Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 2
Dia difícil...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Pelo titulo vocês já imaginam né...
Não me matem por esse capitulo...
Hein desculpa postar só agora mais eu estava numa guerra de Delena's versus Stelena's... Vcs nem queiram imaginar o que as Stelenas escreveram e eu como não guardo papo na língua xinguei elas também haha... Vcs acreditam que uma menina disse que o amor Delena era só fogo de palha?? Ela era uma lesada mesmo... Ainda disse que Delena vivia na pegação... #Quem dera Deus pai... Nosso sonho né... Cada coisa, cada ofensa... Mas eu sempre respondia a favor de Delena... Para falar a verdade nós ganhamos a batalha e a guerra haha...



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Enquanto Damon vivia preso em suas crises existências com relação à leucemia, Elena sentia seu cérebro fritar toda vez que tentava seguir um caminho ameno para não se sentir mal pelo namorado. Ela perdera as contas de quantas vezes ele afirmou que estava perfeitamente bem e que, antes do ano novo, sairia do hospital parcialmente curado. Embora ele revezasse a estadia entre o hospital e a sua casa, e tivesse sempre uma companhia, ela via o medo que ele sentia, infectado em seu espírito e transparente em seu olhar. Ele poderia fingir que estava tudo bem como válvula de fuga, mas a morena sabia que seu mundo e o dele poderiam mudar de maneira drástica com feridas que poderiam ser incuráveis.

Agora, Elena conhecia Damon como jamais imaginou. Ele poderia estar em negação, mas ela tinha certeza de tudo que se passava na mente dele. Os dias se passavam e ela continuava a cercá-lo de cuidados e passar noites e mais noites sem dormir. Sua concentração estava abaixo da média e a perda de peso não passou despercebida por sua tia. Elena não era mais Elena. Era apenas o que sobrou do que costumava ser, antes de aceitar ter um relacionamento firme com Damon. Seu corpo não a sustentava e, intimamente, ela se perguntava como iria sobreviver no ensaio do casamento da sua melhor amiga.

Ao se olhar no espelho, Elena não deixou de lembrar-se das palavras de Josh: ela deixou de ser a garota que todos adoravam. Seus cabelos estavam compridos e opacos e seus olhos castanhos não brilhavam mais, pois estavam escondidos pelas profundas olheiras. As roupas agora ficavam um pouco mais largas embora ela tenha percebido que sua barriga havia inchado mais no decorrer das semanas.

Ela não estava satisfeita com o que via, mas sabia que não tinha muito que fazer. O espelho a denunciava em sua pior forma e nada poderia ser mudado se parasse para pensar em si mesma nem que fosse por meros segundos. Ela poderia estar grávida e não sabia como contaria isso para Damon.

Elena desviou os pensamentos tentando amarrar os cabelos. Tudo parecia errado. Ela não queria sair de casa, não queria ensaiar e não queria conversar com ninguém. Queria ficar deitada em estado vegetativo esperando que alguém cruzasse a porta do seu quarto com boas notícias. Ela começou a se fechar para si e não conseguia falar com ninguém. Perdera as contas de quantas ligações de Bonnie não atendera. Sem dúvidas, ela lhe daria um sermão assim que se encontrassem na igreja.

Uma suave batida na porta à fez dar um salto. Ao virar-se, se surpreendeu ao ver Meredith. Ela estava muito bonita, percebeu Elena. A morena sabia que a irmã iria ao centro de NY fazer as compras de Natal junto com o noivo, Paul, e sua mãe. Invejou-a naquele instante, pois sempre ia com elas às compras, por ser a responsável pela lista do que não deveria ser esquecido.

Elas se encararam por alguns instantes e Elena teve a ligeira impressão de que a irmã contraiu os lábios para segurar as palavras que realmente queria pronunciar.

– Você tem visita - disse Meredith de braços cruzados. - Josh está lá embaixo.

– Já irei descer - respondeu Elena calmamente. - Obrigada por ter avisado.

Meredith a encarou mais uma vez enquanto Elena fazia um rabo de cavalo de qualquer jeito. Ela notou que a irmã mais nova estava mudada e ela sabia quando tudo isso começou: quando a jovem começou a namorar Damon Salvatore. Por mais que fosse ausente na vida da morena, Meredith sabia que havia algo errado, mas era orgulhosa demais para perguntar. Dependendo da resposta, era fato que correria para contar aos pais para tentar prejudicá-la como sempre fazia. Mas tudo parecia diferente e, no fundo, algo dizia que era uma diferença catastrófica.

