–Marta, acorda!!!!

–Hã?! Já é de manhã?? Mamã porque és tão chata logo de manhã?! Eu quero dormirrrrr…- disse a morrer de sono .

–Marta Swen, já te disse para levantares esse rabo preguiçoso dessa cama!!- disse a minha mãe.

Levantei-me vagarosamente, a luz que entrava pelo meu quarto queimava me os olhos …

Espera ai… estava a chover ou fazia sol?! Eu acho que fazia sol!! Que se lixe, tambem não importa…

Só por acaso o meu nome é Marta Swen, sou uma rapariga comum… não tao comum e logo perceberão o porquê!!!

A minha vida ou pesadelo, melhor dizendo, começa aqui neste dia em que a minha vida deu uma volta de 360 graus.

Como já disse , levantei-me muito devagar e começei a andar até a cozinha lentamente só para irritar a minha mãe. Só o diabo sabia o porquê de ela me acordar as sete da manhã…. a um SÁBADO.

–Mãe!- disse com uma felicidade sarcástica.

– Estava a ver que nunca mais levantavas esse teu grande rabo da cama, sua dorminhoca!!!- disse brincando comigo, como fazia todas as manhãs.

–E… posso voltar para a cama agora?! – perguntei esperançosa.

–Claro…que não.- disse minha mãe rindo da minha cara- Hoje vamos fazer um churrasco com a Sandra e a familia aqui em casa.

–Ahhhhh- digo com zero entusiasmo.

–Lembras te dela , não lembras???- perguntou me ela com esperança- É aquela senhora que tem um filho que anda na tua escola.- disse me ao ver que eu não sabia quem era – E que tem um nome estranho…. Acho que é Josua, Jobua…

– É Joshua, mãe. –lembrando me de quem era – E eu lembro me muito bem dessa melga aparvalhada.-acabei dizendo com uma ponta de irritação na voz.

–Marta, não digas isso.- repreendeu me ela – Ele é um menino muito educado e queridinho.Vai mas é arranjar te, que daqui a nada eles estão a chegar.-disse me ela empurrando me para fora da cozinha.

Sai rapidamente da cozinha susurrando.

– Educado? Queridinho??Só se for para o gato do vizinho. Aquela melga que só sabe me irritar…- continuei a resmungar enquanto subia as esquadas para o meu quarto.

Chego ao meu quarto, tranco a porta, e vou diretamente para a minha casa de banho. Lavo me, penteio me, ponho creme, maquilhagem…

Ok,ok,ok… Estou a brincar!!! Eu usar maquilhagem?! Só quando os porcos tiverem asas!!! E cremes aspas aspas. Mas continuando…

Sai da casa de banho de toalha uma hora depois (CLARO eu adoro o meu banho relaxante logo pela manhã … e ainda por cima ia precisar dele para poder aturar a peste que aqui vinha hoje), e fui procurar uma roupa qualquer para vestir.

Desci para a sala com o meu livro preferido Nómada de Stephanie Meyer ( adoro o e já o li tantas vezes!!!), sentei me no sofá e começei a ler tranquilamente. Quando ia numa parte do livro muito emocionante …. A campainha toca.

– Quem será o raio do idiota!!!!- resmungo amaldiçoando o idiota e caminhando para a porta de entrada.

Abro a porta e aparece me, a minha frente, a abecula ao cubo…

–Ah!! Paciência…- resmungo sussurando.

– Ola- digo e logo, para minha sorte, aparece a mae dele. *Esta foi por pouco….*penso eu aliviada.

– ola querida- diz me a mae dele enquanto eu lhes dou passagem para entrarem em minha casa.

–A minha mae esta na cozinha .- digo lhes enquanto me dirijo para lá..

–Mãe … Visitaaaassss…..-digo lhe como se tivesse a vender peixe: a alto e bom som.

Ao mesmo tempo que chego à cozinha saiu disparada pela porta dos fundos dirigindo me aos jardins, antes que a minha mãe me obrigasse a fazer alguma coisa que eu não quizesse.

