Premonição 4: Noites de Terror escrita por Lerd


Capítulo 4
Acampamento Sinistro


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, gente! O 5 também já foi escrito, e será postado em breve. Espero que gostem!



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— Calma... Você tá me dizendo que você também previu um acidente antes de... Antes de ele acontecer? — As palavras de Adrian saíram com dificuldade.

— Exatamente isso, Alyx. — Petit respondeu, bebendo mais um gole da garrafa de vinho.

Adrian e Petit estavam sentados na calçada de uma pracinha. Já era tarde da noite, e apenas os postes iluminavam o lugar. Estava calor, e praticamente não havia vento ou brisa. Era uma noite agradável.

— E como você sabia daquilo que eu disse? Por que você repetiu?

— Eu já te disse que isso eu não sei! Mas que porra! Acredita em mim.

— Eu acredito. É só que... É tudo muito estranho. As coincidências são muitas.

— Deveras. — Petit disse, e tomou mais um gole. Adrian retirou a garrafa da mão dele e tomou um também. — O meu acidente aconteceu na semana passada. Eu estava saindo de uma boate com a minha namorada Felice e aquela Skank da sua banda, quando eu vi que o táxi que nós íamos pegar ia bater num caminhão e explodir. Então eu não deixei que nós pegássemos o táxi.

— Espera... — Adrian estava confuso. — A Skank estava com você? Bom, isso explica você me chamar de Alyx. É fã da The Reaper?

— Era. — Petit riu de maneira insolente. — Antes de a banda ser assada.

Skank escapou de um acidente para morrer em outro... A ironia da situação quase fez Adrian rir.

— E a sua namorada, a tal Felice? Ela está...

— Morta. Mortinha. E sabe o mais curioso? — Adrian não se atreveu a responder. — Ela foi esmagada por um suicida. Te juro! — E Petit riu. A bebida estava dando a ele as reações mais estranhas possíveis. — Nós dois estávamos andando na rua quando de repente o cara pulou da janela. Eu consegui desviar, mas a Felice não foi tão rápida. O cara caiu em cima dela, e eu não soube dizer onde terminava as tripas do cara e onde começavam as dela...

Se Petit não tivesse contado a sua história antes de Adrian contar a dele, acharia que o rapaz estava zombando dele, tirando sarro da sua cara. Mas não era possível, já que Petit mencionara o acidente antes de Adrian. Maldito destino! Por isso a revista me falou do fliperama. Eu tinha que encontrar com ele...

— Um cara que eu salvei também morreu.

Petit riu.

— Brindemos a isso! — E tomou o último gole da garrafa.

— Não, é sério. Isso é estranho demais, cara! Você previu um acidente, salvou algumas pessoas. Duas delas estão mortas agora. Eu previ um acidente, salvei algumas pessoas... E um deles morreu. Tem que ter alguma ligação.

O outro rapaz bufou.

— De que tipo? O mais provável é que morram todos. A Felice morreu, e a Skank também. Só sobrei eu. Com sorte você ficará vivo e danem-se todos os outros.

A ideia de imaginar Charlene morta arrepiou Adrian. As mortes são coincidências, tentou dizer a si mesmo. Coincidências acontecem. Só aquele geek morreu. Não há motivos para eu me alarmar.

Se era assim, então por que diabos Adrian estava tão assustado?

x-x-x-x-x

— Todos nós vamos morrer. — Pam disse, e não era uma pergunta.

E de repente tudo estava claro como água. As visões da tal Juliet, a forma como as pessoas morreram...

— Você já entendeu as consequências da lista, pequena Pam. Agora precisa entender o porquê de isso acontecer. Não é obra do acaso ou uma maldição. Tudo o que acontece é apenas a morte... Pegando o que é dela. O que originalmente era dela, e que Juliet e esse seu amigo Adrian roubaram. É apenas... A justiça. — A voz de Bludworth ecoou por todo o corredor estreito da biblioteca.

O encontro entre Pam e Bludworth no dia anterior fora no mínimo curioso. A garota teve de voltar para casa, mas antes fez o homem prometer que os dois se encontrariam no mesmo lugar no dia seguinte. Ele parecia saber de algo, algo que Pam precisavasaber.

