Wander saiu do Templo com Agro e levantou sua espada. Seu destino agora era a noroeste. Ao atravessar a ponte de pedra novamente, percebeu que Quadratus ainda estava na praia. Ele estava petrificado. Wander parou por uns segundos para observar a criatura sem vida, se recordando do sofrimento do animal durante a luta.

“Esse é um mal necessário...” pensou.

Wander voltou a cavalgar e atravessou a ponte. Do outro lado ergueu novamente sua espada. O feixe de luz apontava para um vale escuro ali perto. Após um tempo sem a ajuda da luz do sol, Wander finalmente achou o seu destino.

Havia um lago dentro do vale, e de seu centro se erguia uma enorme plataforma. Ali perto também tinha uma longa rampa, que levava até o topo da construção.

Wander desceu de Agro e nadou até o início da rampa. A água estava fria. A rampa levava a um lugar sem saída. Mais à frente havia uma grande pilastra, que poderia ajudar Wander a alcançar a plataforma.

O jovem pulou e se agarrou firme na pilastra, e depois pulou para a plataforma. Lá ele achou uma pequena escada que levava até a parte mais elevada do lugar.

Na outra extremidade da redonda plataforma havia uma estranha figura. Eram apenas algumas pedras. Mas também possuía pelos.

“Será esse o próximo colosso?” Wander se perguntou, e imediatamente a figura se levantou. Era o gigante adormecido. Ele era o mais humanoide até agora. Em seu braço direito havia uma enorme espada de pedra e ele aparentava vestir uma espécie de armadura, porém um pouco destruída.

Logo após ver Wander, os olhos de Gaius tornaram-se alaranjados e ele ergueu sua espada de pedra. O garoto começou a correr para desviar do ataque. Ele conseguiu desviar, mas com dificuldade.

Gaius poderia acertá-lo de longe, e diferente dos outros, ele era mais agressivo. Wander resolveu revidar atirando flechas no rosto da criatura, mas apenas o enfureceu mais. O colosso foi se aproximando do jovem e pôs sua espada na vertical, preparado para cravá-la em cima de Wander.

Wander desviou rapidamente, mas o impacto o jogou no chão. Ao observar o gigante, percebeu que a cada movimento que ele fazia, fragmentos da armadura caíam. E então ouviu a voz de Dormin:

— A armadura que ele veste parece frágil...

Dormin estava certo, aquela armadura poderia quebrar a qualquer instante, mas como ele faria isso?

A espada do colosso ainda estava cravada no chão. Ele correu até ela e agarrou-se firme. Gaius ergueu sua espada novamente, e lá estava Wander em pé em cima dela. Seu plano era escalar seu braço, mas ali havia um enorme bracelete, o que dificultaria a escalada.

O enorme colosso começou a sacudir violentamente a sua espada, o que fez com que Wander se desequilibrasse e caísse em cima de uma pequena plataforma no solo.

“Essa plataforma parece ser resistente, talvez quebre alguma parte da armadura do colosso.”

Wander permaneceu em pé ali esperando Gaius se aproximar. Ele atirou algumas flechas para irritar ainda mais o colosso. Este, no entanto, não o atacou da mesma forma de antes. Gaius fez um golpe na diagonal, evitando com que acertasse a pequena plataforma. Wander não conseguiu escapar e foi atingido violentamente pela espada de pedra e desacordou por uns instantes.

Voltando a si, viu o gigante logo acima levantando um de seus pés redondos, preparado para esmagá-lo. Wander, em um rápido reflexo, rolou para a parte menos elevada da arena, escapando da morte certa. Ele percebeu que novamente havia perdido sua espada, então deu a volta na arena sem chamar a atenção de Gaius e subiu por outra escada.

Sua espada estava perto da plataforma onde fora atingido. Wander correu com dificuldades até ela, devia ter fraturado algum osso da perna. Por sorte o monstro estava virado para o outro lado. Novamente equipado, Wander atirou algumas flechas nas costas de Gaius.

O colosso se virou e imediatamente atacou Wander com sua espada, mas dessa vez o garoto foi rápido e desviou do golpe. A espada de pedra acertou em cheio o centro da plataforma, quebrando parte de seu bracelete e outras áreas de sua armadura.

Wander imediatamente pulou e se agarrou à espada antes que Gaius a erguesse demais. Mancando, o garoto foi até o braço da criatura e começou a escalá-lo, porém suas forças estavam no limite e acabou caindo. Felizmente, Wander caiu em uma plataforma em volta da cintura do colosso.

O jovem recuperou o máximo que pôde de sua energia e cravou sua espada na barriga do gigante. Gaius gritou de dor e se contorceu. Wander aproveitou a oportunidade e pulou novamente para o braço do colosso e escalou-o até suas costas.

Gaius estava muito agitado, o que dificultava a escalada. Para que não caísse, Wander enfiou sua espada no animal e segurou-se firme. Com dor, imediatamente Gaius parou de se agitar por um tempo.

“Interessante, eu posso usar a dor dele a meu favor.”

Wander pressionou sua espada, fazendo com que a criatura gritasse. Enquanto havia tempo, rapidamente subiu até o topo da cabeça do colosso e cravou-lhe a espada.

Gaius se contorceu e voltou a se sacudir. O garoto perdeu o equilíbrio e teve que se segurar nos pelos da testa do gigante. Enfiou sua espada ali mesmo e viu os olhos da criatura escurecerem. Ao cair, Gaius acabou jogando Wander para a extremidade da arena.

Quando foi se levantar, imediatamente Wander foi atingido pelos fios negros que saíram do colosso, e então desmaiou.

Wander acordou novamente com o barulho do ídolo sendo destruído. Havia três vultos em volta dele. A cada colosso que ele matava, mais um aparecia.

“O que são esses vultos?”

Em seguida, a voz de Dormin tomou conta do Templo:

— Teu próximo inimigo é... Na terra dos vastos campos verdes... Fileiras de túmulos orientadores... Ele é grande de fato, mas medroso, não é...

— Dormin! O que são esses vultos? O que são aqueles fios negros fazem comigo?! — perguntou Wander, olhando para o buraco do teto.

Dormin não respondeu.

"Não importa, eu tenho que fazer o que tem que ser feito para trazer minha Mono de volta."

Wander montou em Agro e saiu do Templo para procurar o seu próximo desafio.