Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 7
Pai??


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Nesse capitulo o Damon descobre que vai ser pai... (obvio)...
Boa leitura...



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– O que foi que aconteceu, Elena? - perguntou Damon tentando manter a calma. Percebeu que a namorada estava aflita e não queria piorar a situação com novas perguntas. Isso poderia assustá-la e fazê-la não dizer mais o que queria.

– Eu disse para você não me interromper - pediu Elena, mais uma vez. - Se eu for cortada enquanto falo, acredito que não conseguirei ir até o fim.

– Não irei te interromper. Pode falar meu amor. - Damon pegou uma mão de Elena e a segurou para lhe dar apoio. Qualquer coisa que ela fosse dizer a ele naquele instante, mudaria sua vida para sempre. Bastava encará-la e perceber que o que ela estava prestes a lhe contar era muito importante e crucial.

– Ótimo!

O toque da mão de Damon sobre a sua a fez sentir sua coragem se esvair. Mas Elena sabia que não podia deixar que isso acontecesse. Depois de ter passado o dia com Bonnie e Meredith, e vê-las ajustadas e pensando no futuro, a jovem chegou a conclusão de que queria fazer a mesma coisa. Queria seguir em frente, mas para isso teria que abrir o jogo para Damon de uma vez por todas.

– Dam, há alguns meses atrás, no começo do nosso namoro, nós nos relacionamos mais... Intimamente. - Elena não tinha certeza das palavras que deveria usar, pois estava a beira de ter um ataque de nervos. - E isso resultou em um pequeno problema. Digo... Não é bem um problema... Não sei definir se é um problema, mas...

Ela apertou a mão de Damon completamente perdida. Poderia sair qualquer palavra da sua boca, menos a que resumia sua condição de futura mãe daqui a quase sete meses. Naquele momento, se arrependeu de ter feito Damon ficar calado até que terminasse de falar. Os cortes dele calhariam bem para diminuir a sensação de desespero que a dominava.

– Damon Salvatore, me diga o quanto você ficou feliz pela Bonnie e pelo Jeremy. - Elena procurava alternativas de dizer a Damon que estava grávida, mas sem precisar usar a palavra propriamente dita. Temia que soasse rude e não queria assustá-lo, inserindo-a em uma frase exclamativa.

– Agora quer minha opinião? - perguntou Damon, confuso. Elena estava estranha, adiando o que queria realmente dizer com perguntas que o deixavam perdido.

– É sério, Damon! - Elena soltou a mão dele e ficou em pé. Estava inquieta.

– Eu estou muito feliz por eles, oras. Como um bom amigo estaria. - Damon respondeu, dando de ombros. - Por que essa pergunta?

– Por que... - Elena voltou a se sentar de imediato e pegou a mão do namorado. Sua boca estava começando a ficar seca. - Por que...

A voz dela soou fraca. Damon estava começando a ficar tão agitado quanto ela.

– Por quê? - Damon tentou ajudar, apoiando a outra mão sobre a dela.

– Porque eu... - Elena fechou os olhos contando com a ajuda de seus pulmões, que impulsionaram o ar de uma vez pela garganta dela. - Eu estou grávida, Damon.

Ela explodiu e Damon parecia que havia parado de respirar. Ele não piscou e nem fizera menção que iria dizer algo. Aquilo foi um péssimo sinal para a morena que recolheu a mão que estava envolvida com as dele, escandalizada.

– Damon, eu sinto muito.

Elena estava enfrentando um conflito interno que se dividia entre vergonha e arrependimento. O rosto de Damon sem expressão alguma fazia seu coração morrer aos poucos. O embaraço daquela situação, ela sentiu novamente uma pontada que agitou seu estômago gerando um enjoo repentino. Automaticamente, ela levou à mão a boca e respirou fundo. Deixou que as emoções a dominassem por completo, sentindo o turbilhão que elas causavam a inquietando por dentro.

– Sinto muito? - Damon recuperou a respiração e a cor voltou ao seu rosto. Estava surpreso e ao mesmo tempo chocado. Aquilo que Elena acabara de dizer só poderia ser parte de algum sonho que ele estava tendo. Em algum momento, ele teria que acordar. - Isso não é algo que eu quero ouvir de você, Elena.

