Premonição: Alta Tensão escrita por PeehWill


Capítulo 1
Presságio


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que gostem! Ele contém o acidente e a apresentação dos personagens.



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10 de setembro de 2011



Jenna colocou a xícara de chocolate quente em cima da mesa, a cozinha estava pouco alumiada, um abajúr próximo mau dava um tipo de suporte. A noite permanecia nebulosa e repleta de ventanias frias, que anunciavam uma forte chuva. Ela lia um livro comprado recentemente, não saíra ainda do capítulo 2, "Lembranças de setembro", de um autor desconhecido para nós. O mesmo falava dos acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, que deixara várias famílias sem parentes e que arrancara várias vidas de uma forma tão trágica.

Virava a página, lendo as entrelinhas de cada parágrafo, sem deixar escapar nada, nada que não fosse de seu interesse, mas era impossível, ali tudo era de seu interesse.

Jenna Miller, era uma mulher forte e decidida, formava suas próprias opiniões, sem ligar para as bobagens que saiam da boca de seus colegas de trabalho. Possuía longos cabelos pouco ondulados e negros como a noite, olhos azuis-turquesa e uma boca de lábios carnudos e brilhantes. Tinha a silhueta de um violão e em hipótese alguma usava roupas curtas e justas como a maioria de suas colegas de trabalho.

Um barulho chamou sua atenção, o piso amadeirado soltava ruídos estranhos, como se fossem passos vindos em sua direção. Virou-se e percebeu quem havia despertado sua atenção, o que era muito difícil em seus momentos de leitura.

Sua filha, Loren estava posicionada ao lado da parede e trajava seu pijama estampad. Devia estar na cama, já passava da meia-noite, àquela hora, Jenna também deveria estar na cama, no dia seguinte teria uma torrente de coisas para fazer no departamento de vendas do centro empresarial da empresa para quem trabalha.

Loren Miller, mantinha seus cabelos castanhos atrás de um rabo de cavalo meio de lado, simulava uma expressão de medo com seus olhos claros, quase da mesma cor que os da mãe e estava aparentemente muito desconfortável, olhava para a mãe com rosto de quem queria algo, mas hesitava em falar, apenas a observava, ainda sentada na mesa.

– Minha filha. O que faz acordada uma hora destas? – Tomou mais um gole de seu chocolate quente.

– Não consigo dormir. – Coçou os olhos.

– Quer um pouco de chocolate?

– Não, obrigada. O que está lendo? – Se aproximou, sentando na cadeira ao lado.

– Estou lendo um livro. Aquele, que anteontem você quase não me deixava comprar, depois de ter se perdido por entre as estantes da livraria. – Jenna deu um risinho.

Acalentava o rosto meigo da filha, de apenas dez anos.

– Mamãe.

– Sim?

– Eu vou com você amanhã, não vou?

– Amanhã, comigo? Para onde? – Jenna soltara a caneca do chocolate quente e afastara o livro sem querer.

– Para o seu trabalho. – Fez cara de decepção.

Loren pensava que a mãe havia lembrado de sua conversa alguns dias antes, sobre um trabalho de escola, no qual os pequenos aprendizes teriam de ir, juntamente dos pais, para seus respectivos empregos. Logo depois fariam um seminário sobre o que viram, assimilaram e aprenderam com os mesmos.

– Oh, nossa! esqueci completamente. – Sorriu de lado, decepcionada pelo seu próprio esquecimento.

– Mas, a senhora disse que pensaria. Além disso, é para a nota semestral, mamãe. Estou dependendo disso.

Apesar da idade, Loren sabia muito bem a boa parte que sua mãe lhe ensinara sobre a "vida". Desde pequena, Loren estuda e estuda, quase sem parar, Jenna queria um futuro promissor para a única filha e era isso que lhe aguardava futuramente.

– Não, minha pequena. Você só depende de você e de seus estudos, não depende de notas, mas sim, de um caráter forte e do aprendizado necessário. – Sorriu, acariciando os cabelos brilhantes da filha, ao serem tocados pela luz do abajúr, a única fonte de luz que iluminava todo o cômodo da cozinha.

– Mas, então? Vou com você? – ainda esperava uma resposta.

– Claro querida. Se é para lhe ajudar com seu aprendizado, acho melhor levá-la comigo sim. – não se sentia bem em ter de levar a filha de oito anos, talvez, ninguém gostará da ideia, ao menos, pelo seu ver.

Depois de por a pequena Loren para dormir, Jenna se aproximou da janela, ainda olhando para a caneca de chocolate quente, que agora estava fazia. Fazia muito frio àquela noite e uma neblina rasteira invadia a rua.

