Killing Loneliness escrita por Luana Lee


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, espero realmente que gostem, minhas fofurinhas >.
Boa leitura.



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 Caminhar por aquela rua cinzenta era parte crucial de minha cansativa rotina.

 O dia estava chuvoso. Meu guarda-chuva amarelo era o único ponto de cor ali, a não ser pelo táxi de mesma cor parado em frente a uma sala comercial há tempos abandonada.

 Mas agora o local estava ocupado. Para minha surpresa tudo ali tinha sido mudado e, aparentemente, posto para funcionar da noite para o dia.

 A porta tinha o desenho de um grande símbolo desconhecido por mim. Parecia um coração com uma... estrela? Eu não fazia ideia.

 O lugar parecia ter virado uma espécie de empresa, ou coisa do gênero. Continuava com a pintura acinzentada de antes, mas parecia que algo ali havia mudado.

 Eu lembrava claramente que havia pelo menos uma janela ali na frente, mas ela não estava mais ali. Agora só havia pequenas janelas no alto, apenas o bastante para a entrada de luz.

 A porta do táxi se abriu, de lá saiu um homem. Não pude ver seu rosto, ele correu de cabeça baixa sob a chuva até a porta com o símbolo exposto e a abriu, entrando rapidamente no local e batendo a porta.

 O táxi arrancou, só então percebi que havia parado ali para admirar com atenção o lugar, agora tão mudado.

 Balancei a cabeça rapidamente e voltei a caminhar. Mesmo intrigada com aquilo eu não podia perder minha hora. Além do mais, eu nunca prestava atenção nas coisas ao meu redor enquanto andava pela rua. Era muito provável que aquele lugar estivesse daquele jeito há tempos e eu só percebera hoje.

*

 - Ele está surtando atrás de você – disse Angela, minha colega de trabalho.

 - O que eu fiz? – desesperei-me imediatamente, soltando minhas coisas sobre minha mesa.

 - O que você não fez – ela corrigiu, nervosa. – O artigo que ele lhe pediu.

 - Oh Deus, eu esqueci – um grande nó se formou em minha garganta.

 - É melhor ir falar com ele, rápido – ela disse apenas, saindo de minha pequena sala.

 Corri pela redação inteira até chegar à sala de meu chefe.

 Eu era estagiária – quase contratada – do jornal local. Eu estava prestes a conseguir um espaço só meu no jornal, não era possível que eu fracassasse agora.

 Respirei fundo e bati levemente na porta da sala do Sr. Edwards, meu chefe e editor chefe do jornal. Ele me dera essa chance depois de eu insistir muito e mandar diversos e-mails tentando mostrar meu potencial. Eu não podia o decepcionar agora.

 - Entre! – a voz rude e rouca de meu chefe falou do outro lado da porta.

 Girei a maçaneta e abri a porta rapidamente, adentrando a sala. Sr. Edwards encarou-me sério, como se esperasse uma explicação. Ele era um homem de cinquenta anos sem muita paciência, já com milhares de cabelos brancos na cabeça.

 - Eu sinto muito – disse apenas, abaixando a cabeça e esperando o que ele iria dizer.

 Ele respirou fundo.

 - Any... – ele começou, espantando-me logo por não estar gritando e me mandando sair daquele lugar e nunca mais aparecer em sua frente. – Eu sei que as coisas não estão indo bem para você, mas você não pode deixar sua vida pessoal interferir em seu trabalho.

 - Mas... eu estou bem – retruquei. – Está tudo ótimo, na verdade.

 - Eu sei o que aconteceu com o seu... namorado – ele terminou a frase como se estivesse perguntando-me se a palavra certa era esta mesmo.

 - Isso nem tem nada a ver com a minha pequena falta de atenção aqui. Eu apenas não me sinto muito bem – contestei.

 - Porque você não tira algumas semanas para descansar? – ele sugeriu, para meu espanto. – Você não vai conseguir fazer nada produtivo se não ficar uns belos dias em casa para poder esquecer tudo o que aconteceu.

 - Mas eu estou bem – insisti. – Não tenho nada para esquecer. O que aconteceu já é passado, não está me afetando... O que eu preciso agora é trabalhar e ocupar minha cabeça.

 - Isso é uma ordem, Any – ele ignorou minha insistência. – Você não vai conseguir encher sua cabeça de trabalho pelo simples fato de que ela já está cheia de outras preocupações. Então, você irá hoje mesmo para sua casa esvaziar essa sua cabeça. E não irá voltar enquanto estiver assim. Procure uma amiga, um psicólogo, sua família... Alguém com quem possa desabafar.

 - O senhor está falando como se eu tivesse problemas mentais – falei.

 - É isso que você terá se não parar agora para descansar – ele retrucou. – Saia da minha sala agora. Não quero ver você nos próximos dias.

 Não falei mais nada. Eu sabia que não teria como recusar isso. Mesmo que eu não concordasse, teria que aceitar.

 Angela ficaria a cargo de cuidar de tudo enquanto eu estivesse fora. Ela não parecera se importar com isso, além do mais, podia contar pontos para que ela também ganhasse um grande cargo na redação.

 Voltei para casa cerca de uma hora depois, com a sorte de não estar mais chovendo. Mas o dia continuava nublado e as nuvens ainda pesadas e cinzentas.

 Quando passei em frente à grande porta escura com aquele símbolo desconhecido, fui obrigada a parar novamente. Fiquei fitando aquele lugar e tentando entender, mais uma vez, como ele mudara tanto sem que eu percebesse.

 De repente a porta se abriu e dois adolescentes saíram do local. Duas garotas loiras e baixinhas, vestidas com roupas típicas de colegiais. Elas riam, falavam de algo que eu não entendia, mas pude entender coisas como “irei voltar mais vezes” e “como eles eram bonitos!”.

 Do que diabos elas falavam? Isso estava me deixando extremamente intrigada.

 Eu estava com uma grande vontade de entrar ali e ver com meus próprios olhos. Eu nunca fora uma garota curiosa, mas agora eu daria tudo para saber o que acontecia naquele lugar.

 Eu estava em um grande dilema interno, tentando decidir entre dar meia volta e ir para casa, ou entrar ali e descobrir logo o que de tão interessante havia nesse local.

 Respirei fundo, revirando meus olhos com a idiotice que estava fazendo. Não devia ser algo tão bom, mas também não devia ser tão ruim. Então, andei até a porta e girei a maçaneta.


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Notas finais do capítulo

Reviews? lol
Então, acho que essa vai ser mais uma dos meus "xodós", então, espero que vocês curtam a história ^^
Beijos