Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 3
Capítulo 3 - Pancadas e Explosões, por favor!


Notas iniciais do capítulo

Nossa!!!
Vocês não fazem ideia de o quão feliz eu fiquei ao ver um pouco mais de pessoas aqui, me incentivando! Só fiquei em dúvida porque Enzaaa disse-me que os capítulos deveriam ser menores... E Mayyy disse que os capítulos estavam bons...
Infelizmente, eu não consigo controlar o tamanho dos capítulos (eu só escrevo! xD).
Bem, muito obrigada! Esses capítulos é para vocês!
Beijos,
M.C. - Miss Trublion.



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Capítulo Três – Pancadas e Explosões, por favor!

Luc nasceu em Manhattan e tem um irmão caçula. Sempre foi um garoto muito difícil de segurar e quando chegou aos catorze anos era um rebelde sem causa. Aos dezesseis fez a sua primeira tatuagem (um corvo na omoplata esquerda), foi a uma festa de maiores de idade escondido e participou do seu primeiro "racha" em Nova York, onde conheceu Hyde. "O cara mais ágil e maneiro que ele conheceu" em suas próprias palavras.

Descobri tudo isso sobre ele no restaurante de comida japonesa.

Era uma pena que Clarice não tivesse uma história tão interessante para contar. A única coisa que pegou os dois de surpresa foi o fato de que ela havia vindo de Utah, comigo.

- Utah? Mas isso fica do outro lado da América! O que vocês vieram fazer por aqui? - ele perguntou interessado.

Clarice deu de ombros.

- Eu ainda não decidi o que vou fazer da vida e muito menos para onde eu iria. Decidi que só não queria ficar sozinha e vim seguindo Lyne - ela respondeu olhando para mim com um sorriso.

- E o que você veio fazer aqui? - Luc perguntou para mim, curioso.

- É. O que diabos você veio fazer aqui? - intensificou Hyde, falando em um tom ácido.

Eu lutei para não me encolher. Se eu me encolhesse, daria muito na cara que eu não queria falar sobre a minha vida em Utah. Mas eu também não queria aprofundar a história da minha família e falar sobre o problema de bebida que meu pai enfrentava quando eu o deixei, ou falar sobre o quanto eu sofri na mão dos meus dois irmãos mais velhos (porque Frederick nunca me bateu).

Na verdade, Frederick foi quem me ensinou a bater!

"Lyne, aprenda que, nessa família, ou você aprende a apanhar ou você aprende a bater!" ele havia dito.

- Bem, eu vim para cá a fim de ficar o mais longe possível da minha família - respondi bebendo a minha coca-cola.

Clarice trocou um breve olhar comigo, e mudou de assunto para sobre a moto de Luc, que ele não havia trazido porque estava certo que seria muito incômodo para nós sairmos em quatro com duas motos. Nós havíamos ido num carro.

Mesmo Hyde optando por ficar na dele, eu também havia optado por ficar "na minha".

Não queria chatear Clari, e eu duvido que ele queira chatear Luc também.

No cinema, eu comprei o meu ingresso, Hyde comprou o dele, e Luc comprou o dele e o de Clari. Não me irritei com isso, afinal, era com ela que ele queria sair. Eu fui somente um "encosto" que ele teve que trazer junto.

- Vou comprar pipoca - eu avisei ao perceber que eles queriam ficar sozinhos.

Os dois olharam para mim incrivelmente surpresos.

- Peraí! Você tem um buraco negro no seu estômago?! - Hyde exclamou incrédulo. - Você comeu oito camarões empanados do tamanho de lagostas; doze sushis do tamanho do meu punho e ainda uma sobremesa do tamanho do Monte Fuji!

- Sozinha! - ressaltou Luc, surpreso.

Dei de ombros.

- Desculpem se eu estou com vontade de comer pipoca agora! - exclamei irritada. - E vocês não tem nada haver com isso. Sou eu quem está pagando o que eu estou comendo! E vou comer pipoca agora, Hyde, vem comigo!

Luc abriu a boca para dizer alguma coisa, mas ele percebeu o que eu estava tentando fazer e não disse nada. Claire também nem resolveu se meter, ela sabia muito bem o como eu podia me transformar em um monstro quando o assunto era me negar o que eu queria comer.

Tudo bem, eu não estava com fome porcaria nenhuma. Estava mais do que satisfeita. Mas quando eu sinto vontade de comer alguma coisa, eu como essa uma coisa sem me importar com as calorias, pois eu faço muita coisa!

