POV BELLA:

Sai do táxi sendo acompanhada pelas minhas filhas. Eu fui ajudar o taxista pegar as malas enquanto Kristen e Renesmee ficaram me esperando, uma do lado da outra, quietinhas como fizeram no caminho todo. Eu tinha levado poucas malas, só o necessário, se eu precisasse de mais alguma coisa compraria por lá mesmo. O resto eu tinha colocado para doar e a casa pedi para Jane cuidar. Eu ia vende-la mas Edward tinha batalhado muito para consegui-la, seria crueldade vender sem ele ao menos saber e eu não sabia quando precisaria voltar de novo.

Paguei o taxista e ele foi embora. As meninas me ajudaram pegar as malas e fomos para a porta. Olhei para casa antes de bater. Estava exatamente do jeito que eu lembrava, até o cheiro. Só Deus sabe quantos momentos difíceis eu e meus pais passamos lá, sempre sozinhos, lá já que eu era muito pobre porém em compensação eu não poderia ter sido mais feliz. Minha mãe ficou grávida muito cedo por isso os dois foram abandonados pela família, que eu nem conheci, mas eles fizeram de tudo para me darem uma vida e me darem uma casa.

Respirei fundo olhando para minhas pequenas ao meu lado. Elas tinham muito mais do que eu tive. Mais amigos, mais parentes, mais objetos matérias... Mas o que eu esperava que elas levassem sempre com elas era o que realmente importava. O amor.

Bati na porta e escutei objetos caindo e a voz de Charlie o que fez minhas filhas rirem. Nessa hora meus olhos se encheram de lágrimas e uma emoção invadiu meu peito. Quanto tempo eu não escutava aquela voz que tanto cantou para mim quando eu era criança? Meu Deus, como foi difícil deixar isso para trás. Fui despertada por um “Oh, meu Deus” E antes que eu raciocina-se eu fui puxada para um abraço caloroso e um cheiro de flores invadiu minhas narinas. Automaticamente meu corpo respondeu ao abraço e minhas lágrimas estavam caindo junto com a da minha doce mamãe. Fechei os olhos e flashbacks piscaram minhas mentes. Abri os olhos e vi Charlie parado na batente da porta que me olhava com lágrimas nos olhos. Sorri para ele e na hora ele veio correndo ao meu encontro abraçando a mim e a mamãe enquanto beijava meus cabelos.

Ficamos alguns minutos assim até que Renée me soltou. Eu e meu pai seguimos seu olhar que olhava admirada para minhas filhas.

— Eu não acredito... Quando foi que meus bebês cresceram tanto? — Ela perguntou correndo para abraça-las que a receberam com um sorriso enorme e mais lágrimas rolaram. Ela não se viam desde quando Kris tinha 5 anos e Renesmee 3 o que fez eu me perguntar o porque de ter me afastado dos meus pais.

Charlie me soltou e foi falar com as meninas. Depois dos dois terem paparicado muito elas, me ajudaram com as malas. Entramos em casa e eu me peguei lembrado das vezes que cai da escada, das manhãs em que acordava com a voz doce e pura de Renée cantando, das noites que Charlie chegava e eu corria em seu encontro com os olhos brilhando enquanto era recebida com o melhor presente que ele podia me dar: Abraços apertados e palavras sinceras de quanto o mesmo me amava e de que tinha sentido saudades. Lembrei dos beijos e brigas dos meus pais, das tardes chuvosas de domingo enrolados em um edredom enquanto víamos um filme ou então das danças pela casa nos sábados. Naquele momento eu percebi que nada do mundo poderia apagar aquilo, nada poderia substituir.

— Como já são 16:00 da tarde eu e seu pai já almoçamos mas irei fazer um lanche para vocês ai vocês descansam para mais tarde conversarmos — Renée disse sorrindo para gente abraçada a Kristen.

— Tenho certeza que as meninas preferem sair para comer pizza com refrigerante — Charlie disse de um jeito sapeca nos fazendo rir.

— Eu não vou dar essas porcarias para as minhas netas, seu maluco — Renée disse dando um tapinha de leve em Charlie — Vou lá. Vocês podem ficar a vontade. Bella, seu quarto é o mesmo e o das meninas é o de hospedes. Nessie e Kris, eu sei que lá em Londres vocês tinham dois quartos mas aqui eu não tinha como fazer isso — Renée disse se desculpando sem graça. Minha mãe era tão absurda!

—Vó, não se preocupe com isso. Eu e Nessie dormimos juntas todos os dias. — Kristen disse fazendo minha mãe suspirar aliviada. Ela e meu pai foram para a cozinha então levei as meninas até seu quarto para arrumarem suas coisas. Quando cheguei no meu vi que estava a mesma bagunça de sempre, do jeitinho que eu deixei. Cama desarrumada, roupas pelo chão, cortina fechada, papéis na escrivaninha e muitas fotos espalhadas pelo quarto.

