E O Avatar Resurge escrita por Nati


Capítulo 14
Capítulo 15 - Família novamente?


Notas iniciais do capítulo

Como disse no aviso, me desculpem por ser idiota e parar de postar. Enfim, um capítulo fresquinho (escrevi tudo hoje, então meu cérebro está fritando.) espero que gostem ^-^



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A viagem foi cansativa, não sei, mas acho que foi por que já estávamos cansados e o pobre Appa nem conseguia voar muito alto. Depois de algumas horas eu dormi e acordei num sobressalto quando uma labareda passou voando ao lado do meu rosto. Appa estava voando baixo e todos, inclusive Meigh estavam dormindo. Olhei para fora da cela e percebi que havíamos chegado a Nação do Fogo e a situação não era muito boa. O exército do fogo estava em sérias desvantagens, não era pra menos, dobradores de terra, de água e até uns de fogo estavam os atacando.

  -MEIGH! – gritei e ela acordou assustada, puxou a rédea do Appa e ele subiu assustado também.

  Ming, Masami e Lee acordaram surpreendidos também.

  -Me desculpem, eu estava cansada e...

  Ela tentou se explicar, mas eu a interrompi.

  -Tudo bem Meigh, não é sua culpa. Acabamos de chegar, achem um lugar seguro para pousar com Appa e depois me encontrem no palácio, Lee eu preciso que venha comigo. – falei.

  -Claro. – Lee se levantou na hora.

  Coloquei o pé na borda e estava pronta pra pular quando Masami agarrou meu braço.

  -Eu vou com você. – ele disse aflito.

  Dei um sorriso calmo.

  -Meu bem, você não dobra o ar nem o fogo vai acabar se esborrachando no chão. – eu ri. – Vou ficar bem, eu prometo.

  Ele me soltou hesitante e eu pulei com Lee ao lado nós duas dobramos o fogo e planamos até o chão. A batalha rugia, os três elementos estavam se combatendo, havia tanta poeira, fumaça e a brisa gelada dos dobradores de água que me partiu o coração.

  -O que vamos fazer? – Lee perguntou com os olhos em brasa (isso é verdade, até parecia que a íris dos olhos dela estavam acesas).

  -Vamos procurar seus pais e a corte, depois ajudamos na batalha, eles estão se dando bem. – falei.

  Na verdade não estavam, o exército do fogo estava vacilando, mesmo assim Lee concordou.

  Entramos no palácio, procuramos nos quartos, nas salas e em todos os cômodos, demoramos quase uma hora pra fazer isso. Pode parecer bastante tempo, esse tempo poderia ter sido para a total destruição da Nação, mas por algum motivo os outros já não estavam mais atacando com tanta força, pareciam estar esperando algum tipo de ordem. Encontramos Meigh, Ming e Masami no salão com vários cortes, as roupas um pouco chamuscadas e estavam molhados também, Ming estava com o vestido cheio de barro.

  -Procuramos vocês em toda parte! – Masami estava exausto.

  -Precisamos achar Chang, a corte não está em lugar nenhum! – exclamei.

  -Tem algum lugar escondido no palácio? – Meigh perguntou a Ming.

  -É, algum lugar subterrâneo? – Masami completou.

  -Temos, é o saguão pra onde a família real se abriga quando acontece os eclipses solares. – Ming respondeu. – Mas por quê?

  -Dobradores de terra... – Meigh começou.

  -Lugar subterrâneo, ou seja, debaixo da terra... – Masami continuou.

  -Dominação mais forte... – completei.

  -Vocês têm razão! – Lee exclamou. – Vamos logo, eu sei onde eles estão!

  Começamos a seguir Lee pelos corredores do palácio. Eu sei que foi ótimo encontrarmos uma resposta rápida, mas foi meio sem sentido e ainda por cima estava muito fácil. Eu estranhei.

  Chegamos a um corredor escuro e estreito, no fim havia uma porta gigantesca de uns sete metros de altura e somente uns dois metros de largura. Estava cheia de trancas e não eram qualquer tranca, era como as dos templos. Três aberturas, três chaves iguais, porém precisavam ser abertas por três pessoas diferentes.