— Então... Quando o Adrian teve aquela visão, ele enganou a morte. É isso?

— É. E agora ela vem buscar o que é seu por direito. Nada mais justo.

— Nada mais justo. – Pam repetiu, sem acreditar em suas palavras.

Ela não estava preparada para morrer. Pelo menos não tão cedo. Eu preciso avisar o Adrian e os outros. Se isso for verdade, então nós estamos todos em perigo.

— Você se importaria de vir comigo conversar com um amigo?

— Adrian. Novamente não era uma pergunta.

— O que você disse tem muito sentido. Ele não vai conseguir duvidar. — Apesar de ter dito aquilo, Pam tinha sérias dúvidas se Adrian acreditaria nela ou se a acharia, junto de Bludworth, uma completa maluca. E quem é ele para julgar malucos?

Suspirou e disse:

— E então? Topa nos ajudar?

x-x-x-x-x

Quando Adrian chegou em casa, completamente bêbado, Charlene o esperava na porta.

— Bebê!

Adrian vetou o apoio que ela tentou lhe dar para subir os degraus, mas viu-se rendido quando escorregou e caiu de cara no chão.

— Olha o seu estado!

O rapaz murmurou qualquer coisa e voltou a subir, dessa vez aceitando a ajuda da irmã. Quando ele já estava sentado em sua cama, com o olhar perdido, Charlene tocou sua mão. Disse:

— Adrian, bebê, eu preciso te contar uma coisa.

O tom sério com que a irmã dissera aquilo o assustou. Charlene raramente era séria.

— Conta. É algo com o Tommy? Com o papai, a mamãe... Sissy? — O “gelo” que ela estava dando nele deveria ter algo a ver com o que Charlene queria lhe contar. Tinha de ser isso.

— É sobre a Sissy sim, mas ao mesmo tempo não é. Ela está bem, mas...

— Mas...?

— A Tiffany e a Trish estão mortas.

A frase de Charlene foi como um soco no estômago de Adrian. Está realmente acontecendo.

— Como? Quando? – As palavras saiam com dificuldade. — A Sissy estava junto? Eu preciso vê-la. — E quando a irmã o segurou ele gritou: — Eu preciso ver a Sissy! Preciso!

Charlene colocou o dedo na frente da boca, pedindo silêncio.

— São três horas da manhã, Adrian. Cala a boca se não quiser acordar a mamãe e o papai. Eu te encobri. Esse montinho na cama supostamente é você. Não dormi esperando você chegar, com medo de que tivesse feito alguma besteira e eu precisasse ir te buscar. Não estrague tudo o que eu fiz pra te proteger, bebê.

Bebê. Charlene tinha aquela mania de chamá-lo de bebê, embora ambos fossem gêmeos. “Eu sou mais velha”, dizia ela, ao que o rapaz rebatia com “só alguns minutos”. Mas para a irmã não importava. Nunca importou. Desde que os dois nasceram, durante a infância e a pré-adolescência, Adrian sempre se viu como o irmão mais novo. Ele fazia a besteira e Charlene consertava. Ela cuidava dele de maneira zelosa e até obsessiva, protegendo-o de tudo e de todos. Apesar do absurdo da palavra, não era estranho que Charlene o chamasse de bebê. Era assim que ela o via, apesar de tudo. Como o seu irmão caçula, como o seu bebê.

— A Sissy está bem. Traumatizada, mas bem. — Charlene explicou. — Elas estavam andando de carro, perto da saída da cidade. Foi lá que aconteceu.

— Conta como foi. — Adrian pediu, entre murmúrios.

— A Trish estava com o corpo pra fora do teto do carro, e não viu quando elas entraram em um túnel. A Tiffany ficou tão desesperada que pulou com o carro em movimento, junto com o cachorro dela. Os dois despencaram cinquenta metros. — Charlene achou a informação do cão inútil, mas já havia dito.

O cachorro. O geek, Trish, Tiffany. O maldito cachorro. Eu salvei todos eles, e agora estão todos mortos.

