Acordei com o barulho da porta de bambu se abrindo e o sol vindo e iluminado meu rosto. 

- Ei Jonas, seu dorminhoco! - Era a voz de Tori e sorri ao ouvir ela. Abri meus olhos para a ver usando um biquíni branco e curto, com um colar de flores. 

- Eu morri e fui para o céu? - Perguntei e ela sorriu. - Você está linda, meu amor. 

- É, é. Eu sei, querido dorminhoco. Agora se levante logo, nos vamos sair. - Ela disse tirando os lençóis de cima de mim. Aqui realmente fazia calor suficiente para de noite você querer se cobrir com algo mais grosso do que algum lençol. 

- Para onde? - Eu perguntei, estava morrendo de preguiça para fazer outra coisa que Tori queria. É, ela até é legal mais enjoa um pouco com sua voz e sua mania possessiva de sair para comprar coisas. 

- Para onde? Como assim para onde, Jonas? - Ela se sentou ao meu lado na cama. - Não acha que eu vou sair pela cidade usandoapenasum biquíni minúsculo? - Pelo menos ela tinha bom senso. 

- Não...? - Eu perguntei ainda um pouco sonolento e ela revirou os olhos. 

- Vem, vamos nadar. - Ela puxou minha mão e tentou me tirar da cama. 

- Nadar de novo? - Eu revirei os olhos. - Querida, fizemos isto o dia inteiro. 

- É, mas não foi na praia perto do hotel. - Ela abriu as janelas e amarrou o cabelo em um coque. Ela estava tão linda... 

- Por que não ficamos aqui e fazemos coisas melhores? - Eu perguntei, ainda deitado. 

- Não, vamos logo preguiçoso. Eu vim para Cancun não para passar o dia todo com você dentro de um quarto. - A interrompi. 

- Ué, eu não vejo problemas nisto! - Ela riu. 

- Mas bem, vamos apenas aproveitar o sol e a maré baixa.- Tori saiu rapidamente do quarto, ela voltou um pouco e colocou a cabeça para dentro. - Te dou 10 minutos para se arrumar. Estou te esperando lá embaixo, amor. 

Ela saiu e eu revirei os olhos, me levantando da cama. Às vezes eu sentia tanta saudades da Jade... Eu acho que não iria se totalmente vantajoso para mim fazer o mundo perder uma mulher daquelas... Ela sempre foi tão diferente das outras, da Tori... Mas é o certo que devemos fazer, não é? Espero que não me arrependa depois. Eu simplesmente não poderia continuar nesta corda bamba na escolha de quem ficaria comigo. Jade ou Tori. Cara e coroa que escolhia, e Jade foi a menos sortuda.

Tomara que ela já tenha acabado as gravações do nosso álbum... E que ela tenha acreditado naquela mentirinha besta sobre eu ser um homem melhor... 

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- Então, eu chamei vocês aqui por que eu tenho uma notícia maravilhosa para contar! – A ruiva pulou ao redor da sala do apartamento dela e de Tori, enquanto Jade e Beck estavam sentados no sofá, Liz estava descobrindo a utilidade do controle remoto da TV e ria adoravelmente toda vez que mudava de canal.

- Qual é? – Jade perguntou, se inclinando para trás e esticando os braços. Beck estava ouvindo atentamente a ruiva.

- André e Robbie estão vindo amanhã para cá! – Ela gritou, pulando e batendo palmas animadamente.

Beck sorriu.

Jade arregalou os olhos. – Como é que é?

- Você ouviu, Jadey. – A ruiva riu. – André  me ligou três dias atrás dizendo que ele e Robbie estavam vindo para cá, afinal, eles estavam com saudades de todos nós e deram um jeito de entrarem em férias no mesmo tempo. Queria contar para vocês antes, mas estavam ocupados demais um com os outros. – Ela continuou rindo. – E cuidando da coisa mais fofa do mundo!

Cat apontou para Liz.

Beck estava levando tudo numa boa, embora Jade estava surtando.

- Eles sabem de mim? – Ela perguntou. – Ainda nem contei a Tori que está aqui há semanas! Eles sabem de mim, Cat? Você contou?

Nessas horas, no passado, Cat começaria a chorar como um bebê, como sempre fazia em momentos de tensão e de perguntas. Mas a ruiva amadureceu um pouco e percebeu que não poderia chorar para se afastar das perguntas que jurava assustadoras.

