Antes de olhar para a multidão, me preocupo com a reação de Katniss, ela estava com cara de espanto, porém não olhava para as nossas mãos entrelaçadas e sim para a multidão, que gritava entusiasmadamente “Distrito12” e nossos nomes. Mesmo que ainda a maioria das carruagens estivesse em movimento, toda a atenção estava voltada para os tributos do Distrito 12, nós, eu sorrio, aceno e  mando beijos,  e quando olha para Katniss, esperando a mesma cara de rejeição que ela fez no trem, percebo que ela faz o mesmo, e tenta ao Maximo agradar ao publico.

Agradeço mentalmente a Cinna, pela brilhante idéia de darmos as mãos, ela estava me ajudando a ficar firme e também estava nos aproximando um pouco, nunca fiquei tão próximo dela.

Todos gritam nossos nomes, por todos os lados vejo a platéia colorida, da capital, gritando incentivos.

Quando entramos na cidade, olho para minha mão e a de Katniss, estava doendo um pouco, e talvez ela tivesse percebido isso e começou a me soltar, não podia deixá-la ir, o calor dela me acalmava, precisava senti-la para que pudesse agüentar tudo aquilo, afinal a única razão para continuar vivo, é ela, é para manter ela viva o maior tempo possível. Ela passou ser o motivo da minha vida, a única coisa pela qual eu ainda respirava, já que se sobrasse apenas eu e ela na arena eu me mataria, não teria coragem de fazer isso com ela, porem agora o meu maior problema não é a arena, ainda, é ela se afastar, e por isso acabo pedindo:

- Não, não me solte – ela me olha como se não compreendesse – Por favor, posso cair desse troço a qualquer momento – explico.

- Tudo bem – concorda ela, e continua a segurar firmemente a minha mão, escondo um sorriso, finalmente aquela barreira que havia entre eu e Katniss estava sendo desfeita, aos poucos.

As carruagens seguem até a frente da mansão do presidente Snow,  no centro da Capital, onde formavam um semicírculo ali seria dada as boas vindas aos Jogos Vorazes, Snow apareceria na varanda, enquanto as redes de TV tentavam captar ao Maximo os tributos.

Mas vejo na tela que estamos recebendo muito mais do que nossa cota usual de exposição. À medida que anoitece, tirar os olhos de nossas chamas vai ficando mais difícil.

 Com certeza este ano a carruagem do Distrito 12 foi a mais gravada, visualizada, e a mais inesquecível. Pela primeira vez tive uma pontinha de esperança, se conseguíssemos bons patrocinadores, finalmente o D12 teria uma vencedora de respeito.

 Mal entramos no Centro de treinamento, e nossas equipes de preparação chegam toda animada, enquanto Katniss presta atenção neles, ou apenas finge, ajudo ela a descer da carruagem, sem soltar nossas mãos, mesmo que esteja doendo bastante, não quero que ela saia de perto.

Cinna e Portia chegam logo após, e retratam com cuidado nossas pelerines e toucas que ainda pegavam fogo, e apagaram nossas roupas com um spray.

Katniss então olha para nossas mãos entrelaçadas, e começa a soltar seus dedos, com uma careta quase imperceptível de dor, ambos massageamos as mãos por um tempo, e eu me senti

na obrigação de falar algo, tentar de aproximar um pouco mais dela.

- Obrigada por continuar segurando minha mão. Estava ficando um pouco trêmulo lá em cima. – Agradeço a ela.

- Não parecia – responde ela na defensiva – tenho certeza de que ninguém notou.

- Tenho certeza de que ninguém notou nada atem de você, Você devia usar essas chamas com mais freqüência – me defendo de uma maneira que não agrida ela – Elas ficam bem em você – lenço um sorriso tímido, de amizade e Katniss cora e fica toda sem graça, porém por alguns segundos ela fica pensativa e com o olhar perdido. Ela faz algo inesperado, algo que nunca imaginei que aconteceria que ficará para sempre registrado na memória, e que realmente fez meu coração acelerar, ela se ergue nas postas dos pés e beija meu rosto, onde está o hematoma causado por Haymitch.