*Lapso tempo-espaço - Algum lugar entre mundos...*
Ceifeiro e Adrian se moviam, espichavam, encolhiam e coisas mais incríveis e nada agradáveis aconteciam com seus corpos enquanto sofriam o efeito do deslocamento dimensional, o que definitivamente os impedia de falar, gritar, ou mesmo sequer de reclamar. Entretanto, quando o efeito passou e eles aterrisaram - o ceifeiro, de forma graciosa, trajando magicamente um fraque completo extremamente belo (e completamente sóbrio, por incrível que possa parecer...). Já Adrian, no entanto, aterrisou de cara num descampado, derrapando com os dentes até uns seis metros depois, tendo grama por toto o seu sistema digestivo... - uma saraivada de pragas se anunciou, vinda de uma boca cheia de grama.
– **** E QUE DIABOS ACONTECEU COM A GENTE? ESSA ***** QUASE ME FEZ VOMITAR TODO O MEU CAFÉ!!! SEJA LÁ O QUE TIVER ACONTECIDO, VOU FAZER UM BOLETIM DE OCORRÊNCIA E ALGUÉM VAI PAGAR CARO!!!
– Calma Turner... *risinho* Você deveria agradecer que apenas sua boca é que comeu grama. Se seu terno, chapéu e sapatos de verniz tivessem estragado, creio que seu visual mafioso estaria completamente arruinado... Não é?
Foi então que nosso pequeno e lento protagonista percebeu que também tinha súbita e magicamente trocado suas vestes. Não mais vestia camiseta de pijama e calças jeans, mas sim um belo terno preto, de risca-de-giz, algo semelhante a um Armani, com um belo casaco longo sobre o mesmo, um chapéu a la italiani e um par de maravilhosos sapatos de verniz. Se pusesse um charuto cubano em sua boca e uma metralhadora Thompson em suas mãos, se diria um legítimo Cosa Nostra!
– Hey!? De onde veio tudo isto? - Indagou um pequeno (apesar de alto) e perplexo Turner.
– Quando souber juro que te respondo. Mas enquanto isso vamos nos apressar, a festa já está para começar, e se eu tenho um convite, suponho que você também deva ter *risinhos zombeteiros*...
– Hein? De quê você está falando?
– Você acha que aqueles personagens estão indo para onde, paramentados de forma tão estravagante?
– *sussurro* Falou o japonês que ama um capote beje... Mas então... Até que você tem razão - Vê, finalmente, uma quantidade sem número de figuras de todos os tipos, formas, cores, sabores, gostos e por aí vai (já descritas anteriormente no episódio anterior) - Mas convites? - Checa seu bolso interno. - ... Oh! Como assim? Isso é...
– Estranho? - Interveio uma voz suave e feminina às suas costas.
– Sim... Estranho. Pode nos explicar onde estamos senhorita...?
– Yuni... Yuni-chan, da família Giglio Nero, se muito não me engano. Certo? - Arriscou o ceifeiro, num tiro de sorte.
– Sim Yuki-san. *sorriso* Seus olhos e seu jeito me lembram do meu tio Reborn. Que saudade... - Disse a pequena princesa, com ar sonhador. - Ah! Sim, desculpem meus devaneios, vou responder sua pergunta Adrian-kun, se me permite que o chame assim.
Mas Adrian estava apalermado demais pela beleza da princesa Yuni, pela estranha chupeta laranja que ela carregava em torno de seu pescoço como um colar, e pela forma natural como o ceifeiro agia ali naquele lugar. Ele sabia de alguma coisa e a estava escondendo?!
– Vocs estão num mundo entre mundos. Um mundo onde o Conde Ciel Phantomhive está celebrando uma grandiosa festa, comemorando o início de algo... Algo este, que só descobriremos quando ocorrer.
E tendo dito isso, a princesa começou a caminhar em direção ao castelo, que agora despontava ao final do caminho.
