Ladies's Brotherhood escrita por Aria S


Capítulo 18
Capítulo 14 - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Vocês ainda estão ai? Eu espero que sim. Vocês acharam que eu morri? Mas não se preocupe que eu não morri. Só estava realmente muito ocupada e também sem inspiração para escrever um bom capítulo.
Mas agora está ai um novo capítulo fresquinho pra vocês ^^ kkkk
Eu não planejava cortar esse capítulo nesta parte, mas quando percebi já tinha dado mais de três mil palavras O_o Ai tive que dar um jeitinho kkk
Não sei quando terminarei e postarei o próximo capítulo, mas espero que gostem deste e que a espera tenha valido a pena.



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No capítulo anterior...

Uma garota com poderes inimagináveis tenta atacar a Primeira Dama da França. Quando Madame Marie finalmente consegue detê-la descobre que a pequena garota encapuzada era uma das Ladies da Irmandade Britânica, chamada Rebecca. Está garotinha havia acompanhado a líder da Irmandade Britânica no dia que as cinco Madames haviam se reunido. Infelizmente, Rebecca consegue escapar de Marie.

Rebecca volta para sua Irmandade e Rosalie, a líder Britânica, não fica nada satisfeita com seus resultados da missão.

Rosalie então recebe a visita de Thomas Hardy, o general britânico e pai de Christofer Hardy, o jovem cujo coração pertence à bela Victória.

Capítulo 14 - Parte I

Naquele mesmo dia e mesma manhã, quando Madame Beauford conversava com o general Britânico Thomas Hardy sobre a sacada de seu escritório, um falcão-peregrino, com sua bela plumagem cinzenta e branca – mas com uma peculiar cicatriz vertical sobre o olho esquerdo -, pairava sobre o ar, acima daquele gigantesco castelo cinza. Como se observasse de longe aquelas duas pessoas em particular.

Inesperadamente, uma veloz flecha passou por ele, atingindo de raspão uma de suas asas. O falcão perdeu o equilíbrio e começou a cair. De repente, a ave se transformou em uma garota que pousou perfeitamente sobre um galho de uma grande árvore de uma colina próxima ao castelo. A garota pequena e magra de cabelo negro trançado e com uma cicatriz sobre as pálpebras do olho esquerdo – como a do próprio falcão – era certamente uma Lady. Ela era a Lady nativa americana que acompanhou a Madame da Irmandade Americana no dia em que as líderes se reuniram.

“Fui descuidada.” Ela pensou enquanto passava a mão suavemente sobre o leve corte em seu braço direito causado pela flecha anterior. De repente ela avistou alguns vultos passarem rapidamente no meio daquela densa floresta abaixo daquela enorme árvore em que estava. Com certeza eram as Ladies da Irmandade Britânica que descobriram sua presença.

A garota não teve escolha a não ser descer e correr na direção oposta do castelo. Ela poderia se transformar em falcão novamente, mas provavelmente seria atingida por outra flecha.

Ela desceu e pulou de ramo em ramo nas árvores daquela densa e escura floresta, correndo velozmente longe daquele castelo e das Ladies que se aproximavam. De repente, ela sentiu algo se aproximando, e então pulou para o lado, ficando na ponta do galho da árvore que estava. Ela olhou para frente e viu a flecha que a atingiria cravada na árvore seguinte.

Olhou para trás e abaixo das árvores havia duas garotas, uma delas era ruiva, de tom alaranjado e cabelo curto, portando um arco e aljava. A outra tinha cabelos castanhos escuros, bem cacheados e volumosos. Ambas usavam vestes de empregada, o uniforme oficial das Ladies.

– Bela mira, Jordan. – disse a morena para a ruiva de forma sarcástica.

– Cale a boca, Melody. – a ruiva, de nome Jordan, resmungou. – Se ela escapou das minhas flechas significa que ela se move mais rápido do que o normal.

Quando Jordan terminou se explicar, a garota que perseguiam já estava fugindo novamente, ainda pulando entre as árvores.

– Bem, se ela é assim tão rápida, só precisamos pará-la então. – Melody apenas disse, com um sorriso peculiar no rosto.

***

A garota continuou fugindo, percebendo que mais seis Ladies a perseguiam por terra, e não pelas árvores como ela estava fazendo. De repente, um galho de uma das árvores ganhou vida e a agarrou pela perna, deixando-a pendurada de cabeça para baixo próxima ao solo.

As Ladies que a perseguiam se reunirão ao redor de seu corpo pendurado e riram de sua fracassada fuga.

