As ondas quebravam com força na areia, mas era apenas mais uma manhã agitada nos mares Californianos. E somente mais um dia de sol e praia para os moradores de Santa Mônica, que recebiam alguns visitantes aquele dia.

Nossa, eu nunca imaginei que pudesse cansar tanto entrar na água. - Rachel suspirou jogando-se deitada sobre uma toalha estendida na areia da praia.

A morena deixou um longo sorriso aparecer em seus lábios e dobrou uma perna tendo a outra estendida. Os homens que passavam em volta apreciavam descaradamente a mulher de pele bronzeada ao natural tomando sol, mas aqueles olhares já não assombravam tanto como anos atrás. Rachel sorriu para si mesma com esse pensamento.

As praias daqui são diferentes das da sua cidadezinha no interior. - Puck zombou sentado em uma cadeira de praia ao lado da morena, essa o encarou com um sorriso debochado, sem se deixar abalar pela piada. O garoto usava um óculos escuro e estava sem camisa, apenas usando uma bermuda vermelha.

Olha o respeito, Noah. - Frannie repreendeu o garoto que sorriu timidamente para a mulher, ela estava em uma cadeira de praia do outro lado de Rachel.

Desculpe, Fran. - Puck sorriu constrangido e voltou a relaxar em seu lugar.

Gostando do dia, Rachel? - a Fabray mais velha se dirigiu a morena deitada, essa a encarou com um sorriso agradecido.

É, quando não tem areia no meu biquíni ou água nos meus ouvidos, eu passo a gostar. - brincou a morena causando risadas e logo sentou-se em seu lugar para observar as pessoas na praia - Uma hora ela cansa? - perguntou Rachel de forma divertida.

Uma jovem loira gargalhava pulando sobre as ondas com Jaden e Evelyn, Quinn segurava as mãos da sobrinha para assegurar que a menina não caísse, já Jay estava bem ao seu lado, rindo e pulando as ondas, quando ele perdia o equilíbrio se agarrava nas pernas da loira. O garoto tinha o cabelo curto enquanto os suaves cachos de Eve estavam maiores, passando da altura do ombro. A garota mais velha sentia-se bem passando as férias na sua velha cidade, aproveitando um divertido momento com os sobrinhos, a irmã, o melhor amigo e a namorada.

A morena sorriu na areia, observando o quanto sua namorada estava submersa e feliz naquilo. Quinn entrou naquela fase de incerteza, em que cada escolha se dissipava em seguida, com todos já começando a correr atrás de vagas para faculdades, a garota loira ainda nem tinha realmente decidido o que fazer.

Daqui algum tempo ela cansa. - disse Puck também observando a melhor amiga, logo virou para a morena ao seu lado tirando o óculos do rosto - E então, já sabe o que fazer do futuro Rachel? Porque na última vez que esteve aqui me fugiu do assunto.

Rachel virou para o garoto e sorriu suavemente.

Eu ainda estava indo para o terceiro ano, Puck. - se defendeu a morena.

Como queira. - o garoto sorriu - Daqui alguns meses terminará o colegial, já sabe o que fazer?

Sim, Noah Puckerman. - a morena sorriu brilhantemente - Eu estarei em Julliard, New York, no ano que vem. - o garoto de moicano arregalou os olhos e sorriu em surpresa e orgulho - No primeiro semeste o coral fez uma montagem de West Side History e alguns olheiros da universidade estavam na plateia, ganhei uma das bolsas cedidas pelo programa de recrutamento de talentos.

A morena sorriu orgulhosa de si mesma ao notar que Puck sorria do mesmo modo. Os dois se conheciam há quase dois anos e desde o primeiro encontro se deram bem, não perdendo mais o contato. O tempo apenas confirmou o que se passou naquele primeiro encontro em São Francisco, os laços de amizade se firmaram ainda mais entre os dois.

Parabéns, Rach! - o garoto de moicano ofereceu a mão para a garota que que bateu um high-five com ele.

