Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 12
Contando as novidades - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Vou dizer os nomes que escolhi:
Delena:
- Menino: Ficou Owen Oliver Gilbert Salvatore ---> Owen foi sugerido pela BJgilbert e Oliver que eu escolhi.
- Menina: Anelise ---> Nome sugerido por Giulia Mikaelson Salvatore.
Bonnjer:
- Menino: Kevin Bennet Dornely ---> Nome sugerido por Beatriz.
- Menina: Zoe Bennet Dornely ---> Nome sugerido por BJgilbert
Boa leitura e espero que gostem...



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– Então, acho melhor contarem para a titia primeiro. Você sabe que nosso tio reage positivamente quando a chefe da casa não cria caso com certos assuntos.

– Eu sei muito bem como é isso. - Elena respirou fundo. Uma inspiração que espremeu seus pulmões dando-lhe uma fisgada de dor.

– Ok! Vamos falar com a minha sogra então. - Damon apertou a mão de Elena, sentindo o medo agitar seu sistema nervoso. Por mais que ouvisse só elogios dos tios de Elena, pais eram pais. Eles poderiam destruir como alavancar qualquer assunto que influenciasse na vida dos filhos, especialmente quando se tratava de relacionamentos. Ele era prova viva disso.

– Mary, você poderia fazer companhia à Caroline? - pediu Elena com gentileza. - Mostre a ela os vestidos que tem em mente para o casamento. Ela pode te ajudar, pois é superentendida no assunto.

– Oh! Sério? - os olhos de Meredith brilharam de excitação.

– Sim, sério - confirmou Caroline, sugando a empolgação de Meredith para si. - Posso sanar qualquer dificuldade que você tenha. Moda é comigo mesmo.

Meredith olhou Caroline de cima a baixo e não teve dúvidas sobre seu ladofashionista. Tudo o que ela vestia estava em perfeita harmonia, por mais que fosse o visual mais casual que usava.

– Ok! Vamos lá para cima, então. Meu noivo e meu tio não vão dar atenção a nós duas, acredite. Eles se unem para conversar como se não houvesse amanhã.

Caroline riu ao lado de Damon e Elena.

– Boa sorte, Elena! - desejou Meredith, abraçando a irmã forte. O toque foi o suficiente para fazê-la notar que a morena estava tensa. - Se der alguma coisa errada, me chame, por favor.

– Obrigada, Mary - agradeceu Elena voltando-se para Damon. - Preparado?

– Eu acho que sim - respondeu Damon, sorrindo de canto.

De mãos dadas, eles seguiram pelo corredor que parecia ser o caminho da forca. Os sapatos ecoavam pelo soalho de madeira, muito bem polido, reluzindo suas sombras fantasmagoricamente. A única coisa que podiam ouvir durante o curto trajeto eram suas respirações, descompassadas, agitadas pelos nervos que começavam a entrar em erupção.

– Tia?

Elena reconheceu o barulho das panelas e das colheres na cozinha. Sua tia estava perto do forno checando o que parecia ser uma torta. Ao ouvir a voz da sobrinha, Jenna ergueu a cabeça, sorrindo satisfeita com a presença dela.

– Lena!

A morena foi até a tia, abraçando-a cheia de saudades. Seu coração ficou pequeno por temer a responsabilidade do que diria a Jenna, podendo fazer aquele sorriso desvanecer de seu rosto. Não queria magoar seus tios, mas não podia fugir de NY, escondendo uma gravidez.

– Feliz Natal, tia!

– Feliz Natal, sobrinha!

Damon se moveu um pouco desconfortável com aquela cena. Seria muito difícil controlar as palavras que ambos usariam para revelar que eles seriam pais. E, ainda por cima, que ele ainda corria certo risco de vida. Jenna estava tão feliz em rever a sobrinha, com toda aquela sensação de que não a via a mais de meses, fazendo-o pensar seriamente em abortar a missão.

– Feliz Natal, Sra. Gilbert! - desejou Damon com a voz rouca em meio a uma oportunidade silenciosa.

– Ah! Querido! Vem aqui e me dê um abraço.

