A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC


Capítulo 32
Capítulo 32 - Segurança


Notas iniciais do capítulo

Chegámos aos 200 comentários e duas recomendações! Aaaaah, muito obrigada!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258312/chapter/32

Capítulo 32 – Segurança

Elijah abriu a porta de casa e deixou Teresa entrar primeiro. Klaus entrou logo de seguida, e Rebekah e Kol que estavam na sala foram a correr para o hall de entrada.

A morena olhou para os dois e parecia ter envelhecido anos aos olhos de Rebekah, que a puxou para um abraço apertado.

Elijah e Klaus tinham expressões tristes no olhar. O que a polícia a tinha obrigado a dizer e ver foi um golpe baixo. As perguntas retóricas e os jogos mentais tinham sido exaustivos para uma jovem como ela.

-Quero ir dormir – murmurou Teresa e Rebekah largou-a.

-Claro. Queres que te leve um chá? – indagou a loira, ajeitando o cabelo de amiga.

-Não – respondeu Teresa no mesmo tom de voz monocórdico. Olhou em volta e disse: - Boa noite.

Os quatro Originais viram-na ir-se embora, entrar no seu quarto e fechar a porta. Então Rebekah quis saber tudo.

-O que aqueles bastardos lhe fizeram?

-Só faltou obrigarem-na a dizer que assassinou o humano – respondeu Elijah, desapertando o nó da gravata.

-Eu podia ter acabado facilmente com aquilo.

-Com a polícia não se brinca, Niklaus – disse Elijah pela milésima vez naquele dia. – Eles são mais que nós. Se não forem aqueles polícias a questioná-la, serão outros.

Klaus passou a mão pelo cabelo nervosamente. Ele sentia a exaustão dela na pele, era doloroso e fazia-o depressivo, mas também enraivecido e perigoso.

-Vou ver como ela está – disse ele. – Vão embora. Já não fazem nada aqui.

Rebekah acenou e Kol abriu a porta.

-Ei – chamou Niklaus e os três irmãos viraram-se para ele. – Tenham especial atenção nela amanhã na escola. Se ela for.

Rebekah sorriu sincera, Kol acenou com a cabeça e Elijah afirmou:

-Fica descansado, irmão. Ela não sairá do nosso campo de visão.

Elijah fechou a porta e Klaus tirou o casaco, atirando-o para cima do bengaleiro. Bateu à porta do quarto dela, mas não ouviu qualquer resposta. Espreitou lá para dentro e Teresa estava enrolada nos seus lençóis, abraçada a um peluche. Lágrimas escorriam silenciosamente pelo seu rosto, e fixava um ponto na parede do quarto, sem realmente ver alguma coisa.

-Ei – disse Klaus, fechando a porta arás de si.

Teresa mudou a direção do seu olhar, e quando os olhos se encontraram, algo na ligação deles tornou-se demasiado forte. Ele conseguia ler exatamente o que ela estava a pensar, a sua dor era a dor dele. Havia sofrimento e desilusão nos olhos verdes dela, algo nunca anteriormente experienciado por ela, á exceção do dia em que ouviu que o pai dela falecera.

Klaus sentou-se delicadamente ao lado dela, por cima dos lençóis. Teresa enroscou-se nos braços dele e os soluços soltaram-se sem aviso prévio.

-Ele está mesmo morto! – disse ela. – Morto!

-Shhhh – falou ele, abraçando-a com força, aconchegando-a o melhor que sabia. – Vai ficar tudo bem.

-Eu conhecia-o!

-Eu sei.

-E eu não o amava! Os últimos meses dele foram uma mentira que eu lhe contei! Sou a culpada pela sua infelicidade.

-Não, não, não – apressou-se ele a dizer. – Tu contaste-lhe a mentira que ele queria ouvir e foi por isso que ele viveu os seus últimos meses na maior das felicidades!

-Sou uma mentirosa.

Os soluços e o choro nunca mais paravam. Horas passaram-se e Klaus estava desesperado. Ele já não sabia se esse sentimento era dele ou vinha da jovem que tinha nos seus braços que estava a descarregar a pressão que tinha vivido nas últimas horas.

Teresa acabou por adormecer que exaustão, mas Klaus manteve-se alerta a noite toda, vigiando o seu sono.

