Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 8
Pela Primeira Vez


Notas iniciais do capítulo

Para compensar a falta de capítulo na semana retrasada, desta vez resolvi adiantar um pouco.
Creio que as postagens devem voltar à normalidade agora. Ou não, vai que eu sofro de outro surto de criatividade...



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Todos se viraram para observar o recém-chegado. Fernand o reconheceu de imediato, mas não fez qualquer sinal nem dirigiu qualquer saudação. Lá reinava um clima de seriedade, facilmente notado por Walters.
-Eu soube que teve sucesso em sua missão, Astrock. Meus parabéns.
O elogio era sincero, o capitão estava verdadeiramente contente com as ações de seu aliado e acreditava que ele merecia algum tipo de condecoração. Porém, esta era a última coisa que manipulador da terra desejava naquele momento. Ainda assim, portou-se de forma educada.
-Obrigado, Walters, mas eu não fiz tudo sozinho. Você deve agradecer a estas bravas guerreiras, pois sem elas jamais teríamos derrubado a barreira de Chesord.
-Exato, e este grupo foi transportado hoje mesmo para cá através da conexão que temos com as bruxas. Todos concordaram em auxiliar Empericia na batalha que está por vir, algo pelo qual sou muito grato. – Comentou o rei.
Como o assunto era propício, Lince decidiu que estava na hora de revelar a boa notícia que trazia para seu regente e assim o fez.
-As bruxas também estão decididas a nos auxiliar, meu rei. Em breve sua líder, Anya Wald, deve vir para a capital.
-Excelente, Walters. Sendo assim darei a você a missão de levar estas nobres senhoritas para aposentos livres neste castelo, pois serão minhas convidadas.
-Certamente, meu rei.
Lince sabia que, embora Fernand tivesse sua própria residência, esta ficava a uma longa distância da capital. Assim sendo, ele certamente utilizaria um dos quartos do quartel da cidade, como todo militar de baixa patente. Mas havia algo que o capitão não sabia e o inquietava. Ele não conseguiu conter sua curiosidade e perguntou.
-O que aconteceu com a arma experimental? Pensei que ele estaria junto com você, Astrock.
-O nome dele é William Storde!!!
O grito foi de Yasmin, genuinamente revoltada pela forma como Lince havia se dirigido ao manipulador do vento. Percebendo sua gafe, o rapaz tentou se reparar mudando o tom de voz para um mais amistoso.
-Minhas sinceras desculpas, você tem razão em me criticar. Então por gentileza, podem me dizer o que houve com Storde?
Todos os integrantes do quinteto mantinham as cabeças baixas, os olhares fixos no chão. Por um minuto inteiro nada foi dito naquele recinto, até que finalmente a voz vacilante de Yasmin, dita quase num sussurro, revelou o que Lince tanto desejava saber.
-William... se sacrificou para nos salvar...