- Não. – Cat ficou apenas séria. – Eles não sabem, e você vai ter que contar amanhã, Jadey. Pode ser no jantar. Podemos sair para algum restaurante e antes de ir, nos encontramos aqui. Ai você conta sobre Liz e vivemos felizes para sempre! – Ela rodopiou.

E em algumas situações, Cat ainda não havia crescido.

Jade olhou para Beck, em uma maneira que pedia ajuda. Ele passou o braço ao redor dela. – Tudo bem, contamos para eles.

Ela continuou séria. Beck bateu de leve em seu braço, como fazia no colegial quando queria dar um empurrãozinho para ela fazer algo. – Vamos lá, querida... É fácil e eles são André e Robbie. Você consegue fazer isto... E é claro que os dois vão adorar Liz. Olhe só para ela.

Jade olhou e viu sua filha batendo palmas no ar e rindo quando mudava novamente de canal, como se a TV fosse o brinquedo mais surrealmente legal que existia. Jade sorriu.

- Tudo bem, eu conto. Mas não quero que Robbie segure Liz, ele é desastrado.- Ela terminou com os braços cruzados.

Cat olhou para o chão e Beck beijou a bochecha de Jade. – Tudo bem, o que você quiser.

- Ótimo. – Cat sorriu.

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- Eu não me importo! – Jade gritou com Beck, debochando. Ele revirou os olhos.

Estavam na casa dela e de Jonas, e Liz estava brincando no quintal com terra úmida. Jade odiava a filha ficar suja de terra e quando descobriu que Beck havia deixado ela brincar lá fora, ficou louca de raiva.

- Realmente, eu não me importo. Deixe-a lá, o que tem se ela se sujar? Ela é uma criança, não pode ficar impecavelmente limpa 24 horas por dia. – Beck terminou fitando Jade.

- Você diz isto por que não é você que dá banho nela ou cuida da casa, não é Beck? – Ela sussurrou um xingamento. – Eu cuidei dela neste tempo todo, da minha maneira. Não posso parar agora para ouvir as maneiras que você gostaria que eu cuidasse dela. Isto só atrapalha!

- Jade você que quis ir embora, agora que eu cheguei e tenho direito de cuidar dela também. Ela não é só sua filha! – Beck tentou se defender estupidamente, e se arrependeu quando viu os olhos dela brilhado em lágrimas. Oh, droga...

- Foi por isto que eu quis ir embora! – Ela chorou, jogando com força um dos brinquedos da Liz, que segurava, no chão. – Eu sabia que isto iria acontecer!

Jade se sentia tão cansada. Ela precisava cuidar de Liz, aturar a imaturidade de Beck, amanhã contar aos seus amigos que tinha uma filha de dois anos e explicar o porquê fugiu deles, o que ainda era um assunto doloroso. Nunca havia ficado tão estressada.

Mas para sorte dela, Beck sabia quando ela se sentia assim e também sabia o que fazer para deixá-la feliz novamente.

Ele andou até Jade, e antes que ela pudesse afastar o corpo dele de si, ele a abraçou com força ao redor da cintura e a puxou para perto.

- Bebê, eu sou um idiota. – Ele beijou a testa dela. – Me desculpe, por favor.

Ela suspirou, sentindo-se segura e calma com aquele abraço e com o cheiro dele. Jade assentiu, secando as lágrimas que haviam transbordado de seus olhos. Nestes últimos dias, ela virou aquela onda de emoções estúpidas que odiava ser.

- Está tudo bem, Beck. Eu que fiquei cega. Jonas a deixava brincar lá todo tempo e eu nunca falei nada... Eu joguei tudo em cima de você. – Ela murmurou em seu peito, escondendo o rosto. Era um pedido de desculpas.

- Você não precisa explicar para mim, você está sempre certa. E eu te amo. – Beck beijou o topo de sua cabeça e continuou a abraçando. Eles estavam perto da janela, no quarto de Liz. E de lá dava para ver sua filha no jardim.

Jade se virou para enfrentar Beck e ele sorriu, levando o cabelo dela para trás da orelha.

- Você não se arrepende do tempo que perdeu e que poderia ter com Liz? – Ela novamente perguntou, com a voz baixa e os olhos fitando o chão.

