E O Avatar Resurge escrita por Nati


Capítulo 8
Capítulo 8 - A procura pelos dobradores de terra




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No outro dia comuniquei Bendi e os membros da Lótus Branca que eu teria que partir para Ba Sing See, alguns não gostaram da idéia, eu ainda não tinha aprendido a dobrar o ar. Meigh me deu cobertura e disse que iria comigo para treinarmos nos tempos vagos. Ela sabia que o mundo estava correndo perigo por algo grande que estava pra acontecer.

  Iríamos partir pela tarde, daria tempo para mais umas aulas de dobra de ar. Meigh queria que eu aprendesse os movimentos antigos de dobra, mas era tão mais fácil dobrar sem movimento nenhum! Me garantia velocidade e agilidade em ataque, apesar de que os movimentos antigos deixavam o ar digamos que mais fortes.

  -Nikki, sei que prefere dobrar sem movimentos limitados, mas é preciso aprender! – Meigh queixou-se.

  -Tem certeza? – tentei fazer cara de tristeza e ela riu.

  -Tenho toda a certeza. Fora que os movimentos antigos vão te deixar mais poderosa, capaz até de levantar um tanque de guerra só com um bater de palmas. – ela me olhou ameaçadora.

  -Me mostra? – agora fiz cara de criança pidona.

  -Não tem tanques aqui!

  -Mas tem isso. – sorri e me afastei dela.

  Me abaixei quase tocando a terra, estendi meu braço como se estivesse levantando alguma coisa invisível – e muito pesada. – e uma rocha do tamanho de um tanque se ergueu. Percebi os olhares de espanto tanto de Meigh quanto de Ming, Lee e Masami.

  -Agora você levanta ela com o ar. – sorri.

  -Está doida! Se você soltar isso em cima de mim eu morro! – Meigh não tirava os olhos da pedra.

  -Coragem mulher! Eu não vou soltar isso antes que você faça o ar a levantar! – a desafiei.

  -Nikki, isso não é boa idéia! – Masami gritou.

  -Claro que é! – falei.

  Meigh foi para baixo da pedra hesitante e começou a se preparar.

  Antes de acontecer qualquer coisa senti como se algo tivesse atingido minha cabeça de dentro pra fora, minha visão começou a ficar turva e a pedra começou a fraquejar no ar. Senti mais uma vez a pancada na cabeça e a pedra despencou pronta esmagar Meigh, Masami agiu rápido e segurou a rocha. Depois minha visão ficou escura, como se eu tivesse dormido.

  Acordei em um lugar familiar, era o mesmo acampamento que eu sonhara na Nação do Fogo, a mesma tenda e agora eu vi os rostos dos homens.

  -O ataque na Cidade da Republica funcionou, logo o Avatar estará em Ba Sing See. – um cara grande e entroncado com voz muito grave disse.

  -Sabia que daria certo, temos que partir para lá. Quero ver a amada Avatar Nikki pessoalmente. – outro cara mais magro com uma voz normal sorriu e a cicatriz do lado esquerdo do rosto se enrugou.

  De repente estava de volta com Masami e as meninas em cima de mim tentando me acordar.

  -Estão me esperando. – murmurei enquanto minha mente voltava ao normal.

  -Quem está te esperando? O que aconteceu agora?! – Ming pareceu assustada.

  -Temos que ir para Ba Sing See agora, estão me esperando! – levantei de pressa, minha cabeça girou e eu cambaleei para trás, Masami conseguiu me segurar.

  -Quem está te esperando Nikki? Fale alguma coisa com sentido por favor! – Masami me olhava preocupado.

  -Eu não sei quem eram, mas estão me esperando! – gritei irritada.

  -Você não vai a lugar nenhum agora! Quase matou Meigh! – Lee estava furiosa.

  Olhei pra Meigh assustada, depois olhei a rocha deslocada e uma enorme cratera no chão.

  -Meigh, me desculpa. – olhei pra ela assustada.

  -Tudo bem, você teve uma visão e isso é mais importante, se está dizendo que precisa ir para Ba Sing See vamos imediatamente. – ela sorriu e olhou autoritária para os outros.

  -Está certo, vamos para Ba Sing See. – Lee bufou.

  Viajamos por um dia e meio sem parar, Masami pediu pra dormir a viajem inteira para que não passasse mal, mas ele acabou acordando três horas depois e não conseguiu dormir mais.