Ele fizera uma pausa e engoliu em seco. Mirou o rosto da namorada, desolada, provavelmente se remoendo por achar que tinha cometido algum crime de pena máxima.

– Eu vou ser pai, é isso mesmo? - perguntou Damon com a voz esganiçada. Aos poucos, a informação invadia seu cérebro trazendo-lhe uma onda de adrenalina.

A respiração que Elena prendia saiu de seus pulmões com toda força. Damon sorria e ela começou a se sentir mais leve.

– Sim, você será pai. - Elena tirou a mão que estava sobre sua boca. Sentia-se melhor. - Seremos pais. Isso se ter um bebê estiver nos seus planos.

Damon a encarou com uma sobrancelha alteada.

– Elena Gilbert, você tem sorte de eu não poder sair dessa cama, pois te encheria de cócegas por estar agindo de maneira tão insolente.

Elena liberou uma risada aos poucos. Seu corpo bambeava e as mãos tremiam.

– Desculpe Dam! - ela colocou uma das mãos sobre a barriga. O desconforto sumia gradativamente. - Eu fiquei com medo, só isso. Depois de tudo que estamos passando não sabia qual seria sua reação quando eu contasse que estava grávida.

– Obviamente que não saberia Elena. Infelizmente não posso sair da cama para dar pulos e te encher de beijos, mas acho que você deveria vir aqui mais para perto de mim. - Damon ergueu os braços e a namorada não demorou a abraçá-lo. - Eu estou muito contente em saber que serei pai. Eu fiquei com inveja do Jeremy quando ele me contou sobre a gravidez de Bonnie. Pronto, essa é minha resposta verdadeira.

A morena se encolheu nos braços de Damon e deixou que lágrimas de alegria escorressem por seu rosto. Ele afagou seus cabelos e lhe deu um beijo carinhoso no topo da cabeça.

– Meu Deus! Eu serei pai! - exclamou Damon soltando uma gargalhada nervosa. - Não estou acreditando nisso, Elena. Tanta coisa ruim, e agora você dará a vida para um filho meu. Nosso bebê!

Elena se agarrou a Damon e ergueu a cabeça para fitá-lo. Como era de se esperar, ela pousou seus lábios sobre os dele com gentileza, sentindo todo o medo se dissipar de seu corpo.

– Nosso bebê! - repetiu Elena em um sussurro. - Você está feliz mesmo, Dam?

Damon sabia que Elena era famosa por se deixar levar pela insegurança quando achava que tinha feito algo errado. Pegou uma mão dela e a colocou sobre seu peito, onde estava o coração.

– Sente isso? - perguntou Damon, continuando a acariciar o cabelo da namorada com a mão livre. - Esse pequeno órgão expressa o quanto estou feliz. Estou fora de mim. Você não poderia ter me dado um presente de Natal melhor do que esse. Nove meses são muita coisa para suportar. Quero ver o rosto do meu filho logo.

Elena sorriu e enxugou as lágrimas que insistiam em cair. Não tinha mais por que ter medo. Damon e ela tinham mais um motivo para lutarem aquela batalha incessante contra a doença dele. Aquele bebê seria a luz no caminho do casal, toda vez que eles se sentissem cansados demais para enfrentar o dia seguinte.

– Ah! Mas vai passar rápido para quem acompanhar a gravidez de fora - comentou Elena substituindo as lágrimas por um largo sorriso. - Para mim é que não irá passar tão rápido assim.

– Por quê? Só pelo simples fato de que você engordará, ficará toda inchada, de péssimo humor e com desejos estranhos?

Elena afastou-se dos braços de Damon e lhe dera um beslicão.

– Você vai continuar a me amar mesmo desse jeito. Assim espero! - disse ela dando um beijo no queixo de Damon.

– Tenho que amar né? Vai dar muito trabalho ir ao tribunal pedir a guarda do bebê.

– Você nem ouse fazer isso.

