Sua face era perfeita, mesmo tendo a face marcada de um dos lados com uma cicatriz. Em um de seus olhos, ele possuía o sharingan e no outro possuía o rinnegan.

Em um movimento inesperado, acariciei sua face e encarei aquelas orbes tão diferentes.

– O que foi? – perguntou ele.

– N- nada – falei, sentindo minha face se tornar avermelhada.

Vendo que o mesmo não havia falado mais nada, virei-me e olhei-o novamente, ele parecia pensativo, como se duvidasse de algo. Levantei meu rosto na altura do dele e me senti atraída por um de seus olhos. Para ser mais exata, o Rinnegan.

Senti uma estranha sensação percorrer meu corpo e estremeci. Imagens apareceram em minha mente, aquele olhar, aquele estranho conhecimento sobre eles... Sim, eu já os havia visto em algum lugar. Eu os conhecia, talvez não os de Tobi, mas os de alguém.

Senti-me um pouco tonta e apoiei-me em Tobi. As imagens vinham e iam embora, como se elas não quisessem que eu as visse, porém não conseguiam evitar-me.

– Kin? – perguntou Tobi, com a voz preocupada.

Não respondi.

Fiquei durante um tempo ali, parada, tentando reconhecer as imagens que vinham em minha mente, e depois de alguns minutos, as reconheci. Lembrei-me de quando eu tinha 5 anos, de quando acordei pela primeira vez e vi aquelas horrendas imagens ao meu redor, em minha mente.

Memórias? Sim.

Minhas? Não.

Lembram-se de quando eu falei que eu não tinha lembranças de quando era menor?

Bem, eu tinha, mas não eram minhas.

– Kin? – chamou-me novamente – Está tudo bem?

– S-sim – falei, levando uma de minhas mãos até a venda que cobria meus olhos e acariciando-os. – Estou bem – menti.

– Tem certeza? – perguntou ele desconfiado.

– Sim! – falei abraçando-o – Não precisa ficar preocupado comigo! – enterrei meu rosto no abdômen de Tobi e permaneci ali.

Não sei quanto tempo se passou, mas a dor em meus olhos foi diminuindo, até que em algum momento da tarde ela se esvaneceu por completo.

– Tobi? – perguntei.

– O que foi, Kin? – perguntou ele surpreso ao ver que eu havia me pronunciado depois de tanto tempo em silêncio.

– Quando você vai me falar qual é o seu verdadeiro nome? – não sabia como, mas no fundo, bem no fundo de minha consciência, mesmo não querendo acreditar, eu sabia que o “Tobi” que eu conhecia, era apenas uma máscara.

– Obito – pronunciou ele.

– Obito... – repeti, sem perceber.

Ele me olhou novamente e me abraçou ainda mais forte.

– Eu não consigo respirar... – falei sem ar.

– Gomen! – falou rindo e afrouxando o abraço.

– Bobo – falei rindo junto com ele.

Em um movimento rápido, Obito me pôs embaixo dele e abriu um enorme sorriso. Eu estava completamente atraída por aquele sorriso, era a primeira vez que o via sorrir daquela forma. Era a primeira vez que eu o via sorrir.

– Agora... – falou ele, chegando perto de minha face e acariciando-a – Você acha que eu não vi você fazer isso comigo? – falou apontando para a marca avermelhada de nossa brincadeirinha anterior.

– Obito... Você entendeu errado! – falei com o rosto totalmente vermelho.

– Eu quero vingança – falou manhoso.

Ele pegou uma de suas mãos e levou até as minhas, prendendo-as em cima de minha cabeça. Acho que acabei de ter um déjà vu...

– Não você não pode... – falei desesperando-me quando vi que ele possuía um sorriso maligno.

Com a mão livre, ele começou a fazer cosquinha em mim.

– Por fa-fa –vor... Pa-pa-ra – implorei enquanto me contorcia no chão.

Depois de alguns minutos, ele parou e eu quase sem folego fiz uma careta a ele e virei de costas para o mesmo.

– Kin... Gomen – falou, puxando-me para o seu colo, de frente para ele e depositando um beijo em minha testa. – Não fica brava comigo... Onegai!

– Não consigo ficar brava com você! – falei – Mas ainda terei minha vingança – falei tentando fazer uma careta.

– Estou esperando ansiosamente! – falou rindo.

– Você vai ver! - estava indignada, mas não conseguia parar de rir com a cena que nos encontrávamos.

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Estávamos conversando enquanto eu, em seu colo, tentava em uma tentativa inútil fazer um aviãozinho com os dangos e dá-los a Tobi.

– Que saco! – falei frustrada – Eu não consigo fazer isso – falei choramingando e escondendo minha face envergonhada.

Tobi começou a rir e acabou caindo para trás, e eu que estava em cima dele acabei caindo também. Ficamos em silêncio, olhando um para a cara do outro, sem nem ao menos piscar.

– Lembra-se de quando eu falei que queria algo em troca de você me ver? – perguntou com um sorriso estampado em sua face.

– Não sei... – falei rindo.

– Ei Kin... – falou, levando suas mãos até a faixa que cobria meus olhos. – Será que o Tobi e eu poderíamos descobrir o que você tanto esconde?

Balancei a cabeça negativamente.

– Oneeegai, Tobi quer muito ver o que você esconde – falou manhoso.

– Tudo bem... Mas tem que me prometer que não vai contar a ninguém, tudo bem? – Dei uma pausa – E não olhe por muito tempo.

– Hai Hai, Kin-chan – Ele falou animadamente começando a desamarrar o nó de minha faixa e deixando que ela escorregasse lentamente por minha face.

Fechei os olhos com força, e esperei que Tobi fizesse algum movimento, porém ele não fez, o que me deixou intrigada.

– Kin não quer que eu a veja? – perguntou tristemente.

– Não! – respondi rapidamente – É só que...

– Você não precisa ter medo, Kin. – falou acariciando minha face – Lembra-se de quando Tobi falou que ia proteger você?

Assenti e ainda hesitante, comecei a abrir meus olhos lentamente. Ao terminar, olhei-o esperando-o dizer que eu era um monstro ou qualquer outra coisa relacionada, mas ele não disse nada, absolutamente nada. Ele ficou ali observando meus olhos com curiosidade e surpresa.

– Eu sou estranha, não sou? – questionei-o e fechei meus olhos com força.

– Sim você é. – falou e deu uma pausa – Estranhamente bela. – falando isso, ele me beijou.

Aquele beijo fez com que eu percebesse que o amava.

Mesmo tendo o encontrado há pouco tempo, já me sentia perdidamente apaixonada por ele. Não sei por que o amor é desse jeito, mas ele fez com que eu abrisse meus olhos e visse que mesmo uma assassina como eu, também pode amar.

Correspondi o beijo e Tobi me puxou ainda mais para perto dele. Depois de longos minutos, nos separamos e rimos juntos.

– Tobi quer mais um round! – falou manhosamente em meu ouvido.

– Bobo! – falei envergonhada, puxando seu rosto e o beijando novamente.

Depois de algum tempo, adormecemos juntos, abraçados e com um sorriso no rosto.

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Autora POV's ON

- Bem vindo de volta, Madara-sama... - falou Pain curvando-se juntamente com os outros Akatsukis.