Obrigada, Puck. - agradeceu Rachel sorrindo contente.

Só é uma pena que provavelmente Quinn estará por aqui. - comentou o garoto tristemente, a morena sabia que não era uma zombação, ele realmente sentia. E ela virou para a namorada agora na parte de areia molhada da praia, correndo atrás dos sobrinhos.

Ela me prometeu que passaremos o resto da vida juntas, eu confio nela. - Rachel sorriu para a loira que chutava a água das ondas para os sobrinhos, eles rapidamente começaram a chutar água contra ela também - Nós já entendemos que não ficamos bem uma sem a outra. Mas não temos o controle, nem podemos ignorar as coisas.

Posso te garantir uma coisa. - Puck chamou a atenção de Rachel - Assim que ela pegar o diploma, ela vai correndo atrás de você. Quinn é uma garota determinada, ela não viraria as costas para a universidade, mas ela contaria cada dia até estar com você novamente.

Me sinto ainda mais segura ouvindo isso de você. - a morena puxou a mão do amigo para beijá-la, ambos sorriram.

Frannie, é hora de ir brincar um pouco com seus filhos. - Quinn surgiu com duas agitadas crianças contidas por suas mãos, a loira entregava-se ao seu cansaço. Ela brincou com as crianças enquanto foi possível.

Certo, irmãzinha, vá descansar. - Frannie disse se colocando de pé e logo pegou Eve no colo.

Eu te ajudo, Fran. - disse Puck jogando o óculos de lado e pegando Jaden, colocando o garoto sobre seu ombro, o garoto ria divertido.

Quinn acompanhou com o olhar sua irmã e Puck irem até a água com as crianças, só então ela sentou-se ao lado de Rachel e virou para a namorada que lhe direcionava um radiante sorriso.

Fiz algo? - Quinn questionou divertida.

Além de ter entrado na minha vida e ter feito com que eu me apaixonasse perdidamente por você? - brincou a morena e ambas riram.

Sim, além disso. - confirmou a loira com humor.

Boba. - Rachel mostrou a língua para a namorada pegando a mão da mesma.

Pronta para voltarmos para casa amanhã? - perguntou a loira entrelaçando seus dedos com os da amada.

A morena sorriu aproximando-se de Quinn como se fosse contar um segredo, ingenuamente a loira também se aproximou dela, acreditando que escutaria um segredo ou uma confissão.

Minha casa é onde você está. - disse Rachel provocando o sorriso da loira que virou para ela - Pois lar não é um lugar, é onde você se sente seguro e confortável, e eu me sinto segura e confortável com você.

Rachel Berry, eu vou acabar pedindo para que se case comigo assim. - brincou a loira apertando confortavelmente a mão da morena, seus olhos presos nos da outra.

Já recebeu alguma resposta de universidades? - perguntou Rachel tranquilamente.

Não, mas não vamos pensar nisso agora, ainda é cedo para respostas. - disse a loira virando o rosto para observar a irmã brincar com os filhos e com Puck - E ele me dizia que não era caidinho por ela.

Rachel riu.

E eu achei que tinha me dito que não era apaixonada por ele na infância. - brincou Rachel dando um beijo demorado na bochecha da loira que fazia uma careta.

O resto da tarde se passou com os adultos alternando para brincarem com as crianças, sendo que Eve foi a primeira a se render ao cansaço. Quinn, Rachel e Jaden ainda foram catar pedras e qualquer coisa interessante nos cantos mais afastados da praia, cantos desertos que as garotas podiam se aproveitar da distração do menino e matarem um pouco a vontade de terem os lábios uma da outra.