Adrian nada disse. Abaixou a cabeça e deixou algumas lágrimas escorrerem. Um choro silencioso, que ele só se permitia na presença da irmã. Era um homem no fim das contas, e não ficaria chorando na frente de qualquer um. Charlene abraçou-o pelo tempo que as lágrimas caíram. Depois o ajudou a se despir e a tomar um banho. Mesmo com a ajuda dela, Adrian caiu no chuveiro, e Charlene colocou-o para dormir com dificuldade. Um metro e oitenta de pura infantilidade, pensou.

E correu para seu quarto, procurando ter uma noite tranquila de sono.

x-x-x-x-x

— Foi realmente um golpe de sorte vocês estarem do lado de fora do clube.

Quem havia dito aquilo fora Jocelyn Blanc, mãe de Adrian e Charlene. Os três tomavam café, e a mulher trouxera o assunto à tona de maneira abrupta. A garota olhou para o irmão e piscou, como a pedir que ele corroborasse na mentira que ela havia contado.

— Foi mesmo mãe. — Adrian concordou. Bendita Charlene. Sua mãe provavelmente o internaria se soubesse o que realmente aconteceu. Mas, mais uma vez, a irmã o encobrira.

— E você não vai ver a Sissy? A pobrezinha deve estar em estado de choque. Que tragédia o que aconteceu ontem! Eu conhecia as meninas, Trish e Tiffany. Não eram as melhores companhias que a Sissy poderia ter, deveras, mas eram meninas boas. Eu particularmente culpo as mães pelo comportamento delas. A de Trish é a velha senhora Miller, uma pobre alcoólatra. São muitas tragédias seguidas...

Jocelyn era uma boa mulher, mas quando começava a falar sobre algo, ela se tornava insuportável. Adrian e Charlene mexiam nos talheres e fingiam prestar atenção à mãe, mas era claro como água que suas mentes estavam em outro lugar. Eu preciso falar com Petit. Preciso avisá-lo. Nós precisamos fazer alguma coisa. Adrian estava decidido a ir a fundo naquela história.

x-x-x-x-x

Ricky colocou o retratou de Sylvia dentro de sua mochila e suspirou.

Dois anos. Já faz dois anos, mas parece que foi ontem.

Suas coisas já estavam arrumadas. O ônibus viria buscá-lo no ponto em que combinaram, em frente ao cemitério da cidade. Vai ser bom ir nesse acampamento. Eu preciso esquecer toda essa merda que vem acontecendo.

O rapaz estava indo para um acampamento em Graceland, a mansão de Elvis Presley em Memphis. Já fazia seis anos da morte do rei, mas o local abrira para a visitação de fãs apenas no ano anterior, em oitenta e dois.

Ricky era seu fã número um. Talvez número dois, pois Sylvia fora a fã mais apaixonada que ele conhecera em toda à sua vida. Era difícil descobrir se Ricky estava indo no acampamento por ser fã do rei, ou por Sylvia. Talvez ele achasse que poderia senti-la lá. Bobagem. A Sylvia nunca foi para Memphis.

Mas ele estava indo.

Fechou o zíper da mochila e desceu as escadas. Lá em baixo a mãe estava fazendo bolo e ouvindo o próprio Elvis na vitrola. Sylvia. Eu reconheceria essa música em qualquer lugar. Às vezes achava que a mãe fazia de propósito, mas não havia motivos. Sylvia fora querida pela senhora Marie Campbell, e ela sentira sua morte tanto quanto Ricky. Ela provavelmente nem percebeu a coincidência do título da música.

— Já vai? – Marie indagou o filho quando ele apareceu na cozinha.

— Já. O ônibus vai chegar daqui a uns quinze minutos.

— E o cemitério fica há cinco minutos daqui. Senta e come um pedaço da minha torta, vai. Duvido que eles vão servir alguma coisa descente nesse Elvis Camp...

Ricky riu. Aceitou a torta, mas a música doía em seus ouvidos.

There's nothing like a word of love from Sylvia

The only one I'm thinking of is Sylvia

Feeling so sad now, I'll be so glad now

If I just had my Sylvia with me

— Tô indo. — Ricky disse, num rompante.

— Mas e a torta...?

