Mr. And Mrs. Oliver escrita por lsf


Capítulo 8
End of the puzzle


Notas iniciais do capítulo

Então é isso, eu sou uma mentirosa! Disse que postaria até sábado, mas agora são 11 horas da noite (horário de verão) no domingo e eu estou postando. Podem me chamar de tirana. Haha.
Mas é isso. Aqui está a última peça do quebra-cabeças. Aproveitem.
Eu não sei como a minha mente doentia pretende fazer o próximo capítulo, mas tenho alguma ideia. Provavelmente será o último aqui.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260322/chapter/8

POV Jade

Depois da conversa que tive com a Tori, resolvi que teria uma conversa com o Beck também. Hoje é sexta e estamos todos na escola e eu estou colocando os meus livros dentro do armário até que Ryder chega até mim e bate com a mão esquerda no armário ao meu lado.

“Olha, Jade, eu não faço ideia do que você estava pensando quando recusou aquele menino, mas... Eu quero que você se case com ele.”

        “Desculpa, Ryder, mas não faz mais tanta diferença assim.” – Eu respondi, dando-lhe um sorriso.

        “Ah, faz sim. Você acha mesmo que eu iria desistir de você para que a sua família pudesse ter mais dinheiro?” – Ele disse e, quando eu fui abrir a boca para responder, ele continuou: “Não, Jade. Eu não iria. Eu não sou assim, e eu sei que você nunca me aceitaria se eu fosse. Eu te amo, de verdade, com todas as minhas forças.”

“Então fica comigo.”

“Eu não posso, e você sabe disso. Eu desisti de você porque eu sei que você ama ele muito mais do que poderia algum dia me amar e que ele se sente da mesma forma por você. Você pode achar que foi por dinheiro e tudo mais, porque eu te conheço, West, mas não foi. Aquilo tudo lá foi real.”

“Ótimo, mais gente que me entende e apoia.” – Eu disse e revirei os olhos.

“Jade... Para. Eu sei que você gosta dele, e você tem a que se casar com ele.”

“Ok. Vou considerar sua opinião sobre o assunto desde que você venha até a casa da Tori e do Beck hoje a noite. Vamos ter uma noite do pijama, ou coisa do tipo, e a Tori deu a sugestão de fazer isso como um pretexto para eu e o Beck conversarmos.”

“Eu não me sinto bem-vindo lá.”

“É porque você não é bem-vindo lá. Mas eu não me importo, você é meu convidado. Apareça e eu vou considerar sua opinião. É as oito.” – Eu disse, e saí andando.

“JADE!” – Diminui o passo para escutá-lo. “Você não pode negar que você pertence a ele.” – E então eu me virei, agora com raiva.

“Tô cansada que me digam a quem eu pertenço.” – E então fiz meu caminho até a sala de aula.

Em algum horário, perto das 7 horas, eu estava batendo na porta da casa do Beck. É, uma hora mais cedo, mas quando você tem a Cat te enchendo o saco, você acaba fazendo sacrifícios.

“Eu atendo.” – Ouvi a voz do Beck vindo de dentro da casa. Ele abriu a porta e vi que ele ainda estava um pouco devastado. Ele abriu e se apoiou de lado no marco da porta e deu um sorriso. “Jade. Cat.” – Ele cumprimentou-nos e então indicou com o braço que entrasse. “Tori está lá em cima. Vocês chegaram cedo.”

“Cat estava insistindo muito.” – Eu dei de ombros e joguei minha bolsa no sofá. “Tem café?”

“Yep. Na cozinha.” – Ele me respondeu e eu saí em direção à cozinha. Cat tinha subido as escadas. Peguei uma xícara aleatória, que na verdade tinha sido a maior que eu havia encontrado, e enchi de café. Encostei-me na mesma bancada em que alguns dias atrás eu estava abraçada no Beck. Passei os dedos entre o meu cabelo – uma mania que eu peguei dele – e tomei um gole de café. “Você sabe o que é bom?” – Beck veio até mim e me perguntou. Eu neguei com a cabeça e ele continuou falando, enquanto abria o freezer. “Sorvete com café. Já provou?” – Neguei novamente e então ele tomou o café das minhas mãos.

“HEY!” – Eu basicamente gritei. Então ele pegou um potinho, colocou sorvete de creme e virou o café dentro, misturando os dois. “Então, eu tomo ou eu como isso?” – Ele sorriu.

“A escolha é sua, madame.” – E ele se curvou, colocando um pé para trás e um braço a frente do estômago, como se eu fosse da realeza. Então eu ri e tomei o café-sorvete.

“Oh.” – Eu não sei o que aconteceu, mas eu senti minhas pernas amolecendo, minha cabeça começando a girar e acho que o ruído que saiu da minha boca foi um gemido. “Isso é algo de Deus.” – Eu disse, e então Beck riu e se aproximou de mim.

