Some Secrets Never Die escrita por APrettyLittleLiar


Capítulo 31
The Jenna Thing


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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A multidão que cercava a Igreja de Rosewood parecia ter dobrado de tamanho.  Era como se todos ao redor de Ali estivessem cochichando baixinho algo sobre ela, com olhares frios e rostos pálidos pelo frio. Suas mãos tremiam e sua garganta estava completamente seca. Ela simplesmente não podia mais aguentar tudo aquilo. Quem quer que fosse que estivesse mandando aquelas mensagens, pagaria muito caro por isso. Jenna Marshall era a principal suspeita na mente de Ali, mesmo ela tendo negado tudo. Algo dizia que ela era a culpada. Alison olhou em volta, a procura de algum sinal de Jenna ou Toby, mas nenhum dos dois estava por perto. Um sorriso maligno cruzou os lábios de Alison por um segundo, enquando as suas quatro melhores amigas se aproximavam dela. Ela havia formulado um plano em sua mente. Um plano cruel, mas um bom plano.

- O que ele queria? - perguntou Emily, com os braços cruzados na frente do corpo.

- Nada. - Alison deu as costas, olhando para a lojinha de Donuts do outro lado da rua. - Vocês estão com fome?

As meninas ficaram em silêncio por um minuto, talvez averiguando a pergunta.

- Você não acha que seria meio estranho, se atravessassemos a rua para comer Donuts depois de um enterro? - Perguntou Spencer, olhando na mesma direção que a amiga.

Ali riu.

- Você tem razão, Spence. - ela chutou uma pedrinha que estava na calçada. - E o que vocês acham de irmos até a minha casa agora? Podemos pedir uma pizza.

- Por mim tudo bem. - Hanna deu um meio sorriso e agarrou Ali pelo braço. As outras apenas fizeram um ''sim'' com a cabeça e seguiram juntas até a casa de Ali, sem dizer uma palavra.

A grande casa vitoriana que pertencia a Jenna e Toby estava com a varanda acesa, como se alguém tivesse acabado de chegar. Porém, o carro da família não estava na garagem. Assim como no caso de Ali, os pais de Toby e Jenna também eram muito ocupados.

- Entrem. - Ali sorriu enquanto abria a porta da frente de sua casa. A sala estava cheirando a chocolate quente e pão de queijo, e a lareira estava um pouco acesa.

As meninas seguiram atrás de Ali até seu quarto no andar de cima. Aria sentia arrepios toda vez que passava na frente do quarto de Jason, mas ela preferia não dizer nada sobre isso.

As meninas se acomodaram no tapete branco circular, no centro do quarto, e arrancaram seus sapatos de salto alto.

- Eu tenho uma ideia. - disse Ali, enquanto sentava entre Hanna e Aria.

- O que? - Emily perguntou, com o mesmo entusiasmo.

- Podíamos jogar um jogo. - Um sorriso maligno cruzou os lábios de Ali por um instante, mas as meninas pareciam não notar.

 - Que tipo de jogo? - perguntou Aria, um pouco insegura.

- Se chama "calar a vadia". - disse Ali, rindo.

- O que? - Spencer riu, intrigada.

Ali se levantou e pegou um baralho de cartas numeradas, e colocou-as no centro do tapete viradas ao contrário.

- Quem tirar o número cinco escolhe como vai ser. - disse Ali, com uma voz doce e calma.

- Como é? - Emily encarou as cartas, tentando entender.

- Hm, vou explicar de um outro jeito. - Ali se sentou novamente. - É assim. Se você tirar o número cinco, você escolhe o que quer que nós façamos com aquela sua colega idiota de natação, a Paige.

Emily riu, como se tudo fosse uma brincadeira de criança.

- Eu ainda não entendi.

- O jogo se chama "calar a vadia". - Alison piscou. - Então temos que fazer ela se calar. - ela riu.

- Isso não faz sentindo. - Spencer arrumou a barra de seu vestido. - Então nós iríamos simplesmente... Arrancar a língua dela? - ela deu um riso ironico.

- Se for necessário. - Alison riu. Elas só não perceberam que havia sido uma risada diferente da que ela costumava ter, diante de um simples jogo bobo invetado por elas.