Elena e Meredith nunca foram de brigas. Quando crianças passavam a maior parte do tempo juntas. Conforme a idade avançava, Meredith percebeu que a irmã era extremamente talentosa e se sobressaia, enchendo seus pais de orgulho. A loira tinha plena consciência de que sentia inveja de Elena, algo doentio em sua cabeça. Ela só não sabia lidar com o sentimento, mesmo que a irmã estivesse com os piores problemas do mundo. O estado do qual a morena se encontrava agora, era como se fosse um prêmio já que seu casamento seria o centro das atenções.

Mas, olhando para Elena, Meredith não sentiu nada disso. Pela primeira vez, estava preocupada, mas não abriria a boca para confirmar o que sentia. Apenas considerou agir por dedução, como sempre fazia.

– Elena, se estiver acontecendo alguma coisa, você deveria contar a mamãe.

A morena a fitou, sem pestanejar. Ficou chocada com a atitude da irmã que não estava mais de braços cruzados, o que significava que ela não estava mais na defensiva.

– Mary, não está acontecendo nada. É sério!

Os olhos das duas irmãs se encontraram mais uma vez. Ao ser chamado pelo apelido que Elena havia lhe dado, sentiu um solavanco dentro do peito, mas nada disse. Meredith tinha certeza que a irmã começaria a chorar e não saberia lidar com a situação. Mas Elena, como sempre, engoliu em seco e fingiu ser uma estátua.

– Mesmo assim - Meredith deu de ombros. - Conte para a titia!

Elena meneou a cabeça positivamente e viu Meredith partir. Suas mãos tremiam, a ponto de não conseguir controlá-las. Desistiu do espelho e pegou o casaco mais pesado para enfrentar o frio lá fora. Conferiu se tudo o que precisava estava na bolsa e partiu rumo à sala de estar. Ao chegar, viu Josh sentado, sozinho, acompanhando os movimentos frenéticos de sua tia com os olhos.

Ao perceber que ela estava lá, Josh se levantou. Havia um pequeno envelope em suas mãos e ele parecia mais tenso que o normal. Elena percebeu, naquele momento, que a resposta do que viria a seguir estava com ele.

– Hey, Josh!

A voz soou rouca e sem emoção. As mãos estavam seguras dentro do casaco branco, presente de seus pais quando eles comemoram mais um aniversário de casamento em Paris.

– Oi, Elena! - cumprimentou Josh, abraçando-a gentilmente.

Elena sentiu que precisava de um aperto daqueles. Sentiu-se confortável e não queria soltá-lo. Era como se estivesse dentro de um casulo onde ninguém a encontraria e nem a machucaria.

– Podemos conversar em um lugar mais privado? - perguntou ele, tomando todo o cuidado para que a tia de Elena não os ouvissem.

– Vamos ao escritório do meu tio.

Eles caminharam até a pequena sala onde seu tio costumava ler nos finais de semana. Havia alguns livros largados sobre a mesa e muitos papéis que faziam a lixeira transbordar. Era um local simpático e que fazia muito tempo que Elena não desfrutava.

– Pronto, estamos seguros.

Elena fechou a porta. O único barulho que passava pelas frestas eram os passos de sua tia e frases soltas de Meredith que ela não conseguiu entender.

– Você trouxe o que eu imagino...

Josh concordou com um aceno de cabeça e entregou o envelope a ela.

– Eu não sei o resultado - ele se adiantou a dizer ao ver o olhar inquisitório dela. - E acredito que é melhor eu ir embora.

– Não! - ela exclamou com urgência. - Não, Josh, quero que fique. Não vou conseguir fazer isso sozinha.

– Elena, eu prezo muito que ainda resta do nosso relacionamento, mas se nesse envelope houver um resultado positivo, eu não vou querer saber.

Josh desviou os olhos dos de Elena com extrema rapidez. Ela então percebeu que um dos seus suportes havia se desfeito e que teria que lidar com o que estava naquele pedaço de papel sozinha.

– Eu sinto muito, Elena - disse Josh com sinceridade.

– Eu entendo Josh. Está tudo bem!

Ele meneou a cabeça mais uma vez, caminhou até a porta e girou a maçaneta. Antes de partir, a encarou e disse:

– Se precisar de alguma coisa, me ligue. Estarei em casa.

– Certo! - Elena girou o envelope de uma mão para a outra com destreza - Obrigada por tudo, Josh. Eu irei te pagar tudo certinho em breve, não se preocupe.