Jenna voltou ao seu quarto, depois de passar pelo quarto da filha e dar-lhe um beijo carinhoso na testa, era assim todas as noites.

– Bom, agora, só descansar para o dia cheio de amanhã. – Ela pegou o livro “Lembranças de setembro” e foi se deitar.

Lentamente foi fechando os olhos, com uma brisa fria passando pelo seu rosto, vagarosamente. Adormeceu.

11 de setembro de 2011



O carro de Jenna parou na vaga do estacionamento da empresa da Pressage Paper. Ela e sua filha desceram. Loren permanecia com uma pequena mochila rosa nas costas e estava admirada com o tamanho do lugar.

– Mamãe. Tudo aqui é tão lindo! – Ela sorriu.

Estava demonstrando felicidade, além disso, veria a mãe se empenhar no seu local de trabalho, era gratificante.

– Bem, agora vamos.

Jenna viu quando a filha correu e quase foi atropelada por uma moto, do outro lado do estacionamento.

– Loren! – Gritou.

Esperaria o motociclista descer. Abraçou a filha, preocupada.

– Você está bem?

– Estou mamãe.

Jenna olhava para o motociclista, que agora, tirava o capacete. Ficou surpresa ao ver quem era.

Tristan nem sequer olhou-a, apenas, colocou o seu capacete no lugar e seguiu seu caminho, nenhuma palavra foi despejada de sua boca, nenhuma “desculpa” e isso irritou Jenna. A morena se aproximou do homem de cabelos claros que acabara de lhe ignorar.

– Você enlouqueceu foi?

Sua expressão de fúria estava explícita.

– Han? Do que você está falando, Jenna? – Fingiu não prestar atenção.

– Você quase atropelou minha filha!

O tom de voz de Jenna aumentava aos poucos, à medida que Tristan fazia-se de desentendido.

– Olha aqui Jenna, vou mandar uma real para você. Eu não tenho culpa se não é uma mãe irresponsável e deixa sua filha ficar correndo onde há fluxo de veículos. Aqui não é um playground.

– Então, agora a culpa é minha?

Ele não falou mais nada, apenas deu-lhe as costas e continuou seguindo caminho. Jenna voltou a abraçar a filha, ela estava bem, aquilo que importava para ela.

– Mais cuidado querida. – Murmurou.

Enquanto as duas caminhavam em direção à entrada principal do edifício, um carro estacionou na vaga que estava bem ao seu lado, buzinando. A atenção de Jenna se voltou para o carro.

As portas do veículo se abriram simultanemente, dele saíram dois funcionários: Heather e Brady. Os dois estavam casados à pouco tempo, tempo esse, suficiente para surgirem os problemas.

– Já disse que não Brady! Não pode fazer isso! – Heather bateu a porta.

– Por que não? O dinheiro é meu mesmo! – Revidou.

Os dois estavam em plena discussão de relação, simplesmente gritavam um com o outro.

– Ah, já chega! Não quero mais saber disso por hoje! – Heather gritou.

O assunto chegara ao fim, nenhum dos dois tocaria mais neste assunto.

Heather, ao ver Jenna, tratou de abraçá-la. Faziam algumas semanas desde que Jenna pedira licença médica, não estava passando muito bem.

– Nossa sumida, você emagreceu em? – Sorriu, olhando para a barriga magra da amiga.

– Ah, obrigada. Eu acho. Mas, como vai a vida de casada com o senhor às avessas?

Jenna se referia à Brady. Heather assentiu com a cabeça, olhando para trás. Via o marido com o celular na orelha, conversava com um amigo, talvez Tristan.

– O relacionamento está quase vindo à baixo. Ele está sismando com a ideia de comprar uma lancha. Eu não sei para que isso vai nos servir? Para gastar dinheiro atoa? Só pode ser isso.

Jenna soltou um riso, antes de não falar mais nada.

As duas, antes de entrarem no enorme edifício de vidraças irradiantes, observavam dois carros pararem simultaneamente em duas vagas próximas à elas. De um dos carros saíram duas mulheres, uma aparentava ter mais de quarenta; a outra, menos de vinte. Angela e Peyton, mãe e filha.

– Vem. – Angela guardou as chaves.

– Droga mãe! Eu não posso perder o treino.

– Você vai perder, tanto o treino, quanto as regionais.

– O quê?

Peyton fez uma cara um tanto perplexa.

– Não estou acreditando!

– Pois acredite querida. Você não participará das regionais.

– Mas, mãe!