— Estava uma delícia. – O rapaz deu um beijo na mãe e saiu, entre protestos dela. Já a caminho do cemitério, a angústia tomava conta de seu peito. Sylvia fora sua namorada, e estava morta. Nada que ele pudesse fazer ou dizer a traria de volta. Logo eu vou estar com você meu amor. Logo.

x-x-x-x-x

Petit e Adrian estavam sentados na mesma praça em que haviam se reunido na madrugada anterior e compartilhado uma garrafa de vinho. Dessa vez não havia vinho, apenas sorvete. O parque estava cheio, e era dia. O calor infernal era o mesmo da última vez.

— Três. — Petit deu uma lambida. — Três mortos.

— E você não sabe do pior.

Petit olhou para Adrian com desdém.

— Pois me conte.

Adrian suspirou.

— Eu vi um sinal da morte delas. Eu vi um sinal da morte do geek...

A expressão de surpresa na cara do outro rapaz deixou claro que ele não havia entendido o que Adrian tinha dito.

— Antes do geek morrer, eu vi a van que iria atropelá-lo. E ontem, quando estávamos no fliperama... Você viu as fichas? Viu como elas eram?

— Claro que vi, eu vou lá sempre. — Petit respondeu. E continuou: — Um túnel, um lago, e a palavra “smash!”. O que tem isso?

— Pois bem. A Trish morreu quando elas estavam entrando em um túnel, e a Tiffany caiu num lago. Caiu. “Smash!” parece o tipo de barulho que se faz quando alguém cai e...

— E se espatifa? — Petit riu morbidamente. — Concordo.

Adrian não teve tempo de responder o rapaz, porque outra coisa chamou sua atenção. Um garoto jogou um disco de frisbee na direção do pai, com quem brincava, e o objeto bateu em seu pescoço. O pai do menino riu, e então jogou o disco de volta.

— Alyx? Você está bem?

Um letreiro de cinema piscando atraiu o foco de Adrian. Nele estava escrito “Exibição noturna de The Rocky Horror Picture Show. Não percam!”. Mas a placa estava com defeito, e o rapaz conseguia ler apenas “... R...cky Horror ... Show”.

— Ricky! – Disse, de repente.

— Quem é Ricky?

— Ele é o próximo. Eu estava falando dos sinais, e acabei de ver um. O garoto com o disco, o letreiro. O Ricky é o próximo. Ele também saiu do show. Nós... Eu... Preciso encontrá-lo. — E levantou-se, já correndo em direção à sua bicicleta. Petit o seguiu.

— Eu vou com você. — Adrian sorriu com a fala, e então pôs-se a pedalar.

x-x-x-x-x

— O Adrian? Chorando? Seria cômico se não fosse trágico. – Tommy disse.

Ele estava deitado no colo de Charlene, enquanto ela fazia um cafuné em sua cabeça.

— Mas você não acha estranho, Tommy? Primeiro o Jesse, agora a Tiffany e a Trish... Quero dizer, nós estudamos com elas!

Tommy deu com os ombros. O colégio deles havia suspendido as aulas por uma semana, dada à tragédia no Baja Junkie, que tirara a vida de vários adolescentes que estudavam lá. No dia seguinte haveria uma cerimônia dedicada aos alunos mortos, e o rapaz estava torcendo para que Charlene não quisesse ir. Tommy não queria comparecer, mas seria moralmente obrigado a fazer isso se a namorada quisesse.

— E os três saíram do desastre quando Adrian previu o que ia acontecer. — Charlene divagou.

— Talvez a morte só esteja querendo pegar de volta aquilo que Adrian roubou dela. Ele trapaceou com a tal visão, e impediu que nós morrêssemos lá. Seria muita loucura imaginar que ela iria querer pegar o que é dela de novo?

Charlene arrepiou-se com a fala do namorado. Havia uma mórbida e irrefutável lógica nas palavras dele. A garota mexeu nos cabelos de Tommy e deu um beijo na testa dele.

— Eu te amo. Nunca se esqueça disso tá?

— Eu nunca vou esquecer. — Ele respondeu. — Eu te amo. E eu sou o cara mais sortudo do mundo por ter você.

