You Got A Hold Of Me escrita por leanaticmont


Capítulo 40
Capítulo 040 - Digerindo.


Notas iniciais do capítulo

Demorei a postar porque ninguém merece ir dormir pela terceira noite seguida lá pelas 3 e alguma coisa da manhã e acordar ás 7, mas aí está.



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Bom dia. - Quinn desejou a todos na cozinha, a loira sorriu um pouco e beijou a cabeça de Evelyn, sentada no cadeirão, e fez um cafuné na cabeça de Jaden.

Oi! - Frannie se levantou surpresa do seu lugar - Bom dia, Quinnie. Está se sentindo melhor?

Não tem nada para que eu sinta melhor, Frannie. - Quinn disse de forma dura, mas sorriu ao ver o sobrinho lhe encarar confuso com o tom da tia - A vida continua. E mesmo que me doa ainda, tenho que passar por cima.

Se a Fabray pudesse arriscar um palpite, sua irmã caçula estava em um estágio complicado entre negação e otimismo.

Isso te faz bem? - Frannie se aproximou da irmã para pegar seu queixo e fazer com que ela lhe encarasse, Quinn estava com olhos marejados, mas acenou com a cabeça antes de falar.

Um pouco. - murmurou a loira mais nova.

Apesar de tudo, você continua sendo minha irmã mais nova e eu vou te defender, Quinnie. - Frannie falou de forma suave e Quinn abraçou a irmã com força, sem aviso.

Eu te amo tanto, Frannie. - as lágrimas escorriam dos olhos de Quinn, de forma descontrolada.

Se controle, minha querida, seus sobrinhos começam a se assustar. E eu te amo bem mais. - Frannie beijou o rosto da irmã antes de separar-se do abraço.

Agora vamos tomar um café da manhã divertido? -  Quinn gritou limpando as lágrimas, as crianças ergueram os braços e gritaram.

Vamos fazer as panquecas então. - Frannie riu se dirigindo para o balcão.

Sem Josh, os Fabray passaram uma manhã divertida, que teve como agregado Jesse, o garoto havia combinado de passar a manhã conhecendo melhor o quarto de Quinn e suas coisas. A loira estava tentando se manter bem e em nenhum momento o nome de Rachel havia sido tocado, apesar de não esquecer dela, era bom não falar sobre e fingir que não a tinha em seus pensamentos.

Wow, isso é incrível. - disse Jesse com uma das miniaturas de carros de corrida de Quinn nas mãos, a loira o observava com atenção.

Esse foi um amigo da Califórnia que me deu. - Quinn disse com um sorriso.

Como se chama o amigo? - o garoto perguntou com os olhos cravados no carrinho.

Noah Puckerman, Puck é como gosta, mas prefiro chamar ele de Noah, para implicar. - a loira explicou alargando ainda mais o sorriso. Jesse encarou a loira.

Quinn, por que não retorna a LA? - perguntou Jesse despertando a surpresa de Quinn.

Porque ainda não me formei e tenho alguns anos para isso. - explicou a loira.

Não, anjo. - o garoto riu devolvendo o carrinho ao seu lugar e afastar a pequena maleta para o lado, ele encarava Quinn que fazia o mesmo, interessada - Falo apenas de visitar, ver Puck e outros amigos, apenas matar as saudades e arejar a cabeça.

Madison, minha grande amiga de uma vida inteira. - Quinn lembrou deixando o olhar desviar para a janela - Sinto falta dos amigos de lá, de Madison. Nossa, eu realmente sinto falta dela. Mas estaremos em São Francisco para as Nacionais, acredito que poderei ver ela e Puck, claro.

Vou querer conhecer Puck, já que também estarei lá. - Jesse brincou e ambos riram.

O que achou do Blaine? - perguntou Quinn e mordeu o lábio em seguida.

Um garoto incrível. Um ótimo gosto muscial, inteligente e culto, sabe conversar, além de ser lindo. - Jesse mordeu o lábio inferior provocando a gargalhada de Quinn - Mas é apenas um fim de semana, mais tarde volto para minha cidade, não poderemos explorar isso o suficiente.

Eu sinto muito. - Quinn murmurou em solidariedade.

Não se preocupe, já combinamos alguns encontros. - Jesse exibiu um sorriso sacana, Quinn rosnou divertida antes de puxar um travesseiro e jogar contra o garoto.

Idiota! - a loira riu.

Amo quando está tão doce. - Jesse jogou o travesseiro de volta, porém com menas força, tendo cuidado, pois Quinn ainda tinha o olho esquerdo um pouco machucado e o corte na testa já não incomodava tanto.

Os jovens começaram a rir, foi então que Quinn se colocou sentada ao lado de Jesse e e vagarosamente o sorriso foi se apagando.

Está pensando nela, não está? - Jesse perguntou observando a parede a frente.

Sim. - a loira murmurou observando a mesma parede.

Quinn tem que passar dessa, vocês vão certamente se encontrar amanhã e eu não estarei aqui. - o garoto virou em direção a amiga, Quinn apenas virou o rosto na direção dele - Te juro que adoraria estar, para te dar apoio emocional. Mas até para Santana e Blaine será complicado, é algo que vai enfrentar sozinha. Você acha que pode fazer isso?