As duas entraram no edifício.

Do outro carro, desta vez mais luxuoso, saiu Elias, o supervisor e chefe de Jenna. Ele a encarou, sem dar nenhum sorriso ou algo parecido com uma saudação. Ela ficou na espera, mas nada aconteceu. Aquele homem carrancudo e de meia idade entrou no edifício sem a menos um “bom dia” para seus funcionários. Todos entraram no edifício, em direção ao elevador.

Loren andava pausadamente, ficou ainda mais admirada com o interior do edifício. As decorações eram diferentes e enquanto dava mais passos em direção ao elevador, ela ficava ainda mais maravilhada. As duas, com mais alguns funcionários pararam de frente ao elevador metálico, Jenna olhava constantemente para o relógio, talvez tivesse sorte de chegar atrasada.

As portas do elevador se abriram e todos começaram a entrar. Antes de fechá-las, um grito ecoou pelo local, alguém tentava entrar no elevador antes de iniciar a subida.

– Segurem para mim!

O homem gritou.

Ele entrou ofegante no elevador, suando frio. Jenna reconheceu de imediato quem era. Mason trabalhava no mesmo escritório que ela.


x-x-x


A morena se sentia cansada, o dia havia sido muito cansativo. Estava em seu cubículo, com a filha ao lado, ela terminava a redação, exercício esse que era o propósito de estar ali. Se sentiu um pouco tonta, mas logo passou.

A noite estava sombria, o céu nebuloso escondia as estrelas e anunciava um forte temporal. Jenna ficaria até tarde no expediente, precisava terminar os relatórios das notas fiscais de devoluções de produtos, essa era sua maior meta naquele momento. Heather ficava no cubículo ao lado, à essa hora já havia saído, já passava das 20h. Deixou a filha no cubículo e foi até o café expresso, precisava tomar algo que a deixasse mais “acordada”.

– Por que não foi embora ainda?

Foi o que ela escutou, a assustando. Elias, seu chefe, estava bem ao seu lado.

– Eu já estava indo senhor.

Ela tomou o primeiro gole do café.

– Precisa descansar, amanhã terá mais um dia longo e casativo. Vai por mim, não vai querer acordar cedo e levar bronca logo no início da manhã.

Elias já arrumava seu paletó, ele já estava pronto para ir embora, quando um de seus bajuladores chegou bombardeando com perguntas:

– Senhor, senhor! Você quer que eu acabe de arquivar as fichas de vendas?

Ele carregava um bloco de notas e uma caneta.

– Não...

Foi interrompido.

– Owen, senhor.

– Não, Owen. Entretanto precisa me entregar no início da manhã.

– Sim senhor!

Elias saiu, aparentando uma preocupação interna. Jenna ficou tentando imaginar o que ele estava passando naquele momento de sua vida.

– Você sabe por que ele está assim? – Jenna indagou.

– Ainda não, mas escutei rumores de que a filha dele está muito mal no hospital, quase entre a vida e a morte. – Ele sussurrou.

– Nossa. Que terrível. – Jenna arregalou os olhos.

– Mas, e você? Continua solteira?

O ar de malícia de Owen foi sentido na morena, ela sentia uma leve ponta de safadeza por parte dele. Foi se afastando aos poucos, ainda encarando o homem baixo e roliço.

– Preciso ir. Você deveria ir para casa, não acha Owen? Aposto que não quer que o grande Sr.Yemeans fique bravo e chateado.

O homem apenas virou-se, depois de dar-lhe uma piscadela.

Jenna voltou ao seu posto e tomou um tremendo susto, quase deixando cair o café.

– Jen.

Heather sorriu.

– Você me assustou. – Jenna suspirou.

Loren estava com a cabeça no colo da afro-americana.

– Mamãe, sua amiga estava me contando sobre como você trabalha bem! – A garota logo despertou, empolgada.

– É? – Jenna se sentia corada.

Estava muito desconcertada, mas ao mesmo tempo, muito feliz. Sua filha estava criando uma percepção muito boa. Jenna sabia que não era todas estas coisas e que não fazia-se tão diferente e marcante dentro do escritório, mas se sua filha estava contente, isso lhe importava muito.

– Heather, porque ainda não foi embora? Brady lhe deixou sozinha?

Jenna aproveitou o momento e sentou-se na cadeira, colocando as diversas notas fiscais para o canto da mesa.

– Não, pelo contrário. Eu que quero ir, mas como pediram que ele ficasse mais um pouco na segurança do edifício, junto com aquele paspalho do Tristan, eu tive de esperar mais um pouco. Nem eu posso ir a pé, nem ele. Além disso, essas redondezas não as mais seguras. – Brincou.