– Não me preocuparei. Eu confio em você, Elena.

Antes de partir, Josh caminhou até ela e lhe deu um beijo demorado na testa. Desolada, ela viu a segunda pessoa com que se importava lhe dar as costas no mesmo dia.

Sozinha na sala, Elena não tinha muitas opções. Ou abria o envelope ou continuava a viver uma mentira até sua barriga estar gigantesca de nove meses depois. Sentindo as pernas bambas, se certificou de que a porta estava fechada e ocupou a cadeira que seu pai/tio adorava. Seus neurônios trabalhavam com extrema fúria fazendo-a sentir os primeiros indícios de uma futura dor de cabeça.

E se eu estiver grávida? Indagou ela, largando o envelope na mesa bagunçada. Ela não fazia ideia do que sua vida se transformaria se naquele papel estivesse escritopositivo. Sua vida mudaria bruscamente. Teria que contar a sua família e a Damon. Alguns aprovariam e outros a condenariam. Como lidaria com isso?

A aflição fez com que seu coração batesse mais forte. Lentamente, abriu o envelope e tirou o papel dobrado de dentro dele. Não continha muitas explicações que poderia entender, afinal, não era médica. Era o mesmo que pronunciar artigos da lei, algo que não saberia o que significava.

Mas, no meio do papel, estava a resposta. Um simples sinal e uma jorrada de informações que a fez ter vontade de gritar. Fechou os olhos e colocou as mãos sobre as pálpebras. Ela percebeu como estavam doloridas, como se ela tivesse levado socos em cada uma delas.

Sentiu o cansaço cair sobre seus ombros. Não sentia suas pernas e nem seus dedos. Não sentia seu corpo. Sua respiração parecia não querer sair. Quando abriu os olhos foi dominada por uma vertigem. Elena pensou que iria desmaiar, mas não deixou que isso acontecesse. Estava grávida e não tinha volta. O filho de Damon estava em seu ventre e ela não via mais nenhuma solução para aquilo.

Com a cabeça doendo, ela se levantou. Amassou o envelope e o jogou dentro da bolsa. Esperou um pouco, olhando a vista da rua que morava. Quando sentiu seus pensamentos se estabilizarem, respirou fundo. Tinha que manter as aparências, pelo menos, naquele dia. Levantou-se da cadeira e voltou para a sala onde encontrou Meredith conversando com Paul. Ambos se viraram para olhá-la. Aproveitou a brecha e chamou a irmã, que se aproximou extremamente confusa.

– O que foi?

– Preciso que você me dê uma carona.

– Você está maluca?

– Eu preciso de uma carona - repetiu Elena, fora de si.

– Leve-a! - sussurrou Paul percebendo que a morena não parecia muito apta para dirigir.

Sem questionar, Meredith abriu a porta de casa e saiu com Elena nos calcanhares. Caminharam em silêncio até a garagem e se manterem dessa maneira até estarem seguras dentro do carro.

– Me leve até a igreja do bairro, por favor.

Elena apoiou a cabeça no encosto do banco e fechou os olhos. Não conseguia sentir nada. Sem perceber, colocou uma de suas mãos sobre a barriga e também não sentiu nada. Também, como podia, o bebê estava em formação, a lembrou.

Dois meses. Esse era o período em que a gravidez de Elena se encontrava. Uma fina dor perpassou pela sua cabeça fazendo-a contrair os olhos. A respiração agora estava mais pesada e ela podia sentir cada parte de seu corpo dolorido e frágil por causa das noites mal dormidas e da má alimentação.

Ao abrir os olhos viu que estava no mesmo lugar e virou-se para Meredith.

– Por que não foi ainda?

– Só irei quando me disser o que diabos você tem. - Meredith disse com rispidez. - Você não come, não dorme em casa, sai atrasada para o trabalho e não fala com nenhum dos seus amigos. Estou cansada de ter que inventar mil desculpas para a tal Bonnie e até mesmo para aquele presunçoso do Stefan. Elena é sério, se você não abrir a droga dessa boca, não vou a lugar algum.

Elena pensou em sair do carro, mas sabia que não conseguiria dirigir. Poderia ligar para alguém buscá-la, mas como Meredith disse, ela não estava falando com ninguém. A morena havia se isolado e evitava qualquer contato com os amigos e com a família. Ela sabia que precisava conversar, mas a última pessoa que imaginou que a ouviria era sua irmã.