Ao olhar o seu namorado abraçando sua tia, Elena sentiu mais uma vez um embrulho repentino no estômago, sendo atiçado ainda mais por culpa do cheiro de comida presente na cozinha. Ela levou à mão a boca imediatamente, atraindo a atenção da tia que assistiu a sobrinha perder a cor do rosto em questão de segundos.

– Você está bem, Lena? - perguntou Jenna se vendo livre dos braços de Damon.

– Estou sim! Foi um mal estar repentino - assegurou Elena, tirando a mão da boca. Evitou o olhar de Damon, pois sabia que ele estava preocupado.

– Você está com cara de quem não se alimentou. Vocês dois, inclusive. - Jenna olhou de Elena para Damon, assustada. Os dois compartilhavam quase o mesmo tom de pele, sem brilho algum. Aquilo começou a preocupá-la.

– Tia, eu não estou com fome - negou Elena dando um meio sorriso.

– Nem eu, Sra. Gilbert, obrigado - declarou Damon, sem jeito.

O silêncio dominou o lugar e Elena começou a ficar inquieta. Tinha que terminar com aquela tortura logo ou surtaria antes mesmo de revelar a verdade a sua tia.

– Tia, precisamos conversar - começou Elena, apreensiva. - E é muito sério.

Jenna procurou algum olhar de apoio nos dois, mas não encontrou. O casal assumia expressões muito diferentes que iam do pânico ao receio.

– Ok! - Jenna limpou as mãos no avental e desligou o forno. - O que vocês têm para me contar?

Elena foi até a mesa atraindo a companhia de Jenna e Damon. Cada um ocupou uma cadeira da mesa redonda, sobrando um lugar que era o de Meredith.

– Temos duas coisas para te contar. - Elena juntou as mãos sobre a mesa. Agora que estava ali, enfrentando o olhar perdido da tia, teria que ir até o fim.

Damon olhou para a namorada e percebeu que ela voltou a sentir medo. Não queria que ela guiasse aquela situação sozinha e se endireitou melhor na cadeira já preparado a fazer qualquer tipo de intervenção.

– Pela sua expressão coisa boa é que não é. - Jenna tentou usar um tom descontraído, mas a atitude não amoleceu Elena, que pegou sua mão, comprimindo-a contra a sua.

– Uma é boa, talvez, mas a outra é meio complicada. - Elena respirou fundo, juntando toda a coragem que ainda lhe restava para falar. - Tia, Damon está passando por uns maus bocados. Na verdade, ele já passou pelo pior e está rumando para a recuperação. Ele esteve muito doente esses últimos meses e isso explica em parte porque estive tão ausente e tão cansada da vida familiar.

Jenna preferiu não interromper a sobrinha. Sabia que dizer tudo aquilo estava sendo um esforço gigantesco para ela. A confirmação veio ao encarar seus olhos castanhos que adquiriram um tom triste e obscuro.

– Damon está com câncer, tia. Não, não... Ele está melhor. - Elena segurou a mão de sua tia com força para que ela não se levantasse. A mulher estava horrorizada e olhava para Damon.

– Você está melhor? - foi à primeira pergunta que Jenna conseguiu fazer, com a voz trêmula. - Não minta para mim.

Damon reconheceu aquele tom. Ela estava preocupada com a sobrinha, por ela ter praticamente surtado enquanto ele estava em uma cama de hospital, incapaz de fazer nada que pudesse favorecer Elena. Era agora que ele saberia se mais uma tia o odiaria tanto, a ponto de ameaçar seu relacionamento com a morena.

– Eu estou melhor, Sra. Gilbert - respondeu Damon com toda a clareza e sinceridade que conseguiu impor na voz. - Fiz meus últimos exames antes do Natal e aguardo respostas. Se tudo der certo, a doença entrou em remissão.

Jenna respirou aliviada soltando a mão de Elena. Ela cobriu os olhos, do mesmo jeito que Meredith  fazia quando se sentia pressionada ou tensa.

– Tia, me escute - pediu Elena com a voz engrolada. - Desculpe por ter sido estúpida inúmeras vezes com você, mas eu estava desolada.