Puck ajudou as mulheres a levarem as crianças, mas declinou ao convite de ficar para o jantar, o garoto tinha assuntos da universidade a tratar, mesmo estando de férias. Havia conseguido entrar na UCLA, cursando direito, o que foi uma agradável surpresa para todos que nem imaginavam que o garoto queria algo tão fora de seus gostos. Mas era só um modo de estar se desculpando com o mundo pelo seu pai, tentando ser melhor que ele. Frannie ficou apenas mais encantada com o garoto, com quem vinha desenvolvendo algo amoroso nos últimos meses devido as várias visitas que fazia a cidade para lidar com sua parte na herança de Russell Fabray, Frannie tratava de se livrar de tudo o que herdou, propriedades, negocios e tudo mais, ela não queria ter nada por sentir que não merecia. E isso só causou o orgulho de Quinn, pois agora a loira tinha um bom exemplo a seguir.

Certo, mamãe, eu estarei em casa logo pela manhã. - explicou Rachel sentada na ponta da cama, ela falava com Shelby no celular - Sim, eu ligo para que o Will me pegue no aeroporto, a senhora nem pensar, se cuide. Mas agora vá dormir e descansar. - a morena fez uma pausa e sorriu - Não me diga que não sente sono, descanse mamãe. Beijo e boa noite.

A garota desligou apressada, os hormônios fora de controle de sua mãe bagunçavam todo o horário dela. Rachel desligou o celular e o jogou sobre a cabeceira de cama, logo observou Quinn sentada na cama, com as costas escoradas na mesma e ela lia um livro sobre o abajur clareando ainda mais.

Rachel sorriu com malícia antes de se colocar de pé.

Vou até o banheiro, apague as luzes. - ordenou a morena entrando no banheiro, Quinn ergueu o olhar incomodado para a namorada, mas Quinn tratou de bater palmas e somente a luz do abajur e a luz da lua que invadia o quarto pelas portas da varanda do quarto iluminavam o local.

A loira não era uma garota desconfiada, nunca havia sido. Mas ela até lembrava-se do momento que achou estranho a demora da namorada e passou a contar, faziam mais de dez minutos que Rachel havia entrado no banheiro desde que ela se lembrava, ela ergueu o olhar para a porta entreaberta.

Rachel? - chamou a loira tranquilamente.

Mas não veio nenhuma resposta, a loira respirou fundo.

Rachel, meu amor? - voltou a chamar.

Novamente não tinha nenhuma resposta, Quinn jogou o livro sobre a cabeceira da cama e jogou o lençol para longe do corpo, se colocando de pé em um salto. A loira caminhou suavemente até ficar em frente a cama e antes que ela ameaçasse acender as luzes, Rachel falou.

Não ouse fazer isso. - ameaçou a morena, Quinn sorriu confusa.

Algum problema? - a loira questionou preocupada, mas ainda sorrindo.

Mas sua resposta foi a morena surgindo apenas com um roupão de banho branco e fino cobrindo seu corpo, a loira lambeu o lábio inferior ao perceber o roupão caído sobre um dos ombros de Rachel, mostrando que a garota não usava peça debaixo ou qualquer coisa. Quinn não conseguia se mover, apenas observou a namorada de cima a baixo, Rachel tinha os pés descalços e o olhar atento a loira.

Tire. - incentivou a loira com um suave aceno de cabeça.

A morena tomou ar e abaixou a cabeça para desfazer o nó do roupão, Quinn acompanhava atentamente o movimento. Os olhos verdes iluminados acompanharam perfeitamente a queda do roupão que deslizou para fora do corpo da morena, deixando-a completamente exposta para a loira.

Quinn caminhou lentamente até a morena, medindo seus passos e observando atentamente os olhos marrons. Ultimamente as garotas vinham enfrentando problemas na hora de irem para a cama, Rachel surtava ou apenas se negava e deixava a loira frustrada e perdida, o psicólogo explicou sobre a pressão sobre a morena por ser o último ano escolar, que seria um momento difícil e que a garota teria algumas crises de ansiedade e entre outros, por isso as sessões de terapia foram intensificadas, tanto com a morena quanto com a loira.