– Mary, como posso te contar alguma coisa se nem sei se posso confiar em você? - disse Elena calmamente. - Tudo o que falo você reverte para os nossos tios. Se eu te contar o que realmente está acontecendo, é capaz de você inventar que estou morrendo silenciosamente.

– E não é isso que está acontecendo? - perguntou Meredith dando um muxoxo longo sem seguida. - Minha irmã, você realmente está morrendo, mas eu não sei as razões. Gostaria de saber pelo menos uma.

– Damon está doente, Mary. Está com câncer.

Meredith arregalou os olhos. Damon Salvatore com câncer? Sua irmã só poderia estar contando uma piada.

– Elena, pare de gracinhas.

– Estou falando a verdade. Faz meses que ele está desse jeito, mas agora ele está em estado grave. Por isso eu não como, não trabalho direito, não durmo e não falo com ninguém. Repetir para todos o que Damon tem me machuca mais do que ficar calada e guardar o problema para mim.

– Por que você nunca me contou e nem a titia? Você anda bebendo, Elena Gilbert? Isso é demais para você.

Elena não disse nada. Endireitou-se no banco e respirou fundo.

– Eu posso aguentar mais um pouco sem contar a titia e espero que você respeite meu desejo.

– Elena...

– Não quero mais falar sobre isso, por favor. Só quero fazer logo a porcaria desse ensaio e voltar para casa.

Meredith preferiu não discutir e resolveu dar partida. O percurso foi rápido e quieto, como Elena desejou. Sentia um vulcão de emoções dentro de seu peito e tinha medo do que aconteceria quando eles entrassem em erupção.

– Quando terminar me ligue. Eu te buscarei. - disse Meredith estacionando de frente para a igreja.

– Tudo bem.

A morena estava tão exausta que não teve tempo de ficar espantada com a atitude da irmã. Havia outras coisas que a aguardava e que exigiriam muito de sua paciência. April estaria lá, provavelmente com a maior cara de pau do mundo, e Stefan tentaria encantar a todos com suas piadas. Lexi iria rir das piadas de Stefan e contaria algumas. Bonnie e Jeremy estariam brilhando de amor e Damon tentaria com todos os seus esforços mostrar que está bem.

Ao cruzar o grande portão, Bonnie veio imediatamente ao seu encontro. Ela não parecia feliz e conforme chegava mais perto, Elena pôde notar que ela estava chateada.

– Pensei que não viria - disse Bonnie, secamente.

– Sou sua madrinha, caso não se lembre.

– Precisa ser estúpida?

– Estou apenas respondendo a sua pergunta.

Bonnie e Elena sempre foram melhores amigas e nunca escondiam nada uma da outra. Diante uma da outra, era evidente que tudo entre elas havia mudado e o culpado disso caminhava na mesma direção em que ambas estavam, devagar, como se fosse um cadáver.

– Meu amor!

Damon a envolveu em um abraço que, se não fosse pela doença, ela sabia que seria mais forte do que aquilo.

– Damon!

Elena havia ficado taciturna. Percebeu que seu humor havia mudado repentinamente e que aquilo não era um bom sinal. A erupção interna se iniciou e a fez perceber, de uma vez por todas, que estava cansada de fingir que tinha tudo sobcontrole. Sua irmã tinha razão, ela precisava do colo da tia. Precisava de um tempo com ela e dos seus sábios conselhos. Não queria lidar com Damon e nem com a gravidez recém-descoberta. Queria um momento para ela sem ninguém ao seu lado para emitir qualquer opinião.

– O que você tem? - perguntou ele, apoiando as duas mãos em seu rosto.

– Deve ter dormido de calça jeans - resmungou Bonnie dando um sorriso forçado.

A morena se afastou de Damon e a encarou, furiosa.

– Elena, o que você tem? - insistiu Damon, perdido.

De longe, conseguiu ver que April os encarava e podia ter certeza que ela estava louca para se aproximar. Queria tirar uma casquinha e se fazer de santa, como ela vinha fazendo desde que discutiram. Internamente, Elena também sabia que a ruiva abusou da fragilidade de Damon para se fazer de boa samaritana.

– Eu espero que essa seja sua melhor piada, Bonnie - Elena estampou um sorriso presunçoso nos lábios. Queria machucar alguém, mas o que ainda lhe restava de sanidade avisava para não fazer isso com Bonnie. Já perdera Josh. Não podia se dar ao luxo de perder a melhor amiga também.

– Elena...

– Chega de me chamar, Damon! - pediu Elena com estupidez. - Vamos começar o ensaio logo.

