Epílogo

Dez anos depois

–Parabéns – murmurou Teresa ao ouvido de Simon, dando-lhe um beijo na bochecha logo de seguida.

Simon acordou e sorriu para Teresa, com os seus olhos azuis esverdeados muito despertos.

–O que é que o meu lobinho vai querer como prenda de aniversário? – Klaus arrancou-o da cama, rodopiando-o no ar. Simon riu.

–Pai!!! Já tenho dez anos!

Klaus revirou os olhos.

–Tu és imortal, para de contar os anos – fingiu morder o pescoço de Simon, que gargalhou alto.

–Não importa a idade, os dois homens da minha vida vão continuar a comportar-se como criancinhas, não é? – riu Teresa, observando a brincadeira dos dois com um sorriso no rosto.

Simon gargalhou e quis ir para o chão. Klaus deixou-o e o filho de ambos correu para os braços da Mãe. Teresa abraçou-o carinhosamente. Com apenas dez anos, Simon já chegava ao ombro dela.

–Bom dia – disse ele. Teresa sorriu para Klaus, que retribuiu o gesto. Educação era uma das coisas da qual os dois jamais abdicaram. Educar Simon a ser simpático, educado e cordial tinham sido um dos valores mais importantes que tentavam – e continuavam – a transmitir ao filho.

–Bom dia, meu querido – respondeu Teresa. – O que vais querer fazer hoje?

–Eu queria muito ir ver o festival de música! – disse, sem quaisquer reservas. – O ano passado não fomos – Simon fez beicinho, olhando para o Pai, expectante. – Posso ir?

–Teresa, sweetheart, o que achas de ir ver um festival música típica de New Orleans?

–Eu acho uma ótima ideia!

Tal como todos os Originais, Teresa adorava a cidade de New Orleans, em especial o Bairro Francês, sempre com a sua música e diversão habituais. O ambiente quente, familiar e a hospitalidade dos habitantes era contagiante. Finalmente, a Família Original tinha encontrado o seu verdadeiro lar.

–Eu acho que Kol e Liliana vão adorar. Eles nunca estiveram cá tempo suficiente para ver o festival – completou Klaus.

Kol e Liliana tinham feito as malas e agora viajavam. Ocasionalmente visitavam a família, como tinham feito este ano, para celebrar o décimo aniversário de Simon. Os dois viviam alegre e apaixonadamente cada dia.

–Elizabeth e David também vieram ao teu aniversário – informou Teresa.

–Tia Elizabeth e Tio David estão cá? – os olhos de Simon brilharam e Teresa riu, fazendo um carinho nos cabelos castanhos dele.

–Sim, estão. Chegaram ontem à noite, depois de teres ido dormir.

David continuava o mesmo charmoso de sempre, já Elizabeth estava a ajustar-se ao facto de não envelhecer mais. Á sete anos atrás, quando fez vinte anos, parou de envelhecer e foi recrutada para o Treino dos Caçadores. Desde então, tem estado sempre em missões e treino, tendo pouco tempo para as amizades. Contudo, Elijah e ela continuam em contacto permanente e a afinidade entre os dois tem vindo a crescer progressivamente.

Rebekah reencontrou-se com o antigo protegée de Klaus, Marcel. Os dois tinham assuntos inacabados, e afinal, tais assuntos eram apenas saudades um do outro.

–Vai ser o melhor aniversário de sempre! – exclamou Simon, correndo até á casa de banho para tomar um duche.

Klaus aproximou-se de Teresa e enlaçou a sua cintura. Teresa sorriu.

–Tens a certeza de que queres isto?

–Sim, Klaus, tenho. Simon já tem dez anos e eu já vivi quase três décadas como humana. Está na hora de eu começar a viver como uma vampira.

–Então este será o teu último dia como humana – Klaus deixou escapar uma nota de tristeza. Tudo o que amava em Teresa era humano, e apesar de saber que ela não era Klaus e que os erros que tinham sido feitos no passado Teresa jamais os faria, não deixou de pensar que talvez ela fosse perder a sua identidade quando se tornasse vampira.

A culpa iria destruí-la. A raiva iria parti-la em mil pedaços. A tristeza seria o seu abismo.

Mas alguém estava ali ao seu lado e jamais iria deixá-la sozinha em momentos que pudessem trazer tais sentimentos tão agoniantes.

Ele estava ali. Ela estava ali.

Klaus e Teresa.

Fim