Os Legados de Hogwarts - Os Sinais Das Trevas escrita por Hannah Mila


Capítulo 6
A Pavitra e o Mestre Leprechaun




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A Pavitra e Mestre Leprechaun



Inicialmente, Alvo sonhou com montes de jarras de suco de abóbora derramando-se sobre ele, e ele começava a afogar-se quando ouviu a voz de Tiago vindo do nada.

Al, venha para a ‘Grande Subconsciência’! E que coisa ridícula de se sonhar!” esbravejou o irmão. Alvo fechou os olhos e quando os abriu estava em uma sala de jantar, com paredes, piso, uma mesa e cadeiras tudo de pedra, além do lustre medieval em cima de suas cabeças. Quase todos já estavam lá: Escórpio, vestido como um guerreiro medieval; Rosa, vestida como uma advogada; Tiago, vestindo a roupa roxa ridícula da Gemialidades Weasley; e Michael, vestido com a mesma roupa. Alvo vestia suas roupas normais, exceto pelo fato de estar sem os óculos. Aquilo era uma coisa um tanto estranha também: naquele subconsciente, eles eram quem eles queriam ser, e não quem pareciam ser na vida real. Escórpio era fascinado por histórias medievais trouxas, Rosa queria ser como a mãe, Tiago e Michael adorariam morar na Gemialidades Weasley; Alvo gostava muito de si mesmo, mas odiava seus óculos.

- Onde estão Hannah e Mary? – perguntou Alvo assim que chegou.

- Ainda não chegaram, gênio – respondeu Michael irônico – Ainda tenho minhas dúvidas se Mary é realmente Mary...

Mal falara isso e duas pessoas apareceram: Hannah, em suas roupas e aparência normais, sem nada mudado (“Eu sou muito livre e segura de mim mesma” argumentou ela), e Mary, que, como Michael dissera, ninguém tinha certeza se era realmente Mary Ann Duprée.

Mantinha a pele pálido e os olhos azuis, mas vestia um short jeans azul e uma camiseta branca larga rabiscada com canetinhas coloridas, além de um tênis All Star preto de cano alto (coisa que a sra Duprée certamente não permitiria a filha vestir). Mas o mais estranho eram os cabelos: continuavam louros e sedosos, mas estavam cortados na altura do pescoço, assimétricos e com uma trança fina do lado esquerdo. Da primeira vez que haviam se encontrado em sonho, todos se surpreenderam com a aparência da amiga, que apenas bufou e disse: “Achei que já haviam percebido que sou muito controlada pelo que meus pais chamam de ‘Honra dos Duprée’”.

Naquele exato momento, todos a observavam bem, procurando vestígios da Mary que eles conheciam fora dali.

Mary suspirou:

- Vocês vão fazer isso sempre, agora? – perguntou cansada, e sentou-se em uma das cadeiras.

Os outros apenas sorriram e se sentaram também.

- Certo, acho que a principal coisa que devemos falar... – começou Alvo.

- É, obviamente, meu irmão – completou Hannah, tentando esconder as emoções (não que tenha dado certo). Ela balançou a cabeça – A todo caso, eu estou preocupada com ele.

Mary levantou uma sobrancelha para a amiga, que a lançou um olhar de “pare-com-isso”.

- E estou! – continuou Hannah – Ele é meu irmão, no fim da história.

- Mas nem toda história tem um final feliz – observou Escórpio, desconfortável em sua armadura – Eu o ouvi conversando com a Megahan Parkinson – os outros o olharam com cara de interrogação – Aquela garota que entrou esse ano, amiguinha da Patrícia... A mãe dela é, hum, uma velha... Conhecida – Alvo suspeitou que a mãe da garota fosse muito mais que uma velha conhecida, mas não disse nada – De qualquer forma, eu o ouvi conversando com ela e ele parece muito, ahn, feliz na Sonserina com as piores pessoas que já andaram na face da Terra.

- Ótimo – suspirou Hannah – Que diabos que eu vou fazer com ele?

- Se eu fosse você, eu falava com o seu irmão – falou Michael – Vocês, diferentemente de mim, têm a chance de terem uma família feliz e perfeita e ainda vão desperdiçar?

O comentário de Michael deixou todos meio mal, mas ele fez um gesto de “deixa-pra-lá”.

- Eu não tenho nada pra falar com ele – subitamente, Hannah estava brava – Ele resolveu se juntar a eles. Ele quis jogar um jogo.

- E você que permitiu que vocês jogassem – cortou-a Mary – Hannah, eu conheço vocês dois. Eu sei que vocês brigam, mas também sei que são quase... Quase melhores amigos. Ambos têm a mesma quantidade de culpa. Agora é ver quem vai ser sensato o suficiente para desculpar-se primeiro.