- Por que eu tenho que ir com você?! - ele relutou.

- Porque eu preciso de alguém para levar tudo o que eu vou pedir - respondi simplesmente.

Ele abriu a boca para reclamar, mas Luc deu um beliscão no seu braço.

- Vai com ela Harry Deniels! – mandou Luc autoritário e duro, lançando um olhar à Clarice.

- Ai! Tudo bem - ele bufou puxando o braço.

Agarrou o meu e me arrastou até a fila do quiosque onde eu ia pedir pipoca, chocolate e... Hm... Tinha cachorro-quente! Não, cachorro-quente é tão "estádio de futebol". Ia pedir pipoca e chocolate mesmo.

- Você é tão tapado - eu murmurei remexendo a minha carteira. - Você realmente não percebeu que ele iria ficar um tempinho com a Claire?

Ele olhou para mim com raiva.

- Então você não está com fome?!

- Não. Mas eu estou com uma vontade enooorme de comer pipoca e chocolate! - eu respondi separando o dinheiro. - Além disso, não é como se eu quisesse impedir seu amigo de ficar com a minha amiga um instante. Sabe, nem acredito que eu vou ver a porcaria de um filme chamado "Trágico Amanhecer" ergh! Pensando bem, deveriam dar esse nome para o filmeAmanhecerde Crepúsculo.

Ele gargalhou.

- Então você não gosta do filme que vamos ver também? - perguntou.

- É claro que não! Por deus! Odeio filmes melosos. Infelizmente, Clarice tem um coração de manteiga! - resmunguei. - Só posso esperar para que o filme não seja tão ruim quanto parece e que a pipoca e o chocolate me mantenham acordada. Eu preferiria assistir esse filme do Batman. Ainda não vi!

- Nem eu! - ele concordou.

Voltamo-nos para o caixa quando estava quase na minha vez de fazer o meu pedido quando chegou um cara muito grosseiro com a sua namorada furaram a fila. Bem na minha frente e na frente de todo mundo. Eu não fui a única que percebeu, porque o resto atrás de mim também reclamou e o xingou.

- Ô meu filho. Eu estou aqui, não está vendo?! - cutuquei o seu ombro.

Ele se virou para mim e riu!

- Desculpe, você é tão pequenininha que eu acho que não te vi! - ele zombou.

Ele e a namorada riram de mim. Fiquei vermelha de raiva. Podiam falar do meu cabelo, da minha roupa... Menos do meu tamanho! E eu nem se quer me importava que aquele cara tivesse pelo menos o dobro de mim.

Fiquei surpresa por ver que Hyde não riu.

- Isso não foi educado. Dá para você sair do lugar que você roubou e pedir desculpas? - ele pediu sério.

Eu olhei para ele como se estivesse encarando outra pessoa.

Hyde falando sobre educação?! Voltamos ao primeiro dia daquela semana, quando ele quase me jogou no chão. Ou quem sabe no momento em que ele mexeu nas coisas dos outros sem permissão... Mas não comentei.

- E o que você vai fazer se eu não obedecer? - perguntou ele, cruzando os braços.

Vi que Hyde se sentiu desafiado e deu um passo à frente. Mas nem morta que eu deixaria um garoto me defender! Eu nunca precisei de um que me defendesse, e não seria agora.

Me meti na frente dele.

- Ele não precisa fazer nada, porque eu sei me defender sozinha - eu respondi. - E vou dar somente cinco segundos para que você saia da minha frente e vá para o fim da fila antes que eu seja obrigada a te ensinar boas maneiras.

 O cara gargalhou e eu comecei a contar.

- Um, dois, três, quatro... - estreitei os olhos ao ver que ele nem deu sinal de se mexer. - Cinco.

O grandalhão esperou, e certamente nem viu o que o atingiu.

Soltei o meu gritinho do caratê, "Hayaaa!" e dei um soco rápido e forte em seu nariz. Um soco que o deixou tonto. Ele cambaleou para trás e caiu no chão. Suas costas encostaram se no balcão e levou sua mão ao nariz que sangrava. Mas isso não era nem metade do que eu sabia fazer.

- Escute meu conselho: - me dirigi à namorada do cara. - Esse tipo de homem merece uma coleira porque é um animal! Por que você não ensina um pouco de educação ao invés de ficar trepando com ele? Aposto que ele se tornaria alguém mais agradável!

Ela olhou para mim com surpresa, medo e raiva.

- Sua Maria-macho! - ela disse. - Vamos embora Peter.

