Pov. Hermione Granger

O verão não podia estar sendo melhor, passando cada minuto daquele intenso calor perto de Fred, sem que ninguém reclamasse ou horários de estudo para nos atrapalhar.

Voldemort não deu nenhuma manifestação de estar agindo, mas o Sr. Weasley gostava de estar sempre prevenido contra alguma coisa, tal como um ataque no Ministério ou coisa do gênero.

Muitas coisas faziam o tempo passar cada vez mais depressa, não só o fato de ter a presença de Fred perto de mim o tempo inteiro, mas também por estar junto com meus amigos, coisa que nunca era pouco.

A Sra. Weasley estava muito feliz pelo Sr. Weasley, ele conseguiu a semana de folga no Ministério, por conta de uma inundação misteriosa em seu departamento.

-Nada com o que se preocupar – dissera ele em um jantar. – Tenho certeza de que Voldemort não está a fim de pregar peças em ninguém.

Pode ser que com isso não deveríamos nos preocupar, mas depois de uma semana, as coisas começaram a ficar piores.

Gina estava lendo uma edição do Profeta Diário onde se lia:

“Família de trouxas é assassinada: Ministro investiga caso com cautela”

-O que acha que pode significar? – perguntei interessada no assunto, mas Gina também não sabia.

Ela poderia não saber, mas sei que em algum lugar, bem ao fundo na mente dela, passou a simples hipótese de que Voldemort estivesse por trás de tudo aquilo, sem contar no fato de que em pensava que tinha razão.

O tempo ao lado de Fred passava muito depressa, não sei como aquilo era possível. Mas não era o tempo que contava e sim a maneira como o aproveitávamos, sem nenhuma discussão e intrigas, conseguia nos comunicar com apenas o nosso olhar.

Pode parecer meio bobo, mas para mim Fred era uma das melhores pessoas que eu conhecia. Era incrível como ele se expressava, sem o modo brincalhão de sempre, o modo como tinha na frente de todas as pessoas.

Era como se ele trocasse de roupa, em um momento podia estar brincando e fazendo atrações para os colegas, no outro, se preocupando com o que acontecia conosco e mais ninguém.

Apesar de muitas coisas estarem acontecendo, o verão estava apenas chegando perto da metade. Era bom o tempo que passávamos na escola, mas também precisávamos de um descanso de vez em quando, sem termos que nos preocupar com a quantidade de pergaminho que um trabalho terá.

Os dias passaram e foi muito rápido como aquele verão estava se seguindo, mas estava tudo quieto demais. Pessoas começaram a desaparecer, mas nada que fugisse um pouco do normal.

O Sr. Weasley voltou a trabalhar no Ministério e, de acordo com ele, parecia que lá nunca tinha se ouvido falar em Voldemort. Como se ele fosse apenas uma história para assustar as crianças bruxas na hora de dormir ou sentadas ao redor de uma fogueira, em um simples acampamento, expostas a qualquer que fosse o tipo de perigo que pudesse ocorrer naquela região.

Sei que o ministro não acreditava muito bem no retorno de Voldemort, mas penso que ou ele é muito bobo para não acreditar em algo que ocorreu verdadeiramente, ou se tinha medo de expor suas próprias ideias à mídia do nosso dia a dia, tomando precauções contra ele e alertando a população bruxa.

Foi em um dia como qualquer outro que uma terrível notícia chegou ao nosso conhecimento. O céu estava escuro nesse dia, um cheiro de morte parecia preencher um vazio que tinha no ar, mas, par nós, nada havia ocorrido até o Sr. Weasley voltar para casa.

Ele estava branco como nunca, pediu um copo de água a Sra. Weasley e solicitou a presença de todos na cozinha naquele devido momento, creio que foi uma das piores coisas que aconteceu naquele verão.

-Tenho um comunicado a lhes fazer – disse ele. O encarávamos, formando um cerco ao redor de sua cadeira. – Não vim do Ministério como se esse dia fosse um dia normal de trabalho, mas como se algo horrível houvesse acontecido e de fato ocorreu. Era o horário de irmos embora enquanto o ministro foi dar uma olhada em um último papel em seu gabinete. Estávamos no térreo naquele momento, o corpo dele caiu de cima, veio do último andar, fizemos de tudo, mas infelizmente ele faleceu.

“Não foi com sua morte que nosso expediente chegou ao fim. Tudo parecia ter terminado, mas uma imensa figura encapuzada e com vestes escuras apareceu em nossa frente.

Um vazio preencheu meu peito enquanto muitos corriam, ele me encarava e tão poucos foram os momentos ao qual o vi. Nunca o tinha visto tão de perto. Era ele, Voldemort, queria detê-lo, afinal, creio que morrer lutando por uma boa causa é uma das formas mais nobres de morrer, mas ele se foi, tão rápido quanto chegou. Uma fala saiu de seus lábios e tenho quase certeza de que o ouvi dizer ‘Diga adeus a sua vida de agora e contemple seu novo mestre. O mundo vai mudar a partir desse dia, saiba que não espero muitas coisas de você e que seu destino pode estar traçado, assim como o de muitos conhecidos seus. ’ Depois disso, tudo voltou ao normal, mas nada vai ser como antes”.

Aquela era uma das piores notícias que alguém podia receber. Tudo o que o Sr. Weasley havia dito com certeza era verdade, o que indicava que o Ministério caiu e que o mundo bruxo vai começar a mudar, e mudar para o modo como Voldemort gostava.

Junto com essa notícia, veio um anúncio. Ainda não tínhamos terminado o período necessário para nos formarmos em Hogwarts, mas não queriam que voltássemos até as coisas se acalmarem.

-Sei que é difícil – dizia Fred. – Mas vai dar tudo certo.

Suas palavras serviam um pouco de consolo, mas nada podia mudar o fato de que eu poderia nunca mais ver meus amigos e sei que eles não conseguiriam ficar sabendo de tal notícia, somente se fosse publicada em algum jornal, pois Voldemort não vai espalhar ao mundo que o Ministério foi dominado por ele.

Enviar corujas não era uma boa ideia em tempos como o que estamos enfrentando hoje, eu só queria poder dar, nem que fosse um último abraço em quem “batalhou” ao meu lado todos esses anos em Hogwarts.

Sempre penso que as férias para indicar o fim do ano letivo têm o lado bom o ruim. O bom, é que é sinal que terminamos o ano e concluímos uma etapa em nossa vida, mas o ruim, é que, em certo momento da vida, viriam às despedidas, não só por pouco tempo, mas talvez pelo resto de nossa vida, sendo este ano, o último que pudemos concluir ao lado de nossos amigos.