  -Falta muito? – ele bocejou e coçou os olhos.

  -Acho que não, já alcançamos o Reino da Terra! – Meigh gritou lá da frente.

  -Isso é muito bom. – murmurou Masami.

  -Ânimo pessoal! Vamos socar a cara de alguns dobradores de terra! – Ming tentou animar a viagem.

  -Não só dobradores de terra, são assassinos, não se esqueça disso! – Lee reforçou a idéia animadora de bater nos dobradores.

  -Vamos lá então. – levantei muito rápido, não me equilibrei direito e acabei caindo sentada.

  -Assim que chegarmos ao solo por favor. – Masami riu e todos o acompanharam.

  Pousamos na enorme cidade de Ba Sing See, muitos sabiam de nossa chegada e vieram nos receber. Ganhamos um quarto no palácio do rei Ozaki e avisamos todos os soldados que talvez seria uma luta muito grande, se quiséssemos pegar os assassinos precisávamos passar pelo exército que com certeza ele tinha.

  Estávamos seguindo para as florestas próximas a Ba Sing See.

  -Tem certeza que é por aqui? – Ming estava com a respiração ofegante de tanto andar.

  -Não, não tenho, mas acho que na minha visão era por aqui mesmo. – respondi tentando deixar a voz animada.

  -Mas era em uma floresta ou em um lugar com vegetação rasteira? – Masami perguntou.

  -Acho que havia muitas rochas, não lembro de muitas árvores. – tentei forçar minha memória.

  -Então estamos no lugar errado, os acampamentos nos campos descampados são do outro lado da cidade. – Masami deu um sorriso forçado.

  -Por que não perguntou isso antes? O guia aqui é você lembra?! – parecia que Ming iria voar no pescoço dele.

  -Desculpa! Vocês também nem perguntaram. – ele deu de ombros.

  -Masami! – todas nós gritamos.

  Tivemos que voltar até a cidade e pedir carona para um senhor que estava com um carro diferente, o carro era fechado na frente e aberto atrás, muito esquisito. Masami disse que o nome daquilo era caminhonete e que servia para os agricultores levar as mercadorias até a cidade. Subimos na carroceria da caminhonete e seguimos para o outro lado da cidade. Descemos em um lugar totalmente sem árvores, mas era cheio de rochas igual ao meu sonho.

  -Acho que esse é o lugar certo. – inspirei o ar poeirento.

  -É muito bom que seja! – Ming passou na frente de todos.

  Andamos por mais de uma hora sob o sol forte completamente sem água, sem vento, só terra e sol de rachar.

  -Mas por que alguém iria acampar aqui? Isso é uma sauna a céu aberto! – Lee estava horrível, a pele branca agora estava vermelha.

  -Masami, você nos trouxe pro lugar errado de novo! – Meigh reclamou.

  -Eu não! Se era um campo aberto e com rochas esse é o lugar certo, talvez eles tenham trocado de lugar. – Masami deu de ombros.

  -Talvez, mas e agora? Vamos ter que voltar de novo? – Ming parecia que iria explodir.

  -Vamos e desta vez eu só saio de casa se me derem latitude e longitude! – Lee olhou brava pra mim.

  -Não desconte em mim! A culpa não é minha se trocaram de lugar e eu não vi nada! – cruzei os braços.

  -Sem brigas por favor, vamos voltar e esperar Nikki ter outras visões. – Meigh mantinha a voz calma.

  -Alguma idéia de como voltar? Não consigo dar mais um passo. – Ming reclamou.

  -Sabe, eu acho que tive uma idéia. – olhei para os quatro que me olharam assustados.

  -Ah não, tenho até medo quando seus olhos ficam muito brilhantes. – Masami se encolheu.

  -Olha, se for pra não andar eu topo. Nem sei o que é, mas eu topo! – Ming sorria de orelha a orelha.

  -Masami vai ter que me ajudar. – olhei pra ele.

  -E o que eu tenho que fazer? – ele me olhou desconfiado.

  -Me ajudar a dobrar a terra. Vamos fazer um barco de pedra. – bati palmas.

  -Um barco? – Lee me olhou debochando.

  -De pedra? – Ming continuou.

  -Sim e sim. Se vocês ficarem um pouco mais perto... – juntei as três garotas e pedi para Masami ficar ao meu lado. – Agora Masami, me ajuda a erguer a pedra.

