POV Katniss.

Eu e Peeta voltamos para casa nos divertindo e recontando todos os babados do julgamento de Cato. Como por exemplo quererem culpar o Peeta por tudo, ou me desafiarem.. enfim estavamos dando risadas de tudo. Nós estavamos felizes. Não demorou muito para chegarmos na casa de Peeta. Entramos e conversamos com a mãe dele.

– E ai meu filho? O que deu o julgamento?

– Deu que Cato recebeu pena maxima e exilio mãe! - ele correu na direção dela a abraçando e levantando-a do chão.

– Ae meu filho. Que alegria. Imagina se Makailla estivesse viva para ver isso! - percebi Peeta meio desconfortavel e ele abaixou a cabeça. - Ela iria adorar saber o que aconteceu e.. - Dona Coin mal terminou de falar e Peeta saiu correndo escada a cima. - Oh, meu Deus, acho que não devia ter falado isso.. - ela estava chocada

– Não se preocupe Dona Coin, vou falar com ele! - eu a acalmei e subi as escadas a procura dele. - Peeta? Peetaaaa? Onde você esta? - ele não respondia, mas ouvi um barulho vindo do banheiro. Corri até lá e tentei abrir a porta mas ele estava sentado atras dela. Começei a empurrar devagarinho e ele saiu me dando passagem

– Não quero conversar Katniss! - ele ainda chorava.

– Não fique assim Peeta, já acabou meu amor! Tudo acabou.. - eu o olhei sorrindo mas recevi mais lagrimas em troca. Boa Katniss..

– Eu só queria que ela estivesse viva sabe.. pra acompanhar as filhas e sei lá. Eu só não queria fazer isso sozinho!

– Peeta eu já te disse que você não esta sozinho nessa amor!

– Eu sei Katniss, mas você não é a mãe delas! Voce não quer ter filhos.. - ele falou com certa arrogancia na voz.

– Nunca disse que não queris ter filhos Peeta, só disse que agora não seria um bom momento para um bebe e que eu achava que não era uma boa mãe.

– Fala logo que o problema é comigo Katniss..

– O que? Peeta eu nunca disse nada.

– Voce sempre enfatizava quando a Makailla estava gravida que você nunca queria ter filhos e que seria pessimo e blá blá blá.. - ele ainda estava arrogante.

– Quer saber Peeta, não vou discutir com você. Voce não vai acabar com o meu dia. - me levantei de onde estava e me dirigi para a sala de onde ouvia um choro baixo. - Spencer.– sussurrei. Desci as escadas rapidamente e em menos de alguns segundos eu já estava com ela no colo acalmando-a. - Ainda bem que você não é escandalosa que nem sua irmã hein pequena.. - sorri de leve e ela abriu os olhinhos diretamente para mim. Me derreti na hora.

Peeta desceu algumas horas depois ainda com os olhos inchados de tanto chorar. Não vou dizer que não estou brava, mas tambem não posso culpa-lo. É muita coisa passando na cabeça dele, e essa historia da Mika ter morrido ainda não desceu para ele. Eu sorri leve para ele, e o mesmo me ignorou. O que? Não acredito que vai se fazer de criança, senhor eu quero morar sozinho com as minhas filhas. Chegei perto dele e apertei seu braço fazendo-o olhar para mim.

– Peeta o que aconteceu?

– Nada, só estava chorando não viu? - esse tom de voz já estava me irritando, e agora ele ainda adicionou um olhar indiferente.

– Quer saber, eu cansei. Estou tentando me manter calma porque eu sei o quanto TUDO isso esta sendo dificil para você. Mas pelo visto você ainda não superou a Makailla, e eu aposto que se ela ainda estivesse viva você estaria me trocando por ela.

– Não diga besteiras Katniss.

– Não falei besteira em momento algum. Essa é a verdade Peeta. Todo aquele papinho de eu vou voltar por você, ou me espera que eu te amo ou você vai ser minha.. TUDO MENTIRA! Sinto muito por você ter perdido ela Peeta, mas não precisa me tratar como se me amasse de verdade...

