Quem me conhece, sabe que eu nunca fui boa em quimica. Mesmo si eu estudasse muito, nunca conseguiria tirar uma nota maior que 7, a não ser que eu colasse. Mas isso nunca foi bem do meu estilo.

Como já era de si esperar, não fui bem na prova de quimica. Tirei 5. Bom, pelo menos é uma nota azul ainda. E como sempre, o Breno ficou tirando uma com a minha cara, coisas do tipo "sabia que você não era inteligente o suficiente para tirar mais que 5 na prova". Tudo bem, confesso que quando ele falava isso, era um tapa na cara dele que eu dava. Mas ele não se importava, porquê afinal, amigos demonstram seu amor assim.

Como sempre, o Breno me levou em casa, oque não era dificil, pois a casa dele era enfrente a minha. Ele nunca entrava em casa depois da escola, mas nesse dia... Ele entrou. 

Eu fui fazer o almoço enquanto ele ficou na sala vendo tv. Nesse dia eu fiz macarrão com molho, era a comida preferida dele. Chamei ele pra comer e ele veio correndo e no caminho, esbarrou no vaso da minha mãe, mas ele fez o favor de pegar o vaso antes que ele caisse no chão e se fizesse em mil pedacinhos. Ele sentou na mesa e ficou me olhando, com uma cara de "cadê o meu almoço?".

- Você não quer que eu coloque o almoço para você, não é?

- Poxa Rafa... - ele se levanta e chega mais perto de mim - eu to tão cansando, quebra essa pra mim, por favor?

- Não cara - eu viro e me afasto - para de ser preguiçoso!

- Por favor Rafinha... - ele pega na minha mão.

Não sei porquê, mas naquele momento eu senti oque nunca tinha sentido antes... Meu coração estava mais acelerado e minhas mãos suavam enquanto ele as segurava. Não conseguia desviar a atenção dele, quando o celular dele tocou, quebrando o meu encanto e me fazendo acordar.

- Oi mãe.... Não se preocupa, eu to aqui na casa da Rafa... É, eu sei, eu devia ter avisado, desculpe.

- Então quando a mamãe fica brava, você coloca os rabinhos entre as pernas né? - não podia perder a oportunidade de tirar uma com a cara dele.

- Não, é que si eu não falasse isso ela iria tirar meu celular, e como eu iria te acordar de manhã?

- Ah, sei.. Eu te conheço Breno! - solto uma gargalhada - agora vai logo e coloca a sua comida, to na sala.

Eu deixo a cozinha e vou para a sala, então eu sento no sofá e fico pensando no porquê do meu coração ter ficado acelerado quando meu melhor amigo pegou a minha mão... Porquê... Então ele chegou e sentou do meu lado e comeu normalmente. Mas é claro que ele não perderia a chance de zoar comigo denovo, não é?

- Para uma péssima cozinheira... Esse macarrão até que está gostoso. 

- Ok, fala a verdade. Você se amarra na minha comida.

- Oque dá vontade de amarrar aqui é você com esse macarrão duro.

- Nossa, quanto amor...

- Tu quer ver o amor? - ele vira o prato de macarrão em cima de mim - pronto, agora sim você pode começar a si considerar gostosa.

- Seu.... Filho da mãe! - ele sai correndo pela casa e eu vou atrás com meu prato na mão - Oque foi? está com medo de uma menininha de 15 anos te sujar? - risos - 

- Nunca, mas prefiro ficar limpo. Não preciso de macarrão pra ser gostoso.

- Só nos teus sonhos que você é gostoso! Cala a boca e aparece, seu covarde!

- Você nunca me pegará vivo!

- Eu vou te matar seu filho da puta!

Entro no quarto da minha mãe e ele esta debaixo da cama, se escondendo de mim. Eu agaixo e puxo ele pelo cabelo e quando ele finalmente sai debaixo da cama, eu viro meu prato nele. Ok, tenho que adimitir que ele ficou lindo daquele jeito, todo sujo e rindo igual um idiota...

- Agora você vai me pagar Rafaela! Sua vadia!

- Vem me pegar então, seu viado - risos.

Eu vou tentar descer a escada quando eu sem querer escorrego. Si o Breno não tivesse ali para me segurar, eu teria rolado aquela escada.

Meu coraçã acelerou denovo, não porquê eu quase tinha caido da escada, mas sim porquê meu corpo estava colado com o do Breno. Dava praticamente, para sentir a respiração dele no meu rosto. Ele segurava na minha cintura com uma firmeza, que quando eu percebi, eu estava muito arrepiada.

- Viu, você não seria nada sem mim. Sem mim você teria rolado a escada.

- Você não fez mais do que a sua obrigação - empurrei ele para longe de mim e desci as escadas o mais rápido que pude, tentando não parecer que estava correndo dele.

- Admita.. Você me ama.

- Não! Eu te odeio! - risos.

Entrei no banheiro e dei um grito lá de dentro, falando que si ele quisesse usar o banheiro lá de cima para tomar banho, ele poderia. Abri o chuveiro e fiquei bem uns 10 minutos debaixo dele, sem me mexer. Pensando no que tinha acabado de acontecer... Digo, o jeito que ele me segurou. O jeito que eu fiquei sentindo a respiração dele perto de mim... Cara, não pode estar acontecendo isso! Estou me apaixonando pelo meu melhor amigo? Que só me vê como uma melhor amiga também? Não! Por favor, não!