Damon puxou Elena gentilmente pelo pescoço e selou seus lábios nos dela. A namorada retribuiu o gesto apoiando suas mãos sobre o rosto dele, fazendo carinho conforme o beijo se tornava mais intenso. A falta de ar começou a consumar os dois, mas isso não foi o bastante para que parassem. A jovem sentiu um arrepio perpassar sua coluna quando Damon a tocou na cintura por debaixo da blusa, com a mão gelada. Suas mãos o agarravam pelas vestes do hospital e ela não queria que o que estivesse acontecendo entre eles fosse interrompido.

O casal não tinha consciência do que faziam e eram incapazes de parar. Fazia muito tempo que Elena não sentia o toque do namorado daquela maneira. O mesmo o pensava, investindo mais seu corpo com certa dificuldade contra o dela. Damon puxou a namorada para mais perto e intensificou ainda mais o beijo que a jovem correspondeu com urgência. As temperaturas dos dois corpos estavam sedentos pelo calor e as mãos agiam descontroladas, tocando um ao outro em lugares certeiros.

– Da... Damon... Melhor pararmos - sussurrou Elena tentando se esquivar das mãos do rapaz. - Estamos em um lugar público.

Damon respirou fundo e se recompôs.

– Está certo! Empolguei-me, desculpe - disse ele, dando um beijo na bochecha de Elena.

– Não precisa se desculpar. Não é pecado desejar o corpo do meu namorado.

Damon riu e deu um selinho em Elena.

– Quando eu sair daqui você poderá me desejar o quanto quiser.

Elena sorriu e segurou uma das mãos de Damon. Sentia-se feliz, por mais que a situação do namorado ainda fosse muito delicada.

– Fui visitar o apartamento que Davis nos indicou - disse Elena, repentinamente. A lembrança do compromisso tomou sua mente com um estalar de dedos.

Damon se movimentou na cama procurando uma nova posição. Elena voltou a ocupar a cadeira que estava antes para evitar que os hormônios dos dois aflorassem inesperadamente.

– Sinto muito por não ter ido com você, Lena. Queria muito - disse Damon com sinceridade. Queria estar em qualquer lugar menos naquela cama.

– Não precisa dizer isso, Dam. Não é culpa sua - disse Elena, tranquilizando-o.

Ele lhe lançou um sorriso e continuou a estender o ritmo da conversa.

– Então... O que achou? - perguntou ele muito interessado.

– É enorme! Eu acreditei cegamente que Davis tinha dado como referência um apartamento minúsculo, mas foi praticamente umflat. Muitos quartos, muitas janelas, muitas camas, muitas portas... Não sei se serve para nós, Dam.

– Temos que pensar por três pessoas agora, Lena.

– Eu sei e você não vai acreditar... - Elena sentou-se na beirada da cadeira para se assegurar que ele escutasse direito o que ela diria a seguir. -...o apartamento tem uma vista incrível da estatua da liberdade.

– Sério?

– Sério! Justamente no quarto de casal.

Damon sorriu para expor sua empolgação da melhor maneira possível já que não podia ficar em pé para mostrá-la.

– E você gostou?

– Honestamente? - Elena alteou uma sobrancelha. - Eu gostei, mas é muito grande para nós três. O lugar é incrível, perto do centro e tudo mais, mas acho que devemos pensar em um ambiente mais sossegado. Andie me deu alguns telefones, talvez eu encontre algo.

– Ou podemos vasculhar alguma coisa na internet. Stefan me deu uns toques, talvez eu possa ajudar também - complementou Damon querendo ser útil. Depois da revelação de Elena, se negava a ficar de fora de qualquer assunto que envolvesse os dois. - Tem certeza de que não gostou do apartamento que Davis indicou?

– Eu gostei, mas não irá fazer bem para o bebê.

– Como a Srta. Preferir - disse Damon, rindo. - Por falar em Stefan, já recebi o trabalho que tenho que fazer. O problema é que não entendi absolutamente nada.

– Era de se imaginar.

Os dois riram olhando um para o outro. Damon não parecia tão debilitado se comparado ao início do tratamento contra o câncer. Ele parecia mais saudável e consciente de si, e isso deixou Elena mais confiante em acreditar que logo o namorado sairia daquela cama. Queria muito que a semana dos exames oficiais dele chegasse logo, por mais que tivesse medo dos resultados. Sonhava em ver escrito no papel que a doença entrou no estágio de remissão. Sabia que Damon almejava o mesmo, pois não aguentava mais ficar internado. Isso levava à tona seus piores picos de mau humor.