  Erguemos uma pedra que não deixasse ninguém de fora, claro. Assim que eu e Masami erguemos a pedra comecei a fazer movimentos de levitação de objetos, ou seja, a pedra iria flutuar, mas ainda sim precisava de mais força. Fiz com uma linha imaginaria até a os portões de Ba Sing See e tive a impressão de que a pedra se movimentou mais rápido.

  -Gente, o muro da cidade está ficando maior ou é impressão minha? – a voz de Ming parecia estar assustada.

  Não era impressão dela, a pedra estava indo rápido demais, se eu não fizesse alguma coisa iríamos virar patê de dobradores.

  -Masami, precisamos parar! – gritei.

  -Você acha que eu não sei? É o que eu estou tentando fazer!

  Tentei olhar para o ele e tudo o que eu consegui ver foi o rosto coberto de suor e todo vermelho.

  -O que você fez? – ele perguntou.

  -Nada, não fiz absoltamente nada! – comecei a ficar desesperada. – Esperem, eu tive um plano!

  -Mais um? Eu dispenso! – Ming gritou.

  -É sério, preciso que Meigh nos ajude!

  -E o que eu tenho que fazer?

  -Consegue fazer o ar amortecer a nossa queda? De todos nós? – perguntei esperançosa.

  -Posso tentar, mas não garanto nada. – Meigh andou até o meu lado.

  -Isso serve. Eu e Masami deixaremos a pedra o mais devagar possível e então pulamos quando eu der o sinal. Meigh quero que faça alguma coisa que não nos machuque muito. – expliquei o plano. 

  -É isso? Vamos pular e nos matar? Por que não morremos esmagados no muro? – Ming fez um comentário sarcástico.

  -Ming se você não calar a sua boquinha eu selo ela com fogo! – Lee estava irritada.

  Percorremos mais alguns segundos via pedra e vi a hora de pular.

  -AGORA! – gritei.

  Todos abandonaram a pedra e Meigh fez uma espécie de cama de ar. O ar amorteceu e muito a queda, ergui a cabeça pra olhar e tudo o que vi foi a pedra de desmanchando em poeira quando bateu no muro.

  Fiquei em pé, estava meio tonta. Masami levantou num pulo.

  -VAMOS DE NOVO?!

  -Ta bom, vai você quase morrer de novo! – Ming agora estava irritada. – Eu nunca senti tanta vontade de andar na minha vida! Nada de planos para não andar! Pernas foram feitas para andar!

  -Concordo com a minha irmã. – Lee olhou brava pra mim.

  -Me desculpem altezas, só atendi a um pedido. – cruzei os braços.

  -Vamos logo, quero uma cama pra dormir! – Meigh passou por nós com uma lufada de vento.

  Andamos em silencio até a cidade até que lembrei da frase que o cara da cicatriz falou: “Sabia que daria certo, temos que partir para lá. Quero ver a amada Avatar Nikki pessoalmente.”. Quer dizer que ele não estava na cidade, ele ainda iria chegar.

  -Mas como eu sou idiota! – gritei.

  -E o que aconteceu agora? – o olhar de Ming estava exausto.

  -Eles não chegaram. O lugar que eu vi poderia ser qualquer lugar do Reino da Terra, o dobrador da Cidade da Republica poderia ter mentido ou coisa do tipo. – expliquei.

  -Pra mim chega desse negocio de caçar dobradores de terra, eu acho que isso é loucura! – Lee agitava os braços.

  -Vamos fazer o seguinte, chegamos na cidade, comemos, tomamos um banho e por favor, vamos descansar por que eu estou exausta. – Ming estava sem forças até para reclamar.

  -Claro que sim, estamos quase chegando nos portões da cidade. – apoiei as mãos nos joelhos. – Pode ser que eu tenha uma visão clara. 

  Chegamos a cidade e fomos levados de carro até o palácio. Entrei no quarto e fui direto para a banheira, um banho bem demorado cairia bem.

  Quando eu disse demorado, era demorado mesmo, fiquei quase uma hora na banheira, até achei que tinha dormido. Só sai da banheira quando meus dedos estavam enrugados.

  Dormi durante algumas horas e quando acordei já estava escuro. Levantei da cama e coloquei o vestido que Ming me deu na Nação do Fogo. Quando sai do quarto havia dois guardas cuidando da porta.

