Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por Jullys13


Capítulo 4
Capítulo 4




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Levei Rose para a mansão de Galina, e a acomodei em um dos quartos, deixando-a o mais confortável possível. Ela acordaria com alguma dor devido ao golpe.
Quando retornei para checa-la, ela já estava cordada, e me golpeou com uma cadeira assim que eu entrei no quarto, mas eu já esperava por seu ataque, então a empurrei para trás e ela se assustou, mas permaneceu segurando a cadeira que usou para me acertar. Ela manteve o equilíbrio e me atacou novamente, mas eu estava atento e segurei a cadeira, tirei das mãos dela e joguei na parede como se não pesasse nada.
Mas ela não se importou com isso, e logo começou a lutar comigo, desta vez com seu próprio corpo, suas técnicas, as quais eu conhecia bem, eu conhecia cada movimento seu, a agora tinha meus reflexos e força aumentados. Não seria uma luta justa, mas isso não a impediu de tentar.
  “Rose,” eu falei, defendendo um de seus chutes sem esforço. “Você está perdendo tempo. Pare.”
A surpresa ao ouvir minha voz passou por ela por um segundo. Mas ela parecia estar pensando em algo, eu via isso nos olhos dela, aquele olhar de quem está planejando algo então fiquei mais atento a seus movimentos.
E então ela tirou um DVD player da prateleira, os fios saindo da parede e tentou me acertar, soltando um grito, que parecia como um grito de guerra, mas era inútil, ela não me acertou. Eu a impedi, pegando o aparelho dela e jogando no chão, fazendo quebrar em pedaços e com um rápido movimento, agarrei seu braço interrompendo outra tentativa de me bater ou de pegar qualquer objeto.
Eu a apertei com força, que poderia machuca-la, mas ela era valente e continuou tentando lutar. “Não vou machucar você. Roza, por favor pare.” Falei usando o antigo apelido. O nome que eu a chamei pela primeira vez quando caímos no encanto de luxuria de Victor, nós dois nus nos braços um do outro. Por alguns instantes ela pareceu notar isso também, mas voltou a me atingir, com as pernas e pés, novamente inutilmente.
  Essa luta estava me incomodando e com um alto suspiro, a agarrei pelos ombros e me virei, pressionando contra a parede com a força do meu corpo. Ela ainda tentou se soltar, mas estava presa.
“Pare de lutar comigo.” Falei muito perto de seu pescoço, meu corpo contra o seu. “Não vou machucar você.”
Ela me deu outro empurrão, sua respiração estava ofegante, não sei se pelo cansaço do combate ou se pela proximidade entre nós. Ela parecia exausta.
“Você tem que entender que eu tenho dificuldades em acreditar nisso.” Ela disse.
“Se eu quisesse você morta, você estaria morta. Agora, se você vai ficar lutando, vou ter que te amarrar. Se você parar, eu te deixo ficar solta.”
“Você não tem medo que eu fuja?”
“Não.” Falei com a voz perfeitamente calma, segurando um meio sorriso. Ela jamais conseguiria fugir. Mesmo que conseguisse me vencer, ela não passaria pelas portas pesados com trancas eletrônicas e pelos outros Strigois no caminho.
  “Não tenho.” Eu disse por fim.
Ficamos assim por quase um minuto, um impasse. Ela parecia avaliar a situação e então relaxou. “Ok.”
Hesitei antes de soltá-la, eu conhecia suas artimanhas, ela era perigosa e sempre tinha um plano mirabolante. Aquilo me lembrava de quando ficamos juntos naquela pequena cabana na periferia do território da academia. Ela estava com raiva e chateada, transbordando de escuridão do espírito de Lissa. Eu a segurei lá também e nos beijamos. Ela parecia ter as mesmas lembranças, pela sua expressão. Ela não era boa em esconder sentimentos como eu, e eu a conhecia bem.
  E então eu finalmente me acalmei, soltando ela da parede, mas sem me afastar. Estávamos a poucos centímetros de distância. Eu estava absorvendo ela e ela parecia fazer o mesmo. Seu cabelo, seu rosto e ela me olhava com surpresa, dor e eu me arriscaria a dizer que ela me olhava com desejo também.
“Porque você veio aqui?” eu perguntei por fim.
“Porque você bateu na minha cabeça e me arrastou para cá.” Ela respondeu no estilo Rose, sempre com uma piada.
“Não é isso que quis dizer, e você sabe. Porque está aqui?” Minha voz baixa e perigosa.
“Na Sibéria? Vim te encontrar.” Ela respondeu finalmente.
“Eu vim aqui para ficar longe de você.” Eu rebati.
  “Porque? Porque eu posso te matar?” Ela disse, parecendo constrangida.
Revirei os olhos com essa resposta.
“Não. Para que não ficássemos nessa situação. Agora estamos, e a escolha é inevitável.” Eu assumi.
Ela pareceu surpresa com minha resposta. “Bem, você pode me soltar se quiser evitar.”
