-SKY, CORRE! ME DEIXA AQUI E SE SALVA!

-NÃO! EU NÃO VOU TE DEIXAR!

-EU TE AMO, VÁ!

-TAMBEM TE AMO, E POR ISSO NÃO VOU TE DEIXAR!

-VOCÊ SERÁ PEGA SE NÃO FOR EM BORA! VAI SKYLER!

-EU VOU, MAS EU VOLTO PRA TE SALVAR.- gritou a menina já correndo.

-Mais um pesadelo. Quando isso vai acabar?-sussurrou, depois de acordar com um sobressalto.

04:42 o relógio marcava. E Skyler não conseguia voltar a dormir. Só conseguia pensar no garoto do seu sonho. Ele a amava, e ela o amava, mas quem era ele? Com certeza não era seu namorado Trevor, nem nenhum de seus amigos, e provavelmente não era nenhum garoto que ela conhecia. Uma vez seu avó lhe disse que algumas pessoas sonhavam com o futuro, mas a menina torcia com todas as suas forças para que aquele não fosse o futuro. No sonho ela estava em perigo, estava cansada e acabada.

Ao finalmente desistir de voltar a dormir, a menina já levantando olha involuntariamente para o calendário a esquerda de sua cama, em cima da escrivaninha. Instantaneamente começa a chorar. Hoje, fazia dez anos da morte de seu pai. E mesmo depois de todo esse tempo, ela ainda não tinha superado. É claro que ela não passava mais quase todas as noites em claro chorando, como fazia até os nove anos. Mas em toda e qualquer data que trouxesse uma pequena lembrança do pai ela a passava chorando, além de que toda vez em que alguém o citava, falava sobre ele era resto do dia chorando de saudades, na certa.

Depois de muito pensar se devia ligar pra Trevor em plenas 07:28 da manha, só para ouvir sua voz e um “Eu te amo Sky, tente dormir de novo”, a menina pega o telefone e disca seu numero.

-Alô, Sky?- atendeu ele com aquela voz de quem foi acordado. Ah como ela adorava essa voz.

-Oi anjo. - droga, ela estava com voz de choro!

-Está chorando de novo? Por que meu amor? Mais um pesadelo?

-Também. É que, sabe que dia é hoje?

-Ah, não.  12/07. Calma Sky, mais tarde eu passo ai e a gente faz alguma coisa. Pra você tentar esquecer... Calma pequena.

-Trevs, faz dez anos. Dez anos...

-Calma Sky, enxuga essas lagrimas e tenta voltar a dormir. Agora eu não posso fazer nada, são 07:40 da manhã.  Mas lembre-se sempre que independente de o seu pai está, se é do seu lado ou se é em algum lugar te protegendo de longe, ele te ama. E eu também pequena. Agora calma.

-O-o-ok –falou gaguejando a menina- Também te amo, e obrigada.

-Eu vou estar sempre aqui princesa. Agora volte a dormir. Bons sonhos.

Conhecendo a namorada que tinha sabia que ela não conseguiria falar mais nada, então desligou o telefone. Mesmo com a insistência de Trevor, Skyler não conseguia dormir. Sempre que fechava os olhos vinham lembranças do pai em sua mente. E isso a fazia chorar mais.

Por volta do meio dia, Sky ouve batidas na porta do quarto. Ela ainda chorava e achava que era seu namorado, chegando em sua casa de surpresa. Mas não. Era seu avô. A menina não imaginava que ele fosse falar com ela. Samuel sabia que esse era um dia difícil para neta, é claro que era difícil para ele também. Mas este não demonstrava.

-Po-pode entrar.- além de estar com os olhos totalmente inchados ela estava gaguejando, legal.

-Sky, anjinho? Tudo bem?

-Na medida do possível.

-Eu sei que esse não é um dia bom, mas...-ele fez uma pausa.

-Mas o que vô?

-O Trevor...

-O Trevor?!? O que aconteceu com ele?

-Sky, meu amor-disse seu avô se aproximando e sentando ao seu lado na cama- ele estava vindo para cá e...

-E o que vô? Ele ta bem? O que aconteceu com ele?-gritou a menina voltando a chorar descontroladamente.

-Ele, estava vindo para cá como eu disse, e pelo visto estava desesperado, com pressa. E enquanto ele atravessava a rua, ele... Ele foi atropelado.

A menina caiu no chão, começou a berrar e a ficar sem ar, engasgada. Depois de alguns minutos observando, seu avô disse:

-Achei que devia saber. Vou deixa-la sozinha.

-Nã-não vô, ele... Ele morreu? Ele ta no hospital?

-Ele não morreu. Mas, esta bem mal. No hospital.

-Em que hospital ele está?

-Ele esta desacordado Sky.

-Qual o problema? Eu preciso, eu quero ficar lá com ele! EM QUAL HOSPITAL ELE ESTA?

-Se você insiste, eu anotei o endereço. Troque de roupa, e eu te levo lá.