As duas gargalharam e Loren deu um riso breve.


x-x-x

Angela ainda tinha alguns minutos para arrumar sua bolsa, esperava a filha Peyton voltar do banheiro, fazia horas que estava apertada e ainda não havia o encontrado, então foi até a mãe para pedir sua “ajuda”, foi aí que conseguiu achar os sanitários.

– Acabaram com o banheiro.

Peyton resmugou, tapando o nariz.

– O que aconteceu?

– Deixaram uma obra de arte lá dentro. Não tive coragem nem de entrar, acho que esperarei chegar em casa.

– Está bem, vamos?

– Por mim, já estaria fora daqui.

Peyton mostrou um sorriso irônico, enquanto colocava novamente os fones no ouvido. Angela a acompanhou, passando pelo cubículo de Jenna, acenando. A morena devolveu um aceno para a “quase loira” que passara com a filha.

– Nossa! Pensei que o Elias não deixaria minha filha ficar aqui. Mas, depois do que a filha da Angela falou para ele. – Sorriu.

– Essa garota é muito atrevida, isso sim. – Heather retrucou.

Depois de terminar de arrumar suas coisas, Jenna tocou a mão da filha e as duas de mãos dadas seguiram em direção ao elevador, juntamente de Heather, que passava batom. Quando chegaram no elevador, encontraram Charlotte, uma mulher torneada bom uma beleza estonteante.

– Boa noite. – Foi o que Charlotte conseguiu dizer.

– Nossa! Você até tarde aqui Charlotte.

Jenna conseguiu ouvir o sussurro de Heather.

– Eu tive de terminar com alguns realtórios. Elias me pediu. Se eu não terminasse hoje, estaria no olho da rua. Preferi não o desafiar.

A ruiva de cabelos cacheados era secretária “particular” de Yemeans, todas as ordens que ele impunha sobre ela, eram respeitadas, nem nenhuma hesitação. Antes mesmo das portas fecharem, Mason tentou apressar o passo, conseguindo assim, alcançar o elevador a tempo de descer nele.

– Boa noite, meninas. – Disse ele, olhando para Jenna e as demais.

O elevador começou a descer até o térreo com: Jenna, Loren, Charlotte, Peyton, Angela e Mason. Dentro do elevador, Jenna suava frio, não passava bem. Charlotte conseguia ver sua expressão de agonia e revolveu perguntar:

– Você está bem, Jenna?

– S-sim. Eu Estou... – Jenna estava com a voz entrecortada.

A base do elevador estremeceu e Jenna tentou se equilibrar, apoiando-se com a mão em uma de suas paredes metálicas. Foi quando aquela sensação ruim passou e as portas abriram, sem nenhuma hesitação. O ar frio que provinha do ladode fora invadiu toda a recepção, foi quando o chão estremeceu novamente e Jenna ouviu um enorme estrondo que arrepiou sua espinha, o elevador havia explodido e quando se virou para trás, viu Peyton ser arremessada pela explosão do elevador, caindo totalmente “tostada” ao lado de sua mãe, Angela.

Angela soltou um grito pavoroso e se ajoelhou ao lado dos fragmentos do corpo da filha. As pilastras de sustentação do térreo começaram a ceder e uma delas, caindo na diagonal, acertou Angela em cheio, esmagando seu corpo contra a parede, fazendo-o “explodir” em vários pedaços.

Jenna começou a correr de mãos dadas com Loren em direção à saída, mas as outras pilastras cederam, tapando a única saída. Brady e Tristan tentavam sem êxito abrir caminho. Charlotte permanecia apavorada ao lado de Heather e as duas pareciam correr em círculo.

Owen e Elias apareceram correndo, saindo das escadarias de metal, juntamente de mais alguns funcionários que temrinavam seus turnos. Brady e Tristan tentavam os acalmar, mas o alvoroço se formou e as pessoas começaram a gritar e a tentarem se salvar.

Outra explosão acabou com o lado direito da recepção, jogando o balcão contra algumas pessoas que tentavam se safar dali. Loren chorava e Jenna queria ao máximo encontrar uma maneira de tirar-lhe dali.

Outra enorme explosão engoliu Owen que estava próximo da parede e em seguida, Elias, que tentava ajudar duas funcionárias que passavam pela pilastra caída. Charlotte se aproximou de Jenna e ela viu o exato momento em que fios que chicoteavam no chão, pularam sobre Charlotte e a partiram em duas. Suas metades caíram para lados opostos. Jenna tapou os olhos de Loren, que ainda gritava de medo.