As pontas dos dedos de Quinn tocaram suavemente os ombros da morena, Rachel fechou os olhos sentindo seu corpo se aquecer com o simples toque. Quinn deslizou os dedos pela extensão dos braços da namorada e logo tocou suavemente a cintura da garota, seus olhos acompanhando os movimentos de seus dedos. A morena já tinha os olhos apertados e a respiração pesada, ela suspirou ao sentir os dedos da loira tocarem seu ventre, roçando sua pele em forma de círculos. Múltiplos arrepios percorriam seu corpo.

Você tem certeza? Porque tentamos dias atrás e você... - a morena interrompeu Quinn.

Só faça amor comigo agora. - instruiu Rachel abrindo os olhos, Quinn ergueu os seus para encontrar a garota lhe observando. A loira acenou com a cabeça conferindo certeza, desejo e segurança naqueles os olhos escuros.

Quinn cortou a distância e tomou suavemente os lábios da namorada para ela, obtendo resposta deles de imediato. Se moviam com perfeição, respeitando o momento que poderia se tornar delicado, mas as mãos da morena envolveram o pescoço da namorada, mantendo-a no beijo. A loira abandonou a razão e agarrou as pernas da namorada, puxando Rachel para o seu colo. A morena envolveu a cintura da loira com as pernas.

Não demorou para que Quinn leva-se Rachel até a cama e deitá-la ali, se colocando entre as pernas da morena abaixo dela. Partiram o beijo para a loira se levantar e tirar a parte de cima do pijama e logo voltou a estar sobre a morena, fundindo-se novamente em um beijo com ela.

As mãos da morena vagavam pelas costas da loira e distribuíam suaves arranhões pela extensão de pele pálida dela enquanto sentia os seios serem sugados por Quinn. A loira movia-se intensamente sobre o centro da namorada, abocanhando os seios da garota, alternando entre um e outro, sentindo os apertões e arranhões em suas costas. Rachel girou sobre a namorada, colocando-se sentada sobre seu colo, a loira sorriu ao observar como a morena preparava-se para tirar o short do seu pijama, para logo em seguida tirar a última peça de roupa da loira e deixarem ambas em igualdade.

A morena posicionou sua perna entre as de Quinn, sentindo o sexo quente da loira, a outra garota experimentava a mesma sensação de ter a perna entre as da garota menor. Quinn passou as mãos sobre o traseiro de Rachel, ajudando a morena a movimentar-se sobre ela, causando investidas do joelho da morena no centro da loira. Mas Rachel urrou surpresa ao sentir surpreendentemente os dedos de Quinn lhe invadirem, movimentos fortes e rítmicos eram feitos pela loira.

A loira chegou a puxar a garota para voltar a estar tomando o bico do seu seio e mordê-lo delicadamente, mordiscando-o, a morena tentava se manter concentrada entre os gemidos e os espasmos internos em sua intimidade. Ela não demoraria muito mais.

Rachel só se permitiu chegar ao seu primeiro orgasmo ao sentir que a namorada chegou primeiramente, logo em seguida a morena caiu exausta ao lado da loira, mas ela sorriu cansada e excitada ao mesmo tempo ao sentir a loira virar sobre ela, ficando com a cabeça exatamente entre suas pernas.

Sem nenhuma palavra, Quinn ergueu uma das pernas da morena, apoiando-a em seu ombro e introduziu a língua no sexo úmido da outra garota. Rachel arqueou as costas ao mesmo tempo que agarrou os cabelos loiros brilhantes da amada, puxando-os suavemente.

Quinn ia cada vez mais fundo e com mais rapidez, estimulada pelo aperto que Rachel dava em sua cabeça e cada vez mais envolvida pelo gosto da morena. A loira usou os dedos para estimular o clitóris da namorada, ela queria sentir em sua língua quando a morena alcançasse o ápice daquele momento.

E não demorou para a loira ter o que queria, o prazer de sentir que havia trazido Rachel até o abismo, esgotando suas forças. Sentindo seu líquido sobre a língua.

