Palladia escrita por Cara Sem Nome


Capítulo 4
Capítulo Quatro.




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Iorran ( P.O.V )

Minha cabeça girava, meus olhos cegados pela intenta luz azul ciano. Me sentia caindo num vazio infinito, puxado por uma gravidade gigantesca como se fosse feito de puro chumbo. Tudo que eu lembrava era de ter gritado para irmos embora dali antes que qualquer coisa pior acontecesse, mas Helena não deu ouvidos. Aquilo parecia algo que não é desse planeta.
Senti que o vento diminuiu, a claridade baixou, mas eu continuava caindo. Após alguns minutos, comecei a descer lentamente, como um balão. Abri os olhos, e estava a alguns metros de distância do solo, meus pés pousaram no chão, mas acabei me desequilibrando e caindo. Me dei conta de onde estava.
Uma gigantesca praia no céu noturno. A areia era totalmente branca, que acabava em gigantescos rochedos cinzentos. Alí havia o céu mais estrelado que vi na vida, onde três estrelas eram bem maiores que as demais, possíveis três luas. Me aproximei das ondas do mar, totalmente fascinado.
Na maré baixa, podiam-se ver milhares de algas e conchas, algumas amontoadas na areia. Todas eram fluorescentes, de cores diferentes, algumas cores que eu nunca havia imaginado. As luzes destas iluminavam toda a costa da praia, e no final, muito longe, uma construção antiquada aparecia. No seu topo, um gigantesco raio de luz laranja movia-se em 360 graus, gerado de algo parecido com um holofote. Um farol! Só podia ser!
Após observar o lindo cenário por um tempo, caminhei ao longo da praia procurando Helena e Jared. Os encontrei, e sentamo-nos na areia, fascinados com tal paisagem.
– Onde será que estamos? - Comentou Helena, segurando uma concha fluorescente da cor roxa, que reluzia por si só.
– Pode ser um sonho... - Respondeu Jared, pensativo.
– Não seria possível nós três estarmos em um único sonho. E somos de carne e osso, senti isso quando dei de cara na areia... - Comentei, atirando uma concha na água negra do mar noturno. - Bom, temos que achar respostas. Podemos chegar naquele farol.
Todos concordaram. Após andar alguns metros, Helena encontrou sua mochila, e após mais alguns, encontrou o pingente.
– O pingente! Como veio parar tão longe? Ele estava preso na fonte... - Comentou, entusiasmada. Colocou o cordão no pescoço, e seguimos em frente.
Depois de mais de trinta minutos caminhando ao longo da praia, chegamos na construção. Vendo melhor, era muito mais bonita de perto. Era de grandes blocos de pedra, com janelas antiquadas de um metal intermediário entre ouro e cobre. Nas janelas, pequenas faixas de luz fluorescente iluminava cada andar, em um colorido abundante de luzes na escuridão da noite. Uma porta de madeira lisa estava fechada, nela havia o desenho de um triângulo com um olho no centro, parecido com os que Helena desenha.
Jared foi na frente, abrindo a porta. Entramos, e o lugar era muito maior do que eu pensava.
Era um hall circular, escadas de cobre circulares subiam para cima, onde plataformas de metal iam até o teto, muito mais além. No centro do recinto havia um sistema solar feito da mesma luz alaranjada que viu sendo emitida de longe. Não identificou de onde a luz vinha, mas os planetas se moviam lentamente no ar, tremeluzindo em alguns momentos. Um holograma, talvez. Esse sistema solar tinha três planetas maiores que possuíam planetas menores como satélites. O sol no centro era totalmente realista, era possível ver as explosões na superfície de fogo. Uma mesa circular se encontrava no centro do hall. Sua estrutura era de madeira, mas possuía uma placa de plasma onde havia o mesmo sistema solar.
Helena se aproximou, e tocou um dos planetas na mesa. O holograma modificou-se, aparecendo agora somente o planeta que ela escolheu. Uma sequência de dialetos e símbolos apareceu abaixo, flutuando no ar.
– Esse se chama... Tanaga. - Disse ela, lendo as palavras com certa dificuldade - Diz que é segundo planeta mais passivo do... triângulo. O triângulo de Dan... Dan alguma coisa.
Tocou agora em uma das palavras, e o holograma mudou para três planetas, os maiores, e mais um pequeno texto naquela estranha língua.
– É meio complicado de se ler isso... algumas coisas eu simplesmente sei o que querem dizer, e outras por mais que eu tente nunca vou descobrir. - Comentou ela. Eu e Jared permanecemos calados, vislumbrados com os desenhos que a luz alaranjada formava. - É chamado o Triângulo de Dandhara. Ele tem três planetas maiores, com suas... luas, eu acho que são luas. Algumas delas são habitadas! Os nomes dos planetas são... - Ela puxou o texto para baixo na placa de plasma, e os dialetos mudaram, continuando o parágrafo. - Palladia, Tanaga e Edron.
– Quero tentar mexer. - Disse Jared, se aproximando e tocando na tela. Tocou em um dos planetas. A luz modificou-se novamente, mostrando apenas o planeta. - O que diz, Helena?
– Ele diz... Esse é Edron. Um país... sanguinário, nossa. Seus habitantes são como piratas, roubam os tesouros naturais de outros planetas. Não são muito amistosos... Alí diz que fizeram um acordo de paz com os outros dois planetas, mas recentemente Palladia burlou as regras, então o acordo vem enfraquecendo ao longo dos anos.
Ficamos um bom tempo procurando mais informações, vento mais hologramas formando-se, e vasculhamos tudo que podíamos. Após algumas horas, estávamos mortos de sono.
– Alguém tem que ficar de vigia. - Disse Jared. - Amanhã subimos lá em cima e vemos onde estamos.
Ele mesmo se ofereceu, então eu e Helena nos deitamos no chão gélido do estranho farol, observando o gigantesco sistema solar. Eu usei o casaco como travisseiro, e ela a própria mochila, e não demorou muito para adormecermos.
O próximo dia promete, nosso primeiro dia naquele estranho lugar. Milhões de dúvidas nos perseguiam, mas não havia outro jeito de descobrir a não ser procurar respostas por nós mesmos.


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Notas finais do capítulo

Reviews. :3



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