As meninas concordaram. Afinal, o que tinha de ruim nisso? Era só uma brincadeira. Uma brincadeira sem sentido que poderia até ser engraçada, talvez. Elas não sabiam como jogar, afinal elas nunca haviam ouvido falar sobre esse jogo. Mas Ali já, há muito tempo atrás. Um dia depois do inverno ir embora, quando o lago que fica em frente à sua casa em Poconos ainda estava descongelando aos poucos. Alison estava caminhando pelo segundo andar, quando deparou com uma voz vinda de um dos quartos. Era Courtney, falando com suas bonecas.

- Esse jogo se chama "calar a vadia". - Cortney ria baixinho, cantarolando músicas estranhas. Alison ficou escutando do outro lado da porta, por muito tempo naquele dia. Talvez isso tenha sido um erro.

- Ali? - Hanna cutucou seu braço, trazendo-a de volta à realidade.

Alison ficou pálida por um instante, como se estivesse presa em um pesadelo muito distante.

- Desculpem. - disse ela, voltando ao normal. - Eu só... Estou um pouco cansada.

Ela esticou seus braços e embaralhou as cartas desajeitadamente, mas de olho em uma. Na que ela sabia ser a certa, a que ela deveria escolher.

Cada uma das meninas pegou uma, de olhos fechados, e depois mostraram uma para as outras.

Hanna havia pego o número dois, assim como Aria. Spencer e Emily estavam com o número três. Nenhuma das meninas conseguiram a carta de número cinco, exceto... Ali.

O estômago de Aria congelou quando ela viu a carta de número cinco na mão da amiga, que sorria maliciosamente por ter conseguido vencer mais um jogo. Mais uma vitória para Ali. Mas, algo em Aria dizia que aquilo não era só um jogo bobo, e sim algo maior.

- E o que vem agora? - perguntou Emily, curiosa.

- Quem é a vadia que você vai escolher? - brincou Hanna.

- Jenna. - disse Ali, espontaneamente.

- O-O que? - O lábio inferior de Spencer tremeu. - Você quer que... A gente cale a Jenna Marshall?

- Isso é apenas uma brincadeira, certo Ali? - perguntou Aria, com uma voz fria.

- Se você não quiser brincar Aria, pode ir embora. - Ali olhou para ela, como se pudesse destrui-la por dentro.

As meninas continuavam a encarando, tentando entender realmente do que se tratava aquela "brincadeira".

- Vamos lá. - disse Ali, se levantando. - É só uma brincadeira!

As meninas ficaram de pé, encarando umas ás outras, sentindo arrepios percorrendo seus corpos.

- Vocês aceitaram entrar no jogo. - Ali encarou suas quatro melhores amigas, que estavam paradas diante dela. - Agora vocês vão me ajudar, certo? - Sua expressão parecia hipnotiza-las, de modo que fizesse todas elas concordarem com qualquer coisa.

- Ok. - disse Emily, com um meio sorriso tímido. E as outras três concordaram novamente, mesmo um pouco aflitas.

Emily, Hanna, Aria e Spencer seguiram Ali até a varanda dos fundos. O vento lá fora estava ainda mais frio do que antes.

As meninas desceram cuidadosamente os degraus com seus pés descalços. A grama era tão suave e macia, que pareciam estar flutuando.

Ali abriu uma pequena porta nos fundos. O lugar cheirava a sabonete de erva doce e todo tipo de produto de limpeza. Alison esticou o braço e acendeu uma pequena lâmpada, que iluminava todo o lugar. As meninas entraram atrás dela, sem sequer perguntar o que estavam fazendo ali.

Uma última caixa nos fundos, dizia "cuidado - explosivos". Ali continuava andando, na direção da caixa. Emily ficava cada vez mais aflita.

Alison se abaixou e arrancou uma fita de proteção que a lacrava, e pegou um tipo de tubinho preto com um fio metalizado na ponta.

- O que é isso? - perguntou Spencer.

- É só uma bombinha, Spence. - Ali revirou os olhos. - Vai deixar um cheiro ruim. É o nosso modo de nos vingar.

- Vingar? - Emily engoliu em seco. - Mas ela não fez nada para nós.