A loira limpou o canto da boca antes de se colocar deitada ao lado da morena.

Você sabe que não é apenas sexo, certo? - a loira perguntou suavemente, vendo como o peito de Rachel subia e descia descompassado - É um momento íntimo nosso, onde podemos deixar nossos sentimentos aflorarem de todas as formas.

Rachel jogou-se sobre o peito da loira, encarando os olhos avelãs.

Tranquila, eu não vou surtar agora. - garantiu a morena e deitou a cabeça sobre a loira.

Quinn sorriu antes de segurar firmemente a namorada entre seus braços.

Agora elas só precisavam dormir, pois o dia havia sido agitado e a noite intensa.

Rachel, pode se apressar? - perguntou Quinn ao lado da namorada, empurrando o carrinho com as malas, com Jaden sentado sobre elas, ao seu lado vinha Frannie com uma dormida Evelyn em seu colo. Rachel ligava o celular para avisar sua mãe que mandassem buscá-las, ela empurrava outro carrinho.

Só um minuto, meu amor. - respondeu a morena incomodada, ela ignorou algumas ligações perdidas e mensagens, logo ligando para o celular da mãe.

As três pararam próximas a saída do aeroporto, Jaden batia nas malas com baquetas de bateria que Puck havia lhe dado. Rachel virou preocupada para as Fabray.

Tem algo errado. - a morena afastou o celular do ouvido, Frannie e Quinn trocaram um rápido olhar - Minha mãe não me mandaria ligar assim que chegasse, sabendo exatamente a hora que estaríamos por aqui, e não atenderia.

Rachel, querida. - a Fabray mais velha chamou a atenção da garota que tratava de ligar novamente para a mãe - Shelby está com mais de oito meses, não se coloque preocupada. O máximo que deve ter acontecido é que a essa hora você tem um irmão caçula.

Rachel sorriu emocionada com a possibilidade, pois foi uma total surpresa a gravidez de sua mãe ainda em meados do ano anterior. A morena pegou o celular e observou as ligações, todas do senhor Schuester e elas tinham menos de quatro horas, também havia três mensagens.

"Rachel, quando chegar ligue para o meu telefone, sua mãe entrou em trabalho de parto."

A morena sorriu docemente e uma lágrima escapou dos seus olhos, ela partiu para a próxima. Quinn sorriu emocionada observando a namorada.

"Sua mãe quer que fique informada. É um garoto saudável! Mas você já sabia o sexo."

A última mensagem era uma imagem, Rachel precisou tapar a boca devido a emoção. O rosto em um vermelho brilhante e um pouco inchado de seu irmão caçula preenchia o visor do celular, com a toca azul que Rachel havia presenteado o bebê antes de nascer, somente ela sabia o sexo. Ele parecia chorar e fazia um agradável bico. E a legenda da foto era: Chandler.

Nasceu! - guinchou a morena se jogando nos braços da namorada, Rachel entregou o celular para Frannie, a mulher tratou de ver a foto.

Parabéns, meu amor! - parabenizou a loira mais nova apertando a morena em seus braços.

Ainda não se pode dizer, mas pelo que me parece vem puxando o seu lado da família de Shelby. - Frannie disse antes de mostrar a foto para Quinn e Jaden.

Parabéns, Berry. Ele é realmente lindo. - elogiou Santana se mostrando em frente as mulheres - Agora corram, o senhor Schuester me pediu para buscar vocês.

Rachel se jogou nos braços da latina, essa riu e abraçou a velha amiga.

A morena só precisou passar em casa para ter certeza que Pierre estava bem alimentado e que ninguém havia esquecido disso, pois viajar e deixar o bichano sem o olhar atento de sua mãe era o mesmo que deixar um bebê recém-nascido em casa. O gato se tornou uma espécie de filho para a morena. E no final, a família Schuester decidiu seguir na mansão, Rachel ficou eternamente grata por isso.