A loira piscou algumas vezes em confusão antes de negar com a cabeça.

Me garante que depois que eu for embora, você ficará bem? - Jesse perguntou.

Farei o possível. - Quinn sorriu para o amigo, um sorriso esperançoso e um pouco doloroso, mas fez Jesse lhe abraçar orgulhoso. Foi então, que pelas costas, o sorriso da garota se desarmou. Doía. Doía muito fingir um sorriso.

Quinn? Jesse? - Frannie chamou dando algumas batidas na porta e depois a abriu, os jovens se separaram e olharam para a Fabray mais velha - Shelby está lá embaixo. - a loira murmurou e Quinn suspirou.

Aquela era uma das pessoas que ela não estava pronta para enfrentar. Mas ela sabia que uma hora ou outra, se ela não fosse, a senhora Corcoran iria busca-lá para ter algumas respostas.

Jesse e Frannie foram os primeiros a descer, mas o garoto passou direto para a cozinha enquanto a irmã de Quinn ia avisar a convidada na sala que a garota já descia. A loira mais nova precisava de ar, respirar e ter em mente como seria aquela conversa, psicologicamente ela não estava pronta, mas quem esperaria ela estar? Ninguém.

Quinn. - Shelby saudou séria, de braços cruzados, mas os olhos bondosos e aparentemente preocupados. A loira engoliu saliva antes de entrar completamente na sala e ir em direção a mulher.

Olá, Shelby. - Quinn disse suavemente, mas o silêncio se instaurou e não havia som que ousasse cortar a tensão. Ela estava pronta, completamente pronta.

Gritos. Acusações. Choro. Raiva.

É, Quinn estava pronta para ser acusada. Pelo menos por Shelby, porque ela ainda temia a reação de Leroy, ele era agradável e brincalhão, mas quem sabe do que o senhor Berry era capaz quando magoavam sua estrelinha.

Quinn, você pode relaxar. - Shelby abriu um largo sorriso, mas a preocupação ainda rondava seu olhar - Eu vim para saber o que aconteceu.

Saber o que aconteceu? - a loira perguntou surpresa, seus ombros caíram, deixando a tensão se dissipar, agora a confusão lhe tomava por inteira.

Rachel não disse nada, na verdade, nem nos encontramos. - Shelby apontou para o sofá, Quinn sacudiu a cabeça antes de sentar-se, a mulher a seguiu logo em seguida - Os empregados disseram que ela estava furiosa, que chorava e maldizia seu nome... - a mulher respirou fundo vendo os olhos da menina brilharem - Ela estava com um garoto em casa, ela fez as malas e foi para o rancho da família de Leroy.

Raiva. Leroy. Malas. Rancho. Leroy. Garoto. Leroy. E Leroy. Quinn se perguntava em qual momento o homem derrubaria a parede de sua casa e lhe apontaria espingardas. Mas a confusão também lhe bateu com força.

Espera, Shelby... - a loira se mexeu inquieta no sofá - Não fala com a Rachel desde sexta? É isso?

Exato. Rachel se foi com um amigo de escola para o rancho da família, não me atende, seus avôs não me falam nada atendendo pedidos dela. Eu não sei o que houve. - Shelby esclareceu.

Jura? Que bom. - Quinn sorriu aliviada, mas ao observar o olhar confuso da mulher apagou o sorriso - É porque Rachel não me ouviu e depois que você escuta a história fica complicado de acreditar em mim senão me ouvir primeiro.

Certo, Quinn. Pode começar. - Shelby incentivou a garota.

Quinn teve que voltar no tempo com seus relatos, meses antes de ir para Lima, quando assumiu sua preferência sexual para os pais, logo em seguida a falência nos négocios de um amigo de seu pai para depois contar de tudo que antecedeu a tragédia com seus pais. Shelby era uma mulher adulta, conteu a emoção das lágrimas, diferente de Quinn, mas a garota sentia-se cada vez mais forte, quanto mais ela falava, mais sentia que tudo aquilo se tornava nada mais que forças para ser melhor e diferente do pai. A história então passou para sua chegada em Lima, em como conheceu Rachel, como se desenrolaram as coisas e nas tentativas de estarem juntas, no longo caminho que percorreram para enfim terem uma a outra. A loira só optou não ir a fundo, por exemplo, contar dos problemas que as garotas vinham enfrentando na hora de dar um passo mais sério. Aquilo era íntimo e Shelby não parecia querer saber desses detalhes justamente por ser algo apenas das garotas.

A clareira na floresta. Os lugares secretos. Megan. Os momentos no quarto. Coisas que Quinn pensava que Rachel não gostaria que a mãe descobrisse sem ela presente, algo que devia ser preservado entre as duas talvez e chegava de drama para a senhora Corcoran ouvir e ter que lidar.

Shelby deixou a casa dando a certeza a Quinn que não daria nenhum crédito aquilo, ela lhe daria o benefício da dúvida. Pois como disse a garota, quando se ouvia a história era quase impossível lhe dar ouvidos. Aquilo fazia doer ainda mais em Quinn.