Todos os seis manipuladores estavam caídos diante do pátio da base da Ordem da Rosa Branca. Quatro integrantes deste grupo estavam em pé no mesmo local: Inferno, Quartzo, Sol e Vulcano. Vortex permanecia sentado, pois a dor em sua perna fraturada o impedia de permanecer em outra posição. O líder da ordem estava determinado a matar todos os inimigos, pois acreditava piamente que a queda da barreira traria ruína e sofrimento para o povo de Chesord.
Yasmin estava consciente, mas não conseguia realizar qualquer ação. Totalmente exausta, a garota também tinha noção de que seria a primeira do grupo a morrer. Sentia-se triste com isso, mas o pensamento de que havia feito algo pelo bem de seu reino a reconfortava. Seu sacrifício teria significado quando Vladmir Banemare fosse derrotado e, quem sabe, ela seria lembrada como uma heroína. Quem sabe...
Também havia outro manipulador consciente dentre aqueles do grupo da capitã. Era William, originalmente inimigo jurado da Pyrath, mas que agora se sentia horrível por não conseguir fazer nada para protegê-la. Cenas passavam por sua mente, desde seu primeiro encontro na cidade de Elppa, passando por seus diversos confrontos até chegar nos momentos de companheirismo, em que um protegeu o outro.
Por fim, William percebeu que não estava triste porque seria morto e jamais alcançaria a liberdade que tanto sonhou, mas sim porque os companheiros com quem dividiu tantos momentos estavam prestes a morrer e ele nada podia fazer.
-“É o fim da linha para mim. Talvez eu tinha sido orgulhoso demais e falhado ao achar que era mais inteligente que todos da Rosa Branca. Sendo assim...”
Ainda havia algo que o manipulador do vento podia fazer, mesmo sendo uma escolha que ele prometera a si mesmo nunca tomar. Agora que lhe restava apenas esta saída, William decidiu que seria este o caminho que tomaria.
-“Os momentos que passei com vocês foram preciosos para mim, mesmo que eu não tenha percebido isso antes. Eu gostaria de poder viver um pouco mais junto com vocês, mas este é outro sonho que não poderei realizar.”
O golpe que Inferno estava prestes a desferir contra Yasmin foi detido por um relâmpago negro que o fez largar a espada. A arma girou no ar e caiu a meio metro de distância do manipulador das chamas negras.
-“Pela primeira vez na minha vida tomarei eu mesmo uma decisão. Farei isto porque é o que desejo de todo o coração, não porque alguém me deu uma ordem. Farei isto porque quero proteger meus amigos e companheiros.”
Cada vez mais relâmpagos dançavam pelo espaço ao redor de William, espantando os guerreiros da Rosa Branca. Eles não conseguiam acreditar que depois de todos os golpes que havia recebido aquele rapaz ainda tivesse condições de lutar, muito menos que ocultasse tamanho poder.
-“Poder maldito que habita na minha alma, eu entrego meu corpo a você. Abdico toda a minha vontade, toda a minha existência e todos os meus sonhos, mas me conceda poder. Conceda-me o poder para proteger aqueles que são importantes para mim!”
Naquele momento, William Storde deixou de existir, pois sua consciência parou de lutar contra o poder que tentava dominá-lo. Seus olhos se tornaram avermelhados, mas a tonalidade mudou lentamente, passando para laranja e então chegou ao amarelo.
-Inferno, o que está acontecendo? – Perguntou Quartzo, levemente assustado.
O chão ao redor de William explodiu e destroços se ergueram, sendo pulverizados pelos diversos relâmpagos que cruzavam o ar em alta velocidade. Num instante as espadas do rapaz saltaram do chão para suas mãos. Sem nenhum resquício de humanidade no olhar, ele se lançou contra seus inimigos.

De volta ao presente, Milla, a bela bruxa ruiva de longos cabelos ruivos e encaracolados, cujos olhos esverdeados eram bastante sedutores, observava com um pouco de pesar duas espadas cravadas no chão em diagonal, cercadas de flores tão prateadas quanto o metal das armas e que dançavam em espiral. Embora geralmente preferisse vestes brancas, naquele dia a mulher trajava um vestido simples e preto.
-Realmente, mesmo tão singelo este é um belo monumento para honrar a bravura dos seis manipuladores que lutaram de corpo e alma para derrubar a barreira de Chesord. E também para honrar a bravura de um homem que lutou até o fim para defender seus amigos.
As flores eram mantidas suspensas por magia, um ritual feito pela própria Madame Papillon e que havia durado alguns dias. Porém, agora tais flores permaneceriam girando por muitas décadas sem secar ou desaparecer.
-No fim você agiu como um verdadeiro herói, William. Tenho certeza de que aqueles que lutaram ao seu lado não vão esquecê-lo jamais.
Milla deu as costas para o monumento mágico e iniciou seu caminho de volta para o esconderijo. Durante o trajeto, um pensamento cruzou a sua mente e a deixou melancólica novamente.
-“Provavelmente Kate vai chorar ao ver as espadas que ela mesma entregou para William agora cravadas no solo...”


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Notas finais do capítulo

Teriam eles deixado de notar uma informação importante?
Capítulo 109: Olhos de um Demônio
Em breve.



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