Peguei no livro que tinha nas mãos e continuei a ler sentada num dos meus baloiços. Pela segunda vez, no mesmo dia ,estava a ler uma parte linda ( uma das minhas favoritas em que o Ian e a Nómada se beijam) quando alguem me veio chatear. *AH Vida cruel!! Porque é que o destino não vai com a minha cara !?* penso entendiada.

– Ola coisa fofa que eu tanto adoro chatear… - diz me a besta ao cubo com um sorriso enorme nos seus labios finos e meios rosa.

–Morre Joshua e depois desaparece da minha beira para sempre.-digo pensando numa maneira de me livrar dele e poder continuar a ler.

– Ohhh não sejas mázinha comigo.- diz me com uma cara de “ consegui a chatear e ainda nem começei a brincadeira”.

–Mazinha?!- Perguntei lhe com cara de confusao- Se eu fosse má já estavas com um murro espetado nessa tua fronha!! – disse lhe com cara de desafio.

– Oh … Não brinques com o fogo se não ainda te queimas querida!!- disse ele com um sorriso de orelha a orelha na sua cara por me ter conseguido tirar do serio.

– Querida?! Vamos ver que é que se queima abecula!!!- digo lhe mais chateada do que nunca, enquanto fecho a minha mão em punho e a puxo para traz com a intensao de lhe dar um valente soco.

Nunca fui violenta, mas esta abecula tinha um dom especial para me tirar da minha calma interior. Só que o problema foi que desta vez eu explodi por já estar cheia desta melga desde a ponta das unhas dos pes ate as pontas dos meus lindos cabelos loiros.

Olhei o com cara de * eu sou a maior e se me irritares mais vais apanha* e acabo por ficar com cara de couve ao ve lo a olhar para mim com os seus olhos esbugalhados de surpresa e medo. *Oquê?? Vão me dizer que ele nunca pensou que eu podia não ser tão santa e calminha como pareço …* penso um bocado assustada porque a reacçao dele era demasiado real para só ser medo por eu poder lhe bater.

– Marta, t-tu…tu…t-tu não estas a sentir isso??- perguntou me ele primeiro como se tivesse engasgado e depois a correr. * Porque raio ele esta a ter esta reacçao e o que é que ele esta para ali a dizer?!* penso confusa com a sua reacçao e com as suas palavras.

Ele estava com o olhar fixo na minha mao em punho , entao eu virei a minha atenção para a minha linda e pequena mao.

– Ahhhhhhhhh- grito ao ver que a minha mao tinha incendiado- WTF!!- continuo a gritar enquanto abano a minha mao agora aberta a ver se o fogo se apaga.

* Mas que raio porque é que eu tenho a mao a arder e porque é que esta procaria não se apaga?!* pensei assustada enquanto continuava a sacudir a minha mao.* Mas isto não doi* penso parando de abanar a mao. Era verdade eu nem sentia nada na mao era como se o fogo não estivesse lá ou como se ele não me tocasse ou como se o fogo fosse parte de mim… eu sei lá… Eu estava confusa e foi entao , enquanto eu estava embrulhada em pensamentos, que o fogo apagou e eu fiquei aliviada mas ao mesmo tempo confusa. Mas logo me animei e mandei a confusao deste momento para uma gaveta da minha mente,quando vi que o Joshua ainda me olhada com cara de couve, olhos esbugalhados de medo …. E não sei porque, mas ele parecia petrificado pois ele estava na mesma posiçao de quando o meu punho incendiou.

Esta foi a primeira vez ,que eu me lembro, que o meu “poder/ dom” apareceu. Ao longo dos seguintes meses, sempre que me irritava ( porque, apartir deste dia, fiquei muito mais irritavel, pois era só preciso dizerem uma coisa que eu não gostava para me apetecer andar a pancada com meio mundo), alguma parte do meu corpo incendiava. Por isso tentei me controlar melhor e ate andei em aulas de auto controlo, mas eu sabia bem que eu era um perigo para as pessoas e que elas tinham medo de mim ,especialmente os meus pais.

E bem! Aqui estou eu agora. A porta de um orfanato, que não parece um orfanato, todo podre e a cair de velho.