– Achou mesmo que iria escapar desse jeito? – Melody surgiu entre as outras garotas, junto com sua parceira Jordan. – Ninguém nesta floresta escapa de mim.

Jordan então pegou uma flecha de sua aljava e, ajeitando em seu arco, mirou no rosto da garota pendurada.

– Na boca, ou no olho? – Jordan perguntou para Melody.

– No olho. Precisamos que ela fale, mas não é necessário que ela enxergue. – Melody respondeu sem nenhuma importância com a garota em questão.

Assim Jordan disparou a flecha, mirando exatamente no olho que já havia uma cicatriz. Porém, algo inesperado aconteceu. De repente, a garota pegou uma faca que estava presa em uma de suas pernas e cortou o galho que a segurava, momentos antes da flecha a atingi-la, fazendo-a acertar uma Lady atrás dela.

Ao pousar no chão, usou o impacto da queda para ajuda-la criar impulso para pular novamente. Durante o salto se transformou em falcão novamente, voando reto para fora daquelas árvores.

– Não vai fugir! – Melody gritou, encostando a sua mão em uma das árvores, dando vida aos seus galhos.

O falcão continuou a voar reto e para cima. Faltaram poucos centímetros para os galhos lhe pegarem, porém ela ficou muito alta para eles a alcançarem.

Ainda no ar, o pássaro se tornou uma garota novamente, pegando dezenas de agulhas que estavam guardadas consigo e lançou nas perseguidoras.

Com sua magia, Melody criou uma espécie de barreira com seus galhos, protegendo a si mesma e sua parceira Jordan. Mas as outras garotas não tiveram tanta sorte e foram feridas, mas nada muito grave.

– Para onde ela foi?! – Jordan perguntou berrando para todas quando Melody desfez o escudo.

– Ela foi por ali! – disse uma das garotas feridas apontando para a direção.

Todas aquelas que ainda podiam continuar correram atrás dela, que ainda fugia pelos ramos das árvores.

A garotinha pulava de ramo em ramo, ouvindo e sentido as outras que ainda a perseguiam. Ela precisava agir senão seria pega novamente, mas não podia mata-las. Havia recebido ordens de não causar nenhuma vítima.

Ela estava em um território desconhecido e não sabia qual eram as habilidades das outras garotas. Não teve escolha a não ser confiar em seu instinto.

Ela desceu dos ramos e continuou a correr por terra. Havia uma Lady na sua frente e ela sabia disto. Ainda correndo, ela retirou mais algumas agulhas que ainda tinha e as preparou para lançar, mas então sentiu uma garota por trás. Era a garota arqueira, Jordan. Então mudou de estratégia.

Quando se aproximou da garota da frente, Jordan atirou uma flecha. Foi então que a espiã pegou a flecha ainda no ar e cravou na outra garota, mas sem mata-la. Num movimento ainda mais rápido, a fugitiva arremessou contra Jordan as agulhas que ainda estavam em uma das mãos. Porém a arqueira conseguiu se esquivar se protegendo atrás de uma árvore, fazendo as agulhas atingir outra garota.

Tirando Jordan e Melody, ainda havia mais uma garota para lidar. E a garotinha já sabia muito bem o que fazer com ela.

A Lady procurava a fugitiva no meio daquela densa floresta, segurando uma espingarda nas mãos. Ela olhava para todos os cantos com atenção, então ouviu algo passar muito rápido em uma das direções e mirou, porém nada apareceu. De repente, a fugitiva a surpreendeu por trás, e antes que pudesse acerta-la com o um tiro, a garota desviou o cano da arma antes que o tiro pudesse acerta-la, e se jogou para cima da Lady ficando em cima dela a ameaçando com uma faca no pescoço.

– Não grite. – a garotinha ordenou com uma expressão fria nos olhos castanhos.

A Lady a encarava não com medo, mas sim com raiva de ter sido pega por aquela simples Lady de outra Irmandade.

– Mesmo que eu não grite as outras com certeza ouviram aquele tiro. – a refém disse.

– Eu sei disso. – a garota respondeu, sem explicar mais nada.

***

Jordan e Melody correram em a direção ao barulho do tiro, até chegaram a uma grande área espaçosa, sem árvores, apenas grama verde e algumas pedras. No final daquele lugar estava um precipício alto que dava ao mar.

Na ponta do penhasco estava à garota nativa americana, segurando uma faca no pescoço da Lady sequestrada, que estava de joelhos para ficar na altura da garota e amarrada nos braços e nas pernas para que não fugisse ou tentasse algo.

No momento que Jordan e Melody dão um passo a frente, a garota alerta quase gritando por causa dos fortes ventos que passavam.

