Falcem Thanatos escrita por Vince


Capítulo 7
Pai


Notas iniciais do capítulo

Olá!
O cap de hoje tá maiorzinho, mas ainda está pequeno xD
Enfim, eu sei que não é fim de semana, mas decidi postar mesmo assim! o/
Até para compensar o tamanho pequeno do outro, o fato de que ainda não pus uma música nele e o atraso D:
Bem, agora que saí dali, esse pedaço vai passar bem mais rápido!
Aliás, desculpem-me por não responder os reviews ainda, mas prometo que vou responder! E... Wercton, onde está você, meu filho? D8
Mais informações nas notas finais ^^



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Pai você pode explicar as coisas que você pede de mim?

Nada pior podia ser imaginado; nada pior podia ser previsto.

Diga-me por que o Senhor iria escrever na minha testa

Para andar a Terra não sempre vivo, porém sem morrer?

Father - Misfits

Azrael abriu as portas e a luz que vinha de o que quer que estivesse atrás da porta deixou Dylan temporariamente cego.

Entretanto, assim que conseguiu voltar a ver, sentiu-se um tanto decepcionado. Talvez porque esperasse por uma bela paisagem, nuvens ou algo parecido. Mas era apenas um corredor. Um longo corredor branco, de piso branco, paredes brancas e teto branco. As luzes fortes vinham dos lustres de cristal que pendiam do teto. Dylan não viu nada ali; nem mesmo um final para o corredor. Havia apenas mais e mais luz até onde a visão alcançava.

Azrael foi o primeiro a se mover. Dylan esperou um pouco enquanto via o contraste que a roupa e as asas negras do anjo que se dizia seu pai lentamente se tornar apenas mais branco no branco. Em seguida Atropos entrou e, com um leve empurrão, Boyd estimulou Dylan a entrar também.

E, tal como acontecera com Azrael e com Atropos, suas roupas lentamente passaram a ficar brancas. Dylan começou a se perguntar se tinha algo haver com a refração da luz ou similar, apenas tentando se acalmar com a ideia de que encontraria sua mãe. Ele tinha certeza que ela o repreenderia por ter se suicidado. Num gesto um tanto inconscientemente, baixou a cabeça e pôs as mãos nos bolsos; um tanto defensivo. Seguia Atropos no modo automático; até que ela parou.

— Kepha — Azrael disse mais a frente.

— Azrael — alguém respondeu ao anjo. Dylan ergueu a cabeça, buscando a pessoa que falara com o anjo da morte — Esse não é seu horário de costume.

O homem, que estava diante do que parecia ser a porta de um cofre, estava sentado numa cadeira simples, de pernas cruzadas. Era um tanto baixo, com fortes traços que pareciam árabes. O nariz um tanto aquilino, os olhos castanhos e o cabelo enrolado, preso em um rabo de cavalo. Vestia calça e camisa social, ambas brancas; porém estava descalço.

— Dessa vez é algo realmente importante; tenho de falar com Helen.

— À vontade. — ele disse, dando de ombros — Atropos, Boyd... — ele cumprimentava com um aceno de cabeça. — Mas você não deveria ter morrido. — Disse, parando Dylan, pondo a mão no peito dele. A expressão no rosto do homem era um tanto confusa.

— Não, não deveria — Azrael disse. — É o meu...

— Sim, seu filho — o homem respondeu — O outro, claro. Seus filhos tem uma maneira interessante de burlar as leis da vida e da morte.

— Clotho mal conseguia prever o que eles fariam — Atropos respondeu com um sorriso.

— Eles?! — Dylan interrompeu a conversa— E, aliás, quem é você para dizer que eu sou filho dele? — perguntou ao homem; apontando para o anjo. O homem apenas sorriu e disse a Dylan algo que o surpreendeu.

— Meu nome, como você já ouviu, é Kephas. Ou talvez, Cefas. Mas antes eu me chamava Simão. Você me conhece como Pedro. Ou melhor, com a denominação que os católicos insistem em colocar, “São” Pedro. A base da igreja, como Jesus disse.

Dylan apenas parou e olhou o homem. Não sabia o que faria agora. Ajoelhava-se? Pedia perdão por ter sido tão grosso? Diria que a igreja católica nunca mais fora a mesma desde que ele morrera? Pedro riu.

— Não precisa fazer nada disso. Não sou rei para que se ajoelhe. Não ouvi nada ofensivo vindo de você. E também sei o que acontece na terra. Sou bem informado — ele disse e sacudiu um jornal na frente de Dylan, que até então, não havia notado que ele segurava. — Apenas achei que você sabia disso. Esqueci-me do seu pai negligente — e virou-se para o anjo, que bufou e revirou os olhos.

