- Você poderia pelo menos me falar em qual vai? – Jade gritou com Jonas. Ele revirou os olhos, ao ver o grito ecoando pela casa vazia.

- Você que causou isso. Não se lembra?

- A culpa é minha agora? Acha que manda em minhas escolhas? – Jade continuou. – Poderia apenas se mostrar um namorado melhor  e parar de me trair com elas?

Ao ver a namorada colocando um ênfase no “elas”, Jonas suspirou. – E você? Poderia ser uma namorada melhor e pelo menos fazer o mínimo que um homem te pede.

- Eu te amo. – Sua voz falhou. A mentira foi evidente. – Precisa de sexo para mostrar isso?

- Daria alguns pontos para o nosso relacionamento, não acha? – Ele foi presunçoso, Jade revirou os olhos.

- Eu faria isso. Pelo menos se parecesse para ficar em casa, conversar ou então parar de me embebedar para ter o que quer! – Jade gritou de volta. Como ele era tão insuportável? Ela só precisava fazer isso por Liz.

Jonas suspirou, mas não se sentia derrotado. Ele apenas ficaria calado, não poderia estragar sua nova ideia. Pelo menos, mais um álbum com ela. Com a voz dela. Daria pelo menos mais fama para a carreira dele. E um término daria tanto ibope... Jonas sorriu com o pensamento, depois de ter lançado ele poderia ver o que faria com ela. Algum jogo que Adam escolheria? Poderia ser.

Jonas precisava de tempo para ter o que queria. Então depois de uma longa conversa com sua família, e dependendo da aprovação de seus pais... Ele poderia dar adeus a ela e se livraria desse peso.

Pensou em Tori.

Com essa mudança de rotina, tudo mudaria. Talvez não fosse preciso mandar acabar com aquela morena tão cedo... Ele poderia usufruir dela, até alguém descobrir.

Uma viajem de negócios.

Quem sabe?

Ele poderia mentir para a Jade e ir com a Tori para passarem férias juntos.

Isso era uma ideia incrível. As manteria longe. O único obstáculo era pagar um suborno para a direção do set deixar ela livre por algumas semanas. Então, não haveria problemas.

Jade olhou com agonia para ele. – Por que está sorrindo? – Sua voz ainda continuava tão cortante como vidro.

- Nada. – Ele deu de ombros, rude, pegou o casaco jogado no sofá e saiu de casa. Jade suspirou, sentando-se.

Como que ela havia entrado nesse buraco sem fim? 

Ela iria continuar caindo e caindo para sempre?

Jade apenas precisava de um tempo para pensar, e qualquer coisa valia, desde que mantesse sua filha feliz. Ela precisava dar um jeito de segurar Jonas, por um bom tempo.

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Um par de semanas se passou, e com dificuldades Cat estava conseguindo manter aquele segredo crucial. Ela precisava pensar muito antes de falar alguma coisa, e os que estavam a sua volta perceberam isso.

- Reparou no que está acontecendo com a Cat? – Tori perguntou, enquanto andava ao lado de Beck em uma rua um pouco movimentada, eram quase três horas da tarde e ela havia o chamado para fazer compras.

- Sim. Ela está travando antes de falar algo, como se medisse suas palavras. – Beck deu de ombros, era outra loucura da ruiva.

- É... – A morena concordou. Olhou ao redor. - Jonas comprou férias para mim, já te disse? – Tori sorriu. – Vamos para Cancun!

- Isso é legal. – Beck concordou monótamente. – Acha que está arriscando muito esse relacionamento de vocês?

Tori negou com uma careta. – Claro que não! Ele é um fofo e estamos indo viajar juntos! Semana que vem... – Ela continuou a divagar sobre seus sonhos de romance que nunca se realizaram. Beck concordava, por mais que não estava ouvindo. Sua cabeça ainda vagava naquela garotinha.

Na frente deles, o fluxo de pessoas aumentavam. Chamou atenção do moreno um grupo de garotas gritando eufóricas. Ele olhou estranhamente para elas, uma delas gritou algo sobre algum artista. Beck continuou andando, só que ele foi quase atropelado por um outro grupo de garotas, 14 anos no máximo, que estavam com revistinhas teens nas mãos, elas foram a caminho da aglomeração das garotas. Ele revirou os olhos, mas parou bruscamente ao ver a capa de uma revista que uma garota carregava com sigo.

Jade?

Não. Não poderia ser...

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- Onde você estava? – Jade perguntou assim que viu Jonas chegando com Liz no colo. Ela realmente não se importava muito sobre ele, ela queria apenas sua filha.

- Fui buscar Liz. – O tom dele era desconfiado. Jade suspirou ao sentir o cheiro de bebida no ar.

- Duas horas para ir até uma creche na esquina e voltar? – Jade levantou a sobrancelha, sua voz ainda fria. Indignada por ele estar bêbado e ter vindo para casa com sua filha.

Ele revirou os olhos. – Eu não vou falar nada, sobre o que você sabe muito bem, na frente de Liz.

Pelo menos ele era sensato.

Ela bufou. Carregando a filha e subindo com raiva as escadas, seus pés batiam em cada de grau, de modo como se quisesse machuca-los. Jade entrou no quarto de Liz e trancou a porta.

Ele estava bêbado.

E ele havia trazido Liz de carro, bêbado!

Jonas não era de se embebedar... As coisas estavam desmoronando há um tempo entre eles. Jonas não era mais aquele garoto doce, Jade não sorria mais para nada. Eles nem olhavam um para o outro. E ela sabia que o término estava bem mais próximo do que conseguiria imaginar, as brigas por qualquer coisa não cessavam e agora isso, ele chega em casa bêbado. E ela não poderia acreditar que ele estava com Liz.

Rapidamente o coração da Jade se acelerou ao imaginar ele ter machucado sua filha. Ela correu até a garota, que se encontrava sentada na cama e desesperadamente orou para não encontrar nada errado.

Sim, ela estava bem.

- O que foi mamãe? – Liz perguntou ao ver sua mãe se jogando no chão de costas, suspirando alto.

- Nada, querida... – Jade respirou fundo.

- O que tem no papai? Ele está doente? – A garota perguntou inocentemente.

- Não... Por que acha isso? – Jade fingiu-se de desentendida.

- Ele está diferente. – Liz simplesmente respondeu. Jade sorriu tristemente e envolveu a filha nos braços.

- Vai ficar tudo bem... – Ela garantiu.

Jade não era alguém que mimava a filha, ou a tratava como um bichinho caro de estimação. Apenas a felicidade dela, ou a ver sorrir já era perfeito. Ela não se imaginava resolvendo os próprios problemas que Liz conseguiria resolver por si própria. Jade não era mãe coruja e nunca seria. Embora tenha derramado litros de lágrimas de felicidade, quando Liz deu os primeiros passos e logo depois entrou em um humor estranho por semanas, que ninguém conseguiu identificar.