  A fechadura era simples e complicada ao mesmo tempo. Três dragões com as bocas abertas, precisa-se de três dobradores de fogo de tal modo que, ao dobrar o fogo na direção das bocas os três juntos a porta se abriria. Somente desse jeito teríamos acesso ao que estava atrás da porta, era um sistema de segurança antigo, mas funcionava muito bem.

  -Nikki? – Ming me chamou.

  -Ah sim, claro. – entendi o chamado.

  Como eu disse, três dobradores de fogo.

  Nós três – Lee também é claro. – começamos o movimento simples, sem muita força. No fim as labaredas entraram pelas bocas dos dragões, a porta rangeu e abriu.

  -Muito bem! – Meigh bateu palmas.

  -Vamos, estamos sem tempo pra agradecimentos. – Lee desapareceu no túnel a frente.

  O túnel era escuro, largo, e muito grande. Acho que entendia o porque, primeiro quem quisesse atacar a família real teria que ter consigo três dobradores de fogo pra abrir a porta, depois passar por um túnel escuro que não tinha fim e logo a frente do túnel mais uma porta como a da entrada.

  -Bem prevenidos. – Masami murmurou.

  -Com certeza. – sussurrei de volta e ajudei as meninas a abrir a segunda porta.

  Entramos nela e desta vez me surpreendi, achei que o saguão seria um buraco com... Na verdade só o buraco mesmo. Mas tinham móveis luxuosos, vários enfeites e a decoração era como a do palácio, luxuosa e imponente. Entramos correndo e vimos a cena que não queríamos.

  Chang e a corte amarrados e amordaçados, Chang estava sangrando, despenteado e as roupas rasgadas, o resto da corte não estava melhor. A rainha – Thali – tinha os cabelos cumpridos, lisos e totalmente negros, o olhar doce e calmo e agora estava com os cabelos curtos até os ombros, cortados de forma grotesca, a pele estava suja. Uma mistura de fuligem e terra. Os olhos estavam vermelhos provavelmente de tanto chorar e estavam assustados e com medo. Chang estava com o olhar de raiva, mas não conseguia fazer nada, mãos e pernas acorrentadas e a boca tapada o impediam de cometer qualquer mal criação. O resto da corte também estavam amarrados e amordaçados, alguns estavam até piores que Chang.

  Guardando a corte estavam alguns guardas, reconheci as roupas: Nação do Fogo, Reino da Terra e para a minha total infelicidade um guerreiro da Tribo da Água. Não consegui ver o rosto dele, o homem usava uma máscara que cobria seu rosto acima do nariz, o cabelo desgrenhado tinha um penteado típico da Tribo da Água do Sul: Rabo do Lobo Guerreiro. No topo da cabeça uma mecha de cabelo era puxada para trás e amarrada com a parte de trás, assim formava um tipo de rabo-de-cavalo, só bem menor. Os olhos azuis por incrível que pareça eram iguais aos meus, tinham a mesma cor de gelo, quase só se notava a pupila. O guerreiro me era familiar, só não lembrava onde eu já tinha o visto.

  Lee disparou fogo azul nos três guardas, ele revidaram, água, pedras e labaredas gigantes vinham em nossa direção. Começamos a lutar, Ming estava com lágrimas e fúria nos olhos, devia ser difícil ver sua família presa por um bando de lunáticos.

  No meio da luta uma coisa aconteceu todos pararam de repente, até eu parei no meio de um golpe. Meu corpo todo estava doendo, uma queimação de dentro para fora, minhas veias estavam queimando como gelo encostando na pele por muito tempo.

  -Mas... – minha voz estava com dificuldade pra sair. – O que...? – perguntei em vão.

  Meus pés deixaram o chão e eu estava levitando, só que com muita dor. Olhei para os lados em busca de respostas, todos estavam desmaiados, até os guardas e só um estava em pé. O da Tribo da Água. Os braços estendidos, os dedos formando garras e o olhar feroz.

  -Então Avatar Nikki, nos reencontramos de novo. – o guarda disse.

  Ele tirou a máscara e eu senti como se um soco tivesse me atingido no estômago.  As antigas memórias vieram de uma vez só.

  -Nakkah, você não pode ir embora! – minha mãe estava chorando ao meu lado.