Pega de surpresa, Elena voltou a si ao sentir um leve tremor no corpo quando Damon se esgueirou pela cama e tocou sua barriga. Uma forte emoção tomou conta dela, fazendo-a morder o lábio para controlar mais uma nova onda de lágrimas. Antes, ela culpava a TPM por ficar emotiva demais, mas agora parecia que era culpa da condição que estava. Vinha chorando por qualquer coisa, desde uma criança correndo na rua ou um cachorro abandonado. Ela estava com os sentimentos aflorados e era incapaz de controlá-los.

Sem pensar duas vezes, colocou sua mão sobre a de Damon. Ele sorriu. Um sorriso que Elena há muito tempo não apreciava.

– Como iremos chamá-lo? - perguntou Damon acariciando a barriga da namorada.

– Você fala isso como se fosse um menino - retrucou Elena falsamente emburrada.

– Mas será um menino, oras – afirmou Damon revirando os olhos. - E será lindo igual à mãe.

Elena gargalhou.

– Um menino ou uma menina. Acredito que será um bebê lindo, pois sou perfeita. Uma beldade.

– Pensei que você fosse mais humilde, Elena Gilbert.

Elena bateu sua mão sobre a de Damon com um sorriso divertido nos lábios.

– Não pensei nos nomes ainda para sugeri-los. Eu estava com medo da sua reação quando contasse a verdade.

– Medo? - Damon a olhou assombrado. - Medo por quê?

– Por causa da sua condição, por causa dos seus pais, dos meus tios. Falar para os amigos que estou grávida é lindo, mas para aqueles que realmente importam é um grande desafio.

– A quanto tempo você descobriu que está grávida? - perguntou Damon com a testa enrugada.

– Vai fazer três meses no dia 31. Daqui a alguns dias.

– E por que diabos você não me falou antes? - questionou Damon, abobalhado.

– Ah!Damon! Eu sou mulher e insegurança é meu nome do meio - respondeu ela de maneira frenética. - Eu só estava com medo, mas Bonnie, Meredith e Tyler me deram uma força.

– Os três sabiam desde o começo menos eu? - Damon continuou com a expressão de indignação no rosto. Não estava bravo, apenas sentia-se estúpido de não ter percebido a gravidez da namorada antes.

– Eu contei a Bonnie no dia do escândalo na igreja. Foi quando descobri que estava grávida - explicou Elena tomando todo cuidado para não mencionar Josh na conversa. - Depois contei a Tyler que marcou meus exames e a Meredith.

– Meredith? É isso mesmo que estou ouvindo?

Elena apertou o queixo do namorado, dando um beijo rápido em seus lábios.

– Nós fizemos as pazes. Estamos bem.

– Uau! Isso realmente merece uma comemoração.

Damon retirou a mão que estava sobre a barriga de Elena extremamente satisfeito. Seria pai. Era estranho ver um dos seus desejos mais íntimos se tornar realidade. Nem mesmo Stefan sabia que ele sempre teve planos de construir uma família, mesmo que não fosse ao lado da garota que agora acariciava seu rosto com carinho. Ele era bem idealizador. Queria uma casa espaçosa, uma esposa que amasse e que o amasse, e talvez cinco crianças para compartilhar seu conhecimento. Ele mal cabia em si de felicidade. Queria contar para todo mundo, mas em um ponto Elena estava certa: a reação dos seus pais àquela gravidez seria o mesmo que declarar o apocalipse. Seria catastrófico.

– Daqui a alguns minutos o doutor virá aqui fazer os exames de rotina. Acho que poderei ir para casa hoje.

– Seria ótimo que fosse. Não aguento mais te ver aqui, preso - disse Elena dando um meio sorriso.

– Precisamos encontrar logo nossa casa - disse Damon alisando a testa rapidamente. Foi possuído pela preocupação.

– Iremos encontrar. Farei isso quando seu médico aparecer. Ligarei para o marido da Andie e irei encontrá-lo. - Elena acariciou seu rosto ao vê-lo franzir a testa, cheio de preocupação. - Conseguiremos uma casa antes do Natal, você vai ver.