– Katniss.. - acho que ele percebeu a burrada que fez comigo, pois percebi que seus olhos mudaram novamente e seu rosto tinha uma feição um tanto arrependida.

– Peeta me entenda. Eu só não quero continuar com uma pessoa que não corresponde da mesma maneira. Por mais que eu te ame, me doi dizer que se precisar eu me afasto de você, até você perceber o que você perdeu..

– Não Katniss, eu não quero te perder.. Quantas vezes eu vou ter que falar que eu te amo caralho! Eu te amo de verdade, mais do que eu já amei outra mulher, você é a minha vida Katniss. Eu quero você do meu lado a cada segundo e odeio te dividir com outras pessoas porque você sabe que eu sou meio possessivo. Mas te perder seria doloroso demais pra mim. - eu percebi em seus olhos que ele estava falando a verdade mas eu queria provocar mais.

– Igual esta sendo doloroso com a Makailla? - dei de ombros como se sentisse ciumes.

– Esta com ciumes de uma mulher morta Katniss? - ele perguntou segurando o riso e eu não me contive.

– Peeta.. só quero que você entenda que mesmo que você ache que esta fazendo tudo sozinho, você não esta. Nós estamos noivos agora e nós.. - eu disse com o carrinho das duas bebes a minha frente. - precisamos de você mais do que nunca. Eu sei que elas não são minhas filhas, mas as tenho como filhas, e vou fazer o possível para que elas saibam que a mãe delas é a Makailla, nunca me atreveria a pegar o lugar dela, porque eu sei que é impossivel subtituir uma mãe.

– É por isso que eu te amo sabia. Futura Sra. Mellark. - ele me pegou pela cintura.

– Pare de fazer doce Sr. Mellark, odeio quando tem esses seus 5 minutos. - me agarrei em seu pescoço.

– Não é doce Kat, eu só estava estravazando tudo o que estava sentindo acumulado.. - ele fez uma carinha de criança quando toma bronca, com um bico.

– Eu sei amor! Esta mais calmo agora?

– Não com você perto de mim. - Me aproximei dele para beija-lo e sua respiração estava mais acelerada. - Viu? - eu dei risada e um tapinha em seu peito.

– Peeta controle-se.. - falei ainda rindo e ele tambem não conteve um sorriso torto maravilhoso.

– Acho que esta um pouco tarde para comprarmos as coisas das bebes né! - ele disse me olhando fundo nos olhos.

– Amanha compramos.. vamos descansar. Voce esta precisando... - eu tive uma ideia.. - Vamos fazer assim, eu vou para a minha casa e você fica aqui, assim nós descansamos mais.

– Não quero ficar longe de você.. - ele disse me beijando. Um beijo calmo e com amor. Sua língua dançava com a minha por toda a minha boca e eu não queria mais sair dali. Mas o ar se fez necessario, nos separamos e ficamos ofegantes.

– Peeta se eu ficar aqui, nós não vamos dormir. - ele sorriu mas concordou.

–Tudo bem, então. Mas cada um fica com uma bebe. - ele disse malandro.

– Tudo bem, eu fico com a Spencer.

– Não vou ficar com a Emma, não sei fazer ela se acalmar. Spencer é mais calma Katniss.. por favoor. Preciso descansar lembra-se? - infelizmente sim.

– Tudo bem, eu levo a Emma, mas qualquer coisa me ligue imediatamente viu! - disse lhe dando um ultimo beijo antes de pegar Emma e ir pra casa.

Nos separamos e eu fui até o carrinho ver se ela ainda dormia. Sim, feito uma pedra. Me despedi de Coin e de Annie e logo peguei o carrinho para ir pra casa.

– Peeta amanha te espero em casa ok?

– Sem problemas, passo lá as 10h, vamos bem cedo para não estar lotado... - ele me puxou para mais um beijo demorado e Emma deu o ar da graça, começando com manha.