– Não se aproximem! – ela alertou apertando ainda mais a faca no pescoço da refém. – Senão eu corto o pescoço dela!

Jordan sorriu irônica.

– Será mesmo? Você não matou nenhuma das garotas até agora. Por que mudou de ideia? – Jordan perguntou.

– Antes não havia necessidade, mas agora se não me deixarem irem eu vou ter matar sua parceira. – a garota continuou a ameaçar.

Jordan e Melody então se entreolharam, lançando um sorriso cínico uma para a outra.

– Pode fazer as honras. – sugeriu Melody cruzando os braços.

– Como quiser. – Jordan concordou, preparando uma flecha em seu arco.

Obviamente a garota percebeu que a dupla não havia concordado com seus termos. Mas mesmo que lhe atirassem uma flecha ela conseguiria desviar facilmente, estava preparada para aquilo. Foi então que o inesperado aconteceu.

A flecha não foi em sua direção, mas sim na garota refém, atingindo perfeitamente em seu coração. Sangue escorreu pelos cantos de sua boca e manchou sua roupa preta e branca, até que seu corpo sem vida despencou para o lado.

Espantada, seus olhos se arregalaram. Não entendeu o porquê de aquilo ter acontecido. Sabia que a ruiva não tinha errado. Aquele alvo foi proposital.

– Mas... Qual é o problema de vocês?! – a garotinha perguntou indignada. – Ela era uma de vocês, não era?!

As duas continuaram a sorrir, como se nada tivesse acontecido naquele instante.

– Nós temos um lema aqui. – Melody começou a dizer. – “Se você se torna um fardo, você se torna dispensável.” E levamos esse lema muito a sério.

– Não me leve a mal. – Jordan dizia, preparando outra flecha. – Eu até que gostava daquela garota.

Antes que Jordan disparasse outra flecha, a garota arremessou a faca que ainda estava em sua mão em direção as garotas, porém não as atingiu, ela acertou um pequeno objeto escondido na grama que causou muita fumaça quando foi atingido.

As duas correram para fora daquela fumaça, mas quando saíram não avistaram a garota em lugar algum. Elas correram até a beirada do precipício e mesmo lá em baixo não encontraram nada.

– Olhe! Ali! – Melody alertou Jordan, apontando para cima onde estava um pássaro igual o que a garota podia se transformar. Jordan não pensou duas vezes em apontar o seu arco naquela direção.

Deixem-na ir. – ordenou uma voz feminina e mais velha vinda da floresta.

De repente uma fumaça roxa surgiu se transformando imediatamente na Madame Beauford, que caminhou em direção as garotas.

– Minha Senhora. – as duas se curvaram imediatamente diante dela, e Melody começou a explicar. – Nós sentimos muito, não conseguimos pegá-la. Ela era muito rápida, nunca havíamos visto alguém tão rápido quanto ela e...

– Me poupem de desculpas. – Rosalie rapidamente as interrompeu.

Ela andou até a beira do penhasco e olhou para baixo, vendo as fortes ondas baterem nas rochas presas à montanha. Depois se dirigiu até a garota morta ao lado, deitada perto da beirada. Rosalie se agachou e viu a flecha que perfurou seu peito.

– Essa é uma de suas flechas, não é Jordan? – Rosalie deduziu.

– S-Sim, Minha Senhora. – Jordan se curvou novamente tentando se explicar. – Bem... E-Eu não tive escolha, Minha Senhora, ela se tornou um fardo... E-Então...

– Mesmo com esse vento você conseguiu dar um tiro muito preciso. – Rosalie continuou a falar, interrompendo a garota de suas desculpas. – Impressionante...

As duas Ladies ficaram impressionadas por não terem sido repreendidas, mas sim elogiadas. Rosalie se levantou e andou na direção oposta do precipício.

– Limpem esta bagunça. – ela ordenou antes de sair.

– M-Mas e a espiã, Senhora? – Melody perguntou. – Não deveríamos ir atrás dela?

– Não, se preocupem com ela. – ela explicou. – Nossas “colegas” descobririam minhas verdadeiras intenções mais cedo ou mais tarde. Principalmente por causa da ação equivocada de Rebecca. – Rosalie se virou mais vez para o horizonte, olhando para o pássaro voando distante, e por algum motivo ela sorriu. – E jogar sem nenhum adversário não teria nenhuma graça.

Rosalie de repente se tornou fumaça e desapareceu das vistas das duas garotas. As duas então saíram daquele precipício em busca de mais garotas para retirar aquele corpo.

