E O Avatar Resurge escrita por Nati


Capítulo 9
Capítulo 9 - Masami ferido


Notas iniciais do capítulo

Véi... na boa, eu acho que eu tenho que escrever um pouco de romance ^-^



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Acordei com pressa, vesti minhas roupas normais e corri para o hospital. Cheguei ao quarto e Masami ainda estava dormindo.

  -Ei, acorda rapaz. – beijei os lábios dele de leve.

  -Nikki? – os olhos dele se abriram devagar.

  -Sim, sou eu. – dei uma risadinha. – Como se sente?

  -Ainda dolorido, mas logo vai passar.

  -Eu não acredito muito nessas coisas de hospital então eu vou tentar te curar de novo. – fui até o banheiro e voltei com uma quantidade de água flutuando nas mãos.

  -Isso é da torneira né? – Masami me olhou desconfiado.

  -Não, é do vaso sanitário. – ironizei. – É claro que é da torneira. Agora fica quieto ai pra eu te ajudar.

  -Se o médico entrar aqui ele vai ficar bravo. – Masami começou a afastar o cobertor de cima do curativo do ferimento.

  -É por isso que você vai ficar de olho. – comecei a tirar o curativo.

  -Ai! Toma cuidado, ainda está doendo. – ele reclamou.

  -Fica quieto!

  Coloquei a água sobre o ferimento, fechei os olhos e me concentrei. Quando abri os olhos a água estava brilhando.

  -Consegui de novo!

  -Que bom, se conseguir se apressar eu agradeço, daqui a alguns minutos o doutor vai entrar aqui. – Masami estava apreensivo.

  Eu estava terminando, as propriedades curadoras da água estavam quase acabando.

  Quando terminei ouvi passos no corredor.

  -É ele Nikki! – Masami começou a colar os curativos de novo.

  O cobri de novo e sentei na cadeira de acompanhante. O doutor entrou no quarto com uma prancheta na mão.

  -E ai senhor Beifong, está se sentindo melhor? – o médico perguntou.

  -Estou sim, acho que já posso até sair dessa cama. – ele tentou parecer bravo.

  -Vou te examinar de novo e acho que pode ir hoje antes do almoço.

  -Maravilha. – Masami sorriu.

  O doutor abriu o curativo de Masami e observou o corte. Tocou em volta e trocou os curativos. Depois pegou um bastãozinho cheio de númerozinhos e colocou na boca de Masami.

  -O que é isso ai? – perguntei.

  -Isso é um termômetro, nunca viu? – o doutor me olhou sorrindo.

  -Não. Pra que serve o termômetro?

  -Ele mede a temperatura corporal da pessoa, se estiver alta quer dizer que a pessoa está doente. – ele explicou.

  -Quer dizer que tem que estar bem baixa?

  -Não, se estiver muito baixa a pessoa também está doente, a média normal é de trinta e seis graus e meio a trinta e sete.

  -Bem, não entendi o que o senhor disse, mas tudo bem. Masami está com quantos graus? – perguntei olhando o termômetro na boca de Masami.

  -Está com trinta e sete, acho que já pode ir pra casa. – o doutor olhou pra mim. – Você vai ter que ajudá-lo.

  -E o que eu tenho que fazer?

  -Precisa fazer mais seções de cura pra ele.

  -Pode deixar, eu faço sim. – levantei os polegares.

  -Então Nikki, pode ir para a recepção enquanto eu arrumo a papelada?

  -Sim. – beijei a testa de Masami. – Até daqui a pouco.

  Fui para a recepção e sentei em um banco perto da porta. Masami veio logo depois com uns papéis na mão, estava mancando um pouco, mas transparecia estar muito bem. Ele foi até a mesa da recepcionista e entregou os papéis e veio até mim sorrindo.

  -Vamos pra casa?

  -Com certeza.

  Chegamos no palácio e alguns empregados levaram ele até um quarto na ala masculina, Ming, Lee e Meigh já estavam a minha espera.

  -Não pode ficar um minuto longe dele? – Ming tinha a expressão fechada.

  -Inveja né? – sorri.

  -Sim, ela deve estar morrendo de saudades do Ziroh. – Lee começou a rir.

  -Pelo menos não sou quem fala de noite: “Meiko... Aqui Meiko!” – Ming imitou a voz da irmã de um jeito engraçado.

  -E quem falou que você também não fala enquanto dorme? Faz até biquinho quando pronuncia o nome do Ziroh. – Lee não conseguia parar de rir.

  -Pois agora você é quem vai fazer biquinho quando eu te dar um soco! – Ming partiu pra cima da irmã.