  -Avatar Nikki, nosso rei Ozaki lhe espera no salão de reuniões. – o guarda da esquerda falou sem olhar pra mim.

  -Muito obrigada senhores. – curvei a cabeça e eles me levaram para o salão de reuniões.

  O salão era incrivelmente bonito e bem decorado, me lembrou a sala da mansão de Masami. Bem no centro havia uma mesa baixa com oito almofadas aos lados para os convidados, e mais duas nas pontas. O rei estava na ponta, Masami estava ao lado direito do rei, Lee do lado esquerdo e Ming ao lado de Lee, Meigh estava ao lado de Masami, as outras quatro almofadas acomodavam os oficiais do exército de Ba Sing See e a almofada vaga da ponta deduzi que fosse para eu sentar. Me curvei para todos e ocupei a almofada vazia.

  -Está usando um vestido lindo Avatar. – Ozaki comentou. Meu rosto começou a arder.

  -Muito obrigada majestade, uma amiga me deu. – sorri para Ming e ela sorriu de volta.

  -Bem, não estamos aqui para falar de vestidos não é? – Ozaki sorriu. – Queremos saber se você Nikki, viu algo sobre os assassinos. – o rei ficou sério quando pronunciou a palavra “assassinos”.

  -Sinto muito senhores, não tive visão alguma. Talvez por que eu estava muito cansada. – expliquei. – Mas eu posso começar a meditar a partir de amanhã.

  -Não queremos forçar você a nada Nikki. – Masami me olhou cauteloso.

  -Não irão me forçar a nada, eu preciso meditar, faz parte do meu treinamento de Avatar. – sorri agradecida para ele.

  -Eu fui informado que um grupo grande homens estão acampados a quase dois quilômetros do lado leste da cidade. – um dos oficiais falou.

  -Podemos ir investigar. – disse Meigh.

  -Se querem minha opinião, eu acho que não devemos investigar nada sem ter provas, quer dizer, já fizemos isso hoje e não deu muito certo. – Ming ainda estava com a voz cansada.

  -Mas princesa, se ficarmos esperando provas é capaz de não conseguirmos achá-los depois. – o oficial da minha direita falou.

  -Eu tive uma idéia melhor, isso se vocês concordarem comigo. – falei.

  -Prossiga. – disse o rei.

  -Os soldados podem ir no meu lugar, posso ficar e completar meu treinamento de ar e ainda proteger a cidade. – supus.

  -É uma boa idéia, apesar de que eu penso que esses dobradores iriam se esconder no ponto mais afastado possível da cidade, bem mais de dois quilômetros. – Ozaki passou a mão na barba, estava pensativo.

  -Por isso falei que investigar sem mais provas pode ser pura perca de tempo. – Ming reforçou sua idéia.

  -Está decidido, vamos nos concentrar na cidade, qualquer chance de algum ataque temos a força toda aqui dentro. – o rei decretou.

  Saímos da sala de reuniões muito felizes por Ming ter convencido o rei.

  -Puxa vida, quem diria em maninha? Achei que eu era a mais velha e experiente! – Lee deu um abraço em Ming.

  -Não me subestime, sou muito convincente. – Ming sorriu.

  -O que tem de bom na cidade? – perguntei a Masami.

  -Eu não sei, mas podemos procurar alguma coisa pra fazer. – ele segurou a minha mão.

  -Vocês podem me achar careta, mas eu adoraria ir numa casa de chá. – Ming estava sorrindo.

  -Podemos procurar uma boa então. Eu também gosto de chá e casas de chá são ótimas no Reino da Terra sem falar que os melhores chás são encontrados aqui! Podemos ir na mais famosa de todas e provar todos os tipos de chá! – Meigh estava saltitando.

  -Quem deu cafeína pra ela? – comecei a rir e todos me acompanharam.

  -Desculpa pessoal, foi uma recaída. – ela sorriu.

  -Desculpa por quê? Você é ótima quando tem surtos elétricos igual a Ikki. – falei.

  -O que me lembra, se for para conversar sobre coisas antigas, podemos ir na casa de chá do meu... Bem, eu acho que ele é meu tio. – Lee deu de ombros.

  -De quem? – Masami perguntou.

  -Do tio Iroh. – Ming sorriu.

  -Mas quem é Iroh? – perguntei.