O que elas não sabiam é que aquele pássaro no céu não era a fugitiva. Na verdade ela estava ainda naquele mesmo penhasco, escondida de baixo de um ramo repleto de folhas. Junto com ela estava também escondida uma gaiola dourada pequena vazia. Nela estava antes aquele mesmo pássaro que estava no céu voando. Era uma armadilha para confundir os inimigos. A garota ficou feliz pelo pássaro inocente não ter sido sacrificado em vão, mas agora ela poderia voltar em segurança para a sua verdadeira Irmandade.

***

Na Irmandade Americana, Madame Catherine Delafield se ocupava em seu escritório relendo dezenas de papeladas em sua mesa.

Seu escritório era oval, com paredes amarelas feitas de papeis de paredes floridos, rodeadas de arestas de madeira escura. Essas paredes eram ocupadas por várias estantes escuras, como as arestas, repletas de livros e objetos pessoais da Madame como estatuetas e porta retratos. Sua mesa ficava no meio do escritório e atrás ficava uma grande porta de vidro aberta, que levava a uma varanda pequena.

Um vento suave e gelado vinha de fora e batia nas costas de Catherine, mas não ele não a incomodava. Na verdade a agradava.

De repente um falcão entrou em seu escritório, pousando em sua mesa. Catherine ainda estava concentrada em seus papeis, mas sabia da presença da ave.

A ave se transformou em garota, que permaneceu sentada de pernas cruzadas sobre a mesa. Neste momento Catherine apenas moveu seus olhos por alguns segundos em direção a garota e depois voltou aos papeis.

– Você está ferida. – Catherine apenas comentou ainda concentrada no que fazia.

– Não é nada de mais. – a garota respondeu. – Logo eu cuidarei disto.

– Então? Você teve problemas? – Catherine finalmente abaixou os papeis e voltou sua atenção para a garota.

– Sim, mas não foi nada que eu não pudesse lidar. – ela respondeu sem dar muitos detalhes.

– Certo. – Catherine prosseguiu. – Então me conte o que você viu lá.

A garota então se levantou da mesa e ficou em pé diante de sua Madame para poder relatar tudo que ela havia visto e acontecido durante a missão.

– Eu estava certa em desconfiar de Rosalie. Levar um general para a sede da Irmandade? O que será que ela pretende com tudo isso? – Catherine comentou enquanto processava toda a informação que sua garota havia dito. – Isso é tudo? – ela perguntou a garota.

A garota havia dito sobre a perseguição no território da Irmandade Britânica, mas não havia mencionado sobre elas terem matado uma de suas próprias parceiras.

– Sim. – ela apenas disse.

Aquela resposta não foi o suficiente. Catherine sabia que sua garota não estava lhe contando algo.

– Kenda. – Catherine a chamou pelo nome, fazendo a garota erguer o rosto. – Se aconteceu alguma coisa você sabe que pode me contar.

Kenda não queria contar o que viu. Era irrelevante de certa forma. Mas o que aconteceu a incomodou muito.

– Durante minha fuga... Aquelas garotas mataram uma de suas próprias irmãs só para poder me capturar. – ela explicou cerrando os punhos. Aquele sentimento de indignação voltava sempre que se lembrava daquilo.

– Mataram? – a Madame perguntou sem se alterar, apenas prestando atenção no que Kenda dizia. Mas então Kenda se calou, parecendo remoer algo em sua cabeça. – Kenda?

– Quando... Quando a Senhora me encontrou, no dia que minha aldeia foi destruída... – Kenda desabafava, e por tendência, passou uma das mãos suavemente sobre a cicatriz de sua pálpebra. – Eu só pensava em como as pessoas eram cruéis, e matavam as outras sem motivos. Mas então a Senhora me trouxe aqui, me deu um lar e fiz amizades com garotas que sofreram como eu. Então pensei que o mundo não seria tão cruel porque protegeríamos umas as outras. Me diga Senhora Delafield, eu estava errada? – ela ergueu seu rosto e olhou nos olhos de sua Madame.

Catherine se agachou, colocou as mãos nos ombros de Kenda e então olhou nos olhos dela.

– Sim Kenda, o mundo é cruel porque as pessoas são cruéis. Eu sei disso melhor do que ninguém. – Catherine disse. – Mas não somos como aquelas garotas. Nós protegemos umas as outras, a qualquer custo. Nós somos irmãs, por isso que fazemos parte de uma Irmandade. – então ela sorriu. – E você pode proteger todas aqui, afinal, você é a garota mais rápida do mundo.

E então Kenda sorriu pela primeira vez naquele dia. De repente um vento mais forte e mais gelado passou pela porta de vidro, fazendo todos os papeis da Madame voarem para fora da mesa.