“Tem alguma coisa aqui.” – Ele disse, e limpou a minha bochecha usando o dedão, descansando a mão no meu pescoço, causando um arrepio em mim. Percebi que o olhar dele era tenro, e que ele estava se aproximando cada vez mais de mim, e que eu estava contra a bancada. Não que eu quisesse fugir, mas eu não sei o que ele está pensando. Quando eu já estava prestes a fechar meus olhos, ele se afastou. Passou a mão pelo cabelo, e então me olhou com os olhos tristes. De novo. “Desculpa. Olha, Jade, eu não faço ideia de porque você não quer se casar comigo, embora você saiba que você vai ter que, mas... Eu te amo, tá legal? Não é algo que eu diga muito, de qualquer forma, eu poderia dizer todos os dias. Eu... Te quero aqui comigo. Independente de qualquer coisa.” – E aí ele saiu da cozinha, sem mais nem menos.

“Beck!” – Eu chamei, e fui atrás dele. “Eu... meio que te amo também. Só que... você já percebeu que a gente nem sequer namorou e você me pediu em casamento?”

“Eu teria te pedido em namoro, mas... Você sabe que vai ser algo que vamos aceitar e, se vamos fazer ser forçados a fazer algo que queremos fazer, porque não fazermos de bom gosto?” – E então, ele me olhou nos olhos e pegou a minha mão. “Jadelynn August West, você seria minha namorada e minha futura esposa?”

“Claro.” – Eu sorri e então ele deu um sorriso genuinamente feliz e me abraçou, posteriormente me dando um beijo na bochecha.

“Awnnnn.” – Ouvimos um pequeno coro vindo da escada.

“A quanto tempo vocês estão aí?” – Eu perguntei, tirando minhas mãos da nuca do Beck e ficando de costas para ele, de modo que ele me abraçou.

“Tempo o suficiente.” – Tori disse.

“Cuidado com as palavras.” – Eu respondi. Tori revirou os olhos. Acho que as pessoas dessa cidade tem um timming e tanto, porque, assim que nós ficamos em silêncio, a campainha tocou e Tori foi atender, chamando o Andre e o Robbie para entrarem. Vimos que era oito e quinze e decidimos pedir uma pizza. Talvez umas três, na verdade. Mas tudo bem, porque depois fomos jogar poker.

Foi cerca de uma hora depois que começamos a jogar poker que ouvimos uma batida na porta. Estranhamos, porque já estávamos comendo pizza, e então Beck se levantou e foi atender a porta. Ele abriu e ali vimos o Ryder, e que eu já tinha esquecido completamente que ele viria. Beck quase fechou a porta na cara dele, até ele falar que eu tinha convidado ele e então eu fui até eles.

“Convidei Ryder, acho legal que você se de bem com os meus amigos.” – Eu disse e dei de ombros, enquanto Beck deixava Ryder passar e fechava a porta, enfurecido. “Então, noiva, demorou tanto assim para se arrumar?” – Eu perguntei, com um sorriso maroto no rosto.

“Dessa vez não.” – Ele sorriu. “Mas quando eu estava vindo pra cá, tinha um carro me seguindo... Tive que dar voltas enormes até ele se perder, e quando ele se perdeu, eu vim.” – Ele disse, colocando a mão na nuca. Um arrepio percorreu a minha espinha. Algo muito ruim estava por vir. Mas ignorei meu aviso e convidei Ryder a sentar e jogar conosco, uma vez que Beck já tinha ido sentar.

Pouco tempo depois de pararmos jogar, ouvimos uma batida na porta e como Beck estava no telefone com a mãe dele e a Tori havia ido ao banheiro, eu atendi a porta. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido. Era o cara encapuzado, o mesmo que havia atacado a Cat, só que desta vez ele tinha uma arma. Ele deu um sorriso desgostoso e a apontou para mim.

“Eh. Sabe o que me impressiona, moça? Como a vida dá voltas.” – Eu pude ver a satisfação em seus olhos, juntamente com o desejo de atirar em mim e acabar com tudo aquilo naquele momento. Mas não, ele era um jogador. Senti os olhares com medo atrás de mim, ouvi o choro baixo da Cat. Todos os meus sentidos estavam aguçados – eu estava em estado de alerta, igual a uma leoa que protege seus filhotes. Arg. Essa foi bem clichê. Todos os sons da sala haviam se perdido. Eu recuei alguns passos e percebi que os outros ainda estavam muito atrás de mim. O cara continuou me observando com aqueles olhos conhecidos. Era uma daquelas máscaras pretas em que se conseguia ver apenas os olhos e a boca... Ainda assim eu sabia que era alguém que eu conhecia. Mas eu simplesmente não conseguia relacionar a ninguém mais além do Ryder... Olhei para trás para me certificar sobre quem estava atrás de mim. Estavam praticamente todos lá, olhando para mim, exceto o Ryder. Então eu pude ouvir passos.