  Eu era tão pequena, não tinha entendido direito por que ele estava fazendo isso, nos deixando sozinhas. Nakkah era tão novo, apenas 17 anos e eu 7, ele era dez anos mais velho e mesmo assim cuidava de mim como um pai, foi isso que nosso pai mandou, mandou ele me proteger. No entanto ele estava nos deixando, me deixando.

  -Por que está indo irmão? – perguntei assustada.

  -Você vai entender Nikki, e vai entender como me sinto. – ele suspirou e partiu.

  -Por quê...? – senti as lágrimas descendo em meu rosto em meio a dor.

  -Não é óbvio? Eu passei dez anos sendo o mais forte da tribo, mais forte do que nosso pai, mas ele foi para a guerra depois que você fez 6 anos. Lembra disso? – não consegui me mexer, mas ele continuou. – Quando você dobrou a água pela primeira vez foi o dia mais feliz da minha vida, eu estava te ensinando, eu te treinava como nosso pai fez comigo. – a voz de meu irmão saiu com amargura e pesar. – Mas então, no meio de um desses treinamentos você colocou fogo dentro de casa, eu escondi isso. Eu menti dizendo que fui eu e passei a ser culpado, eu não estava ligando para isso Nikki, eu estava orgulhoso de você, orgulhoso por você ser o Avatar e o melhor de tudo era que só eu sabia disso. – ele deu um sorriso tranqüilo e afetuoso.

  Nakkah me colocou no chão, e então a dor cessou, mas eu estava cansada e acabei caindo. Ele veio até o meu lado e afagou os meus cabelos.

  -Depois de um tempo, você ficou mais velha com cinco anos estava dobrando tão bem quanto eu Nikki, e eu sabia o por que. Passou a ter as atenções voltadas pra você e eu, o melhor guerreiro estava sendo substituído. – a voz estava cheia de raiva agora. – Eu não queria ser a sombra do Avatar, o seguidor dele então deixei a Tribo da Água. A deixei pra viver a minha vida e não a sua.

  Eu ainda não conseguia falar.

  -Aprendi a dobra de sangue, assim como um antigo dobrador de sangue eu não preciso da Lua Cheia, me tornei tão poderoso quanto ele e me juntei aos dobradores de terra. Entendi o que eles queriam e é exatamente o que eu quero. Um mundo onde não existe isso. – ele apontou para Chang e a família real. – Que não exista reis e realezas, onde todos são iguais e só um governa o mundo todo. Ou no nosso caso dois irmãos: Tyro e Chong. Eles vão tirar as riquezas de todos, vão deixar todos os dobradores iguais, e até acho que a princesinha do fogo azul vai deixar de existir, ela é diferente. – ele riu friamente.

  Meu sangue ficou gelado. Tanta coisa aconteceu agora. Reencontrei meu irmão, ele dobra sangue e trabalha para os doidos dobradores de terra, me contou o plano ridículo deles e ainda disse que iriam matar Lee pelo fogo dela.

  Levantei como pude e fiquei em posição de luta.

  -Você costumava ser o melhor irmão do mundo lembra Nakkah? O meu lobo guerreiro, meu irmãozinho. – suspirei com raiva.

  Ele pareceu fraquejar um pouco, mas a face de raiva voltou.

  -E você era a minha irmãzinha, mas agora olha você: Avatar Nikki, o ser mais poderoso de todo o mundo, não precisa mais de mim, não precisa mais da nossa casa ou do meu auxilio. Você é sua própria professora. Acontece que você não tem o que eu tenho Nikki, os quatro elementos não podem me derrubar. – ele riu.

  Meu corpo se ergueu de novo e então senti que estava voando, a péssima notícia é que foi direto pra uma parede. Bati a cabeça e desci escorregando como um bicho morto até bater a cabeça no chão novamente.

  Minha visão estava escurecendo, mas eu vi uma sombra se aproximando, se abaixou ao meu lado e a voz de meu irmão ecoou em meus ouvidos.

  -Eu não vou pedir perdão Nikki, apenas entenda que te amo e que você não pode mais existir.

  Minha visão escureceu de vez e eu perdi a consciência.   


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Notas finais do capítulo

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