Por que Rachel não lhe deu esse mesmo benefício? Aliás, com quem será que estava a garota?

Nos vemos daqui há algumas semanas. - Jesse disse puxando Quinn para um abraço, a loira riu enquanto abraçava apertado o amigo.

Jesse, Quinn, Santana e Blaine estavam na estação de trem. O pai do garoto da Carmel havia ido embora mais cedo de carro, Jesse havia decidido ir pela tarde e de trem, queria um pouco mais de tempo com os amigos.

Nacionais. - murmurou Quinn.

Nacionais. - Jesse murmurou de volta.

Ei super purpurina. - Santana e Jesse bateram um high-five antes de se abraçarem - Foi legal te ter esse fim de semana, apesar de todo esse rolo. Me distraiu de pensar bobagens. - murmurou a latina.

Foi ótimo estar com vocês nesse momento. E a gente se divertiu latina. - Jesse sorriu para a garota após saírem do abraço, Santana piscou para ele antes que o garoto virasse para Blaine, esse sorria timidamente.

Quinn e Santana se entreolharam antes de se afastarem um pouco, os garotos pareciam querer alguma privacidade. Pelo menos o olhar de Jesse deletou isso as garotas.

Foi bom te conhecer, Jessie. - Blaine disse esticando a mão para o outro garoto, Jesse sorriu de lado e respirou fundo, o garoto pegou a mão do moreno e apertou firme.

Blaine, meu caro, ainda vamos nos ver. Você é fascinante. - Jesse fez com que o outro garoto corasse.

Obrigado, você é exatamente como as garotas descreveram. Se ajusta devidamente ao que se é exigido. - o moreno se inclinou um pouco em direção ao outro garoto - Obrigado por ter estado aqui, eu não teria conseguido fazer muito com elas sozinho.

Não me agradeça por isso. Afinal, ainda não fiz muito para te distrair também, toda essa confusão te atingiu também. - o garoto da Carmel aproximou-se de Blaine perigosamente, seus olhos conectados aos do moreno, esse podia sentir o sangue pulsar em suas veias - Blaine, eu posso fazer uma coisa? - Jesse sussurrou a pergunta de forma provocante.

Depende. - Blaine respondeu e lambeu os lábios.

Santana e Quinn já observavam se ninguém estava por perto. E tudo parecia limpo, e estava.

Do que? - os olhos de Jesse brilharam e seu sorriso se formou.

Se for voltar a acontecer. - Blaine sorriu.

O espaço foi cortado, mas bem diferente do que todos imaginavam, Jesse apenas beijou o canto dos lábios do moreno, de forma doce e gentil. Um beijo longo.

Não se trata garotos como você com tão pouca doçura. - Jesse piscou para Blaine, o moreno fechou os olhos e o garoto de olhos azuis sorriu - Nos veremos nas Nacionais, pode apostar e eu vou entrar em contato. Tchau, Blaine.

Blaine abriu os olhos e mordeu o lábio inferior enquanto era abraçado por trás pelas amigas euforicas, Jesse puxou a mochila para as costas e entrou no trem sem olhar para trás. Uma despedida marcante. Eles realmente se dariam bem, se ninguém atrapalhasse.

Já era noite quando Blaine deixava Quinn na entrada de sua casa, os garotos se separaram com um forte abraço e então a loira entrou com um sorriso satisfeito. Após deixarem Jesse na estação ela realmente destraiu a cabeça, um jantar tranquilo com dois de seus grandes amigos e todos os três estavam leves, alegres e se divertindo de verdade.

Se divertiu? - Frannie perguntou virando-se no sofá ao ouvir o barulho da porta.

Bastante. - Quinn disse abrindo um largo sorriso.

Que bom, comeu algo na rua ou quer que te prepare o jantar? - se ofereceu a Fabray mais velha, Quinn riu entrando na sala.

Frannie, eu só estou com meu coração ferido, mas ainda posso preparar meu jantar. - a loira mais nova piscou - E jantei em um restaurante. Boa noite, vou cair na cama.

A loira virou-se rapidamente para fora da sala, mas foi então que seus olhos se encheram de lágrimas e o choro aprisionado se revelou. Frannie se colocou de pé assustada, a irmã mais nova caia sobre os próprios joelhos sendo tomada por um choro compulsivo.

Querida, calma. Ei, relaxe. - Frannie abraçou Quinn, essa agarrou os braços da irmã mais velha com força e o choro lhe roubava as forças para falar.

Por que ela não confiou em mim? - Quinn perguntou em meio aos soluços - Por que ela não me ama tanto quanto eu a amo? - a loira mais jovem voltou a chorar com força, apertando os olhos.

Frannie passou boa parte da noite consolando a irmã no chão da sala. Quinn estava um desgaste emocional, ela não estava melhorando em nada em lidar com aquilo e começava a fazer sua irmã considerar a ideia de saírem de Lima.

Mas primeiro, a garota precisava tomar esse passo, precisava falar com Rachel e tomar a decisão por conta própria.


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