Às vezes Charlene pegava-se pensando que era ela a sortuda por namorar Tommy, e não o contrário, como poderia parecer à primeira vista. Quer dizer, havia os que não sabiam do segredo dela, e poderiam considerar isso como verdade. Afinal ela era uma belíssima garota, com altura e traços de modelo, e o rapaz era apenas um magricela baixinho e orelhudo. Mas Tommy sempre soubera o que ela era e a amava apesar disso. Ele me ama pelo que eu sou. Ele me ama de verdade, como ninguém mais vai me amar. Disso a garota tinha certeza. Tommy era especial. Tommy era único.

A campainha tocou e afastou a garota de seus devaneios. Charlene não foi atender, a mãe faria isso por ela. Qualquer que fosse a visita, Jocelyn a deixaria entrar e a levaria até onde a filha estava.

— Com licença... – A garota disse, e Charlene surpreendeu-se com a sua presença. Levantou-se abruptamente, fazendo Tommy retirar a cabeça de seu colo.

— Você é...?

— Pam. E eu preciso falar com o seu irmão.

x-x-x-x-x

— Por que eu deveria saber onde o Ricky mora? Procurem na lista telefônica, porra. — Wade disse, um pouco irado.

O rapaz continuava a bater no saco de areia com fúria, na garagem de sua casa. Adrian e Petit estavam ali em busca do endereço de Ricky, mas preferiram não contar o motivo à Wade.

— Olha bro, eu tenho absolutamente nadaa ver com a sua vida, mas eu realmente preciso falar com o Ricky. Me diz onde ele mora, é só isso que eu te peço.

— Eu não sei onde ele...

— Por favor, Wade! Mas que... Porra! Você sempre foi o meu parceiro, e eu estou precisando saber disso pra hoje! Conta logo! Mas que caralho!

Adrian viu o rosto de Wade ficar vermelho como um pimentão. O elfo extravasou sua raiva contra o saco de pancadas, mas logo deu o braço a torcer:

— Ele mora na Rua Lewton, no número 23. Se você contar a alguém que eu sei disso...

— Não vou. Obrigado. — Adrian agradeceu e saiu pedalando, com Petit atrás de si.

x-x-x-x-x

O ônibus seguia através do túnel e da ponte que dava para fora da cidade. Aquele túnel era outro, vizinho do túnel baixo em que Trish morrera. Um túnel especialmente dedicado aos ônibus e caminhões, e ali o movimento era intenso. Memphis ficava perto, apenas quarenta minutos de carro. Eles chegariam à Graceland antes do pôr de sol, e poderiam aproveitar quase que a noite toda.

No veículo havia um cover de Elvis cantando quaisquer músicas, e vários outros adolescentes entusiasmados. Alguns deles flertavam com a possibilidade de haver um acidente com o ônibus e ele cair em direção às águas que ficavam em baixo da ponte. Ricky não gostava de pensar sobre esse tipo de coisa, por mais que a possibilidade de voltar a ver Sylvia fosse tentadora para ele.

— Quem está afim de uma sessão de Sleepaway Camp? — Perguntou Angela Baker, a campista responsável pelos adolescentes.

Todos gritaram diante da pergunta dela, inclusive Ricky. Ele adorava aquele filme, tinha visto no cinema dias antes com a garota com quem estava tendo um caso. A menina morrera no Baja Junkie, depois de derrubar uma dose de “inferno” na roupa dele. Ela deve estar com Sylvia. Espero que possa me perdoar.

E reclinou-se na poltrona, sentindo o ar quente entrando pela janela do ônibus.

x-x-x-x-x

— Memphis fica há poucos quilômetros daqui. De bicicleta nós chegaremos em uma hora e meia. — Petit garantiu.

— É muito tempo! Nós precisamos chegar antes!

Adrian e Petit haviam conversado com a mãe de Ricky, Marie, e ela lhes contara aonde o filho havia ido.

— Você tem carro? – Adrian perguntou.

Petit ponderou.

— Tenho moto. Serve?

Perfeito, Adrian pensou. Nós precisamos chegar a tempo. Eu não posso deixar que todos eles morram e não fazer nada. Pelo menos um preciso salvar. Pelo menos um...


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