– Iremos sim - concordou Damon pegando a mão de Elena e dando um beijo. - Não vejo a hora de contar ao Stefan que serei pai. Ele vai cair duro no chão.

Elena gargalhou e se levantou.

– Ele vai perguntar se você e Jeremy combinaram o dia de procriação.

– É muito irônico tudo isso, não acha? - indagou Damon fitando o nada. Agora, estava pensativo.

– O quê?

– Nós dois! - disse Damon ainda fora de foco. - Você passou a vida toda me ignorando e eu me humilhando para você. Depois fui embora e você ficou. Anos depois você se torna minha namorada, eu fico doente e agora seremos pais.

– Se nosso relacionamento fosse fácil não teria graça, Damon - disse Elena enrugando a testa.Flashbackscomeçaram a invadir sua mente. - O dia da casca de banana mudou nossas vidas.

– Você não esquece isso não é? – disse ele meio envergonhado.

- Não. Pois agora tenho você. – disse Elena beijando Damon.

- Realmente mudou nossas vidas para sempre.

Elena foi até Damon e o beijou novamente. Os lábios se encontraram com a mesma intensidade de outro. Ela poderia ficar daquele jeito até o dia terminar, se não fosse interrompida por um pigarro vindo de Stefan.

– Isso não é momento e nem lugar para isso, família Salvatore.

Elena afastou-se de Damon com as bochechas rosadas. Não sabia se tinha ficado com vergonha em ser pega no flagra beijando o namorado ou se foi à menção dafamília Salvatore por parte de Stefan.

– Você está com inveja porque faz muito tempo que você não faz isso - disse Damon em um tom brincalhão.

– Inveja? Jamais! Todo sábado estou na pista pegando as gatinhas - garantiu Stefan olhando de Damon para Elena. Percebeu as bochechas da jovem ruborizadas. - Está com vergonha de quê?

– Não estou com vergonha - mentiu Elena meneando a cabeça negativamente.

– Está sim! Suas bochechas nunca me enganaram. Conheço-te desde criança, Gilbert.

– Acho que você pode me chamar de Elena, Stefan.

Stefan parou de chofre.

– Você não está me chamando deWesley? - perguntou Stefan, boquiaberto. - O que você fez com ela, Damon?

Damon deu uma risada abafada e disse:

– Não fiz nada. Minha namorada apenas ficou sensata. E, já que estamos em um momento do qual nossos juízos estão no lugar, temos que te confessar uma coisa.

Stefan olhou de Elena para Damon e percebeu que ambos estavam escondendo alguma coisa. Ele sempre foi ótimo em farejar coisas erradas e, definitivamente, algo estava muito estranho no comportamento do casal que se dera as mãos com sorrisos salientes nos lábios.

– Eu interrompi o beijo porque queria me despedir de vocês. Não me matem! - pediu Stefan erguendo as mãos na defensiva, rindo.

– Não seja idiota! - exclamou Damon revirando os olhos. - O que temos para falar é muito importante.

– Ok! Então falem logo, pois odeio suspense.

Damon ergueu o olhar na direção de Elena, que sorriu dando-lhe total apoio para revelar que estava grávida.

– Eu vou ser pai - disse Damon sem demora.

Stefan deu um passo para trás de olhos arregalados. Ele viu Damon e Elena substituírem os sorrisos por gargalhadas altas.

– Como é? - Stefan colocou as duas mãos na cabeça assanhando os cabelos. - Você também vai entrar para ohallda paternidade?

– Exatamente! - confirmou Damon cheio de orgulho. - Serei pai e estou muito feliz com isso.

Stefan abaixou as mãos e caminhou até o casal. Enlaçou Elena em um grande e apertado abraço, fazendo-a ficar com mais vergonha do que já estava.

– Você roubou meu melhor amigo, Elena Gilbert - afirmou Stefan, rindo.

– Você preferia que fosse outra pessoa? - perguntou Elena cheia de dúvidas.

– Obviamente que não, né? - Stefan afastou-se dela, apoiando suas mãos em seus ombros. - Você nasceu para ficar com Damon.

– Você acha?

- Sempre tive certeza - disse Stefan com sinceridade. Sorria abertamente, feliz pela conquista dos amigos. - Entre Tyler, Matt e eu, Damon sempre foi o mais propenso a ter sucesso em qualquer relacionamento.