Me separei de Peeta e fui em direção ao carrinho parado atras da porta. Olhei e ela estava procurando o paninho que costumava a dormir. Peguei ele que estava no chão e devolvi para ela que parou com a manha no mesmo instante. Peeta abriu a porta para mim, ainda estava claro, peguei o carrinho e fui para casa andando com Emma. Andei por uns 10 minutos até avistar a minha casa. Cheguei e levei Emma para minha mãe que estava louquinha com ela. As duas se deram muito bem, e Prim adora cuidar de crianças. Aproveitei a distração para tomar um banho e relaxar um pouco. Logo minha mãe me devolveu ela, eu a coloquei para dormir, e aproveitei o embalo e capotei na minha cama.

POV Gale.

Ficar nesse hospital aqui sozinho não tem graça nenhuma. As vezes minha mãe e meus irmãos vem me visitar e tal, mas não é a mesma coisa que estar em casa. Ainda mais depois da noticia do falecimento da Makailla, isso aqui se tornou um inferno. Medico no entra e sai da correria do dia a dia, enfermeiras que entram para me dar soro e alguma anestesia por causa da dor da cicatrização, e a moça que tras o meu almoço todo dia. Ouvi batidas do lado de fora do meu quarto.

– Entre.

– Com licença senhor Hawthorne. - o meu medico de sempre entrou.

– Toda. - eu dizia seco. Não aguentava mais esse homem no meu quarto..

– Vim te pedir uma coisa!

– Diga-me.

– Preciso saber como andam o resto de suas funções do corpo. Por isso vou pedir que uma enfermeira ande com você pelo hospital. Voce precisa voltar a andar ou vai ter algumas complicações mais tarde. Como encurtamento de tendões e dores cronicas por falta de movimento.

– Tudo bem então. Quando começo?

– Hoje mesmo Gale. Vou chamar o enfermeiro para que ele lhe acompanhe ok?

– Sim estarei esperando.

– Ah, vista uma roupa tambem. Seu roupão é aberto atras e não queremos que ninguém veja sua parte traseira certo? - ele falou com divertimento.Não se preocupe, vou me vestir! - eu sorri tambem.

– Ele era até uma pessoa legal, mas cá entre nós, olhar para a cara dele toda hora não é a melhor coisa do mundo não! Eu me levantei com dificuldade, pois faziam algumas semanas que eu nem colocava os pés no chão. Foi dificil a principio me equilibrar mas depois de alguns segundos parado no mesmo lugar eu consegui me mexer, devagar, mais consegui. Fui até o meu armário e coloquei uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca. Fiquei em péa ainda me acostumando com a sensação de estar em pé novamente, até o enfermeiro adentrar o meu quarto.

– Está pronto senhor Hawthorne? - ele dizia para mim da porta.

– Sim, vamos?

– Claro, venha. - ele pegou meu braço me dando suporte para andar.

Era dificil andar acompanhando o ritimo dele, pois eu estava sem força nos joelhos para manter-me suportando todo o peso do corpo. Andamos por alguns corredores bem longos, andamos de elevador, fomos até a maternidade e demos uma olhada nos bebes. Cada coisinha fofa que aparecia ali que nem tem como descrever. Passei pelo corredor que odiava com todas as minhas forças, o corredor onde Makailla morreu. Não queria andar por ali. Mas o elevador que subia para o meu quarto era do outro lado do corredor. Ou seja, teria que passar pela sala dela. Começei a andar novamente pois tinha ficado estatico ao descobrir em qual lugar estavamos. Foi dificil vivenciar tudo aquilo de novo. Mas eu tive que ser forte e passar por ali. Passo a passo eu andava aquele longo corredor que não acabava nunca. A sala em que ela morreu ficava cada passo mais perto. Respirei fundo e quando passei na frente da sala dela, a porta estava aberta. Não me contive e acabei olhando. Foi quando eu tive o maior choque da minha vida. Vi uma mulher deitada na cama, poucos fios de cabelo ruivos cobriam sua cabeça, um avental cobria seu corpo magro, mas nada tampava o rosto. Pisquei varias vezes para ver se era verdade e quando me dei por mim fiquei espantado. Makailla? Pensei. Me aproximei da porta tinha uma ficha com um nome. O enfermeiro me puxava para longe mas eu ainda conseguia ler: Makailla Stoubss. Tratamento Cardiovascular - Terapia Trombolítica. OMG!

- Ela esta viva! - eu disse entre dentes.