  -Iroh era o irmão do Senhor do Fogo Ozai e tio do Senhor do Fogo Zuko então eu acho que ele era nosso tio em sei lá que grau. – Ming explicou.

  -E essa casa de chá ainda existe? – Masami perguntou.

  -Acho que sim. - Lee deu de ombros.

  -Vamos procurar então. – Meigh batia palmas.

  Andamos pela cidade toda e não achamos a bendita casa de chá do tio Iroh.

  -Eu acho que essa casa de chá já fechou faz anos. – falei.

  -Sabe que eu também acho. – Ming colocou a mão no queixo.

  -E vamos fazer o que agora? – Meigh estava desapontada.

  -Podemos achar outra casa de chá. – Masami sugeriu.

  -E estamos esperando o que? – Lee era a que mais estava animada.

  Procuramos outra casa de chá e achamos uma bem simpática, era pequena, mas o cardápio era ótimo. Escolhi um chá de cereja e nem vi o que os outros escolheram.

  -Puxa, esse chá é maravilhoso! – Ming exclamou.

  -É quase tão bom quanto os do palácio! – Lee tomou mais um pouco do chá.

  -Eu não conheço chá, - dei de ombros. – mas esse é realmente gostoso.

  -Realmente muito bom! – Meigh parecia estar em curto circuito.

  -É... dá pra tomar. – Masami olhou desdenhoso o chá.

  Todas nós olhamos assustadas pra ele.

  -Como assim: “dá pra tomar”? Esse chá é incrível! – Ming ficou ofendida.

  -Os da minha mãe são melhores. – ele continuou desdenhoso.

  -Que seja, esse está ótimo. – tomei mais um pouco.

  Terminamos de tomar o chá e fomos para o centro da cidade, estava tendo uma feira de artesanato. Era tudo muito bonito e tinha até uma barraca com artigos da Tribo da Água. Corri com Masami pra dar uma olhada. Tinha tanta coisa incrível, blusas de pele, botas de lã, fitas de couro pro cabelo, colares, jóias, e até um cantil de água incrivelmente lindo. Pedi para o dono da barraca seu eu poderia pegar pra ver, o vendedor me olhou desconfiado, mas me deu assim mesmo.

  -Esse cantil é lindo! – o toquei com as pontas dos dedos.

  -Sim, tenho isso mais como um tesouro meu, é um enfeite. – o vendedor não tirava os olhos do cantil.

  -Não quer vendê-lo? – perguntei.

  -Não mocinha, coisas antigas não são mercadoria comum de mercado. – ele sorriu caridoso.

  -Antigo? Desde quando isso existe? – perguntei.

  -Esse cantil pertenceu a Katara, esposa do Avatar Aang. – ele tinha um tom orgulhoso na voz.

  -E como conseguiu isso? Esse cantil deveria estar com a filha dela, a Kya. – olhei desconfiada pra ele.

  -Digamos que foi um tipo de presente. – ele ficou um pouco nervoso de repente. – Agora se puder me entregar eu agradeço.

  O vendedor tomou o cantil da minha mão.

  -Não foi presente, o senhor pegou! Exijo que isso seja devolvido a Tribo da Água! – soquei a mesa a minha frente e todas as bugigangas voaram.

  -Está louca?! Não pode me obrigar a isso! Isso agora me pertence! E quem você pensa que é? – ele deu um sorriso debochado.

  -Eu sou a Avatar Nikki, dobradora de água da Tribo da Água do Sul, e eu exijo que o senhor devolva esse item para a Tribo da Água, isso deve ser guardado como um tesouro dos dobradores de água! – senti minhas mãos formigarem.

  -Há o Avatar na minha banca! Que maravilha Avatar, quer uma jóia? – ele ainda estava debochando. – Não é porque dobra água que pode se achar o Avatar, ele está em treinamento bem longe daqui, na Nação do Fogo.

  -Puxa o senhor está bem atrasado heim? – Masami tirou sarro.

  -Como ousa falar comigo assim dobrador de terra imundo? – o homem assumiu um olhar perverso.

  -Assim como eu vou ousar queimar esse seu traseiro inútil! – minha mão começou a pegar fogo.

  O vendedor ficou um pouco assustado, mas não deixou a pose de durão.