Damon e Bonnie observaram Elena caminhar até o centro da igreja ficando distante de Stefan e Lexi que se fitaram sem entender nada. April o encarava confusa, mas com uma ponta de felicidade. No altar, estava Jeremy que parecia mais abismado do que os quatro. Sem muitas opções, Bonnie iniciou o ensaio.

As cenas que vieram a seguir fez Bonnie puxar os cabelos. Elena parecia ser incapaz de tocar Damon e, toda vez que tentava, fazia sem o mínimo esforço. Damon, por outro lado, tentava puxar algumas palavras da namorada totalmente em vão e começou a ficar chateado com a situação desconfortável que ela havia colocado os dois.

– Já chega! - berrou Bonnie.

Bonnie estava irada e nem Jeremy conseguiu acalmá-la. Sem pensar duas vezes, puxou Elena por um braço e a levou para fora da igreja.

– O que você tem? Não adianta ser estúpida porque eu sei que alguma coisa está rolando aqui - questionou Bonnie, no meio da rua. Ela não ligou nem um pouco para as pessoas que passavam e as olhavam curiosos.

Elena revirou os olhos e continuou quieta. Sua expressão mudou instantaneamente ao sentir a mão de Bonnie lhe dar um empurrão que quase gerou uma queda no meio da calçada.

– Você ficou maluca? - perguntou Elena assustada, colocando a mão sobre a barriga, sem ao menos perceber, sentindo uma forte pontada na barriga.

– Eu deveria te chacoalhar, mas eu não tenho força para isso - Bonnie enrugou a testa e buscou o olhar da amiga. - Você não quer boicotar meu casamento, eu sei disso, mas você está no seu pior dia.

– Na verdade, quero boicotar sim. Por isso te digo que não quero ser mais sua madrinha.

Bonnie boquiabriu-se.

– Você enlouqueceu?

– Peça a Katherine ou ligue para a Rebekah, não sei. Eu não quero fazer isso.

– Elena, você está me magoando.

– Bonnie, eu cansei. Estou cansada e não quero estar aqui. Não quero participar do seu mundo encantado.

Elena estava fria, notou Bonnie realmente magoada. A morena sabia que ela não tomaria uma atitude dessas se não estivesse com problemas sérios.

– Vá para casa e conversaremos depois. Você será minha madrinha e não me importo se você fizer tudo errado no dia - disse Bonnie tentando manter a calma. - E eu sei que você não fará nada errado, pois você é Elena Gilbert.

A erupção ocorreu com um bombardeio de emoções. Os olhos de Elena se estreitaram de raiva e seu corpo começou a tremer. Poderia sair chutando tudo, mas a única que estava ali para ser atingida era Bonnie e a garota não poderia fazer isso.

– Eu cansei de ser Elena Gilbert, a garota que faz tudo certo - a voz de Elena estava alta e ela não conseguia mais controlar seu corpo e sua mente. - O que eu ganho com isso? Um trabalho patético, um namorado com câncer e uma gravidez indesejada. Não existe ninguém perfeito e eu não sou. Então pare de tentar adivinhar como agirei, pois não funcionará.

Tudo foi dito de uma vez só e foi suficiente para que Bonnie ficasse muda por minutos que pareceram horas.

– Elena, você está... Grávida?

– Não repita isso, Bonnie.

– Mas, Elena, isso é sério. Damon sabe disso? - Bonnie perguntou, olhando para trás e se certificando de que o grupo permanecia dentro da igreja.

– Não irei contar a ele. Ele tem coisas demais na cabeça.

– E você também. Elena, pelo amor de Deus, o que está acontecendo com você?

– Damon Salvatore. É isso o que acontece.

Bonnie queria abraçar a amiga, mas sabia que pioraria as coisas. Arrependeu-se de imediato por ter sido ríspida assim que ela chegou. A realidade, é que ela não fazia a menor ideia do que acontecia com a melhor amiga e, mesmo que Elena não abrisse o jogo há meses, ela poderia ter apertado o botão e a feito falar.

– Ele te ama muito, Elena.

– Isso não é o suficiente.

– Você o ama também. Vai ficar tudo bem.

– Bonnie, minha vida não é como a sua. Eu nunca planejei um casamento na vida e nem ter filhos antes dos meus 25 anos. A única coisa que eu sempre pensei é me tornar uma profissional respeitada e não ter família. Pelo menos não agora - Elena alisou a testa nervosamente e continuou: - Damon está doente, muito doente. Deus me livre, mas quem garante que ele vai ficar vivo? Bonnie, você não sabe o que é acordar todos os dias e ligar para quem você mais ama todas as horas só para saber se ele está vivo. Eu passo horas, minutos e dias ao lado do Damon com medo de que seja a última vez.

