Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 29
Capítulo 29 - Álbum de Fotografias.


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu to com pressa porque preciso ir para o cursinho daqui a pouco. Desculpem pela pequena demora, mas é que eu ainda não tinha terminado o capítulo e a minha beta teve uma crise de raiva ontem... Mas hoje ela me entregou, então.... Tô postando ta? Por favor, não me matem ainda! XP

beijos!
M.C.



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Capítulo 29 – Álbum de Fotografia.

Hyde colocou as mãos na cintura e me olhou com uma expressão que deixava explícito que não sabia se ria da minha piadinha ou se me questionava sobre o que eu estava fazendo vestida assim. Sabe aquela expressão que só o cara mais fofo do mundo consegue fazer? Tipo, com as mãos nos quadris, a cabeça ligeiramente baixa e um sorriso brincando em seus lábios?

Sim, Hyde estava fazendo essa expressão.

E ficava fofo nele. Tão fofo que me peguei corando. Maldição!

- Muito bem... Onde era o carnaval? – Luc perguntou cruzando os braços e recebendo um beijo de Clarice na bochecha.

- Longa história, querido. Vamos entrar um pouco? – ela sugeriu indo abrir a porta do apartamento.

Ele sorriu e a seguiu para dentro.

Sem graça, porque algo me dizia que não era seguro eu ficar sozinha com Hyde, gesticulei para que ele entrasse antes de mim, mas ele me segurou pela cintura e me puxou para um abraço quente e confortável. Como era a maioria de seus abraços. Aquilo era algo estranho para mim ainda, pois não sou dada a esse tipo de intimidade. Mas, como não me causava nenhum estado repulsivo, além de desconforto, eu não o empurrei.

E então ele puxou a minha peruca, soltando os meus cabelos castanhos.

- Assim fica melhor – ele riu. – Você não fica bem loira.

Eu revirei os olhos e ele me beijou de leve nos lábios.

- E também não fica bem de lentes – ele completou se afastando.

- Duvido que você saiba dizer qual é a verdadeira cor dos meus olhos – desafiei desnorteada.

Ele suspirou e, olhando para a luz automática do corredor, ele disse:

- Eles são castanhos claros com umas partículas maravilhosas verdes. São lindos.

E então ele abaixou o olhar para mim e me pegou surpreendida. Sim, eu não esperava que ele REALMENTE percebesse qual era a cor dos meus olhos. Geralmente as pessoas dizem “olhos castanhos” ou, quando o sol bate, “verdes”. Mas ele sabia.

E isso, nem o meu “primeiro namorado” soube responder.

- Vamos entrar? – eu desconversei.

- Sem prêmios? – ele perguntou divertido.

- Pff, rapaz, você é o meu namorado. Tem a obrigação de saber! – eu respondi jogando os cabelos para trás e entrando no meu apartamento.

Ele sorriu e me seguiu para dentro.

- Pensei que você fosse ligar – eu disse sem graça.

- Pois é... – ele coçou a nuca dando um sorriso sem graça. - Mas aí eu entrei no elevador e... percebi que não tinha o seu número de telefone. Não sei como não me dei conta disso antes...

Eu revirei os olhos. Vendo-o me estender seu celular – o celular que eu comprei – para mim. Anotei o meu número e lhe devolvi.

- Começamos bem esse relacionamento – comentei com sarcasmo.

- Tão bem quanto aquele encontro duplo. E veja onde estamos – ele desconversou, me envolvendo em seus braços. Ele parecia gostar de um abraço...

- Aquilo não era um encontro duplo – respondi. – Era um encontro e dois guarda-costas.

Ele deu uma risada gostosa e me soltou.

- Estou me lembrando de quando você bateu naquele cara...

Eu dei uma gargalhada que cortou a dele.

- Eu estou me lembrando de quando eu bati em você...

Ele me olhou com desgosto. E, então, Clarice, que ouvia tudo do sofá, riu com o namorado.

- Cara! Foi hilário! Alguém do tamanhinho dela enfiando a mão na tua cara! – Luc exclamou entre risadas. – Foi como ver um coelhinho chutando um leão!