  -Você é o ladrão da Tribo da Água, eu ouvi falar que o museu foi invadido algumas vezes por um ladrão que várias coisas foram roubadas até mesmo... – olhei a barraca inteira procurando uma coisa. – Aquilo ali. – sorri.

  Era o bumerangue do Sokka o irmão da Katara e o primeiro conselheiro da Cidade da Republica, um dos itens mais importantes do museu. O vendedor tentou esconde-lo, mas eu o prendi na terra.

  -Vou levá-lo para a delegacia! – comecei a pegar os artefatos da barraca.

  -Você não tem o direito de pegar as minhas coisas! – o homem protestou.

  -E você tem o direito de roubar os objetos honrados da Tribo da Água? – Masami estava bravo.

  -Vem Masami, vamos chamar a policia. – puxei ele pra longe.

  O homem da barraca foi preso e o chefe da policia de Ba Sing See me garantiu que os objetos roubados iriam ser levados para o museu da Tribo da Água do Sul.

  -Que pena, fiquei sem um cantil. – suspirei.

  -Vamos achar um pra você. – Masami beijou minha testa.

  -Tomara, mas agora eu quero ir pra casa, estou com um pouco de sono.

  -Você dormiu a tarde toda e já está com sono? – ele riu.

  -Estou! – reclamei.

  -Tudo bem, tudo bem, vamos pra casa então.

  Eu e Masami estávamos indo pra casa quando Meigh apareceu toda vermelha com a respiração falhando.

  -O que aconteceu Meigh?! – fiquei assustada.

  -Achamos os dobradores de terra! Quer dizer, acho que são eles por que eles nos atacaram dizendo que os ratos seguidores da Avatar vão ser todos retirados do mapa! – Meigh estava completamente assustada e cansada.

  Nós três corremos até onde estavam Ming e Lee lutando contra os dobradores de terra.

 

Lee narrando:

Dei graças ao espírito do Sol quando Nikki chegou. Ela começou a atacar todos os que estava a sua frente, ela era tão boa lutadora que eu me sentia uma formiga perto dela, nunca consegui entender como ela realizava aqueles ataques aéreos, saltos de quase cinco metros de altura e golpes perfeitos.

  Eram muitos dobradores de terra para darmos conta, Ming estava com problemas, algumas garotas resolveram a atacar de surpresa.

  -Ming, atrás de você! – a alertei.

  Acertei uma bola de fogo na perna de uma das meninas que caiu uivando de dor, Ming conseguiu dar jeito nas outras. Minha irmã pode até ser meio melindrosa na maioria das vezes, mas quando se trata de luta parece que o dragão do fogo encarna nela.

  Meigh não tinha problemas, atacava todos com as rajadas de ar tão fortes que eles saiam correndo pedindo ajuda para a mamãe. Masami estava derrubando os seus conterrâneos com uma força descomunal, lembrei que Nikki tinha me dito que ele é oficial do Exercito da Terra, me surpreendi por que ele tem apenas quinze anos. Meus dobradores de terra estavam caindo aos montes, fui alvejada algumas vezes, mas ainda sim atacava com a maior força que eu conseguia.

  Nikki era a quebradora de recorde, acertava quase cinco por vez e sem suar muito. Calor se misturava com a poeira e os ventos estavam loucos.

  No auge da batalha quando estávamos quase derrotando todos mais dobradores apareceram.

  -De onde vem todos esses dominadores de terra?! – acertei o nariz de um.

  -Eu é que sei?! – Ming gritou.

  Eu acho que se fossem somente dobradores de terra estava tudo bem, iríamos conseguir derrotar todos, mas eles estavam dobrando metal. Eram tão fortes que eu tremi. Tentei lutar com um, mas acabei me dando muito mal. Senti uma coisa prendendo meus braços e pernas e uma corrente elétrica passou pelo meu corpo todo.