Quinn foi deixar sua irmã e os sobrinhos em casa, junto com as malas, ela encontraria com Santana e Rachel na maternidade. A loira apenas tomou um banho e trocou de roupa, Frannie havia mudado de casa tinha algum tempo, a casa nova era maior e mais próxima a mansão Berry. Tudo para facilitar com que Quinn e Rachel estivessem mais próximas, para que as crianças estivessem em um bairro mais seguro e para que todos os fantasmas da velha casa sumissem.

Quinn! - chamou Frannie ao ver a irmã descer as escadas apressada.

Fran, eu tenho que ir, estou atrasada para encontrar a Rachel. - a loira mais nova virou-se para a irmã, mas não ameaçou ir, pois sua irmã tinha um sério olhar e algumas correspondências em mãos.

Chegou. - disse a médica e suspirou estendendo a mão para a irmã.

A loira mais nova sentiu o coração bater mais forte ao observar as cartas e catálogos na mão de sua irmã.

UCLA? - perguntou Quinn erguendo o olhar para Frannie.

UCLA, Yale e tem uma com um selo que não conheço. - a Fabray mais velha puxou a carta e após algum momento ergueu o rosto com um sorriso - É de uma universidade da Europa.

Quinn sorriu um pouco, mas nenhuma era de seu agrado, nenhuma era perto o suficiente de Rachel. UCLA era onde estaria grande parte de seus amigos, Yale era bastante renomada e a mais próxima de New York, mas essa terceira dita pela irmã era uma grande oportunidade. Rachel jamais lhe perdoaria se abrisse mão de algo assim por ela.

Vejo quando eu voltar. - a loira sacudiu um pouco a cabeça, Frannie acenou compreensiva com a cabeça - Não quero pensar nisso agora.

Tudo bem, tranquila. Mande um beijo para Will e Shelby. - Frannie sorriu jogando toda a papelada no sofá, Quinn sorriu de volta.

Estou de volta logo. - a loira mais nova acenou antes de voltar ao seu caminho e deixar a casa.

Apesar de tentar ignorar, sua cabeça estava um caos.

Nos últimos dois anos, Quinn havia apostado na fotografia, criando até uma conta em uma rede social onde as pessoas faziam exposições de suas fotos. Não demorou para a loira ter uma das contas mais populares, praticamente todas suas fotos tinham um número bom de favoritos, algumas até deram sorte de fazer parte de campanhas pequenas em Lima, Quinn não exigia uma comissão pelo uso das imagens, apenas uma carta de recomendação. Pois ela estava secretamente dando tudo de si para tentar NYU.

A loira sacudiu a cabeça se concentrando na estrada, não queria estar envolvida em nenhum acidente agora.

Olá. - disse Quinn suavemente ao abrir a porta, ela sorriu radiante ao se deparar com uma Shelby cansada e sonolenta na cama do hospital, Will atentamente rodeando Rachel com o pequeno Chandler.

Seus olhos se emocionaram ao verem sua amada segurando o pequeno bebê no colo, Rachel sorriu para ela. O menino estava agasalhado, com uma toca e a roupa de lã, além de uma manta verde também de lã. A morena o segurava com toda delicadeza e cuidado que podia, o irmão dormia tranquilamente em seu colo.

Vem cá. - murmurou a morena para a namorada e logo precisou balançar tranquilamente o bebê em seu colo, pois ele havia se incomodado com o barulho.

Venha, Quinn. - Will convidou indo até a loira e a levando para perto do menino e de Rachel, o professor foi rápido na hora de ir fechar a porta.

Ele é lindo. - elogiou a loira ficando um pouco atrás da morena, observando o bebê por cima do ombro da garota menor, logo ousou em pegar a mão do menino, coberta por uma luva. O pequeno gemeu um pouco movendo a mão - Acho que não vai gostar de ser incomodado enquanto dorme. - sussurrou Quinn.