***

O dia estava chuvoso e o vento era forte. Teresa começou a nadar, mais rápido do que nunca. Depois da noite de desespero, ela tinha acordado determinada a continuar com a sua vida, mas sabia que era apenas uma farsa, que bastava alguém mencionar o nome dele, e tudo se desmoronaria no momento.

-Atingiste um novo recorde, Teresa – afirmou o treinador, assim que ela veio à superfície.

-Que bom – disse ela, saindo da piscina e dirigindo-se aos balneários, enquanto vestia o roupão turco.

Tomou banho rapidamente, e vestiu-se logo de seguida. Ela não queria encontrar-se com as suas amigas, que estavam ainda a falar com o treinador sobre a competição que iria acontecer no final do semestre. Colocou os phones nos ouvidos para ninguém falar com ela, e também poder abstrair-se um pouco dos corredores, que a faziam lembrar-se de Wren.

Entrou na primeira aula, e o Professor já lá estava, a organizar a papelada. Desligou o iPod e abriu o caderno da aula. Com um lápis, começou a desenhar uns riscos e quando a campainha tocou, ela saiu do transe. Em escrita rúnica estava escrito “Niklaus”. Chocada, Teresa apagou freneticamente o nome do seu caderno. Os alunos começaram a entrar e ela focou-se na aula.

Quando o toque soou para a saída da última aula, Teresa começou a arrumar tudo calmamente. Ela ainda estava indecisa em relação ao treino da parte da tarde. Por um lado, queria ir para se envolver na água azul da piscina, mas por outro lado, ter que lidar com normalidade para com as outras pessoas era algo que ela não queria fazer de todo.

-Miss Marques, importa-se de fechar a porta da sala por mim?

-Claro que não, Professor – respondeu ela ao professor de Francês e ele saiu apressadamente da sala.

Teresa suspirou. Sozinha num auditório não era particularmente o que ela gostaria naquele momento.

Colocou a mala ao ombro e subiu o resto das escadas. Estava a dois metros de alcançar a porta, quando esta fechou-se bruscamente e as luzes do auditório apagaram-se. Teresa ficou cega por vários segundos.

-Quem está aí? – perguntou ela, com o coração quase a saltar-lhe da boca. – Ei! Responde!

As luzes faiscaram, acenderam-se e apagaram-se ininterruptamente. Um vento que não tinha fonte apareceu, balançando os cabelos negros de Teresa. Ela arfou e correu para a porta, mas esta estava trancada. Murmúrios ecoaram pelo auditório, e ela rodava a maçaneta com mais rapidez. Não estava a resultar. O cenário era aterrador, ela sabia que só podia ser Esther a interferir na vida dela.

-Socorro!- gritou Teresa, batendo com força na porta. Aquela era a sua última aula, assim como a de muitos estudantes, e por isso quase ninguém estava nos corredores. – Socorro!

-Teresa – sibilaram as vozes que andavam ao sabor do vento no auditório. – Tens de o matar.

-Socorro!

 Teresa continuava a bater com força na porta, chorando desesperada de pânico e as forças a esvaírem-se do seu corpo.

-Socorro!

Então a porta abriu-se e toda a bagunça acabou. Teresa afastou-se da porta com um salto, e encontrou os olhos de Klaus alarmados. Sem pensar, abraçou-o com força, escondendo o seu rosto no peito musculado dele.

-O que aconteceu aqui?

Teresa espreitou e viu que tudo estava no seu devido lugar. As luzes estavam acesas, sem dar algum sinal de que tinham estado temporariamente desligadas.

-Impossível… - murmurou ela e abraçou Klaus com mais força.

Klaus compreendeu imediatamente o que se tinha passado. Não era a primeira vez que Esther conseguia apoio deste lado para interferir na sua vida.

-Anda, vamos para casa.

-Mas…

-O que quer que tenha acontecido, já passou – interrompeu ele, desfazendo o abraço e pegando na mala dela que estava no chão. – Estás comigo, estás segura. Esther não vai brincar contigo enquanto eu estiver ao teu lado.

©AnaTheresaC


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esther está a aproximar-se cada vez mais de Teresa. O que irá acontecer a seguir?
XOXO