– ... Ah! Mais uma coisa Adrian-kun... Cuide do Tsuna-san enquanto ele acompanhar vocês em sua jornada, por favor... - E tendo pronunciado essa última frase, encaminhou-se para a entrada do castelo, sem mais prestar atenção aos dois estrangeiros, que parados, ali ficaram até que um arroubo de curiosidade por causa da festa tomou-os por completo, e foram andando até a entrada do castelo.

*Alguns passos depois, na entrada do castelo...*

– Boa noite Senhor. Convites, por favor?
– Oh, claro Seby. Faz tanto tempo não? - Disse o ceifeiro, que Yuni tinha chamado de Yuki-san.
– Sim... Muito tempo memso Yuki-san. Como vão os negócios?
–Nada mal, nada mal. *risinho* Deixe-me apresentar-lhe meu pequeno e embasbacado amigo... - E virando-se para Turner, fez as devidas apresentações. O que deixou nosso herói definitivamente mais perplexo do que antes, se ainda possível.
– Hum... Deixe-me explicar mais precisamente a razão de tal perplexidade Seby-kun. Ele na realidade vem do mundo dos humanos... Um mundo sem traços de tinta e nanquin. Estavamos tratando de negócios enquanto eu bebia minha costumeira caneca de leite... QUE POR SINAL TORNA MEU LEITE DEFINITIVAMENTE MAIS GOSTOSO SHINIGAMI-SAMA! *A criatura que vestia a fantasia falha de fantasma acenou para Yuki e mandou uma piscadela*, nosso pequeno aqui desenhava uma pequena história, que posso estar enganado em dizer, mas deve se referir ao acontecimento desta noite nesse castelo, mas com outro personagem principal. De repente, porém, um estranho redemoinho de energia nos sugou para dentro das páginas que Adrian desenhava, e viemos aterrisar aqui, de roupas novas e convites para a festa. Somos bem-vindos Seby-san?
– Qualquer amigo que tenha negócios com meu amigo Yuki, independente de que negócio seja, é definitivamente bem-vindo entre as paredes dos Phantomhive.

E assim Adrian adentrou o castelo, deparando-se com uma infinidade ainda maior de personagens extravagantes...

– HEY! OLHE POR ONDE ANDA! VOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI!!! - Vociferou um estranho alto e de cabelos longos e loiros. Tão loiros que eram branco-prateados. Berrou tão alto, que com o susto, fez Adrian dar alguns passos para trás, esbarrando em um homem de aspecto assustador, com uma pluma na orelha e cicatrizes em sua face. Mas Adrian era tão azarado que, ao esbarrar nele derrubou o drink que ele estaba bebendo em sua camisa branca, fazendo-o passar de uma expressão de poucos amigos para uma expressão de extrema fúria contida em poucos segundos.
– ... Pedaço de lixo... Rasteje já daqui antes que eu mate você!
– NÃO! EU VOU FATIAR ESSE VERME INSOLENTE POR TER MANCHADO A CAMISA DO CHEFE! - Berrou o cara alto de cabelos reluzentes. Foi quando uma voz de criança/adolescente, calma demais para soar comum, veio em favor de nosso herói para salvar sua pele.
– Não Squalo... Não é necessário. E Xanxus-san, peço desculpas pelo descuido do Sr. Turner, chegou aos meus ouvidos que ele não e daqui. Logo, não deve estar acostumado com tantos de nós em um lugar só. Deve estar sentido-se extremamente deslocado. Não é, Adrian-san?
–... Hum... É... É. exa- exato. - Conseguiu finalmente dizer nosso pobre protagonista.