  Vi que eles estavam pegando todos me senti mal por não consegui ajudar ninguém, Nikki não transparecia medo, Meigh estava pronta pra soltar mais uma lufada de ar quando a pegaram também e o choque atravessou o corpo dela, minha irmã estava na mesma situação. Masami e Nikki foram os que estavam resistindo. Masami conseguiu derrubar dois, mas um deles transformou uma coisa na mão em uma lamina e golpeou Masami bem em baixo das costelas. Ele caiu no chão, estava sangrando tanto que me senti culpada de não conseguir ajudá-lo. Nikki ficou desesperada quando o viu ferido, ficou tão furiosa que aconteceu algo muito estranho. Os olhos dela começaram a brilhar, o vento ficou mais forte de repente, uma coluna de pedra se ergueu abaixo dela, na mão direita surgiu um circulo de fogo e na esquerda não dava pra ver direito, eu achei que deveria ser o ar por causa das folhinhas voando e em volta da cintura um circulo de água. Nikki havia entrado no Estado Avatar. Destruiu tudo o que tinha em volta, os dobradores de terra tentaram fugir, mas não conseguiam, parecia que ela estava os controlando também, não como dobra de sangue, mas como se ele controlasse a mente deles.

  Nikki os prendeu em casulos de pedra e os agrupou em fila. Depois tudo aquilo que estava em volta dela se desfez e ela caiu no chão. Aquilo foi a coisa mais incrível que eu já tinha visto.

  Masami estava não chão, ainda sangrava e se segurava muito pra não gritar, consegui me soltar e fui até ele.

  -Foi isso mesmo o que eu vi? – ele estava falando com dificuldade.

  -Sim, ela entrou no Estado Avatar por você. – tentei sorrir um pouco. – Agora você tem que ficar quietinho, vou ver se acho algum médico.

Nikki narrando:

  Quando entrei em mim novamente estava no chão, umas coisas estranhas estavam em fila logo a minha frente, mas não era com isso que eu estava preocupada, Masami estava sangrando havia sido atingido e eu não fiz nada para protegê-lo. Vi Lee correndo pedindo ajuda, corri até Masami e ele estava tão pálido que me deu um aperto no coração. Ele me viu e arriscou dar um sorriso.

  -Você é incrível!

  -E você está machucado, Lee foi pedir ajuda ta bom? – tentei não chorar.

  -Ei, fica calma, eu estou bem, não vai ser um dobrador de terra idiota que vai me fazer parar. – ele deu um gemido, não conseguia falar direito e a respiração estava difícil.

  -Que droga! Como eu fui idiota não indo nas aulas de cura! – sentei ao lado dele e abracei os joelhos.

  -Nikki, você entrou no Estado Avatar, você consegue. Tenta... – ele deu um sorriso fraco. – Por mim.

  Não estava muito confiante, eu nunca tinha conseguido curar, e não era porque eu entrei no Estado Avatar que eu sabia curar e era mestre em todos os tipos de elementos, mas eu precisava tentar, precisava ajudar Masami.

  Procurei algum lugar com água e achei um balde cheio, corri até ele e dobrei a água pra ela ficar sobre o ferimento de Masami.

  -Fique calmo, eu vou tentar, eu tenho que conseguir. – uma lágrima desceu no meu rosto.

  -Nikki, eu confio em você. – ele sorriu.

  Pensei em tudo o que eu conseguia lembrar, a água tinha um poder incrível sobre muitas coisas, e se eu colocasse minha vontade acima de tudo eu iria conseguir curar. Fechei os olhos e me concentrei, eu não estava sentindo nada de diferente, mas torci pra que algo acontecesse. Quando abri os olhos vi a água brilhando, não deixei um sorriso escapar do meu rosto, Masami ainda estava com dor por que dava pra ver no rosto dele. Fiquei ali por alguns minutos até que Lee chegou com um sujeito todo de branco, deveria ser um médico.

  -Nikki, o que você fez? – Lee me olhou assustada.

  -Não é maravilhoso? Estou conseguindo curar! – sorri pra ela.

  -Mas eu trouxe o doutor, acho que Masami perdeu muito sangue e só fechar o ferimento não vai ajudar muito. – ela colocou a mão no meu ombro.

  -Tem razão. – tirei a água de cima de Masami. – Acha que ele vai ficar melhor? – perguntei ao médico.

  -Vai sim, você já adiantou o processo o que foi muito importante, ele só precisa de descanso e sangue.

  -Tudo bem então. – ajudei Masami a se levantar.

  -Eu já estou meu melhor Nikki, não quero que fique preocupada e quero que saiba que você é a pessoa mais incrível e maravilhosa de todas. – Masami sorriu.

  -E você é um namorado muito puxa saco. – sorri de volta.

  Masami foi levado ao hospital, não pude ficar com ele então tive que ir para o palácio com as meninas.


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Notas finais do capítulo

Pff que droga de Estado Avatar, não tive ideia melhor :6