– Ele me parece bem, Elena. Ele está sendo forte e metade dessa atitude é por sua causa. Você não pode desistir.

Elena engoliu seco e umedeceu os lábios.

– Damon vive a base da fachada. Ele não quer preocupar ninguém. Nem ao menos fala comigo direito. Eu abusei da minha amizade com Josh para pagar o tratamento dele e, quando ele souber, não falará mais comigo. Eu não converso com ninguém, nem mesmo com a minha tia, Bonnie. Minha vida agora só se resume ao Damon e nada mais.

– Elena, você está errada - Bonnie a encarou com firmeza ainda com o cenho enrugado. - Seu medo é a doença e não o Damon. Você se entregou mais a doença do que ao seu namorado. Se ele vive como se ela não existisse, talvez, seja a melhor maneira que ele encontrou para lutar. E você precisa se agarrar ao que o Damon representa para você e não ao câncer.

Elena respirou fundo e viu Damon cruzar a porta da igreja.

– Eu não consigo mais me agarrar em nada. Por isso, eu peço para não participar do seu casamento.

– Elena...

– Procure outra madrinha. Sinto muito, Bonnie.

Bonnie ficou parada observando Elena partir, aparentemente sem rumo. Ela sentiu a dor da amiga, mas não com a mesma intensidade.

Ainda parada, incapaz de se mover, sentiu uma mão se apoiar em seu ombro. Virou-se e encarou um Damon apreensivo.

– O que ela tem Bonnie?

– Damon, você precisa conversar com a Elena. - disse ela, olhando para a silhueta distante da amiga. - Uma conversa muito séria.

– O que isso quer dizer?

– Damon, não quero te preocupar, mas acho que Elena está tendo um surto depressivo. Sua situação está enlouquecendo-a - Bonnie interviu quando sentiu que Damon iria questionar. - Ela está dando o melhor para você e é preciso que você faça o mesmo. Fale o que realmente está acontecendo com você, Damon. Honestamente, se tudo continuar assim, vocês não serão mais um casal.

Fazia dias que Elena estava abatida e distante, mas ele pensou que era por causa das suas tarefas e não por causa dele.

– Tudo bem, irei conversar com ela.

– Promete?

– Prometo!

– Eu vou cobrar isso, Damon. Você sabe que vou. - Bonnie fizera uma pausa reflexiva e continuou: – E, por favor, não terminem o relacionamento. Você precisa dela e ela de você.

Bonnie voltou para a igreja e deixou Damon do lado de fora. Ele não sabia o que fazer. Não sabia lidar com seu próprio problema nem muito menos com os sentimentos bipolares de Elena. Quando fez menção de pegar o celular dentro do bolso, ouviu alguém chamá-lo e ficou aliviado em ser April.

– Pelo visto o ensaio acabou - comentou-a, aleatoriamente.

– Sim, Elena está muito estressada - disse Damon, colocando o celular de volta no bolso.

– Hmm... Vai fazer alguma coisa agora?

– Eu tenho que ir para casa e tomar alguns remédios. E comer alguma coisa, pois estou faminto.

April deu um sorriso de canto.

– Stefan não está falando comigo direito.

– E Elena não parece muito a fim da minha companhia - Damon sentiu o pesar tomar conta de seu ser. Sentia-se culpado.

– Isso é muito ruim.

– É...

April abriu a bolsa e tirou as chaves do carro. Olhou para Damon com a ideia mais óbvia do mundo.

– Posso te levar para casa. O que acha de assistirmos um filme? Está frio e, talvez, Stefan volte a falar comigo se eu estiver no mesmo território que ele.

Damon dera um riso abafado. Stefan era cabeça-dura, a ponto de levar a birra que alguém lhe causou por um longo tempo.

– Tudo bem! Vou aceitar sua carona. Hoje é sábado e provavelmente Stefan vai para a balada e caçar mulheres.

– Então vamos! Meu carro está logo ali.

Damon e April caminharam até o carro e logo estavam longe do frio. April sentia uma alegria lhe contagiar, pois pelo visto teria a companhia do rapaz durante todo o dia. Parecia que finalmente a esperança que ela sempre guardou, resolveu se tornar realidade.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não me matem okey?? No próximo episódio a Elena pede desculpas a Damon...