  Não estavam brigando de verdade, estavam brincando, mas mesmo assim quem olhasse sairia correndo por causa das labaredas enormes, azuis e laranjas.

  Era divertido ter as duas por perto, quer dizer, as duas eram divertidas e não se pareciam nada com princesas bem comportadinhas que ficam sentadas no trono atrás do pai.

  Meigh apareceu lambendo os dedos e com o rosto alegre.

  -Oi meninas! – ela nos cumprimentou.

  -Oi Meigh! – eu acenei.

  -Oi Meigh! – Ming e Lee param de brigar.

  -Como está Masami? – ela me perguntou.

  -Está no quarto, mas não posso ir vê-lo na ala masculina. – dei ombros.

  -Que bom que ele está bem então. Vamos continuar o treinamento? – Meigh colocou as mãos na cintura.

  -Claro, só se for agora! – sorri.

  O treino foi muito bom, minha dobra de ar foi leve, ironia? Não, não, foi leve mesmo, aprendi a planar. Meigh me deu um planador igual ao dela. A parte mais difícil foi a parte de pular, de controlar o ar e de planar, o resto foi sossegado.

  -Meigh... Meigh! Não quero fazer isso. – eu estava na ponta de um penhasco próximo a Ba Sing See.

  -VOU TE MOSTRAR MAIS UMA VEZ! – Meigh gritou enquanto planava por cima da minha cabeça.

  Meigh pousou e eu dei espaço. Ela se afastou uns trinta metros da ponta, posicionou o planador, correu a até a ponta com um sorriso que me deu medo, pulou para a provável morte certa e então subiu com o planador nas costas, fazia giros no ar, piruetas e outras coisas sempre com o sorriso no rosto.

  -SUA VEZ! – ela gritou.

  -Tá bom... – falei hesitante.

  Me distanciei da ponta e corri, peguei o máximo de velocidade e pulei. Bem, quando a morte está na sua cara de dando boas vindas não é uma sensação muito boa, mas quando arrumei o planador e de algum modo o ar me obedeceu, a impressão de liberdade e leveza era incrível. O planador subiu como um jato e eu consegui ficar perto de Meigh. Ming e Lee estavam eufóricas, pulando e batendo palmas.

  -VIVA A NIKKI!  - Ming berrou.

  Fiquei feliz por ter conseguido planar, queria dizer que meu treino estava no fim.

  Passei o dia treinando, eu estava tão ansiosa pra dobrar os quatro elementos que a ansiedade mal cabia em mim. A tarde passou rápido e a prova de dobra de ar iria ser no outro dia, então eu poderia curtir a noite, e nada melhor pra curtir a noite do que uma sessão de cura com o meu namorado ferido.

  Masami estava sentado na cama tomando alguma coisa.

  -E ai? Parece estar melhor. - coloquei a cabeça pra dentro do quarto.

  Ele se assustou quando falei, cuspiu tudo o que estava bebendo.

  -Opa! Desculpa, não queria te assustar. – sentei ao lado dele.

  -Não foi nada, eu estava entretido tomando o remédio, que é horrível. – ele fez cara de nojo.

  -Eu já disse pra não tomar isso, eu é quem vou te curar. – tomei o copo da mão dele.

  -Hum... Isso é ciúme? – ele me olhou brincalhão.

  -Ciúme do que? Do remédio? – dei risada. – Você é muito divertido. Acontece que eu quero aprender a curar e o único ferido aqui é você.

  -Está me usando como cobaia? – ele arqueou as sobrancelhas.

  -Sim, estou e se tiver algo contra continue tomando remédios que não ajudam em nada. – sorri.

  -Tudo bem então. – ele deu de ombros.

  -Agora deita e tira a camiseta.

  Um sorriso involuntário surgiu no rosto dele, eu não sei, mas deve ter sido pelo que eu disse. Deitar e tirar a camiseta sempre é sinal de outra coisa. Quando Masami tirou a camiseta fiquei um tempo sem reação, eu nunca havia visto ele sem camiseta e quem diria, o corpo bem definido tinha os músculos de tamanho perfeito, nem exagerado e nem escondido, simplesmente perfeito.

  -Pode começar quando quiser. – Masami falou me tirando do transe.

  -Ah sim, claro, sem problema. – sacudi a cabeça.

  Peguei a água de um balde ao lado da cama e comecei a dobrar sobre o ferimento quase são de Masami. A água parecia reconfortar Masami, ele sempre sorria quando eu fazia as sessões de cura. Masami tinha um sorriso tão lindo, um sorriso alegre e luminoso. O queixo quadrado dava um ar de responsabilidade e os olhos verdes penetrantes podiam te fazer ficar olhando ele por horas. Um rosto perfeito.