Clarice riu também e me admirei que Luc não ficasse incomodado com a risada estranha de minha amiga. Ele era o primeiro a não ficar incomodado com a sua risada de sons estranhos e estridentes.

Fiquei feliz por ela.

Hyde limpou a garganta e me olhou com seriedade.

- Obrigado, Chihu, virei piada para o meu amigo – ele reclamou.

- Ah, você faz piada com todo mundo e não gosta quando fazem piada de você? Aguente a onda filho! Keep calm and carry on! – eu disse deslizando minhas mãos por seus braços e dando tapinhas no seu ombro. – Eu já volto, vou trocar de roupa. Chega de andar feito Lady Gaga. Estou divando demais... E morrendo de frio também.

- Sabe, eu estava a ponto de reclamar sobre isso... – ele começou.

Eu ri e ele soltou de seus abraços, e foi quando eu percebi que ele estava segurando uma pasta de papel amarelo alaranjado. Não dava para ver o que era, apesar de eu saber que eram papéis, e isso me deixou ainda mais curiosa.

- O que é isso? – perguntei com curiosidade.

- Segredo – ele respondeu. – Posso ver o seu quarto?

Eu revirei os olhos.

Hyde + Quarto = Não vai prestar.

Mas soltei um suspiro. Eu teria que confiar nele agora.

- Tá. Vem. Você pode ver enquanto eu troco de roupa... no banheiro – respondi.

Ele sorriu e segurou a minha mão. Esperando que eu o guiasse como se fosse um garotinho em excursão. Reprimi minha vontade de rir, e de sorrir ao sentir o calor de sua mão subindo pelo meu braço como uma carícia maravilhosa, e o guiei até o meu quarto.

Eu sabia que meu quarto não era nada de mais.

Não era tão organizado quanto o dele, na verdade, eu nunca mais entrara nele direito desde que meu irmão seu mudou para lá. Só entrava para pegar minhas roupas e colchas e lençóis limpos. Mas nada havia mudado. Era uma cama de casal simples (bom para mim que me mexo muito enquanto durmo), com uma televisão, um armário num canto e um espelho no outro.

Ele o analisou cuidadosamente. Como se parte de mim estivesse ali.

Isso, de certo modo, me intimidou.

- Eu vou trocar de roupa e já volto. Pode ver as coisas por aí. Ah, e não releve aquilo que for masculino. Obviamente é de Fred – eu disse, nervosa, pegando minhas roupas e indo para o banheiro que eu dividia com Clarice.

Algo me dizia que não era boa ideia deixar Hyde sozinho no meu quarto, mas eu tinha que confiar nele. Era o meu namorado afinal. Então eu fui para o banheiro, não me esquecendo de trancar a porta por precação.

Troquei de roupa para algo mais quentinho. Tirei o vestido quase indecoroso e troquei por uma camisa de moletom de mangas compridas e gola V e calça jeans que ficavam um pouco justas em minhas pernas. Não sei por que, mas a única coisa que eu gostava que fosse justo em mim, era calça jeans.

Aproveitei que estava lá para escovar os dentes e os cabelos.

Quando eu voltei para o quarto, encontrei Hyde sentado na minha cama folheando um livro que me fez parar no meio do caminho e sentir toda a cor sumir de meu rosto.

Era um álbum de fotos.

Percebendo que eu havia voltado. Ele ergueu o olhar com curiosidade. E ficou ainda mais curioso ao perceber que eu olhava para o álbum em suas mãos como se estivesse vendo um fantasma.

- O que foi? – ele perguntou.

- Onde você encontrou esse álbum? – perguntei com a voz rouca.

Um arrepio me percorria a espinha.

- Debaixo do seu colchão – ele respondeu e então se levantou do colchão e fixou o olhar nas fotos que ele tinha. – Quem são essas pessoas cujo rosto você cobriu com fita isolante?

Soltei um suspiro, merda ele tinha visto.