Will sorriu divertido ao lado de Shelby, a mulher apenas lutava para manter os olhos abertos.

Parabéns. - disse a loira observando o casal.

Obrigado, Quinn. - o professor foi o primeiro a agradecer agarrando a mão da esposa.

Nós estamos muitos felizes. - Shelby sorriu cansada.

Eu posso imaginar como estão felizes. - disse Quinn.

Veja! - guinchou Rachel, mas logo mordeu a própria língua - Ele está sorrindo. - a morena murmurou.

Quinn foi a primeira a observar o menino que ela ainda segurava a mão, ele sorria de olhos fechados, Will tratou logo de se aproximar, mas não pegou muito do momento.

Ele ainda não sabe o que é isso, Rachel. - disse Shelby apertando um botão na cama e logo a mesma se moveu, colocando a mulher meio sentada - Você também sorria muito, mas estava apenas descobrindo tudo do que era capaz, apenas reagindo sem noção alguma a voz do seu pai e a minha.

Todos sorriram, Quinn tocando o ombro da namorada e apertando suavemente.

Então, ele reagiu bem a Quinn. - Rachel virou o rosto para encarar a namorada - Porque você falava no momento.

Pode ser, meu amor. - a loira beijou a testa da namorada - Pode ser. - repetiu.

O menino começou a ficar inquieto entre os braços da irmã, gemendo manhosamente até aquilo ser conhecido como um fraco choro. O anúncio de que já tinha fome.

Me deem ele aqui, precisa ser alimentado. - Shelby explicou tirando a expressão preocupada de todos na sala.

Rachel levou o pequeno Chandler até a mãe e cautelosamente o deu para ela, tendo logo sua cintura abraçada por Quinn. A morena sorriu passando seus braços sobre os da namorada.

As garotas passaram um bom tempo com o pequeno no hospital, a cena que mais apreciaram foi a que Shelby alimentava Chandler. Rachel quase chorou, mas se manteve firme.

Vai ficar sozinha na sua casa? - questionou Quinn separando-se de um beijo com Rachel em frente ao portão da mansão Berry. A morena sorriu segurando a cintura da namorada que estava escorada em seu carro.

Quinn Fabray, o que houve com seu cavalheirismo? - brincou Rachel causando o sorriso divertido da namorada.

Me leva para o seu quarto e eu te conto. - brincou a loira dando uma piscadela isinuosa para a namorada.

Acho melhor você ir pra sua casa, está muito ousada hoje. - Rachel arqueou uma sobrancelha ao se afastar e Quinn riu.

Certo, eu vou, mas quando estiver só na cama e sentindo a minha falta, lembre-se disso. - ameaçou Quinn com um sorriso, ela logo se afastou do carro pegando a mão da namorada e sussurrou - Vem cá.

Rachel fixou o olhar nos lábios cheios e vermelhos de Quinn, seus olhos se fecharam ao sentir aqueles mesmo lábios se chocando contra os seus, suas mãos rodearam o pescoço da loira a mantendo próxima, imediatamente ela estava correspondendo ao beijo. Mas quando a mão da loira alcançou o meio das costas da garota menor e ameaçou deslizar, a morena se afastou.

Quinn, eu queria mesmo dormir com você hoje. - murmurou a morena encarando os olhos avelãs já abertos - Mas eu estou muito cansada.

Eu sei, o dia foi longo. Desculpe. - disse a loira abrindo um sorriso.

Vai comigo amanhã? - perguntou Rachel arrumando uma mecha de cabelo dourada para trás da orelha de Quinn, essa confirmou com a cabeça.

Eu te pego, passo uma mensagem antes. - confirmou a garota.

Você está preocupada com a universidade, não é? - a animadora foi direta antes de sorrir com esperança - Ainda falta muito para o ano acabar, nós vamos aproveitar antes que fique complicado. Não se preocupe.