– Você acha? - foi à vez de Damon perguntar com a testa enrugada.

– Vocês são muito almas gêmeas. - Stefan meneou a cabeça em negativa com um sorriso nos lábios. - Parabéns aos futuros papai e mamãe.

Stefan esticou a mão para Damon, cumprimentando-o.

– Se você não estivesse deitado te daria muitos socos. Você sabe disso - avisou Stefan dando uma piscadela. - Mas se tudo der certo, você terá alta hoje e podemos celebrar.

– Damon tem que ficar em repouso, Stefan. Não me faça perder a simpatia por você. - alertou Elena cruzando os braços.

– Mas nada impede de nós celebrarmos nem que seja sentados no chão olhando para o nada. - Stefan dera de ombros, fazendo o casal rirem. - E eu quero ser padrinho dessa criança, já aviso logo.

– Pensaremos no seu caso com muito carinho - disse Damon em um tom de voz tedioso. - Muitas pessoas irão querer ter nosso filho como afilhado, então, entre na fila.

– Você nem é maluco de fazer isso, Damon Salvatore. Deixo a Elena viúva.

– E você nem é maluco de fazer isso, pois te esgano. - Elena completou o pensamento de Stefan, ameaçadoramente.

– Bem... Terei que fugir do país - finalizou Stefan lançando um sorriso insolente para os dois. - Já que vocês vão ter um bebê, farei a pergunta que não quer calar...

Elena e Damon encararam Stefan apreensivos, mas a pergunta logo foi posta em quarentena com a chegada do doutor  e uma enfermeira.

– Depois continuaremos essa conversa - avisou Stefan apontando para os dois.

– Vou te deixar sozinho com o doutor. Tudo bem? - perguntou Elena, girando os calcanhares na direção de Damon.

– Tudo bem! - respondeu Damon dando um longo suspiro. Não estava a fim de ouvir uma nova onda de avisos do seu médico. - Stefan, faça companhia para minha namorada e nada de passar a mão nela. Tá entendido?

– Eu não gosto de morenas, Damon, caso não se lembre.

– Katherine Pierce que o diga - comentou Elena dando tapinhas amigáveis no ombro de Stefan. - Vamos! Se precisar de mim, estarei lá fora.

– Ok! Espero poder ir para casa. Quero ficar com você e com o bebê.

Elena dera um beijo no topo da cabeça de Damon.

– Eu também espero isso. Temos muita coisa para conversar.

– Temos sim - disse Damon, sorrindo. - Nos vemos daqui a pouco.

Elena e Stefan deixaram Damon no quarto. Quando a morena fechou a porta sentiu o coração ficar pequeno. Sabia que toda vez que o médico do namorado aparecia, era para dar notícias sobre o estado dele. Pelo pequeno vidro da porta, pode ver a enfermeira medindo a pressão dele enquanto o doutor movia os lábios. Mesmo na ponta dos pés, era difícil adivinhar o que estava acontecendo do outro lado.

– Pare de ser xereta! - Stefan a puxou com delicadeza, fazendo-a se afastar da porta.

– Ain! Como você é chato - resmungou Elena entre risos.

A risada logo parou de ecoar quando Elena viu a figura de Josh na outra ponta do corredor. Ele conversava com sua mãe e parecia bastante distraído. Sem dizer nada a Stefan, caminhou até onde eles estavam. Queria falar com ele e isso precisava ser feito naquele instante. A morena ainda não tinha engolido o fato de ele ter se afastado dela por causa da sua gravidez e do seu relacionamento com Damon. Queria o amigo por perto, mesmo que isso fizesse Damon perder as estribeiras.

– Hey, Sra. Smith. Josh.

A mãe de Josh não hesitou a sorrir quando viu Elena. Ela a adorava e nunca cansou de dizer que a morena seria a esposa ideal para o filho. Ao contrário da mãe de Damon, ela a tratou como uma filha, apoiando o relacionamento com Josh a ponto de ser a primeira a intermediar o possível retorno do namoro quando ele foi embora de NY.

Josh parecia muito contente em vê-la, ela percebeu.