– E por que não contou a mim ou ao seu tio? Iríamos te ajudar, Elena.

– Eu não queria envolvê-los. De verdade. Eu contei para a Meredith, se isso serve de algum consolo, e ela me ajudou a ficar mais focada. Tia, por favor, me perdoe.

– Lena, minha Lena...

Jenna pegou a mão da sobrinha e a apertou. Não sentia o efeito daquela revelação, mas seu coração avisava que a sobrinha precisava dela mais do que nunca. Ela pensou o mesmo com relação a Damon, ao erguer a cabeça, fitando-o e vendo-o com um semblante mais sombrio.

– Quando isso começou?

– Em meados de outubro. - Damon encolheu os ombros. Falar da doença ainda lhe gerava certo desconforto. - Fiquei em tratamento pesado e Elena esteve comigo. Ela me ajudou Sra. Gilbert, e muito. Não sei o que faria sem ela.

Elena deu um sorriso acanhado na direção de Damon e voltou a dar atenção a tia.

– Ele está falando a verdade ou não estaríamos aqui, tia - garantiu Elena mordendo o lábio inferior.

– Eu realmente estou preocupada com vocês agora. - Jenna disse dando um suspiro. - Essa doença é muito séria, Damon.

– Sim, é. Mas eu irei vencê-la.

Damon disse com uma convicção certeira, como se já soubesse do seu futuro que permanecia incerto. Dar àquela afirmação a tia de Elena era precoce demais, mas ele não poderia lhe dar motivos para que não confiasse nele.

– Meu namorado é forte, tia.

– Eu sei que seu namorado é forte e muito paciente. - Jenna disse com uma ponta de diversão na voz.

– Vamos mesmo recordar como eu infernizava a vizinhança atrás da Elena?

Os três riram baixo deixando esvair os sentimentos pesados que sobrecarregassem seus ombros. Elena e Damon trocaram mais um olhar cúmplice, sabendo o que viria a seguir.

– E tem mais uma coisa, tia. - Elena umedeceu os lábios, soltando a mão da Sra. Gilbert. Seu corpo tremia e não queria passar essa sensação à tia.

– Vocês vão se casar?

Elena e Damon sentiram as bochechas enrubescerem.

– Não, Sra. Gilbert, não ainda - respondeu Damon, com um sorriso acanhado.

Elena sentiu o coração dar um sobressalto com a frase de Damon. Como assimainda?

– Acho que você seria um bom marido. Gosto de você, Damon. Você conseguiu ganhar meu carisma por ter tocado a campainha dessa casa inúmeras vezes.

– Aquele moleque magro, com o uniforme do internato. Não consigo relembrar como eu era sem sentir vergonha - comentou Damon, constrangido. - E obrigado por gostar de mim. De verdade. Eu amo demais a sua sobrinha – ele completou, olhando para Elena.

Foi à vez de Elena ficar encabulada. Damon não precisava ter se declarado na frente da sua tia. Mas sabendo como ele era travesso, deveria agradecer por ele só ter feito aquilo.

– Eu sei que ama. Isso desde criança - consolou Jenna com um sorriso singelo nos lábios. Automaticamente, voltou-se para a sobrinha, a fim de continuar com a conversa. - Então, o que tem mais além da doença do meu genro?

Elena abriu a boca para falar, mas congelou quando ouviu a forma de tratamento que ela dera para Damon. Sentiu uma vontade de socá-lo ao vê-lo rir, com aquele jeito vitorioso que há muito tempo não aflorava de dentro dele.

– Sra. Gilbert, o que temos a dizer pode ser encarado de uma forma positiva e negativa. - Damon começou, roubando a atenção de Jenna para ele. - E por mais que a Sra. goste de mim, eu posso fazê-la me odiar em questão de segundos.

Jenna encarou Damon totalmente confusa. Elena preferiu não entrar na conversa, pois ele estava confiante para anunciar sua gravidez no lugar dela.

– Uau! Vocês roubaram um banco ou mataram alguém? - indagou Jenna ainda confusa. Não estava entendendo que tipo de jogo mental os dois queriam fazer com ela.