  Terminei a sessão e Masami ficou deitado me olhando.

  -Bom trabalho. Acho que não preciso tomar remédio nenhum. – ele sorriu.

  -Muito obrigada. Agora eu vou torcer pra todo mundo se machucar. – rimos.

  Deitei ao lado dele, era muito bom ficar com Masami por que eu sentia que existia uma coisa muito forte entre nós dois, não éramos só namorado e namorada, tinha algo a mais, algo antigo, parecia até que já nos conhecíamos desde crianças. Fiquei deitada no peito dele, a respiração tranqüila dele me tranqüilizava também.

  -Eu nunca vou te deixar, demorei quase dezesseis anos pra te achar e nunca mais vou te deixar. – percebi pelo movimento do peito que ele estava sorrindo.

  -Isso me deixa muito feliz, é bom saber que alguém gosta de mim pelo que sou e não por quem sou. – sorri também.

  -Você não é somente o Avatar, você é uma menina muito meiga, doce e inteligente, forte e decidida além de ser linda e ter os olhos mais lindos de todos.

  -Meus olhos? Meus olhos super esquisitos parece que eu tenho só a pupila. – olhei pra ele.

  -Por isso são lindos, eu nunca vi ninguém com os olhos tão claros iguais aos seus. – Masami tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e colocou atrás da minha orelha.

  -Muito obrigada então Senhor Galanteador. – cheguei mais perto do rosto dele e o beijei. – Vou dormir com você hoje. – enrosquei minhas pernas na dele e o abracei.

  -Olha, gostei dessa idéia, vou ter uma companhia essa noite. – Masami passou a mão no meu cabelo.

  Perto de Masami meu coração parecia que iria bater asas e sair voando pela minha boca, minha cabeça girava a mil por hora e minhas pernas tremiam. Isso não era ruim, era ótimo por eu tenho certeza que é dele que eu gosto. Ficar ali na cama com ele não me parecia errado, eu não iria fazer absolutamente nada somente dormir com o meu namorado. Masami parecia não se incomodar acho até que ele gostou e muito. Tive uma das melhores noites da minha vida.

  Acordei com Masami me olhando.

  -Bom dia avatar. – ele me saudou sorrindo.

  -Bom dia. – bocejei.

  -Dormiu bem?

  -Dormi muito bem. – sorri.

  -Minha noite também foi ótima.

  -Que bom então. – sentei-me na cama e me espreguicei. – Hoje é a minha prova da dobra de ar. – esfreguei os olhos.

  -E você está preparada?

  -Muito preparada eu diria.

  -Isso é muito bom. – ele me abraçou.

  Levantei da cama e fui em direção ao banheiro, mas algo me fez parar de andar. Uma pontada na minha cabeça, a mesma pontada antes de vir a Ba Sing See, cai de joelhos no chão, minha visão ficou embaçada, turva e cheia de pontinhos. Antes de desmaiar senti as mãos de Masami segurando minha cabeça.

  Minha visão voltou a clarear, vi a cidade de Ba Sing See, estava calma até eu ouvir um grito vindo do palácio.

  -SOCORRO! – era o grito de Ming.

  Corri até o palácio, derrubei alguns guardas e artefatos do templo e cheguei até o meu quarto. Derrubei a porta e quase cai pra trás. Um homem estava segurando Ming pela gola do kimono, ela lutava pra se soltar, mas as rajadas de fogo não o atingiam. Ele estava com uma faca na mão, a faca estava apontada para o coração de Ming.

  -Agora você vai começar a perder, Avatar Nikki. – o homem esfaqueou Ming, na minha frente.

  -NÃO! – gritei em vão.

  Quando olhei de novo os olhos de Ming estavam arregalados, mãos e pernas desfalecidas e a faca estava ensangüentada.

  Acordei nos braços de Masami, fiquei desesperada e corri até o meu quarto. Ming e Lee estavam arrumando os cabelos quando entrei quase quebrando a porta.

  -Mas o que foi isso? Uma debandada de Cavalo-avestruz?! – Ming parou de pentear o cabelo quando me viu.

  -Ah graças aos espíritos, eu tive uma visão e não foi nada divertida. – apoiei minhas mãos nos joelhos.

  -O que você viu? – Lee veio até o meu lado.

  -Eu... – senti uma lágrima descer no meu rosto. – Eu não quero falar disso, mas quero que vocês tomem muito cuidado, quero que não andem sozinhas e nem fiquem sozinhas em nenhum momento. Tudo bem? – sequei as lágrimas do meu rosto.

  -Sim Nikki, vamos tomar cuidado. – Ming largou o pente e veio me abraçar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sei escrever romances? ~eu acho que não~