Aquele não iria ser um bom dia. O céu estava cinzento, não havia sol, nem chuva, o trovão e a tempestade não davam sinal de existência, só havia a nuvem, cinza e pesada, espalhando tensão por todos os lados.

Poderia se dizer que o céu original refletia o “céu” dentro da mansão Vogola, já que o clima na mansão também não era agradável. Mais uma vez foi uma carta que causou todo esse nervosismo, porém essa não falava de nenhuma pessoa perdida que foi encontrada. A carta recebida logo antes do café da manhã dizia que três famílias, aliadas da Vongola, foram completamente aniquiladas e seus chefes foram mortos.

Ninguém poderia deixar de lado o mau humor em que Tsuna estava, e um chefe irritado deixava todos irritados, apenas Selene tratava tudo de forma bem tranquila. Logo pela manhã os Arcobalenos e a família Gesso vieram para a mansão a pedido de Tsuna, para uma reunião de emergência.

A reunião foi logo depois do almoço e todos estavam presentes.

- E o que foi que aconteceu? – a pergunta do 9º era a pergunta         que todos estavam se fazendo.

- Está claro que alguém tem a Vongola como alvo. – disse Enma

- Isto está claro! As famílias atacadas eram completamente insignificantes. – Reborn estava com o olhar repleto de raiva.

- Mas mesmo sendo insignificante, faziam parte da aliança. – Dino tinha razão, aquelas famílias estavam sobre proteção da Vongola.

Aquela discussão levou horas e nenhuma palavra saiu da boca de Tsuna. Tudo aquilo não levaria a nada, as famílias estavam destruídas e os chefes mortos. O clima da sala despencou de uma forma assustadora e todos olharam para a figura na ponta da mesa. Os olhos de Tsuna estavam cobertos pelos seus cabelos e uma coisa estava clara, o décimo Vongola estava transbordando de raiva.

Sem dizer uma palavra, Uni se levantou e foi até a pessoa sentada na janela. Ninguém havia percebido sua presença, era quase como se nunca estivesse ali.

- Seu poder é realmente impressionante, foi só dar uma bobeada que automaticamente a situação mudou. – a risada que as duas deram automaticamente acalmou todos. – Muito prazer, sou Uni.

- O prazer é meu. Sou Selene. – de novo o sorriso de noite de verão encheu o rosto da moça. – E sobre o meu poder, é que acabei me lembrando de uma musica que gosto muito e me desconcentrei.

- Mas ele é impressionante! Funciona com outras pessoas?

- Uni o que é que você esta falando? – ao olhar para trás, Uni percebeu que todos a encaravam com cara de duvida, sem entender nada. Sem saber o que fazer, foi Selene quem resolveu a situação.

- A noite sempre irá acalmar e acolher os necessitados.

Com aquele comentário a reunião teve seu fim. Todos saíram e foram resolver seus problemas, prometendo ficar até tudo estar resolvido. A cabeça de Tsuna estava explodindo de dor e um cansaço imenso o dominava. Eram tantos problemas, tantas confusões e tantos segredos. Sim, havia coisas que o jovem Vongola não contou para ninguém e não iria contar tão cedo.

- Ficar guardando segredo não faz bem a saúde. – Selene sentou na mesa ao lado de Tsuna.

- O que é que você sabe?

- Tudo, ninguém nunca escondeu algo de mim, porém eu nunca conto o que descubro.

- E que poder eu tenho em relação aos seus conhecimentos?

- Bom... Pela teoria, sou um de seus guardiões, logo, tenho que seguir suas ordens, não é?

- Então permaneça em silencio, sempre. Só não esconda nada de mim, está bem?

- Pode deixar! Agora é melhor você descansar. – ao terminar de falar, Selene colocou a mão na cabeça de Tsuna e uma sensação de paz invadiu-o. Logo o décimo estava dormindo, sobre a própria mesa, como se nada estivesse acontecendo.

Tsuna acordou assustado, olhou no relógio e viu que dormiu por 2 horas. Como é que ninguém tinha ido acorda-lo? Principalmente Reborn que adora torturá-lo por alguma coisa irresponsável que ele faça. Então sua intuição respondeu sua pergunta, Selene.

Saindo da sala de reuniões, Tsuna segue pelo corredor e percebe que está tudo calmo, até de mais. A sala, a cozinha, estava deserta, mas sua intuição diz que todos estão na casa e seguindo-a foi para no jardim atrás da mansão. Quando chegou viu todos sentados em toalhas, enquanto Selene estava dança. Era a mesmo dança de flamengo que Tsuna tinha visto quando se conheceram. Era incrível, cada movimento, cada giro, tudo nela parecia transbordar de felicidade, e as pessoas assistindo compartilhavam do mesmo sentimento. Uma coisa estava certa, nunca mais deixaria ninguém fazer mal a sua família, pois ela era a coisa mais importante nesse mundo.

- 10º! Há quanto tempo está ai? – Gokudera estava correndo em direção a Tsuna.

- Não faz muito tempo. – e sorrio para todos que estavam ali.

- Espero que tenha descansado bastante. Se não fosse por Selene, teria atirado em você até acordar. – com certeza Reborn teria feito isso mesmo.

- Não se preocupe, mas não foi minha intenção descansar depois da reunião. – e lança um olhar predatório para Selene que simplesmente sorri.

- Bom, mais era necessária que Tsuna descansasse as coisas não estão com cara de que iram melhorar. – Dino tinha razão, toda aquela confusão era só o começo, muito ainda estava por vir.

- mas por enquanto, não tem nada que possamos fazer. Agora é esperar as coisas acontecerem. – o nono tinha razão, agora era só esperar.

Tsuna olha através do grupo na sua frente e seu olhar encontra o de Selene. Ela apenas retribui o olhar confirmando a suspeita de Tsuna. O que quer que viesse agora seria muito pior.

- Podemos continua a assistir Selene dança? Eu estava gostando. – Todos concordaram com a proposta de Lambo e voltaram a sentar em suas toalhas. Tsuna sentou ao lado de Reborn e Gokudera, e então a dança de Selene recomeçou e todos pareciam mais calmos.

Ela realmente estava ali para proteger a família a sua maneira, e o poder dela iria ser bem útil na “guerra” que estava pra começar.