– Tia... - Elena engoliu em seco e tomou partido da situação. -... Eu estou grávida.

Nenhum ruído. Elena e Damon se olharam, apreensivos pela falta de respostas da Sra. Gilbert. Seus olhos estavam vidrados, sem reação aparente. Aquilo para a morena foi considerado um péssimo sinal.

– Tia, fala comigo! - implorou Elena, aflita.

Jenna piscou duas vezes voltando a razão.

– Sra. Gilbert? - chamou Damon, buscando o olhar da namorada, sendo tomado por um desespero.

– Lena... Grávida? - Jenna repetiu a informação com a voz fraca, o que aumentou o desespero de Elena.

– Tia, eu...

– Nós vamos casar!

Damon anunciou de uma maneira desengonçada, ficando em pé, levado pela emoção. Quase se enroscou na cadeira e caiu no chão.

– Calma! Você está grávida e vocês irão se casar? - Jenna agitou as mãos, expressando sua confusão. Sua mente dera um nó.

Elena foi pega de surpresa pela atitude do namorado e lhe lançou um olhar furioso. Queria matá-lo pela tamanha mentira que poderia custar à conversa que estava tendo com sua tia e se apressou a corrigir o que ele fez.

– Não, mãe, não vamos nos casar - negou Elena, rapidamente. - Eu só estou grávida. Tia. De três meses.

Elena procurava acertar o ponto materno de Jenna, mas parecia que quanto mais tentava, mais uma vertigem tomava conta dos sentidos da tia que não dizia nada consistente para fazê-la se acalmar.

– Meu Deus! Quanta informação!

Jenna ficou em pé e o mesmo fez Elena. Estava começando a se sentir mal por ter aceitado a ideia de Damon em revelar seu segredo no feriado de Natal. Era o feriado preferido da família, a lembrou, e ela fez questão de estragar.

– Tia, por favor, tia...

Elena já estava a ponto de chorar quando sentiu os braços da tia cobri-la e pesar sob seus ombros. Mesmo fazendo tanto esforço, a morena deixou que algumas lágrimas escapassem de seus olhos.

– Minha sobrinha mais nova vai ser mãe. - Jenna se afastou de Elena e segurou seu rosto com as duas mãos. - A parte do casamento eu terei que engolir ou não?

– Não! Eu entrei em desespero na verdade. - Damon se corrigiu, envergonhado pela burrada. - Desculpe! Fui levado pela pressão do momento.

– Uma coisa de cada vez, então. - Jenna sorriu para a sobrinha, enxugando o rosto dela. - Melhor presente de Natal que já recebi.

Elena sorriu e deixou mais algumas lágrimas escorrerem por seu rosto. Damon foi até a namorada e a abraçou apertado, assegurando que tudo estava bem.

– Finalmente eu serei avó. - Jenna juntou as mãos uma na outra, desacreditada. - Estou feliz por vocês. Embora tenha que confessar que cuidarei dos dois, principalmente agora que sei que Damon está debilitado.

– Tia, está tudo bem! - reafirmou Elena com o corpo grudado no de Damon.

– Mas não está mesmo. Você grávida e Damon doente. Onde vocês pensam em se segurar quando tudo realmente apertar? Meu neto tem que crescer saudável e o estresse só irão fazer mal a ele.

– Por que vocês tratam meu bebê como se já fosse um menino? - perguntou Elena abobalhada.

Jenna e Damon trocaram olhares, entre risos.

– Sabe palavra de Tia nunca falha. Acho que teremos um Aron Oliver - afirmou Damon ainda rindo.

– A minha vontade de ter uma Anelise não conta? - indagou Elena fingindo estar aborrecida.

- Anelise? – perguntou Damon.

- É... Você escolheu o masculino e eu o feminino.

– Menino ou menina, será meu neto de qualquer forma - admitiu Jenna cheia de orgulho.

Elena ergueu a cabeça e deu um beijo no rosto de Damon, voltando a se sentir tranquila. A pior parte do seu dia tinha passado.

– Precisamos contar ao titio, mas Paul está tomando todo o tempo dele. - Elena ajeitou as vestes e apoiou a mão na barriga. Percebeu que voltava a sentir fome.