- Em, eu ganhei o jogo! - exclamou Ali, furiosa. - Jenna Marshall é uma vadia.

Emily abaixou a cabeça, um pouco triste.

- Desculpe. - disse ela, sem jeito.

Ali andou até o canto esquerdo e começou a procurar algo em cima de uma grande prateleira. Aria tinha sido colocada como ''vigia'' na porta. Seu corpo estava quase congelado do lado de fora.

- Achei! - disse Ali,  agarrando uma caixinha de fósforos e entregando-a para Spencer, que apenas aceitou sem dizer nada.

As meninas ficaram paradas por um segundo, tempo suficiente para Aria ver algo passando do outro lado do quintal, correndo em direção à floresta. Ela pensou ter sido só um gato ou qualquer coisa assim. Ou talvez tenha sido algo mais. Mas, para ela, o frio estava mais preocupante naquele momento.

Elas saíram enfileiradas e atravessaram o quintal de Alison. A luz do quarto de Jenna estava apagada, mas Alison sabia exatamente onde ela estaria agora. Os Cavanaugh tinham uma pequena garagem nos fundos da propriedade, onde Jenna havia transformado em  uma pequena sala de artes. Ela passava a maior parte do seu tempo lá, pintando quadros ou tocando flauta.

- Vamos. - Alison fez um gesto com a mão para suas amigas, que a seguiram até o ponto onde a cerca ficava mais baixa.

- Você quer... - Hanna fez uma pausa, tremendo com o frio. - Que a gente pule?

- Qual é Han. - Alison revirou os olhos. - Não vamos morrer ou qualquer coisa assim.

Alison foi na frente, seguida de Emily, Spencer, Aria e uma Hanna um pouco tremula.

As cinco ficaram escondidas atrás de uma árvore por um momento, tendo a certeza de que não havia ninguém as espionando. Mas, talvez, só talvez, elas não tenham olhado direito.

- Me dá o fósforo. - Ali sussurrou para Spencer, que esticou sua mão tremula que segurava com força uma caixinha azul.

- Ali... - Emily encarou o chão por um momento. - Eu não quero fazer isso.

- Pode voltar então, Emily. - Alison alterou um pouco a voz. - Você que sabe!

Tudo o que Emily menos queria era que Ali ficasse brava com ela. Se Hanna, Spencer e Aria ainda estavam ali... Então por que ela voltaria para dentro da casa? Ela poderia passar a ser a excluída, e Ali poderia gostar menos dela e mais das outras. Essa era uma coisa que ela não podia deixar acontecer.

Alison pegou a caixinha de fósforos da mão de Spencer e olhou em volta mais uma vez. Ninguém estava a vista. Ela retirou de dentro um pequeno palito de fósforo, e se aproximou da porta da garagem. Por sorte, estava destrancada.

- Quando eu disser já, é para vocês correrem. - disse Ali, sussurando.

- Você tem certeza de que não tem ninguém lá dentro? - Spencer deu um passo à frente, um pouco nervosa, apontando para a garagem.

- Eu já disse, não vai causar uma explosão! - Ali parecia ainda mais nervosa.

- Tudo bem. - disse Spencer, se afastando.

Ali abriu um pouco a porta, riscou o fósforo e acendeu a bombinha. Olhando mais uma vez em volta, dessa vez mais rapidamente, ela jogou o explosivo dentro da garagem e fez um gesto para  que as meninas corressem.

- Já! - disse ela, com o tom de voz mais baixo que pudera encontrar em uma situação como aquela.

Depois de alguns segundos, uma grande quantidade de fumaça começou a surgir da garagem. Logo em seguida, uma explosão. E, em meio as chamas, um grito.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez peço desculpas pela ausência de um novo capítulo. As provas finais ainda estão acontecendo, mas uma boa notícia é que as minhas aulas terminam na semana que vem. Assim, prometo postar com mais frequência. Pretendo começar outra fanfic em breve também, que passarei a escrever nas férias junto com essa. Enfim, espero que vocês tenham gostado do capítulo :). E não se esqueçam de mandar reviews. O que vocês acham que vai acontecer agora? xo, ♥