— Ainda assim, perdão. — Dylan disse, baixando a cabeça. O antigo apóstolo se aproximou dele e pôs a mão em seu ombro.

— Pode parecer estranho; você talvez não lembre; talvez fique confuso, mas acredite em mim: Azrael é seu pai. Entretanto contar a história não cabe a mim, e sim à sua mãe. Aliás, deixe-me abrir a porta para o Éden dela.

E virou-se de costas, andando em direção à porta “de cofre”. Murmurou algumas palavras que Dylan não entendeu e uma espécie de teclado numérico se abriu. Pedro digitou uma longa sequencia de números e a porta, tal qual uma porta de cofre de verdade, se abriu lentamente, soltando uma leve fumaça.

— Espero que aproveite o reencontro — disse o porteiro com um leve toque no ombro de Dylan — e não vá se achando muito porque estou o tratando assim. Trato todos dessa maneira.

— Eu disse a ele que não se achasse muito — Boyd comentou — Mas parece que ele não me ouve.

Pedro riu e se afastou para deixar a passagem livre para o séquito, que atravessou o portal. A porta fechou-se repentinamente atrás de Boys, o último a passar.

Dylan não conseguia ver muito. Não que fosse muito escuro ou muito claro. Ele simplesmente não conseguia distinguir as formas que via. Entretanto, as coisas lentamente entraram em foco, à medida que Dylan sentiu como se um forte vento passasse por ele. Ele estendeu a mão para cobrir o rosto e se surpreendeu com o que viu. O “vento” que soprava estava fazendo-o, de certa maneira, se desfazer. Quase como se ele estivesse coberto de poeira, areia saía de sua mão, seu braço, seu outro braço e mesmo de seu corpo. Virou-se para o lado e viu que o mesmo acontecia com os outros ao seu redor.

Lentamente as coisas mudaram. Tudo entrou em foco e ele se viu numa cozinha. Ele lembrava vagamente daquela cozinha. Algo da reminiscência de sua memória. Ele tentou se lembrar, mas continuou com a leve sensação de que aquela cozinha estava muito menor. Era uma cozinha simples, porém ampla. A luz do sol entrava pelas janelas e uma panela no fogão soltava um cheiro delicioso.

Dylan viu um Boyd usando roupas mais civilizadas e sem as tatuagens se dirigir até o fogão com passos lentos. Sem contar que o Falcem parecia um tanto mais novo. Ele pegou uma colher e a mergulhou na panela.

— Hildebrand! — Dylan virou-se para trás — Não mexa no céu dos outros!

Atropos saiu do lado de Azrael e foi até o Falcem que, mesmo repreendido pôs a colhe na boca e se esquivava da mulher. Dylan percebeu que ela também havia mudado. Suas roupas extravagantes haviam se tornado um simples e delicado vestido de verão estampado. Seus cabelos estavam de um tom mais escuro; um tanto acobreado.

Dylan virou-se para o...

— Pai? — ele chamou, inconscientemente, repreendendo-se logo em seguida, como quando chamava a professora do jardim de infância de “mamãe” por engano. Entretanto, ele teve de admitir, foi bem inconsciente.

O anjo virou-se para Dylan, um sorriso de canto de boca. Dylan piscou. Aquele homem lhe era muito familiar. Tão familiar quanto a casa em que estava.

A barba não parecia-lhe tão incomum, ficando apenas num bigode que se ligava à barba cortada apenas no queixo. Os olhos estavam de um tom único, um tipo de cinza profundo, mas muito bonito. O rosto parecia mais jovem e seu semblante era mais leve. O cabelo parecia um tanto castanho e estava bem mais curto.

Realmente... Apesar de ter lentamente perdido aquela imagem das suas memórias, ele podia dizer — mesmo sem ter certeza do que sentia — que parecia certo chamá-lo por “Pai”.


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Notas finais do capítulo

Então...
Nunca encontrei uma música tão perfeita, mas que dá tanto spoiler assim! Sério. Spoiler. Desvendem se puderem. A música é legal, mesmo que a banda tenha um visual tão... décadas passadas xD
O tumblr da fic já tem coisas postadas :3
Sério, passem lá e deem uma olhada em quem eu escolhi pra ser o Dylan e o Boyd. E não deixem de ler as tags das fotos 8D
http://falcem-thanatos.tumblr.com/
Em breve vou postar a foto dos outros personagens :3
Então, até! 8D



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