Pov. Harry Potter

Não sei como fui parar lá, só sei que acordei na enfermaria de Hogwarts sem que percebesse.

Pensei que minha vida havia chegado ao fim quando o raio verde saído da varinha de Belatrix me atingiu, mas pelo jeito nada disso aconteceu por meio de um milagre eu ainda estava vivo.

Não havia ninguém na enfermaria quando acordei, não era para menos, estava de noite e deduzi ser de madrugada. Acho que andar pelos corredores de Hogwarts procurando meus amigos essa hora da noite não era uma ideia para se por em prática naquele momento.

Acabei adormecendo novamente, não só porque estava cansado, mas também pelo efeito dos remédios que usaram para me curar.

-Harry – chamou uma voz. Eu estava envolvido em um sonho e logo ele foi repentinamente interrompido.

Não sei quem havia me chamado e tive de abrir os olhos para perceber que era Gina quem estava lá.

-Olá – eu disse. – Vejo que está melhor.     

Ela tinha um largo sorriso no rosto e parecia muito feliz em me ver acordado em disposto a sair daquele local.

-Oi – eu disse.

-Vim aqui só para ver se estava tudo bem – explicou. – A enfermeira me disse que hoje de tarde você poderá receber alta e voltar a ter sua vida normalmente.

Foi no momento em que disse isso, percebi que era de manhã, mas acho que dormi um pouco mais do que pensava. Acho que não passei da noite para o dia e sim avancei vários dias da semana dormindo naquela cama da enfermaria.

Conversei um pouco com Gina, até que a enfermeira chegou e veio ao nosso encontro. Era a mesma que havia me curado na vez que fui atingido por aquele dragão.

-Acho que você já está recuperado o suficiente para poder sair daqui Harry – disse ela. – Ela estava calma e contente por ninguém estar mais na enfermaria.

Levantei- me da cama e segui Gina até a porta, logo depois, agradeci a enfermeira por tudo e ela se despediu com um largo sorriso no rosto.

Não havia ninguém no corredor, o que chamou minha atenção desde o momento em que saímos de lá.

-Onde está todo mundo? – perguntei a Gina. Ela olhou em seu relógio e disse que provavelmente estariam almoçando, acho que a fiz perder todas as aulas daquela manhã, mas Gina parecia não se importar.

Nada poderia tirar minha animação naquele momento. Estava de volta, sem ter que ficar na enfermaria sem fazer absolutamente nada e completamente curado, mas ainda tinha um assunto a resolver.

Depois de almoçar com todos os outros, fui me encontrar com Olho Tonto em sua sala, apesar de muitos acontecimentos naquele ano, até ali pelo menos, ele dava suas aulas como se anda tivesse acontecido.

Sua sala parecia pequena com a quantidade de coisas que havia nela, mas na realidade não era. Havia uma grande estante com vários vidros e rótulos em uma das paredes e não outra, uma mesa com inúmeras gavetas.

-Boa tarde, Harry – disse ele quando entrei.

-Boa tarde – eu disse.

-Foi bom ter vindo – sua perna mecânica estava em cima da mesa e ele fazia pequenos ajustes em sua lateral. – Acho que lhe devo um pouco de explicação, não só a você como a todos os outros, mas já conversei com eles.

“A culpa não foi minha a não poder dar aula a vocês, Bartô Crounch Junior me prendeu dentro desse baú, ele me petrificou antes disso, fazendo com que eu não pudesse me comunicar com ninguém do lado de fora”

-Sei que a culpa não foi sua professor – eu disse – Mas não é sobre isso que vim falar com você hoje. Pensei que, como faz parte de um dos aurores, poderia me ajuda Ra responder uma pergunta.

-Pode ser que sim Harry – disse ele. – Mas acho que muitas perguntas não poderiam ser respondidas por mim.

- Por que Voldemort precisava de meu sangue para poder “renascer”? – perguntei, sua expressão mudou completamente.

-Não sei se vou poder responder corretamente Harry – disse. – Mas pode ter sido pelo simples fato de que parte da alma dele morava dentro de você.

Aquilo ecoou em minha mente durante vários segundos, não sei do que ele estava falando, mas pode ser que tenha respondido errado, ou sabe de algo que não sei.

-Não entendi sua resposta – eu disse.

- Quando o feitiço de Voldemort ricocheteou na noite em que sua casa foi atacada – disse. – Você era apenas um bebê, mas ele errou e parte da alma dele foi para dentro de seu corpo, lhe transformando em um horcrux.

-O que é uma horcrux? – perguntei. Muita coisa que Olho Tonto dizia eu não sabia nem mesmo o significado das palavras e era tudo novo para mim.

- Horcrux é uma das piores coisas que se pode fazer – disse ele. – Voldemort fez isso porque queria viver mais e poder dominar o mundo bruxo, se vingando de todos os trouxas, em conseqüência de sua época antes de vir para Hogwarts.

“Se não me engano ele fez essa mesma pergunta a um professor de poções. Só vi parte dessa lembrança na penseira com Dumbledore, quando Voldemort estava quase tomando conta de tudo, foram anos sombrios aqueles”.

Aos poucos, Olho Tonto me explicou cada detalhe e percebi que para Voldemort morrer, teria de destruir todas as horcruxes, mas estavam escondidas e não seria fácil de achá-las.

Elas poderiam ser um objeto ou pessoa, mas nada fazia sentido a medida que Olho Tonto dizia, as palavras não se encaixavam, parecia estar faltando algo para complementar tudo aquilo.

-Como faço para destruir uma horcrux? – perguntei e ele deu uma grande risada.

-É mais difícil do que parece Harry – disse. – Os aurores estão à procura delas há anos e não conseguimos encontrar nem mesmo uma. Apesar de termos parado de procurar, mas pode ser que a bisca tenha um novo início, agora que Voldemort retornou.

O modo que ele dizia era empolgante, diferentemente da maneira como Bartô Crounch Junior dizia, era fantástico tudo aquilo que ele falava em meio a nossa conversa.

-Posso te fazer mais uma pergunta? – digo. No início era apenas uma, mas depois a conversa foi desenrolando e se tornaram várias.

-Claro.

-Como foi que saí vivo de dentro daquele labirinto? – perguntei e a expressão de Olho Tonto mudou de uma hora para outra.

-Voldemort entrou em desespero naquele momento – disse. – Não foi apenas por que você poderia ter sido morto por Belatrix, uma coisa que somente ele quer fazer. Fora isso, ele entrou em desespero, porque ela destruiu a horcrux que tinha dentro de você, sendo assim, menos uma chance dele poder retornar.

Se tudo aquilo era verdade, o que eu na duvidava nada de que poderia ser, seria mais difícil de matar Voldemort do que todos nós imaginávamos, mas ainda tínhamos esperança e nada poderia nos deter em relação a isso.