– Elena, quanto tempo.

– É verdade! Hoje estou em um momento de reencontros - disse Elena sorrindo descontraída. - Será que eu posso roubar Josh só um pouquinho?

– Claro! Já estava de saída, pois preciso retornar ao meu posto. Terei que fazer um parto daqui 30 minutos.

Elena piscou duas vezes. Estava tão interessada em conversar com Josh que nem percebera que a mãe dele vestia um jaleco rosa, que indicava que ela trabalhava no hospital e era médica obstetra. Seu coração gelou ao lembrar que Tyler tinha indicado uma doutora para acompanhar sua gravidez: Kate, a mãe de Josh Smith.

– Elena? - chamou Josh trazendo-a para a realidade.

– Desculpe! - Elena meneou a cabeça afastando os pensamentos.

– Podem ir conversar. O que eu tinha para falar com Josh já está decidido - avisou Kate calmamente. - Foi um prazer te rever, Elena.

– Digo o mesmo!

Elena tentou lançar seu melhor sorriso, mas sabia que não conseguiu. Kate cuidaria dela, provavelmente, nos próximos quase sete meses. Aquilo não era um bom sinal. Por mais que os Smith não tivessem mais nenhuma relação de afinidade com ela, a morena os consideravam especiais demais. E, saber que a mãe de Josh seria responsável pela saúde dela e do bebê que não era de seu filho, com certeza a faria ficar chocada e decepcionada.

– Então...

Ela ergueu a cabeça na direção de Josh ainda tentando lidar com o choque.

– Er... Estou meio cansada e minha mente está bastante lerda.

– Estou percebendo! – ele disse rindo.

Havia algo de diferente em Josh que Elena não conseguiu descrever

– Josh, eu queria conversar com você - começou Elena juntando as mãos, apreensiva.

– Elena, acho que isso não é uma boa ideia. - Josh indicou Stefan com a cabeça. O melhor amigo de Damon os encaravam extremamente curioso.

– Ignore-o! Ele só está te olhando para ver se você dá algum sinal de que vai me agarrar - disse Elena tentando ignorar que Stefan estava no mesmo corredor que ela, a apenas alguns centímetros de distância.

– Hmm...

– Eu quero saber se você tem recebido meus depósitos. Toda vez que te ligo para confirmar, você não atende.

– Eu recebi todos, Elena - respondeu Josh. - E acredito que você não tenha vindo até aqui para falar sobre isso.

– Na verdade essa pergunta fazia parte da ideia de te chamar para conversar - confessou Elena. - Josh, eu não quero perder sua amizade. Não depois de você ter me ajudado tanto. Essa é a verdade. Sei que não é justo eu tentar te envolver nos meus problemas, mas isso não vai mais acontecer. Prometo-te!

Josh deu dois passos à frente e pegou uma mão de Elena.

– Elena, o problema não é eu me envolver nos seus problemas. O problema é que eu gosto demais de você para vê-la criar uma vida com o Damon. Não me entenda mal, não o odeio e acho que vocês estão felizes, mas não quero estar aqui sem ter você comigo.

A morena ficou estupefata com o que acabara de ouvir. Esperava um xingamento ou uma maneira dele tentar convencê-la de que ficar com Damon seria um grande erro.

– Eu quero te ver feliz e, por mais que me doa, a pessoa que conseguirá fazer isso se chama Damon Salvatore - prosseguiu Josh mantendo o tom de voz estável. - E eu quero que você tenha um bebê saudável e uma vida cheia de conquistas. Quero mesmo, de verdade. Mas não quero me machucar mais, Elena. Por isso mesmo, eu te peço para não depositar mais o dinheiro que te emprestei. Ele é dado. De coração.

– Josh s, o que diabos você está falando? Jamais aceitaria aquela quantia como dada de coração. Você um dia pode precisar do dinheiro e não quero sair com a fama de caloteira.

– Elena, quando você se apaixona por alguém, às vezes é necessáriio sacrificar algumas coisas. Eu estou te deixando ir, Elena, pela minha sanidade. Não posso mais alimentar o que sinto por você. Seu futuro é ser uma Salvatore - finalizou Josh sincero. - Não uma Smith. Eu quero você perto de mim. Não se preocupe é apenas como amiga. E eu estou conseguindo te esquecer e até conheci uma mulher ontem. – disse Josh alegre.