Eu me afastei e andei até a sala sem olhar pra ela. Me sentei em um dos sofás luxuosos, e ela pareceu me estudar por um momento, mas sem se mover. “Não é mais possível. Não depois de te ver agora...” Eu disse a analisando.
Ela parecia estranha, com seu olhar cheio de excitação e desprezo ao mesmo tempo. “Você ainda é tão linda quanto me lembrava, Roza. Não que eu esperasse algo
diferente.”
Ela pareceu nervosa com a minha observação, cruzou os braços e se afastou contra a parede. Eu me virei para ela observando com cuidado. “Você pode sentar,” eu disse.
“Estou bem aqui.”
“Tem mais alguma coisa que você queira?”
“Você me soltar?”
Eu dei um meio sorriso. Ela era realmente a Rose que eu me lembrava, irreverente quando se sentia acuada. “Não, Roza. Eu me refiro a você precisar de alguma coisa aqui? Comida diferente? Livros? Entretenimento?”
Ela me encarou incrédula. “Você faz soar como se fosse algum tipo de hotel de luxo!”
“E é, a uma certa extensão. Posso falar com Galina, e ela vai te conseguir o que
você quiser.”
“Galina?” Ela perguntou surpresa.
E eu tive que rir com a sua expressão.
“Galina é minha antiga instrutora, de quando eu ia para escola.” Respondi percebendo sua curiosidade.
“Ela é um Strigoi?”
“Sim. Ela foi acordada vários anos atrás, em uma luta em Praga. Ela é relativamente jovem para um Strigoi, mas ela tem poder. Tudo isso é dela.” Gesticulei ao redor.
“E você vive com ela?” ela perguntou intrigada.
“Eu trabalho para ela. Ela foi outra razão para eu voltar aqui quando fui acordado. Eu descobri que ela era um Strigoi, e eu queria a orientação dela.”
“E você queria se afastar de mim. Essa foi a outra razão, certo?”
Apenas acenei com a cabeça desta vez.
“Onde estamos? Estamos longe de Novosibirsk, certo?”
“Sim. A propriedade Galina é fora da cidade.”
“O quão longe?”
Dei novamente um meio sorriso. Ela era esperta, estava tentando conseguir informações, me distrair. “Eu sei o que você está fazendo, e não vou te dar esse tipo de informação.”
“Então o que você está fazendo?” ela exigiu. “Porque está me mantendo aqui? Me mate ou me solte. E se você vai me prender aqui e me torturar com jogos mentais ou algo assim, então eu prefiro que você me mate.”
“Palavras corajosas.” Eu me levantei e comecei a andar mais uma vez. “Eu quase acredito em você.”
“Elas são verdadeiras,” ela respondeu desafiante. “Eu vim aqui para te matar. E se eu
não posso fazer isso, então prefiro morrer.”
“Você falhou, sabe. Na rua.”
“É, eu meio que descobri isso quando acordei aqui.”
Eu me virei abruptamente a parei a sua frente me movendo com velocidade. “Estou um pouco desapontado. Você é tão boa, Rose. Tão, boa. Você e seus amigos derrubando Strigois causaram uma agitação, sabe. Alguns Strigoi estavam com medo.”
“Mas não você?”
“Quando ouvi que era você... hmmm.” Eu falei pensativo, estreitando os olhos.
“Não. Estava curioso. Cauteloso. Se alguém pode me matar, é você. Mas como eu disse, você hesitou. Foi seu teste final de minhas lições, e você falhou.”
Ela manteve o rosto em branco.
“Não vou hesitar da próxima vez.”
“Não haverá uma próxima vez.  E de qualquer forma, por mais desapontado que eu
esteja, ainda estou feliz por estar vivo, é claro.”
“Você não está vivo,” ela disse através dos dentes cerrados. “Você está morto. Não é natural. Você me disse a muito tempo atrás que preferia morrer a ser assim. É por isso que vou te matar.”
“Você só está dizendo isso porque não sabe como realmente é. Eu não sabia também.”
“Olha, eu falei sério. Não vou jogar seu jogo. Se eu não posso sair daqui, então me
mate, ok?”
Sem aviso, eu me estiquei e passei os dedos do lado do seu rosto. Ela ofegou. A pele dela era quente como o fogo, exatamente como eu me lembrava.
“Matar você... bem, não é tão simples,” eu disse. Minha voz caiu para um baixo
sussurro “Existe uma terceira opção. Eu poderia despertar você.”
Ela congelou e parou de respirar por um momento.
“Não.”
“Não.” Ela repetiu.
“Você não sabe como é. É... incrível. Transcendente. Todos os seus sentidos estão
vivos; o mundo está mais vivo –”
“Sim, mas você está morto.”
“Estou?”
Eu peguei sua mão e a coloquei sobre me peito. Ela podia sentir uma firme batida.  Seus olhos se alargaram.
“Meu coração bate. Estou respirando.”
“Sim, mas...” Ela tentou buscar respostas. “Não é realmente estar vivo. É... magia negra reanimando você. É uma ilusão de vida.”