Beck balançou a cabeça. – Não. Mas é claro que seria bom vivenciar isto... Embora, eu quero viver o presente e aproveitar tudo com você e ela agora.

Ela sorriu e pegou na mão dele, entrelaçando seus dedos. – Somos então... Pessoas sortudas por estarmos começando uma família de verdade agora?

Beck assentiu. – Somos.

Jade voltou a sorrir e olhou para ele, revirando os olhos. – Nunca me senti tão clichê e romanticamente idiota.

Ele riu alto. – Certeza? Tenho uma lista de inúmeros momentos que você ficou assim, Jade West.

Jade arregalou os olhos e bateu no ombro dele, com força.

- Ai! – Beck murmurou, também bricando. Ela revirou os olhos com um sorriso e voltou para o abraço dele.

Jade conseguiu ver por cima do braço de Beck, e sorriu ao ver Lizzie colocando terra em um balde de brincar. Ela estreitou seus olhos para avistar uma figura branca meio embaçada ao lado da filha.

- Um cão? – Jade perguntou, sussurrando. Beck abriu os olhos e a fitou, levantando uma sobrancelha.

- O que disse?

- Um cachorro. – Jade se desvencilhou dos braços dele e abriu uma das grandes janelas. – Beck, tem um cão lá embaixo com Liz!

Ele foi até o seu lado e começou a observar a filha brincar com um cachorro, e pelo que parecia era um pastor-alemão, de pelo branco.

E foi apenas isto que ele notou, antes de perguntar a Jade se o cão era de algum vizinho, ela saiu correndo da porta para as escadas abaixo. Ele observou voltou a observar o quintal, sabendo que Jade correria e pegaria Liz no colo protetoramente.

E foi isto mesmo que aconteceu. Jade pegou Liz e neste momento o cachorro começou a latir, fazendo com que Liz chorasse. Beck desceu as escadas e foi até elas.

- O que está acontecendo? – Ele perguntou a Jade, que tentava fazer Liz parar de chorar.

Ela deu de ombros e começou a levar a atenção da filha para outro lugar. Beck foi até o cão e descobriu que ele tinha uma coleira. Ele viu o nome que o identificava.

- Silver. Pode ser de algum vizinho. – Ele murmurou e depois levantou a sobrancelha. – Quem dá o nome de um cachorro de Silver?

- Tá, Beck! Faz apenas ele calar a boca, está assustando Liz. – Ela gritou no estilo Jade-usual.

Beck assentiu, chamando atenção do cão. – Silver! Silver! Vem cá rapaz!

E o cachorro automaticamente parou de latir e começou a seguir Beck. Jade começou a rir da cena: quando mais Beck se afastava, mas o cão corria. Depois Silver começou a caçar Beck, Jade estava quase tendo um ataque de rir. Liz começou a resmungar.

- Eu quero ele! Mamãe! – Ela gritou como se não fosse ouvida, e definitivamente não era. – Mamãe... Eu quero! Cãozinho vem cá! – Ela começou a puxar a camisa de Jade e se remexer nos braços dela. – Eu quero, mamãe!

-  Liz, não... Ele é um cão e é de outra pessoa. Não dá para você ter ele. – Jade disse, tentando ser calma o suficiente para a filha entender.

- Mas eu o quero! – Liz continuou insistindo, novamente  com suas letras trocadas que Jade demorou entender.

- Elizabeth, eu disse não. – Agora ela foi fria o suficiente, estava certa de que a filha ficaria quieta. Mas hoje deu um resultado diferente e Liz, como uma boa criança mimada pelos pais, começou a chorar.

Jade suspirou.

- Eu compro outro Silver para você mais tarde, entendeu? – Ela pediu. – Agora não.

Liz deveria ser esperta o suficiente para ter entendido o “compro mais tarde” e o “agora não”. Ela sorriu. Sabia que sua mãe sempre fazia o que lhe prometia.

As duas ficaram em silencio até que Beck fez com que o cão pulasse a cerca e o deixasse calmo o suficiente para poder voltar para casa. Ele estava sem fôlego.

- Ei... Garotas... – Ele sorriu e depois voltou a respirar pesadamente. Jade voltou a rir.

- Parece que Silver gostou muito de você. – Ela murmurou.

Beck olhou para Jade.  – Não, não mesmo!