– Muito prazer... Sou Sawada Tsunayoshi, mas pode me chamar de Tsuna se quiser. - A voz era de um garoto, realmente. Apesar de ser o garoto mais impressionante que Adrian jamais vira até hoje. Cabelos castanhos, levemente arrepiados e bagunçados, volumosos. Baixo, para um adolescente da sua idade, mas ainda assim alto. E o que mais chamava a atenção nele eram seus olhos, por mais que carregasse uma estranha chama alaranjada em sua testa, forte e morna, quase parecendo viva. Mas seus olhos, eram de um laranja-acastanhado, leve, mas bem levemente vermelhos, e acima de tudo calmos. Calmos como... Como... Como o céu, e sorridentes. Eram olhos que carregavam todas as expressões faciais apenas naquele olhar, que podia passar de uma fúria contundente a um sorriso quente e acolhedor, de um extremo do sentimento a outro.
– Mu-mu-muito prazer Tsuna.
– Esses são meus amigos: Yamamoto Takeshi *Yo*; Gokudera Hayato *Se você ameaçar o décimo, vou explodir você em tantos pedaços que você vai perder a conta quando perceber...*; Lambo... Hey? Onde está o Lambo?! - Indagou a qualquer um, quando de repente viu-os brincando e correndo de um lado para o outro. Um garoto de mais ou menos cinco ou seis anos, vestido com um pijama de vaca, e algo que parecia ser um garotinho chinês, mas que na verdade era uma garotinha chinesa, trajada de forma tradicional, brincando e correndo um atrás do outro, como boas crianças sempre o fazem. - Então, aqueles dois correndo um atrás do outro e implicando são o Lambo e a I-Pin. O lambo é o membro mais novo da Família, e a I-Pin é a discípula mais nova do Arcobaleno Fon, o mais poderoso dos sete quando o assunto é artes marciais; Este é Sasagawa Ryohei *É um prazer EXTREEEEEEMO te conhecer!*; os outros ainda não chegaram. Hibari deve estar solitário em algum lugar, pensando na vida ou admirando os pássaros. E quanto aos que você já conheceu, estes são Superbi Squalo *VOOOOOOOOOOOOOOOOOI*; e Xanxus, chefe e subordinado, líder e segundo em comando do esquadrão de assassinato Varia.
– Rawwwr! - Soou também uma bola amarelada no ombro de Tsuna. Quando Adrian prestou mais atenção, viu que se tratava de um leão, pequeno, com uma juba feita das mesmas chamas que Tsuna tinha em sua testa.
– Aw! *risinhos* E este aqui é meu amigo, Natsu (escreve-se Nuts, mas como a pronúncia japonesa acaba ferrando um pouco com as coisas, então não confundam com Fairytail.). - E no que Tsuna o apresentou a Adrian, Natsu pulou de seu ombro para o ombro de nosso protagonista, agora quase morrendo de fofura, lambeu o rosto de Turner, e Rugiu alto, olhando em seus olhos.
– NATSU!!!
– O que foi? - Perguntou Adrian, agora tendo visivelmente recuperado a fala. - Ele só quis me dar oi *sorriso*.
– Huh? Você não está se sentindo estranho? - Perguntou Tsuna, de forma perplexa, no que Adrian notou que todos que tinham relação com ele mostravam os mesmos sinais de preocupação/perplexidade.
– Não. - Disse Adrian. - Na realidade, me sinto até melhor do que antes. Sei lá, sabe... Mais... Solto. *risada* Isso é demais Natsu. Obrigado, seja lá o que você tiver feito comigo. - Terminou Turner, segurando natsu no alto e girando com ele.
Mas a diversão não durou muito, pois logo uma sombra negra cobriu o lugar por completo, e quando Adrian se deu conta, não via mais Yuki, e logo começou a ouvir uma voz dentro de sua mente, por dentro de toda a confusão, que logo parou por completo, pois os outros convidados também pareciam ser capazes de ouvir a tal voz:
*Olá damas e cavalheiros... Eu resolvi aparecer por aqui hoje para dar um oi e anunciar a minha chegada em seus mundos... Vocês podem nunca ter ouvido falar de mim, mas aposto que a apartir de agora jamais esquecerão do meu nome. eu sou... O VILÃO DIMENSIONAL!!!...* - No começo foi um... Depois dois, logo três, e então todos os convidados estavam se acabando de tanto rir.