“É melhor que vida.” Falei tocando seu rosto. Seus batimentos eram tão fortes que eu quase podia ouvi-los. “É como ser um deus, Rose. Força. Velocidade. Capaz de perceber o mundo em formas que você nunca séria capaz de imaginar. E... imortalidade. Poderíamos ficar juntos para sempre.”
Ela estava pensativa, buscando explicações para aquilo o tempo todo, mas minhas palavras mexeram com ela.
“Não...” ela sussurrou. Minhas mãos ainda nela.
“Não podemos.”
“Poderíamos.” Um dos meus dedos tracejou o lado do seu queixo e parou na artéria do seu pescoço. “Eu poderia fazer isso rapidamente. Não haveria dor. Acabaria antes de você perceber.”
Ela pareceu avaliar aquela opção.
De repente a porta se abriu me pegando desprevenido.
Eu me virei empurrando Rose com força, ficando protetoramente a sua frente. Nathan entrou com um dos humanos que trabalhavam para nós, com uma bandeja. Rose pareceu assustada com a presença dele.
Ele olhou com raiva para mim. “O que diabos está acontecendo?” “Você está mantendo um bicho de estimação aqui?”
“Não é da sua conta, Nathan.” Minha voz gelada, mostrando um claro desafio, um aviso para ele se afastar. “Galina me deu permissão.”
Os olhos de Nathan foram de mim para Rose. A raiva dele se transformou em choque. “Ela?”
Eu me mexi levemente, me colocando diretamente a frente dela, me perguntando de onde eles se conheciam.
“Ela estava na escola em Montana... Nós lutamos...” Os lábios dele se curvaram para trás, mostrando suas presas. “Eu teria provado o sangue dela se aquele pirralho Moroi usuário de fogo não estivesse por perto.”
“Isso não tem nada a ver com você,” eu respondi.
Os olhos vermelhos de Nathan eram grandes e ansiosos. “Você está brincando?
Ela pode nos levar para a garota Dragomir! Se terminarmos com essa linhagem, nossos
nomes serão legendários. Quanto tempo você vai manter ela?”
“Fora,” eu falei furioso. “Isso não é um pedido.”
Nathan apontou para mim. “Ela é valiosa. Se você vai ficar com ela como uma meretriz de sangue, pelo menos divida. Então, vamos conseguir a informação e terminar com ela.”
Eu dei um passo para frente. “Fora daqui. Se você colocar um dedo nela, eu vou destruir você. Vou arrancar sua cabeça com minhas mãos e observar ela queimar no sol.”
A fúria de Nathan cresceu. “Galina não irá permitir que você brinque de casinha com essa garota. Nem mesmo você tem tanto favorecimento.”
“Não me faça repetir. Não estou em um humor paciente hoje.”
Nathan não disse nada, e nós ficamos parados ali em um impasse. A força e poder dos Strigoi eram parcialmente relacionadas a idade e, embora Nathan obviamente ter sido transformado antes, eu ainda era mais forte e Nathan sabia disso.
“Isso não acabou,” ele disse, se movendo em direção a porta. “Vou falar com Galina.”
Ele saiu, e por um momento, ninguém se moveu ou falou. Então eu olhei para a humana e disse em russo, para ela colocar a bandeja na mesa perto do sofá.
Eu imaginava que Rose estivesse com fome, e sabia do que ela gostava, então mandei trazer pizza de peperoni com queijo e brownie, com cobertura de chocolate. Era a comida preferida de Rose e eu pude ver que ela ficou surpresa.
“Almoço,” eu disse. “Não envenenado.”
Mesmo parecendo faminta, ela  recusou. “Não vou comer.”
Eu arqueei uma sobrancelha. “Você quer outra coisa?”
“Não quero nada porque não vou comer nada. Se você não vai me matar então eu mesma vou fazer.”
“Morrendo de fome?” Falei me divertindo. “Vou acordar você muito antes disso.”
“Porque você não está fazendo isso agora?”
“Porque eu prefiro esperar que você esteja disposta.”
“Você vai esperar um longo tempo,” ela disse.
Eu ri alto, sem consegui me conter. “Veremos.” E antes que ela pudesse responder, eu me movi a sua frente, colocando as mãos na sua nuca, puxando ela para mim e ergui seu rosto, pressionando seus lábios contra os meus. Eles eram tão quentes quanto o resto da sua pele...e ainda sim havia algo frio neles também, mas ela relaxou e se entregou a mim.
Eu me afastei tão rapidamente quanto tinha me aproximando, deixando ela ofegante e de olhos chocados. Casualmente, como se nada tivesse acontecido, eu gesticulei gesticulou em direção a mulher. “Essa é Inna.” Ela trabalha para Galina também e vai te checar. Se precisar de algo, avise-a. Ela não fala muito inglês, mas ela vai dar um jeito.” Disse isso e caminhei com Inna para a porta.
“Onde você vai?” Rose perguntou.
“Tenho coisas a fazer. Além do mais, você precisa de tempo para pensar.”
“Não tem nada para pensar.” Ela falou desafiadora.
Eu sorri com isso e saí, deixando-a sozinha.


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