E se ficar muito complicado? - perguntou Quinn em um tom baixo, seus olhos brilharam. Rachel sentiu o coração apertar e tocou ambas as bochechas pálidas da namorada com as mãos.

Eu não vou desistir nem por um segundo. - assegurou Rachel e sorriu com força - Vai ver só, daqui dez anos vamos estar juntas e provavelmente casadas. Formadas, trabalhando e prontas para termos nosso primeiro bebê... - ambas sorriram contagiadas pela cena formada em suas cabeças - Nós estamos bem.

Assegurou a morena antes de puxar a namorada para um abraço, seus olhos brilharam encarando o nada, pois ela também tinha medo do que viria quando cada uma se encontra-se em um lado do país. Mundos diferentes, pessoas novas, carreiras distintas. Tudo podia soprar contra ou a favor, mas Rachel não queria se desesperar agora. Parecia mais difícil quando se pensava naquilo.

Quinn sentia medo, um terrível medo que estivesse chegando ao fim do seu relacionamento, que não fossem sobreviver a "profecia da formatura", onde todos os casais do colegial terminam após a formatura. Ela não queria aquilo, ela queria sempre manter Rachel perto, ela queria estar tomando as decisões sobre a própria vida tendo a morena como sua base, como sua fortaleza, onde ela sempre terminaria descansando e recuperando forças.

Mas o destino geralmente é imprevisível.

Olá. - saudou Santana entrando no quarto de Quinn, a loira fez uma careta soltando as cobertas de sua cama.

Santana o que faz aqui? É tarde. - lembrou a loira, mas aproximou-se da amiga para abraçá-la e se afastaram. Santana sorria e isso nunca era um bom sinal.

Lembra que queria que eu viesse cuidar da correspondência enquanto estivesse fora? - lembrou a latina abrindo sua bolsa, Quinn coçou a nuca nervosa.

Ah, sim. - concordou a loira desconfiada.

A latina ergueu o rosto com um sorriso sincero puxando uma carta da bolsa, nesse momento os olhos de Quinn brilhavam esperançosos e emocionados. Santana estendeu a mão oferecendo o envelope para a amiga.

Foi a última que chegou e eu peguei, mas não abri. - assegurou a latina sincera, Quinn encarava o envelope e o pegou com delicadeza - Abra. - incentivou ela.

Quinn ergueu o rosto e sorriu antes de avançar para cima da amiga e abraçá-la mais uma vez. As duas deixaram algumas lágrimas caírem, mas esperaram a latina se recuperar primeiro para se afastaram.

Abra de uma vez. - resmungou a latina após fungar emocionada.

Ok. - murmurou a loira antes de tocar a ponta do envelope e rasgá-lo.

Seu coração batia descompassado. Imagens dos últimos três anos invadiam sua cabeça, todos que passaram pela sua vida, tudo o que viveu, o quanto as coisas haviam se transformado, Rachel. Tudo terminou se enchendo de Rachel enquanto puxava a carta de dentro do envelope e ela fungou antes de abri-la.

Santana estava nervosa, ela ignorava o papel nas mãos de Quinn, ela observava atentamente a expressão séria com a qual a loira lia o conteúdo na carta.

Anda, Quinn. Pule para o que interessa. - a latina ordenou nervosa.

Quinn ergueu a cabeça e piscou algumas vezes afastando as lágrimas.

A loira tinha em mãos algo que podia ser a solução dos seus problemas ou apenas mais uma confirmação que não havia para onde fugir. Cartas de recomendações, notas aplicadas, coral, jornal, comitê de organização do baile, até clube de xadrez, tudo era um peso a mais em seu currículo acadêmico.

Ela abaixou o rosto para encarar as letras em negrito no papel, pois aquilo seria um grande divisor sobre o seu futuro.

Você conseguiu? - questionou Santana aproximando-se da amiga que deixou uma lágrima cair solitária e levou a mão até a boca.

Pois o seu destino estava completamente traçado agora.