“Galera, olha só o que eu achei...” – Ele falou, antes de olhar da escada e perceber o que estava acontecendo. Ele estava com um filme na mão, ou algo do gênero. “Eu se fosse, você, nem tentaria.” – Ele disse, e então pulou do alto da escada e o cara, com um susto, disparou contra o Ryder. Beck veio até mim com a intenção de me proteger e Andre foi tentar socorrer Ryder, que estava caído no chão, mas antes disso, o cara se virou para mim novamente. Vi a poça de sangue se formando sob o Ryder, e então não pude conter minhas lágrimas, que deixaram minha visão embaçada. O cara parecia ter tomado uma expressão mais séria e então disse:

“Acho que é hora de acabar com o jogo. Game over, senhorita West.” – E então, eu fechei meus olhos e ouvi um tiro. Não senti dor alguma. Então tudo aconteceu rápido demais, novamente. Ouvi outro tiro. Abri meus olhos e percebi que Beck tinha se posto a minha frente, mas ele ainda estava ali. Ele não tinha se machucado. Olhei adiante e vi Ryder com a arma apontada para o sujeito, que estava no chão, com um furo no peito. Ryder tinha um buraco no ombro, do qual o sangue saía continuamente. Ryder deve ter feito algum movimento muito rasteiro e batido na mão do assassino, que havia desviado o tiro, porque havia um furo no teto. Tudo estava acabado. Eu saí dos braços do Beck e vi o homem tão misterioso deitado no chão, imóvel. Ryder atrás de mim, paralisado, percebendo o que havia feito. Assassino ou não, ele havia matado um homem. Ryder era o tipo de cara que nunca mataria alguém se fosse para sobreviver. Andei devagar até o homem, enquanto Ryder se sentava no chão, tentando estancar o sangue. Ouvi alguns ruídos ao fundo, que eram Tori chamando ambulância e a polícia, depois ligando para os pais. Ajoelhei-me ao lado do homem e tirei a sua máscara vagarosamente, com medo do que poderia encontrar. E então, a minha ficha caiu. Os olhos iguais aos do Ryder, o cabelo preto quase que raspado. Minha única suspeita, anterior a hoje, estava errada. Nunca havia sido o Ryder. Sempre havia sido o John.

John Daniels, aquele cara mais velho, o meu antigo vizinho. O garoto mais velho, que protegia o Ryder. Que era abusado pelo próprio pai apenas para proteger o irmão. Que foi estuprado, que apanhava. Mas, que matou o próprio pai. Lembro-me dele empurrando a mim e ao Ryder no balanço, dele nos levando para tomar sorvete e de como ele era quase que um irmão mais velho para mim. Eu me lembro do sorriso dele, de como ele era inteligente e bonito. E eu me lembro de quando ele fugiu, na mesma noite que matou o pai. Ele havia ficado maluco, surtado após tantos anos de abuso. E para não ser internado, fugiu. Nunca mais ouvimos notícias dele. Então, eu ouvi outro tiro. E eu não precisei olhar para saber o que tinha acontecido. John sempre foi o super-herói do Ryder. Sempre. Ele aguentou qualquer coisa pelo irmão mais novo, e quando John fugiu, Ryder não pôde suportar. Ouvi alguns gritos e choros altos e, a essa altura, eu já estava caída por cima do corpo de John com lágrimas escorrendo em meu rosto. Pouco antes de Ryder se tornar meu melhor amigo, descobri que ele se cortava. Que ele se feria, porque não podia aguentar aquilo tudo. Aquela dor, agonia, no peito. E então, nós nos juntamos e crescemos juntos. Ele parou de se cortar por mim. Porque, tanto quanto ele havia se tornado a minha fortaleza, eu havia me tornado a dele.

Levantei meu tronco, respirei fundo e tomei coragem de me virar. Mesmo que eu já soubesse, a minha ficha caiu apenas naquele momento. Ryder havia atirado em si mesmo. No peito. Corri até ele e consegui sentir seu peito subindo e descendo pela última vez. Acompanhei o seu último suspiro e percebi então que eu havia sido a última coisa que ele tinha visto na vida.

Todos os outros estavam confusos, e eu estava chorando cada vez mais. Logo os policiais e a ambulância chegaram, reconheceram os corpos, falaram algumas coisas que não prestei atenção, senti Beck enrolando uma toalha envolta do meu corpo e me abraçando. Embora não fizesse diferença. Ryder estava morto e isso era tudo que eu podia pensar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OH YEAH! É isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado do capítulo, certamente não o maior, mas meio que... Marcante.
Bem, deixem suas opiniões e todos os blábláblás que eu sempre falo aqui.