Contar ou não contar? Sentei-me na cama e suspirei. Se eu contar, vai ficar desagradável. Se eu não contar, tenho certeza de que Hyde vai me encher o saco com isso mais tarde. Ele é bem do tipo de pessoa que faria isso.

- São... Pessoas que eu me arrependo em ter confiado – respondi dolorosamente.

Ele se sentou ao meu lado, em silêncio. E voltou a analisar as fotos.

- Essas quatro pessoas são... ? – ele questionou mostrando-me uma foto de família. – Eu só vejo o rosto de você e Fred aqui.

Olhei para a fotografia e depois desviei o olhar. Era doloroso fitar aquilo. Fora tirada no meu aniversário de seis anos. Mamãe ainda estava conosco e eu estava sorrindo. Sem saber a dor que ela ainda iria me trazer ao fugir com um homem como “uma qualquer”.

- É a minha família. Meus irmãos idiotas, Harold e James, meu pai, Tristan e uma vadia que certa vez eu chamei de mãe – respondi. – Coloquei fita isolante o no rosto deles porque não suporto ter que olhar para esse álbum e vê-los.

Hyde franziu o cenho.

- Família difícil? – ele perguntou somente.

- Muito difícil – respondi. – Diria que Deus me desafiou a viver no modo extreme.

Ele sorriu de canto e virou as páginas até encontrar algumas em branco. Então tirou umas fotos do envelope que ele trouxera e colocou nos espaços desocupados. Olhei para o que ele fazia e vi que eram as fotos que tiramos ontem.

- Você é rápido hein? – brinquei.

- Imprimi-a quando voltava para casa – ele respondeu com um sorriso largo. – Só espero que minha cara não seja coberta com essa horrível fita preta.

Sorri para ele.

- Isso depende do que você irá aprontar comigo – expliquei.

Hyde sorriu para mim e se inclinou para me beijar. Seus lábios eram macios e suaves sobre os meus. Seu beijo foi cálido, mas ao mesmo tempo, deu-me uma vontade de “quero mais”. Isso fez com que um arrepio agradável percorresse o meu corpo e um calor crescesse pelo mesmo. Como se sentisse a mesma necessidade que eu, ele segurou meu rosto entre suas mãos e aprofundou mais.

Sua língua doce roçou na minha, gerando mais uma onda de arrepios pelos meus nervos.

De repente ele me puxou pela cintura e colou nossos corpos.

O empurrei, sem fôlego.

- Você é muito rápido – voltei a repetir.

- Não é bom ser rápido? – ele perguntou, sem fôlego também.

- Geralmente, o que começa rápido termina rápido – eu respondi beijando seus lábios. – Não queremos ser rápidos.

Hyde mordeu o meu lábio inferior e deslizou sua mão para a minha nuca. Sua respiração irregular era uma carícia deliciosa sobre o meu queixo, e sua mão que apertava fracamente a minha nuca era quase uma massagem maravilhosa.

- Tá, eu vou ser devagar – ele concordou. Mordiscando meu queixo. – Bem devagar.

Eu fecho os olhos lentamente, mas, quando começo a me deleitar da bela sensação de seus dentes roçando em minha pele, ele se afasta. Deixando-me frustrada, ao mesmo tempo em que fiquei agradecida. Já estava a ponto de não me lembrar de meu nome.

- Você é uma criatura terrível – resmunguei.

Ele riu.

- Eu só estou tentando ir devagar – ele disse pegando a minha mão.

- Eu te acho alguém incapaz de ir devagar – confessei. – Mas sua rapidez me assusta também. Se não me engano, é a segunda vez que você faz isso comigo no segundo dia de namoro...

- O que eu posso fazer se me sinto confortável ao seu lado? – ele perguntou divertido.

- Pode começar não aparecendo quando quiser na minha casa – eu respondi.

- Ok. Prometo ligar antes de ir te ver – ele jurou.

Sorri e ele me beijou novamente. E de novo. E de novo...

- Madelyne Ferry! Clarice McMurray! – de repente, alguém gritou.

E não parecia feliz.


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