Ela saiu arrastando o cara que ficou tão tonto que mal conseguia andar depois do meu soco.

Ouvi que, apesar dos seguranças terem se alarmado e os funcionários surpresos, os outros da fila ficaram muito satisfeitos. Realmente, se para cada cara que furasse uma fila tivesse alguém disposto à ensinar-lhes boas maneiras da moda antiga, o mundo seria bem diferente!

Fiz o meu pedido e vi que Hyde estava mudo e surpreso do meu lado.

- O que foi? - perguntei incomodada.

- O que... O que foi aquilo?! - ele perguntou surpreso.

- Aquilo foi o resultado de cinco a seis anos de caratê - eu respondi. - Claro que eu também já fiz judô, muay thai, kendô, kung fu, box... Mas achei que um soco só bastaria. O nariz é uma área sensível, não importa o tamanho. E só não chutei as bolas dele porque ele estava com a namorada e isso acabaria pegando mal.

Ele olhou para mim, muito mais surpreso.

- E para quê você fez tudo isso? - ele perguntou.

Peguei a minha pipoca e meu chocolate.

- Na minha família, ou eu aprendia a apanhar, ou eu aprendia a bater - respondi com o olhar distante. - Vamos. Já perdemos o começo do filme com essa palhaçada.

Ele seguiu mudo do meu lado.

Aposto que ficou intimidado ao ver uma pequena parte do que eu podia fazer.

.

Se eu esperava que o filme fosse muito melhor do que parecia, enganei-me redondamente: era bem pior. No início, consegui me concentrar na comida, porque o filme era uma merda. Depois que a comida acabou, fiquei com o chocolate. E o chocolate acabou. Acabei dormindo na metade com a cabeça no ombro de Hyde sem que percebesse.

Ele me acordou segundo depois.

- Ei, não babe no meu casaco! - brigou.

- Desculpa, é que... Esse filme é um cocô. Com C maiúsculo para combinar com "chatíssimo" - eu respondi.

Ele esfregou os olhos e eu percebi que ele estava morrendo de sono também.

- Caralho, eu não aguento isso - ele resmungou. E se virou para Luc, do seu lado: - Eu já volto.

Ele concordou sem dar atenção. Estava ocupado demais distraído com a cabeça de Clarice em seu ombro.

- Onde você vai? - perguntei.

Ele olhou para mim como se estivesse se decidido em falar ou não.

- Vou ver Batman: Dark Knight Rises. Quer vir? - chamou. - Talvez dê para ver pelo menos a metade...

Por que eu não pensei nisso antes?!

- Tá brincando? Pancadaria e explosões, por favor! - exclamei pulando da cadeira.

Ele não quis demonstrar, mas sorriu e fomos para a galeria a fim de entrar na sala onde Batman estava sendo exibido.

Minha noite que estava fadada a terminar de uma maneira entediante foi mais legal do que eu esperava. Hyde até que era um cara legal quando não era grosso com as pessoas. Ficamos vidrados no filme. Eu somente abri a boca para reclamar o como era injusto os rapazes pudessem curtir a “sensual mulher gato" enquanto tínhamos um Batman com o corpo todo fudido.

- Nunca pensei que Anne Hathaway pudesse atuar daquela forma. Ela sempre faz as moças fofas e ingênuas como em "O Diário da Princesa" e "O Diabo Veste Prada" - comentei enquanto saíamos do filme.

- É. Ela estava muito diferente! - Hyde concordou. - Eu gostei da atuação dela.

- Eu também. Fiquei muito surpresa - concordei sorrindo.

Ele parou e olhou para mim quando íamos para a frente da sala de onde estava exibindo "Trágico Amanhecer". Estranhei o seu olhar que me analisava de cima a baixo e fiquei incomodada.

- Que foi? - perguntei.

- Chihuahuazinho... Confesso que pensei que você fosse uma nerd que reclamava de tudo que era bom da vida. Mas sabe, até que você está sendo maneira agora - ele disse pondo as mãos no bolso.

Dei de ombros e segui o caminho.

- Ei! Você não tem nada de bom para me dizer, não? - ele me seguiu.

- Hm... Obrigada. Eu sempre pensei que você fosse um moleque vidrado com em coisas perigosas, brigas e filmes de ação... Ah, mas acho que você é isso mesmo! - Sorri amarelo.

Ele revirou os olhos.

- Que bom que estamos nos entendendo - comentou com sarcasmo.

Mas eu percebi que tinha um sorriso divertido brincando em seus lábios.


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