– Vilão Dimensional?!? HAHAHA Essa é boa! Até os vilões do meu mundo tem nomes melhores! - Debochou o Deus com cauda de macaco, que mais tarde Adrian saberia ser Son Goku, o Sayajin, o Deus protetor da Terra em seu mundo.
*CALEM-SE!!!* - E todos se calaram e pararam de se mover, como se uma onda de energia completamente malévola tivesse passado por eles naquele segundo. - *Como eu dizia antes, vim aqui para anunciar minha chegada aos mundos de vocês, e dizer á um convidado em especial, que estou afim de jogar um pouco. Adrian Turner! Suas atitudes perante meu ceifador não serão perdoadas. A Alma de Martin Torrez será minha, em conjunto com a sua, que é tão preciosa! E como quem já cansou de falar, dou esta festa por terminada, e o jogo por iniciado!...*
Logo após isso a escuridão cessou, e todos puderam enxergar, falar e se mover novamente. Mas então tudo ao redor começou a tremer, o castelo pôs-se a desabar, e todos correram para fora.
– Pena... Era um belo castelo. - Suspirou Sebastian, o mordomo.
– Hey!? OLHEM AQUILO! - Apontou uma garota que estava junto com os seres estranhos que portavam as Zampa-sei-lá-o-quês.
De onde o castelo estava desmoronando, erguia-se agora um portal negro. Uma grande porta de duas folhas, que logo que o castelo desapareceu completamente, abriu-se, tendo do outro lado, uma paisagem completamente diferente. Um mundo sem traços de tinta e nanquin, um mundo que parecia o mundo de Adrian, mas havia algo de estranho naquilo.
*Vocês não poderão sair deste mundo, a não ser que nosso pequeno herói aqui, o senhor Adrian Turner... Leve-os de volta. Ou seja... A única saída deste mundo onde vocês se encontram, é esta porta. Mas vocês somente poderão passar por ela acompanhados de Turner. E para dar um pouco mais de diversão a este jogo, Seus companheiros voltarão para seus respectivos mundos, sobrando somente os protagonistas de cada história!* - Dito isto, todos os coadjuvantes desapareceram, deixando algo menos que quinze personagens no meio daquele bosque. *Adrian deverá levar cada um de vocês ao seu respectivo mundo, sem que nada de mal aconteça com ele. Pois que, se ele morrer, todos ficarão presos neste mundo eternamente. E... óbviamente... É este meu plano, pois quero a alma dele. Ou seja, duvido que sobreviva aos desafios que se seguirão. Adeus Turner, e nos vemos em meu mundo...* - Despediu-se o Vilão Dimensional, com uma risada maligna ao fundo.
– Ele é poderoso. - Disse Tsuna.
– De fato. Para trancar em um único mundo os mais poderosos de seus mundos, e obrigar um garoto de carne e osso a nos salvar... Isso só pode ser piada... - Replicou um homem de cabelos brancos levemente curtos, sobretudo vermelho de couro e uma grande espada às costas.
– Sim, mas se é isso mesmo que o tal Vilão Dimensional quer, então é isso que vamos dar a ele... Adrian, muito prazer em conhecê-lo. Sou Kurosagi Ichigo, shinigami representativo da Soul Society, e o primeiro que você vai levar. Não se preocupe, pois não vou permitir que nada de mal te aconteça.
– Hu-hu-uhum! - Foi tudo o que Adrian pôde responder depois daquilo, e seguiu como um herói fadado a morte junto com o shinigami na direção do portão. Deixando para trás muitos protagonistas cheios de perguntas, e muitas lacunas não resolvidas neste episódio. Mas quando entraram no outro mundo, tiveram uma surpresa...

– O... O QUÊ? - Surpreendeu-se Ichigo. - O que houve com meus traços de tinta e nanquin?!?