– Vem filha! – Jenna tentava o lado oposto.

Assim que tentou correr, Jenna ouviu os gritos de Heather. Sua amiga estava com um enorme pedaço de concreto sobre seu corpo, transformando-o e uma poça de massa rubra e vísceras. Brady choramingava e lamentava a morte da namorada. Outro enorme pedaço de concreto se desprendeu, esmagando a cabeça de Tristan, que caiu de joelhos, ao lado do melhor amigo.

Brady se afastou, tapando a boca.

– Que droga! – Mason ainda procurava uma saída em meio ao fogo.

O teto todo do térreo ameaçava cair e não havia mais ninguém vivo, além de: Jenna, Mason, Loren e Brady. As luminárias se desprenderam simultaneamente, caindo sobre Brady, despejando sangue no rosto de Mason, que estava próximo.

Jenna corria mais uma vez em direção à saída, estava disposta a quebrar a vidraça e acabar logo com aquele inferno, quando Mason a alcançou, puxando-a.

– Cuidado! – Ele gritou.

Um pedaço de concreto acabara de esmagar Loren, que não dera tempo nem mesmo de gritar. Jenna encheu os olhos de lágrimas e sentiu a mão de Mason entrelaçar com a sua. Ele a erguia do chão às pressas.

– Vamos! – Ele gritou novamente.

Ela sentiu seu corpo se entregar às labaredas flamejantes e parecia derreter. Ainda sentia sua mão grudada com a de Mason. Seu corpo estava em chamas, ela estava queimando rapidamente.

De seus olhos bortaram algumas lágrimas, estava atônita de frente ao elevador.

– Boa noite. – Foi o que Charlotte conseguiu dizer.

– Nossa! Você até tarde aqui Charlotte.

Jenna conseguiu ouvir o sussurro de Heather.

– Eu tive de terminar com alguns realtórios. Elias me pediu. Se eu não terminasse hoje, estaria no olho da rua. Preferi não o desafiar.

Neste momento, a expressão de Jenna mudou radicalmente de tranquilidade para medo. Antes mesmo das portas fecharem, Mason tentou apressar o passo, conseguindo assim, alcançar o elevador a tempo de descer nele.

– Boa noite, meninas. – Disse ele, olhando para Jenna e as demais.

– Ai meu Deus! – Jenna gritou.

Ela apertava freneticamente o botão que dava-se para o térreo.

– O que houve, Jenna? O que você tem? – Heather a olhou, se perguntando o porque da amiga estar tão transtornada daquela forma.

– Tudo vai explodir, o edifício vai desabar! Eu vi! – Ela gritava e parecia não escutar ninguém.

As mesmas palavras se repetiam enquanto ela saia do elevador correndo, depois das portas metálicas já abertas. Então, rapidamente ela puxa Peyton para perto dela e pede que ela e Angela velozmente corram até a saída. As duas sem entenderem nada começam a caminhar mais rápido, em direção às portas automáticas, iniciando um pensamento de loucura em reação à Jenna. A morena corria de mãos dadas com a filha, seguida de Heather que pedia explicações para tudo aquilo.

Tristan e Brady viam a confusão que se formava ali e no momento em que Jenna passava gritando, Tristan a agarrou.

– Me larga! – Ela gritava.

– Solta minha mãe! – Loren choramingava.

Heather tocou a mão da filha da amiga e esperou que ela se acalamasse.

Charlotte, acompanhada de Owen e Elias chegaram do lado de fora, observando o pequeno tumulto.

– Ela deve estar drogada? – Disse Tristan, ainda a agarrando.

– Eu não estou drogada, me larga seu babaca! – Ela se esperneava.

– Fique calma Jen, nos explique que loucura foi essa? – Heather estava aparentemente muito preocupada.

– Eu não sei como explicar, eu só vi tudo acontecer. Explosões, muito sangue e...

Sua fala foi interrompida por um enorme estrondo. O edifício todo estava em chamas em questão de segundos e o grupo de onze que estavam ali do lado de fora, no estacionamento, evacuaram aquela área, se vendo na rua. Rapidamente tudo estava tomado por uma nuvem negra de fumaça. Jenna estava atônia diante da horrível cena e viu quando Angela e Charlotte taparam a boca.

– Ainda tem gente lá dentro! – Ouviu Owen gritar perplexo.

– Que merda! – Brady exclamou.

Loren carregava em seus olhos lágrimas de pavor.

Repentinamente Jenna sentiu-se tonta, tudo começou a girar e a escurecer. Desmaiou.



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