Fui olhando as fotos. Renée passou esse amor para mim. Sorri com as fotos em família, de quando eu era bebê, dos lugares que eu visitei... Achei uma foto da minha turma da 7° série e me sentei na cama com ela. Meu cabelo estava muito estanho naquele dia. Ri com esse pensamento. Do meu lado estava Julieta com seu enorme sorriso. Ela me lembrava muito a Alice, a diferença é que Ju era loirinha. Quanto tempo tinha que eu estava procurando ela! A última vez que nós nos falamos foi na nossa formatura. Naquele dia ela tinha me dito que ia se mudar pois precisaria fazer um tratamento já que tinha descobrindo uma doença. Choramos rios naquele dia, eu fui dormir com a cabeça doendo. Ela pode estar viva mas acredito que morreu. Senti meus olhos se encherem de lágrimas e olhei para o garoto no meio da foto.

Joe foi o primeiro garoto que me beijou. Eu estava tão nervosa no dia mas ele me acalmou com suas palavras doces. A última vez que nos vimos foi na festa de 3 anos do seu filho mais velho. Edward morria de ciúmes dele mas na festa de 1 ano do garoto, quando percebeu que Joe amava sua esposa, os dois construíram uma amizade como se fossem melhores amigos á anos. Ao lado de Joe estava Marie. Nós duas brigávamos o tempo inteiro por motivos bobos mas éramos crianças. No cantinho da foto estava Bárbara, a professora. Ela morreu 2 anos depois em um acidente onde todos choraram muito, Babi era uma das melhores professoras. Esses quatro com certeza foram os que mais marcaram minha vida no sétimo ano. Sorri me levantando para colocar a foto no lugar e então meus olhos pararam eu uma que eu nem lembrava que tinha. Mecanicamente meu corpo foi até ela, pegando e abraçado como se tentasse voltar para aquela noite de setembro. Olhei a foto observando como eu e Edward estávamos felizes. Tínhamos apenas 15 e 19 anos mas éramos completamente apaixonado um pelo outro. Se naquela época estivem dito que nós nos divorciaríamos a gente iria chamar a pessoa de louca e mandaríamos interna-la em um hospícios.

Fui tomar um banho depois fui ver as crianças que planejavam animadamente a decoração do novo quarto. Descemos para lanchar e eu me senti bem novamente. Subi para descansar com minhas pequenas e sabia que quando acordasse teria muita coisa para explicar aos meus pais.

POV EDWARD:

— Edward, para de ser infantil! — Carlisle gritou me deixando com mais raiva. Fazia alguns minutos que eu tinha acordado do desmaio e tentava sair de casa para procura as meninas mas minha família não deixava.

— Infantil?! Eu não sou uma criança fazendo birra por causa de um brinquedo. Eu sou um adulto desesperado porque levaram minhas filhas, as pessoas que mais amo nesse mundo de mim sem nem me avisar. A minha família sabe para onde elas foram mas nem isso me dizem! — Eu disse com a voz calma mas transbordando de ódio.

— Edward, entenda, a Bella precisa desse tempo. Não é para sempre — Jasper disse tentando me acalmar. Como se já não bastasse ter que aceitar o fato dele colocar aquelas mãos imundas na minha irmã ainda teria que receber conselhos dele.

—Cala boca, seu idiota! A Isabella pode ter o tempo que quiser mas a raiva que ela está não é motivo para tirar de mim as únicas pessoas que eu me dou completamente á 13 anos. Vocês nunca irão entender a dor de perder duas filhas por um motivo tão idiota! Várias pessoas se divorciam e não acontecem isso. Vocês me ensinaram que só se mantém um casamento que tem amor mas agora que eu sigo seu conselhos, levam minhas filhas embora e me julgam? Vocês estão agindo como se eu batesse na Isabella e não ligasse para minhas filhas sendo que eu tentei manter uma amizade com a Swan e tentei mas ainda fazer minhas filhas tentar me perdoarem. — Eu disse sentindo as malditas lágrimas voltarem — Vocês não podem me impedir de procura-las e é isso que eu farei. Eu irei até o fim do mundo por elas. Com o sem ajuda só que com a minha família eu iria mais longe. — Sorri fracamente vendo os olhos dos 6 se encherem de lágrimas.

— Filho, não fala assim, eu e seu pai te amamos mais do que tudo — Esme disse chorando enquanto tentava me abraçar mas eu desviei dela.

— Eu também amo minhas filhas, Esme. Agora você está perdendo a mim mas ainda tem a Alice, Emmett e 2 sobrinhos que você trata como filhos de consolo. E eu? A quem eu tenho? Vocês estão ajudando a Isabella tirar minhas duas menininhas de mim e isso me dá nojo! — Disse e corri para meu carro entrando. Quando ia embora abriram a porta e eu lembrei que a Tanya estava comigo.

—Mozinho, deixa essas garotas. Nós podemos fazer mais bebês — Tanya disse colocando a mão na minha perna que eu tirei na hora.

— Tanya, cala essa maldita boca! Nós estamos falando dos teus batons que quando quebram você chora mas 2 horas depois volta com outros 300. Se for para não me ajudar, desça agora! — Eu disse parando o carro na calçada para ela se decidir.

— Desculpa, Edward. Eu vou tentar te ajudar — Ela disse e eu percebi a mentira na voz dela. Revirei os olhos. Não faria diferença nenhuma. Pelas minhas filhotas eu faria muito mais.

Agora tinha apenas que me decidir por onde iria começar.