A garota voltou a rir e isto fez Liz ficar confusa. Beck a pegou no colo.

- Mamãe vai comprar meu cãozinho mais tarde. Igual o Silver.- Ela constatou ao Beck. Ele olhou para Jade.

- Igual?

- É. Ela quer um como o Silver e eu não posso roubar o do vizinho. – Jade voltou-se para dentro de casa. – Não é?

- É. Não pode. – Ele respondeu, alto o suficiente para demonstrar sua negação. Depois ele voltou a olhar Liz.

- Querida, você tem certeza que quer um cãozinho igual ao Silver? – Beck pediu e a garota assentiu, sorrindo.

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As horas haviam passado, e depois de uma reprise de Friends na TV e uma Liz sonolenta, Jade e Beck finalmente puderam descansar. Eram quase dez horas da noite quando o telefone de Jade começou a vibrar.

Ela viu o visor. – É Jonas.

Beck ficou quieto e Jade atendeu.

- Oi querido... – Pareceu fria. Beck abaixou o volume da televisão, até conseguir ouvir a conversa do outro lado.

- Como está indo ai sem mim? – Era a voz de Jonas, e havia um murmuro muito grande de pessoas ao redor.

- Bem... – Jade respondeu, deixando aparecer seu sorriso enquanto olhava para Beck. – E ai? Sente saudades. É claro que não, você me odeia.

Jade brincou.

- Não seja bobinha, amor. Eu te amo. – A voz de Jonas pareceu melosa, e Jade fez uma careta de nojo e Beck teve que morder os lábios para não rir.

- Aham, é claro. – Jade cruzou os braços e se mexeu no sofá. – Está muito solitário aqui sem você. Liz já esta dormindo e estou entediada. – Ela havia usado um tom de voz muito carente e cheio de segundas intenções. Beck cruzou as sobrancelhas, sério.

- Sinto muito não estar ai para você, querida. – Beck ouviu Jonas murmurar. – Quero fazer de tudo para chegar em breve, mas parece que não vai ser possível. – Alguns segundos em silencio. – O que acha de um contato por vídeo mais tarde?

Ele pareceu bastante malicioso, o que fez Beck chegar mais perto de Jade no sofá. Jade sorriu o bastante para Jonas perceber pela alteração em sua voz. – É claro. Diga-me o que me quer ver usando?

Ela sorriu sedutoramente para Beck. Ele continuava confuso.

- Nada. – Jonas respondeu com uma voz de pervertido.

E agora Beck estava confuso e com raiva, bastante raiva.

Raiva o suficiente para ele pegar o celular da mão de Jade e o esfregar no sofá, provocando chiados. Depois disto ele o desligou e olhou seriamente para a namorada.

- Beck? Por que fez isto? – Jade perguntou, furiosa enquanto arrancava seu celular das mãos de Beck.

- Você pode mentir mais tarde e dizer que a ligação caiu. – Ele olhou para os olhos dela. - Acha que eu iria continuar ouvindo minha namorada conversar com uma canalha pervertido, na minha frente?

- Sim, eu acho. – Ela cruzou os braços sobre o peito e fez um biquinho inconsciente. Beck sorriu com isto, esquecendo-se completamente que ele estava bravo com ela.

– Por que está sorrindo? – Jade perguntou.

Ele se inclinou e a beijou nos lábios. – Porque você é linda. – Ele voltou a beijá-la. Jade ficou alguns segundos sem corresponder, confusa.

Beck era inconvenientemente estranho, em algumas situações. Mas isto não foi o suficiente para ela parar de beijá-lo, apenas quando a falta de ar chegou.

- Por que estava dizendo aquelas coisas a ele? – Beck perguntou.

Jade decidiu ser sincera. – Porque achei que você não se importaria. E além disto... – Ela sorriu, brincalhona. Beck começou a passar os olhos por cada canto do rosto dela, pois aquilo sim era algo raro de Jade West fazer. – Seria divertidamente sexy.

Ele deixou ela se inclinar para cima de si, o deitando no sofá e o beijando nos lábios.

- Divertidamente sexy? – Beck perguntou, com uma sobrancelha arqueada para a nova expressão que ela havia inventado.

- É. Divertidamente sexy. – Jade voltou a sorrir e a beijá-lo.

- Você é tão louca...

- Eu sei que isto é uma das coisas que você mais gosta em mim.