Kiss Kiss Fall In Love! escrita por Beatriz_Faria


Capítulo 6
Mou sukoshi.




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            Ele estava... no céu?

            Eiji sentiu os braços pequenos, macios e delicados de Aika lhe rodearem, terna mas desesperadamente, e seu choro parou quase de imediato.

            Mas espere.

            Aika.

            Era mesmo ela?

            Ele virou-se para cima, e  então viu a face da garota. Seu rosto corou violentamente e as borboletas invadiram seu estômago. Sim. Era Aika.

            A garota o estava abraçando, com os olhos cerrados e uma expressão deveras triste e preocupada na face. Ela, por ser mais baixa, permanecia alguns degrais à menos que Eiji e graças à isso seus rostos estavam praticamente no mesmo nível. E naquele momento, ele teve a certeza de que seu coração parara de bater pela 2ª vez.

            O hálito quente da garota batia forte contra seu rosto, e o seu calor e seu cheiro inebriante lhe devoravam completamente os sentindos. Eiji perdeu todo o pouco de sensatez que havia em sua mente naquele momento. Ele apenas sentiu seu corpo ser tomado pelo agradável calor dor amor e retribui o abraço, talvez até mais desesperado do que a garota.

            Em 6 anos, Aika e Eiji nunca haviam se abraçado. E não poderia haver situação melhor para que isso acontecesse.

            Aika sentia a mesma emoção que Eiji, enquanto sentia seus braços fortes apertarem-na contra seu corpo. Não era uma sensação lasciva ou luxuriosa, era quase como a excitação do primeiro beijo. Era inocente e bonito, mas ao mesmo tempo necessitado, fazendo com que duas pessoas completamente sem esperanças encontrassem um novo rumo para suas medíocres vidas.

            Ainda sim a garota não sabia o que estava acontecendo, a única coisa que sabia é que não queria se soltar dos braços de Eiji tão cedo. A sensação de paz, segurança e amor que aquele abraço lhe proprcionava era incrível e ela não queria acordar de seu sonho particular. Já Eiji sentia que tudo aquilo era pré-destinado, assim que não haveria mais perfeita ocasião do que aquela. Ele sabia que Aika não estava entendendo nada, mas a simples sensação terna e acolhedora de estar abraçado à pessoa que ele tanto amava lhe saciava completamente.

            E então, eles se lembraram.

 

“Era uma noite estrelada, e Aika havia saído com suas amigas. Eiji estava em sua casa, incobrindo-a, para caso os pais da garota chegassem, ele poderia inventar uma desculpa e ela não estaria tão encrencada.

De repente, a maçaneta virou-se, a porta abriu revelando todas as três amigas de Aika. Mas ela não estava junto das outras. Elas pareciam um tanto sorridentes, e não conseguiam dar mais de 2 passos sem se desequilibrarem..

Eiji sentiu um desconforto em seu interior e uma mão angustiante apertar seu coração, e então ele perguntou.

- Onde está Aika? – ele disse aparentando uma falsa calma.

- Aika-chan... hahahahahahahahahahahaha... Aika-chan, aquela caretona! – a primeira respondeu, completamente bêbada. Aliás, todas estavam. Quando esta abriu a boca, Eiji logo pôde sentir o forte cheiro de alcool invadir-lhe o olfato. Ele se sentiu ainda mais desesperado. Agarrou uma das garotas pelo braço, e chacoalhando-a, perguntou berrando:

- Onde ela está? Me dia agora!

A garota parecendo ter levado um choque, ponderou a cabeça para o lado, balbuciando logo em seguida:

- Hum. Shibuya... É, acho que ela está em Shibuya Eiji-kun...

A garota parecia sonolenta e provavelmente iria despencar dos braços de Eiji direto para o chão a qualquer momento. Ele a chacoalhou mais algumas vezes, perguntando-a.

- Em que lugar de Shibuya?! –

- Hm... Num bar chamado H-Hot... L-L-Love! – a bêbada disse, olhando assustada para Eiji. Este nada fez. Largou a garota, pegou a chave de seu carro*  em cima da mesinha de centro e saiu correndo corredor afora.

Ele dirigia meio desatento, olhando em todas as direções caso a achasse no meio do caminho. Shibuya era um bairro de Tokio, mas era um pouco longe da casa de Aika. Não era um caminho apropriado para uma garota de família fazer à noite e Eiji sabia disso. Ele adentrou as ruas largas tomadas pelas grifes de luxo presentes no local, e destoando-as, um prédio deveras rústico com um enorme letreiro de neon pendia no local, afirmando a todos que lá ficava o ‘HOT LOVE’. Na frente do local, Eiji avistou Aika, com um fino casaco rosa por cima de um vestido de cetim azul e sapatilhas de salto. Ele se permitiu, por um breve momento, ver como a garota estava linda.

 

- E-Eiji?! – Aika disse perplexa enquanto via o amigo aproximar-se dela com um olhar terno, mas preocupado.

- O que está fazendo aqui Aika? – a voz de Eiji parecia cansada. E ele de fato o estava.

- Bem, as meninas entraram para pegar seus casacos e eu as estou esperando para que possamos ir embora...

            Aika foi interrompida, sentindo um tecido quente e aconchegante tomar-lhe as costas semi-nuas, cobertas apenas pelo fino tecido do agasalho rosa. Ela olhou perplexa para Eiji, desfrutando do instindo acolhedor e protetor que ela nunca vira no garoto enquanto ele vestia nela, seu grosso moleton verde musgo e ela pode ver nos braços do amigo que ele estava com frio.

- Elas já estão na sua casa. – Eiji falou olhando diretamente nos olhos da garota, como que para martirizá-la. – Vamos embora, eu trouxe o carro.

            Aika e Eiji fizeram o caminho até o carro, que foi curtíssimo, assim que o mesmo se encontrava estacionado apenas na outra calçada. Quando entraram, Aika tocou de leve o braço de Eiji e balbuciou um ‘muito obrigado’, e então, o inexperado aconteceu: ele estava corado.”

 

            Foi inacreditável o fato dos dois terem lembrado do mesmo episódio. Eiji engoliu em seco, lembrando-se do tubilhão de sentimentos que invadiram seu corpo quando Aika o tocou. O toque inocente e frágil, mas que lhe causou sensações indescritíveis. Tirando-o de seus devaneios, ele relutou, mas não conseguiu impedir que os braços da garota o soltassem, deixando-o sozinho novamente.

            Ela possuía um olhar preocupado, e ela o olhava profundamente, como se desejasse ler nos olhos do garoto qual o motivo de todos aqueles atos impensados.

- Eiji, você pode me contar agora o que aconteceu? – ela pediu, séria, sua voz em apenas um fio que quebrava o silêncio mortal do lugar. Eiji suspirou fundo e olhou para o céu. Nenhuma nuvem. Ele sentiu um arrepío invadir-lhe, e de supetão disse à garota.

- Aika, eu tenho que te contar uma coisa que escondi por muito tempo!

 


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Notas finais do capítulo

ARIGATOU GOZAIMASU POR TODOS OS REWIENS QUE FAZEM ESSA POBRE ESCRITORA MAIS FELIZ! *¬*
Obrigado por acompanharem também.
Jaamataashita!