Estrada Das Abóboras escrita por james pajamas


Capítulo 5
Confissões Desagradáveis




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Os dias começaram a passar rapidamente durante aquela primeira semana de Aaron em New York. Mas não passaram rápido demais a ponto da saudade não começar a bater no peito. Acordava cedo e fazia o café da manhã para ele e para Bryan enquanto ele ainda dormia. Saia cedo para as aulas e o máximo que ele poderia fazer era se dedicar aos estudos e admirar Brielle o mínimo que pudesse, embora isso fosse difícil porque ela parecia não se importar em querer se aproximar dele. Aaron agora tinha um celular, algo que não utilizava porque as pessoas mais conhecidas não moravam a mais do que alguns quilômetros de sua antiga casa. Em uma tarde de almoço resolveu ligar para April.

- É, comprei um celular. Efeito de cidade grande em mim mesmo. Como está o Connor? – perguntou ele enquanto conversava em meio aos corredores da faculdade indo em direção ao hall de entrada.

- Ele está bem, você vai ter mais tempo pra falar com ele se ligar de manhã cedo ou mais tarde da noite por conta do trabalho.

- Bom saber que ele está bem. E a Daisy?

- Ela está ótima. Vamos ao médico amanhã pela manhã para conferirmos mais uma vez como ela está se saindo.

- Eu sinto falta de vocês.

- Nós também Aaron.

- Como vai a vovó? – perguntou Aaron em voz baixa e olhando em volta.

- Desde que ela voltou do hospital ela não vem dado tanto trabalho ao nosso avô. Espero que ela permaneça assim por algum tempo. Às vezes ela pergunta sobre você durante as nossas conversas. Ela adora passar um tempo comigo enquanto o vovô trabalha.

- Bom saber. Espero ver todos vocês em breve...Ok, chega desse assunto porque eu já estou morrendo de saudades. Tenha um bom dia April

- Você também Aaron. Beijos – dizia April enquanto desligava.

- Hey! Está tudo bem? – perguntava Brielle enquanto se aproximava.

Aaron poderia jurar que ela teria ouvido a sua conversa ao celular, mas preferiu não tocar no assunto.

- Está. Só ligando pra ver como estão as coisas em casa.

- Isso é bom. Perguntei se você estava bem porque sinto falta das nossas conversas. Mesmo a gente se vendo o dia todo durante as aulas você parece tão distante. Quase não te vejo mais durante o horário do almoço.

“Eu estou apaixonado por você e você tem namorado, então tento me afastar pra não me machucar” – pensou pra si mesmo.

- Eu estou bem...só tentando me adaptar a essa nova vida longe de casa. Eu nunca estive em New York antes – disse Aaron um pouco enjoado.

- Nunca? É uma bela cidade. Por favor, não se preocupe com nada, eu vivo aqui desde que nasci. Se precisar de alguma coisa é só me pedir, pode me ligar agora que você tem um celular. Amigos como você são difíceis de encontrar – dizia ela enquanto pegava na mão de Aaron e o abraçava.

- Obrigado Brielle! – dizia ele enquanto a abraçava. As palavras dela pareciam estar confortando ele.

- Certo, aqui vai um segredo: Meus amigos mais próximos me chamam de Bree. E agora você é um – dizia ela enquanto ria.

- Acho que isso me confortou o suficiente – dizia Aaron rindo junto.

- Boa! Só por causa disso eu vou dividir meu cachorro quente com você! – disse ela.

E assim fizeram. Depois voltaram para o segundo horário das aulas, onde tiveram algumas novas surpresas. Os alunos teriam que se reunir em duplas e formar um projeto artístico que seria avaliado no final do semestre como a pontuação máxima. E quando a Sra. Colleen disse algo grande era realmente algo grande. Por um instante Aaron achou que poderia se dar bem no projeto por ser o melhor aluno da sala em questão de pintura, mas não saberia organizar um grande projeto que fosse além disso.

- Posso falar com a minha mãe para fazermos algum tipo de exposição com as suas pinturas – dizia Bree tentando dar uma ideia para sua parceria com Aaron. Era lógico que os dois fariam o trabalho juntos.

- Pode ser – falou Aaron ainda pensativo.

- Então podemos nos encontrar nesse fim de semana. Eu te dou o meu endereço – disse ela.

- Certo.

Uma das melhores partes de sentar perto de Brielle era pela forma com que ela olhava para Aaron. Seus olhos não eram pequenos e o jeito como se moviam simplesmente mexia com Aaron. Eles falavam, e todo o movimento do seu rosto entrava em sintonia.

- Aaron! Aaron! É hora de irmos! – falava ela tentando tirar ele dos seus pensamentos. Aaron estava completamente apaixonado.

- Me desculpe.

Seu celular deu sinal de mensagem. Olhou e viu que era Bryan dizendo que não poderia pegar Aaron naquela noite.

- Acho que vou pra casa só hoje. Vou até o metrô andando – disse Aaron.

- Tenho uma ideia melhor. Eu posso te levar até lá de carro, aproveito e vejo aonde você mora.

- E o Kenny? Não vem te buscar? – perguntou Aaron sem querer se intrometer muito.

- Ele vai ficar bem. Nada que algumas mensagens não resolvam – dizia ela enquanto sorria para Aaron.

Ela dirigia cautelosamente. Ligou o rádio e tentou ao máximo fazer contato visual com Aaron. Embora isso já não a incomodasse mais. O caos do transito nova-iorquino poderia ter matado os dois, mas ela conhecia bem cada atalho da cidade. E Aaron prestava atenção em cada detalhe dela.

- Então, eu desço aqui mesmo – disse Aaron enquanto ela parava na frente da casa de Bryan.

- Ah, então é aqui. Se cuida e até amanhã! – dizia ela.

Aaron entrava em casa e ao mesmo tempo sentia ela indo embora. As luzes estavam acesas.

- Eu deveria saber – dizia Bryan aparecendo do fundo do corredor.

- Você disse que estaria trabalhando durante a noite – disse Aaron sem saber o que estava acontecendo.

- Você gosta dela – disse Bryan parecendo sério.

- O que?

- Eu vi vocês dois no horário de almoço. Ia passar por lá pra ver se meus amigos estavam precisando de algo. Ela até te trouxe em casa.

Aaron sentou-se no sofá, estava confuso.

Bryan também sentou-se.

- Me desculpe – disse Aaron.

- Normal. Amigos gostam da mesma garota, normal, acredite em mim – disse Bryan parecendo mais calmo depois da confissão entrelinhas de Aaron.

Ambos se sentiram patéticos no meio daquela conversa.


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