– Não que isso seja um problema.

Jenna saiu da cozinha com Elena e Damon nos calcanhares. Os dois homens ainda estavam na sala, confortáveis no sofá. Ao notar a chegada da mulher, o Sr. Gilbert se calou. O mesmo fez Paul.

– Tenho uma notícia - alertou Jenna não conseguindo disfarçar a empolgação.

– O que foi que aconteceu? Queimou a torta? - perguntou Alaric, o tio de Elena.

– Não, homem, a torta está pronta. - Jenna revirou os olhos. - Elena está grávida. Seremos avós.

Paul e Alaric boquiabriram-se. Naquele momento, Meredith e Caroline desciam as escadas e pararam no meio do caminho ao perceberem que a cena estava congelada. As duas irmãs sabiam que Jenna não tinha papas na língua e sempre dizia o que era preciso sem criar um discurso. Principalmente para o marido que demorava horas para assimilar o que foi dito.

– Eu serei vô? - perguntou Alaric olhando para a esposa, perdido. - Avô?

– Exato! - confirmou Jenna, sem demora.

Alaric se colocou de pé e foi até a sobrinha morena, abraçando-a. Elena retribuiu aliviada ao notar que a teoria de Meredith ainda funcionava dentro da casa dos Gilbert. Se sua tia não achava problemas em um determinado assunto, seu tio nem contribuía para prolongar a dor de cabeça.

– E você, garotão... Vai cuidar bem do meu neto, espero. Tenho uma espingarda no meu escritório que você não vai querer conhecer. - Alaric afastou-se da sobrinha e dera duas palmadinhas no ombro de Damon.

– Eu acredito que não vou querer conhecer essa arma. Prometo que Elena está a salvo comigo. - Damon riu, cumprimentando o homem que ria muito alto.

– Bom, já que você é o homem da família agora, venha, nós vamos jogar cartas.

Alaric puxou Damon pela blusa de frio e ele não teve escolha a não ser acompanhá-lo. Elena consentiu com o olhar, o que fez ficar mais sossegado em ficar preso na sala, até a hora do almoço ser anunciada, falando sobre assuntos que a morena sabia que eram tediosos.

– Estou orgulhosa, Elena. De você e da Meredith. Minhas duas garotas que agora são mulheres construindo uma família - disse Jenna olhando de Elena para Meredith, que ainda estava no topo da escada.

Meredith desceu indo ao encontro da irmã e da tia. As três se abraçaram, emocionando Caroline que não conseguiu disfarçar sua fungada de nariz.

– Ah! Por que a família Salvatore não é assim? - resmungou ela, fazendo o trio cair na risada.

– A gente te adota - disse Elena, afastando-se da tia com um sorriso nos lábios.

– Obrigada! Vocês são umas lindas. - Caroline enxugou o rosto e não demorou a tirar um espelho da bolsa para conferir se a maquiagem estava borrada.

– Lena, preciso dar seu presente de Natal. -  Meredith segurou a mão da irmã. - Venha comigo!

Meredith puxou Elena pelo corredor e ela logo reconheceu o caminho que levava ao escritório do tio. Lembrou-se do momento que descobriu que estava grávida, dentro daquela pequena sala.

– Eu guardei aqui já que ontem abrimos todos os presentes – comentou Meredith, entrando no recinto. - É bem simples.

Elena pegou o embrulho que a irmã estendeu em sua direção. O papel verde, com a fita vermelha bem amarrada, a fez perceber que Meredith teve todo o cuidado ao empacotar o presente. Se fosse há outros tempos, ela teria lhe dado um sapo de recordação. Elena se emocionou com o presente.

– Que lindo, Mary.

Ao arrancar o papel, a morena se deparou com um lindo macacão de bebê branco.

Elena abraçou a irmã como há muito tempo não fazia. Meredith não sabia o quanto a morena sentira falta dela. Por mais que tivesse Bonnie, nada se comparava ao fato de poder contar com alguém que era da sua família.