Ora, ora... – uma voz jovem e feminina debochou. – Mas que cena mais comovente.

Catherine sabia exatamente de quem era aquela voz, e quando se levantou e virou viu exatamente quem esperava. Rosalie estava bem ali, em carne e osso, em pé em sua varanda.

Kenda estava preparada para avançar e proteger sua Madame, porém Catherine estendeu o braço a impedindo.

– Você tem muita coragem de aparecer aqui. – Catherine respondeu retirando um florete escondido dentro de sua bengala e apontou para Rosalie.

– Bem, você mandou uma de suas garotas me espiarem primeiro. – ela deu de ombros, enquanto entrava descaradamente dentro do escritório. – Então... Estamos quites, não acha?

– O que você quer Rosalie? – Catherine perguntou enquanto Rosalie se aproximava vagarosamente. – Veio tentar me matar?

– Por favor... – Rosalie riu sarcástica. – Se eu quisesse você morta já teria feito há muito tempo.

De repente ela se materializou na frente de Catherine, agarrando seu pescoço com apenas uma mão e a ergueu, fazendo seus pés desencostarem do chão. O ataque repentino fez Catherine soltar a espada e tentar a todo custo afastar a mão de Rosalie de seu pescoço.

– E “tentar”? – Rosalie a olhou friamente e sorriu sádica. – Não seja ingênua Catherine. Se eu fosse ter matar não seria difícil. Demoraria um segundo e ninguém, nem mesmo você, teria percebido.

Sem pensar duas vezes, Kenda pegou uma ultima faca que estava guardada e atirou contra Rosalie. Mas então a mulher segurou a faca apenas com os dedos, sem causar nenhum corte nela.

– Você... – Rosalie olhou para a garota no canto e fez a faca que segurava desaparecer com uma fumaça roxa. – Você é a pequena espiã de mais cedo.

Rosalie de repente surgiu em frente à garota, fazendo Catherine despencar no chão recuperando o ar. Agachada, ela segurou o queixo de Kenda e olhou fundo naqueles pequenos olhos castanhos, como se estivesse lendo a sua alma.

– Você tem a alma de um falcão peregrino, o animal mais rápido do mundo. – ela comentou ainda olhando nos olhos da garota, e então sorriu. – Não é a toa que minhas garotas não conseguiram capturá-la. É uma pena uma garota com tanto potencial como você tenha que pertencer há essa Irmandade.

– Diga logo o que você quer Rosalie! – Catherine ordenou enquanto se levantava e pegava seu florete de volta.

– O que eu quero? – Rosalie também se levantou e sorriu para Catherine. – Eu quero o que todos querem: Poder. – ela respondeu. – E estou aqui para lhe fazer uma simples pergunta: De que lado você está?

– Como assim “de que lado estou”? – Catherine perguntou desconfiada.

– Não se lembra, minha cara? – Rosalie perguntou retórica. – Eu disse a vocês que uma tempestade estava vindo. Agora cabe a vocês decidirem se vão se proteger da tempestade ou se a enfrentarão.

Catherine olhou fundo nos olhos de Rosalie e soube no mesmo instante o que aquilo significava. Aquilo era uma declaração de guerra.

– Eu recuso. – Catharine respondeu firme, guardando seu florete de volta. – Não sei o que você planeja, mas não deve ser nada bom. Eu me recuso a participar do que quer que seja que você esteja planejando.

Rosalie se surpreendeu com a resposta. Até mesmo arregalou os olhos. Mas então suspirou e deu de ombros.

– Ora, é mesmo? – Rosalie perguntou desapontada. – Mas que pena, pensei que seria fácil convencê-la. Mas a escolha é sua. – ela então andou em direção à varanda novamente. – Boa sorte para o que vocês enfrentarão. Irão precisar. – ela se transformou em fumaça arroxeada, causando um vento forte novamente, e sumiu das vistas de Catharine e Kenda.

As duas ficaram caladas após sua partida. Apenas observando aquela sala agora vazia e bagunçada.

– Kenda. – Catherine a chamou de repente. – Sei que deve estar cansada, mas preciso que faça outra tarefa.

– Estou pronta para fazer qualquer coisa. – Kenda respondeu firme, e Catherine sorriu com a determinação de sua Lady.

– Preciso que você mande uma mensagem para alguém. – Catherine explicou.

– Para quem é a mensagem, Minha Senhora? – Kenda perguntou.

– Para a única pessoa que confio no momento. – Catherine respondeu. – Madame Van de Hout.

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(Fiz o desenho dessa cena há um bom tempo. É uma das minhas cenas favoritas. E ai? Gostaram? :3)


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