The Perfect Ball escrita por Rocky


Capítulo 11
Poison


Notas iniciais do capítulo

Hey! Espero que gostem, esse eu fiz de coração ♥ haushaush



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– Para onde você tá me levando? – gritei.

Ele me carregou até termos saído da multidão e agora íamos em direção ao estacionamento. Então ele me botou no chão de novo e quase caí porque eu era meio que uns 20 centímetros menor. Essas coisas com certeza só acontecem comigo. Por que não fui crescer mais um pouco? Por que minha mãe não casou com um cara com mais de dois metros? Tudo bem, certo. Não sabia como minha roupa tinha ficado tão acabada, ou como me sentia pelo fato de ele ter me carregado o tempo todo como se eu fosse um macaco incapaz de andar.

– Vou te levar pra casa.

– Você nem sabe onde eu moro! Nem me conhece!

O loiro gato pegou meu braço e me arrastou até um carro azul conversível. Ele abriu a porta e me jogou no banco, para logo em seguida dar a volta e entrar também. Que cavalheiro! Até ficaria honrada se eu soubesse quem era.

– Devia estar feliz por ter alguém para te levar embora dali. Com certeza coisa boa não iria acontecer se ficasse por mais tempo.

– Na verdade estou me sentindo ótima. E não, você não fez uma coisa boa me tirando de lá. Exceto se for para a gente dar uns amassos aqui dentro, porque se for pra isso acho que estou disponível.

– Piper, você está cheirando maconha. Definitivamente não está ótima. – ele se virou no banco para me olhar e não sei se foi de uma forma muito agradável, mas também não tem problema. Só de estar me olhando já me sinto mais sortuda que a maior parte do mundo.

– Você ficou me cheirando? Que espertinho. Já sei, você me trouxe aqui porque não queria que todo mundo ficasse olhando!

– É o que? Não...

Eu comecei a rir e passei a mão por seu cabelo, distribuindo carinhos por seu rosto. Devia agradecer ao universo por ter criado alguém com aquela aparência, porque olha, é bem difícil de encontrar.

– Piper, não quero fazer algo com você desse jeito. Nem posso.

– Mas eu posso! E já falei que estou ótima, por que não acredita em mim?

Uma lágrima caiu do meu olho, seguida por outra. Ninguém acreditava em mim. Nem um estranho que não sabia de nada do que eu tinha feito acreditava em mim. Será que a vida poderia ficar pior? Provavelmente sim, porque sempre é o que acontece.

– Ei, por que está chorando? – ele levantou meu rosto, e dessa vez eu não quis olhá-lo nos olhos. Meu corpo inteiro começou a sacudir de tanta força vinda dos meus soluços.

– Eu não quero! Não aguento mais! Não tem ninguém pra me ajudar, ninguém entende! – bati com toda a força em minha perna, fazendo uma marca vermelha no formato do meu punho.

– Pare com isso!

O garoto segurou minhas mãos, parou por um momento como se estivesse em dúvida e então soltou. Ele prendeu meu cinto e deu partida no carro. Apertei minhas pernas contra o corpo e deixei toda a tristeza me consumir. Não tinha nada inteiro. Eu não sabia qual era o meu problema ao pensar que vir para esse negócio ajudaria em algo. Nada poderia ajudar.

Eu já deveria saber que algumas pessoas estão destinadas a sofrer, e outras a ter sucesso. Tinha me enganado ao pensar que eu fosse uma do segundo grupo, mas agora estava claro em minha mente. Sempre rejeitada. Nunca com sorte, sempre correndo atrás.

Aquela menina sem mãe.

Tudo se esfarelou em piscar de olhos. Tudo que eu tinha lutado para ser, para me amar e amar o mundo. Agora tinha plena consciência de que era um esforço contínuo e inútil.

Ela só pensa em vôlei, o tempo inteiro.

Às vezes você apenas sabe de algumas coisas. Coisas que antes estavam ali mas você não conseguia ver. Traumas. Tudo faz sentido de uma hora para outra. Aquela frase que uma coleguinha disse. Algum olhar. Sua vida.

Somos consequências. Existimos devido a uma série de ações. Mas essas ações geram danos que são impossíveis de apagar, danos na alma. E agora, minha alma estava devastada e tudo que eu queria era desaparecer. Meu peito não parava de doer. Minha cabeça parecia que estava levando marteladas. E talvez fosse melhor se realmente estivesse.

O garoto ao meu lado não tinha culpa de nada e mesmo assim eu tinha conseguido estragar tudo com ele também. Talvez um dia virasse um amigo, ou outra coisa. E eu tinha estragado tudo, como sempre.

– Pare de chorar. Por favor. – ele disse e me tirou do transe por um segundo.

– Desculpa. Desculpa por ter feito aquilo... – sussurrei e isso só me deixou mais angustiada. Meus olhos já estavam pesados e não era fácil mantê-los abertos.

– Mas eu não estou bravo! Não precisa chorar por uma coisa tão boba, já passou. Você não fez nada de errado.

Olhei para ele sem entender, então lembrei que ele também não entendia nada. Juntei as forças que me restaram para responder, mesmo que falar fosse extremamente difícil.

– Não é culpa sua. Não estou chorando por sua causa.

– Então por que está assim? – ele parecia realmente preocupado, mas eu sabia que não era preocupação comigo. Ninguém perderia tempo desse jeito. Não, ele tinha coisas melhores para pensar.

– Nada. – resmunguei e concentrei em apenas sentir o vento que batia no meu rosto e bagunçava meus cabelos.

O loiro virou para o banco de trás e puxou de lá um pano, botando no meu colo sem dizer nada. Eu me enrolei no que descobri ser um moletom, só assim me dando conta de que estava tremendo de frio. Eu não conseguia pensar direito, mas tudo o que fiz foi dizer uma única palavra, e ela valia por muitas.

– Obrigada.


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