Elena se sentiu tão feliz por Josh está seguindo sua vida e que ainda quer ser seu amigo.

- Josh, estou muito feliz por você - disse Elena o abraçando. - Você é muito importante para mim. Eu não sou ainda uma Salvatore, engraçadinho. Agora eu sou simplesmente Gilbert, Elena Gilbert. – disse Elena.

- Você é minha melhor amiga, Elena e tenho que te dizer... Você tem um bebê dentro de você. É questão de tempo para Damon pedi-la em casamento.

– Ele não vai fazer isso.

– E por que não faria? - Josh deu de ombros. - Até eu faria isso, Elena. Eu sempre o achei um idiota, mas nada elimina a possibilidade dele te amar muito. Na verdade, ele te ama demais.

– Josh, você está errado.

– Elena, quando Damon te pedir em casamento, apenas diga sim - pediu Josh dando um sorriso muito forçado. - Você vai construir uma família muito bonita e terá seus amigos para te ajudar. Principalmente eu.

– Que bom que posso contar com você – disse Elena – E como se chama a sortuda que você conheceu? – disse Elena mudando de assunto e estava claramente empolgada. Assim como Josh.

- O seu nome é Alexia Branson. – disse Josh orgulhoso.

Elena arregalou os olhos e ficou boquiaberta. Das amigas de Elena a única que Josh não conhecia era Lexi.

- Eu não acredito.

- O quê? – disse Josh confuso – Você a conhece?

- Claro, ela é minha amiga. – disse Elena animada.

- Não acredito.

- É verdade.

- Sorte a minha. Você me ajudará com ela.

- Claro.... Inclusive no jantar de natal que a Bonnie vai dar ela vai está lá... E como você é amigo de Bonnie e ela te paparica você pode ir e lá vocês conversam. – disse Elena animada.

- Com certeza. – disse Josh animado. – Obrigado Elena... Mas agora tenho que ir, okey?

- Claro, nó vemos no jantar – disse Elena.

- Pode deixar. – Josh disse e se afastou.

Não chegou a ficar sozinha nem por um minuto, quando sentiu um braço passar por seu ombro, puxando-a para mais perto.

– Não se acostume com meus abraços, pois as mulheres tendem a se apaixonar.

A jovem ergueu a cabeça ao ver Stefan lhe lançando seu sorriso cheio de malícia. Só mesmo ele para fazê-la rir naquele momento.

– Pode ficar tranquilo. Não me apaixono com facilidade - respondeu ela, dando um soco de leve no tórax de Stefan.

– Ótimo! Só assim para não ser jurado de morte. - Stefan ergueu uma mão e bagunçou o cabelo da morena. - Vamos embora! Damon recebeu alta e iremos dar uma volta por aí.

– É a melhor notícia que eu poderia receber agora.

Stefan permaneceu com a mão sobre o ombro de Elena e ambos caminharam juntos de volta para o quarto do qual Damon estava se despedindo pela milésima vez. Ao vê-lo, a morena mal conteve a felicidade. Ele estava em pé e tinha terminado de se trocar.

– Vamos jantar fora, o que acha? - perguntou Damon animado.

– Acho que a ideia não poderia ser mais propícia - concordou Elena, sorrindo. - Jeremy e Bonnie irão conosco? Afinal, cadê eles?

– Irão nos encontrar lá. Bonnie teve um mal estar, mas já está melhor - avisou Stefan tentando não alarmá-la. - Vamos nessa minha gente?

– Vamos! - exclamou Damon, pegando a mochila que sempre carregava quando ficava internado, saindo do quarto.

Elena se enlaçou nos braços de Damon e Stefan carregou a mochila do melhor amigo. A jovem esqueceu até do compromisso de entrar em contato com Klaus Mikaelson, tudo para estar com o namorado. Ao cruzar a saída do hospital, ela sentiu que poderia respirar novamente. Parecia que sua vida estava atingindo um novo patamar, do qual deixava de ser uma jovem para se tornar uma mulher cheia de responsabilidades da vida adulta.


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Notas finais do capítulo

xoxo