,- eu murmurei pegando a caneca quente – É tudo sempre tranqüilo assim  por aqui?  – eu olhava para os monitores que mostravam apenas o vento balançando as folhas e pequenos animais passeando pela grama.

-Hunm, nem sempre. Os últimos dois meses foram bem agitados na verdade. -ele começou enumerando nos dedos - Entre a restauração de um Strigoi, a confusão com a lei da idade, o assassinato da Rainha Tatiana, a fuga espetacular da suposta regicida, a garota Hathaway, e a coroação da menina Dragomir, nós estivemos bastante ocupados. Foi bom que chegaram novos reforços, principalmente de guardiãs – ele me olhou sugestivamente – para cobrir a segurança enquanto as coisas se acalmam.

-Bom, eu realmente não fazia ideia da confusão que estava por aqui. Eu soube da morte da rainha Ivanshkov e da coroação da Dragomir, mas só isso... – eu o olhei esperando que ele falasse mais sobre o que havia acontecido. Ao invés disso, ele perguntou:

-Anh, o seu Moroi está aqui na corte? Você deve guardar alguém importante, ouvi dizer que você tem algumas marcas molnija e duas zvezda – ele passou atrás de mim esperando ver as marcas. Eu propositalmente tinha deixado meu cabelo apenas meio preso. Havia já algum tempo desde a última vez que cortei meus cabelos. Passei os dedos pelo seu comprimento e de repente senti uma falta enorme dos cachos que normalmente se formavam na ponta do cabelo. Acho fiquei tempo demais divagando, porque Tommen encostou sua mão no meu ombro.

-Então, seu Moroi está por aqui? – ele perguntou novamente, olhando nos meus olhos. Eu baixei a cabeça e depois olhei para o monitor.

-Eu não sou designada para nenhum Moroi oficialmente, na verdade. Já protegi um por algum tempo, mas agora estou aqui. – suspirei colocando a xícara vazia em cima da mesa. Ele continuou olhando para mim.

-O seu Moroi foi morto? – ele perguntou sério e eu ri abertamente. Meu Moroi ser morto? Não mesmo.

-Não, não, ele me dispensou por um tempo. Achou que eu deveria vir para a corte, ajudar por aqui e finalizar um assunto burocrático para que possam me designar oficialmente para guardá-lo. – eu instintivamente toquei minha nuca com o curativo da tatuagem. Continuava ardendo e coçando um pouco. Guardião Tommen estreitou os olhos em curiosidade:

- Você recebeu alguma tatuagem molnija recentemente?

-Ãnh, não exatamente, – me levantei desconfortável sob seu olhar – deixa para lá... – Tommen me olhou dos pés à cabeça e se encostou à parede ainda segurando sua própria xícara.

-Você é bonita Zaramivir – UAU eu não vi essa chegando– sabe, quando eu vi você pela primeira vez, achei que era uma Moroi – eu prendi a respiração e ele continuou sem jeito – quer dizer, você é mais alta que a maioria das dampiras e mais magra também – ele me olhou avaliando a minha reação. Eu fiquei estática, não era possível que logo na minha primeira semana aqui alguém, alguém como o novato meio animado demais Louis Tommen, pudesse descobrir meu “pequeno” segredo.  Vendo a expressando do meu rosto ele acrescentou – não me entenda mal, você é muito mais bonita do que qualquer Moroi – ele deu um sorriso envergonhado.

-Acho que obrigada – eu corei e me levantei caminhando em direção à porta da cabana – Eu acho que devemos ir agora Guardião Tommen.

-Ah, claro Guardiã Zaramivir, vamos – ele passou rapidamente por mim e saiu. Eu o segui e caminhamos perto das wards checando qualquer coisa que fosse levemente suspeita. Mantemos uma conversa leve e sempre que ele tentava levar a conversa para mim, eu conduzia o assunto para ele novamente. Logo ele percebeu que eu não gostava muito de falar sobre minha vida, e não forçou mais. Agradeci mentalmente.

Três horas depois o turno terminou e nos encaminhamos para a sede dos guardiões para nos trocarmos. O sol já estava forte agora, e era agradável para mim.

-Bom, Alexandra, certo? – ele perguntou e eu acenei concordando – foi um prazer trabalhar com você, espero ter outro turno juntos logo – ele fez uma mesura exagerada e riu – Até mais Guardiã.

Eu sorri agradável. E observei ele ir para o vestiário masculino. Louis Tommen era um garoto, apesar da leve indiscrição, agradável. Qundo ele sumiu de vista segui para meu próprio vestiário. Troquei o uniforme de guardiã por um jeans e uma blusa leve, e pendurei o casaco pesado no armário destinado a mim. Havia vários desses na sede dos guardiões, apesar da maioria não ser usada. Quase todos os guardiões possuíam uma designação, ou seja, um Moroi, juntamente com uma residência fixa, e não tinham uso para esses armários. E no meu caso, bem, é complicado. Eu recebi há pouco tempo a marca da promessa, e o Concelho reluta em me colocar verdadeiramente em campo devido ao meu nome. Zecklos. Argh. Troquei a blusa branca do uniforme pelo antigo moletom da Universidade de San Petesburg que antes pertencia a Ivan. Era uma das minhas únicas recordações físicas dele.

Depois de guardar tudo no armário, o tranquei e sai do vestiário e passei pelo saguão principal. Eu estava quase alcançando a porta de saída quando senti algo familiar. Era uma sensação que já não sentia há algum tempo. Foi ficando mais forte a cada passo que eu dava para perto da porta. Eu sabia exatamente o que era isso. Normalmente eu ficava feliz quando sentia aquilo. Hoje, eu me senti estranha. E com medo.

Quando saí na luz do sol, vi a fonte daquela energia, que ficou tão forte que quase me derrubou. Eu tentava desesperadamente sair daquele campo “magnético” que a presença dele produzia em mim.

Finalmente, recuperei o controle dos meus sentidos, e na hora que eu estava me virando para sair dali, ele se virou na minha direção.

E foi aí que ele me viu.


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Notas finais do capítulo

Então, como foi? *-*
Nos deixe saber sua opinião.
See ya~



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