– Eu acho que vou guardar com muito amor o primeiro presente do meu amor. - Elena abraçou o presente, com um largo sorriso nos lábios. - Obrigada, Mary. Não precisava se incomodar.

– Lena, é o mínimo que posso fazer para garantir nossa irmandade. E o meu sobrinho tem quer muito mimado. E sem falar que eu tinha que lhe dar esse presente antes de Bonnie. Aquela ladra de irmãs. – disse Meredith enciumada. Elas riram.

– E eu nem te comprei nada. Na verdade, não comprei presente para ninguém, nem ao menos para Damon - lembrou-a, se sentindo péssima.

– Lena, você não está em condições financeiras para gastar. Uma coisa de cada vez, não esqueça.

A morena sorriu e a irmã retribuiu o gesto.

– Agora, vá escrever enquanto ajudo a titia e continuo a debater meus vestidos com a Caroline. Ela realmente entende de moda e estou supergostando disso.

Meredith dera outro abraço na irmã e a abandonou no escritório. Elena ignorou totalmente a possibilidade de ir até o seu quarto e ocupou a cadeira velha de seu tio. Pegou um caderno velho que havia na mesa de seu tio e pegou a caneta que estava sobre a mesa e direcionou sua atenção para a primeira folha amarelada. Muitas emoções a dominavam naquele momento, e ela precisou canalizar todas para que as palavras fluíssem da tinta para o papel.

New York, 25 de Dezembro de 2012.

Às vezes acreditamos que pequenos problemas podem arrasar uma vida. Pensamos que eles aparecem apenas para mostrar, talvez, que somos incapazes de superá-los. Quando nos deparamos com um grande problema já nos declaramos vencidos e encerramos a jornada. Acreditamos que o pequeno e o grande problema são o centro do Universo, até nos depararmos com algo relativamente pior.

No outono passado, eu conheci alguém realmente especial. Não que nunca tivesse conhecido, mas por algum motivo tudo havia mudado principalmente a forma como nos tratávamos. No meio da correria, e dos altos e baixos, acabei encontrando essa pessoa com quem valia a pena rir, contar piadas, discutir assuntos mais sérios e chorar.

O auge da situação é quando o apego toca a campainha e você ingenuamente o permite entrar e se sentir à vontade. O pior começa, principalmente quando não se consegue mais ver essa pessoa longe de você.

A conversa se faz necessária, o imaginário abraço parece reconfortante e o sonhado "eu te amo" parece completar o vazio que, de certa forma, esse alguém havia deixado. O pesadelo começa ainda mais quando nos deixamos levar pela situação e nos apaixonamos perdidamente. As necessidades tornam-se maiores e apenas palavras não são o bastante. Você precisa tocar, sentir e ver. Você precisa demonstrar amor e cuidar do seu amor quando ele parece inacessível.

Até então, eu via o amor como um grande problema, quando um novo amor calhou na minha vida. O fundo do poço seria a melhor alternativa, mas saber que alguém precisava de mim, fez com que o problema fosse meu também. O peso carregado nos ombros parecia muito insuportável de sustentar.

Eu ainda aguento. Estamos no inverno e nada mudou. O mínimo que posso fazer até o presente momento é demonstrar amor e mostrar o quanto me importo. O que me resta agora, é esperar e torcer para que tudo volte a ser como era antes.

Dando um suspiro dolorido, Elena fechou o caderno e abaixou a caneta. Colocou uma das mãos sobre a barriga e a acariciou. Poderia chorar, mas não o fez. Ela sabia que era forte o bastante para suportar qualquer coisa que viesse na sua direção e na de Damon. A jovem chegou à conclusão que não deixaria de lutar, pois o mundo não precisava de mais uma pessoa que não acreditasse na força do amor.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Os capítulos tendem a ficar menores viu pessoal... Falta mais uns três ou quatro capítulos para o casamento de Bonnie e a despedida de solteiro de Jer vai dar muita confusão e vai ser hilário... Mas tudo vai dar certo no final hahaha... A despedida de solteiro maluca foi ideia da BJgilbert...
Digam-me... O que vcs querem que aconteçam na despedida de solteiro de Bonnie e Jeremy?
xoxo