- Certo – disse Hannah – Digamos que eu, a insensata, me desculpe. Será que ele faria o mesmo?

- Não sei – falou Rosa timidamente – Mas existe de um mundo de possibilidades. A maioria delas é positiva.

- E a outra minoria é um monte de titica de coruja – concluiu Tiago.

- Tiago, olha o palavreado! – ralhou Rosa.

- Tiago, olha o palavreado! – imitou Tiago, e a prima lhe deu um tapa na cabeça, enquanto todos os outros riam.

- Se eu falar com ele – começou Hannah depois que todos se acalmaram –, ele iria me ouvir?

Todos morderam o lábio. Foi Mary quem disse:

- Sabe... Esse é o maior defeito dele... A arrogância. O orgulho. A vontade de se mostrar.

- Espere um pouco – opinou Alvo finalmente – Quem sabe ele amoleça. Então fale com ele.

Hannah bufou e jogou na cadeira, olhando para o teto.

- Eu odeio minha vida – murmurou.

Alvo suspirou e disse o que estava na cabeça de todos:

- Bem-vinda ao clube.


Na manhã seguinte, estavam todos conferindo seus horários e comendo ovos com bacon.

- Ótimo! – exclamou Rosa – Vamos ter Transfiguração e Feitiços com Escórpio.

- Sim – concordou Hannah – E com Patrícia, Vincent, Vogue, McLaggen, Leah...

- Psiu! – calou-a Mary – Estamos precisando de uns pensamentos positivos no momento.

- E vocês? – perguntou Alvo para Tiago e Michael.

- Poções – respondeu Michael feliz – Vou rever meu tiozinho leprechaun.

- Você parece um leprechaun tanto quanto ele – observou Escórpio chegando à mesa da Grifinória.

- Que seja – disse Michael, o leprechaun – O Mestre Leprechaun de Poções é meu tio. Tenho a impressão que vou me dar bem em Poções esse ano.

- Michael! – exclamou Rosa enquanto os outros riam.

- Vamos pra aula, Ruivinha – disse Hannah puxando Rosa pelo pulso. Eles seguiram pelo castelo. Hannah, Mary, Rosa, Alvo e Escórpio continuaram subindo as escadas enquanto Tiago e Michael desciam para as masmorras.


- Então, seu tio é legal? – perguntou Tiago à Michael enquanto iam até as masmorras.

- Bom, se você quiser considerar meu mentor de criador de caos legal, sim, ele é – respondeu Michael descontraído.

- Você está brincando! – exclamou Tiago – Isso é tipo, deixar que nós ensinemos aqui.

- Não, nós seríamos muito piores – comentou Michael – Chegamos.

Eles entraram na sala de poções, repleta de uma fumaça rosa meio prateada. Entre a fumaça, eles viram as silhuetas dos seus colegas e do novo professor.

- Ah, então, acho que agora estão todos aqui – disse o Prof. Flanagan. Então, os garotos chegaram mais perto e o Mestre de Poções reconheceu o sobrinho – Ah, Mike. Achei que iria dar aula a você. Certo, então – ele pigarreou – Sentem-se, terceiranistas.

Ouve um mexe-mexe que os alunos tentaram se encontrar com os amigos. Por fim, Tiago e Michael se sentaram com Lola e Roxy em uma mesa perto do caldeirão de onde estava saindo a fumaça rosa.

Para Tiago, ela cheirava a bolos de frutas secas da vovó Weasley, um aroma meio silvestre que o lembrava d’O Castelo e uma mistura louca de flores que... Bem, que ele jurava que vinha de Hannah.

Para Michael, porém, cheirava a torta de maçã de sua mãe, aquele perfume ridículo que Samantha usava em Freddie, o cachorro deles, e a pasta de dente sabor uva que ele usava quando tinha oito anos. Lembranças de infância.

- Bom, alguém pode me dizer que poção é esta aqui?

Roxy levantou a mão.

- Sim, senhorita...?

- Weasley – completou Roxy – É Amortentia, uma poção do amor, certo? Vende na loja do meu pai.

- Quanto custa? – perguntou Chyna Belle interessada.

- Tratem de negócios depois, garotas – interrompeu-as o professor – Sim, Srta Weasley, é Amortentia, a poção do amor mais forte do mundo – as garotas se inclinaram para ver a poção, exceto Roxy e Lola, que reviraram os olhos – Perigosa, até. O amor é um algo muito forte. Mais forte que a força física, magia ou qualquer outra coisa – ele tampou o caldeirão, cessando a fumaça – Mas eu não vou cobrar isso de vocês agora, porque além do perigo de a tomarem e apaixonarem-se por si mesmos, é extremamente difícil de preparar.

- Aposto que Hannah consegue – sussurrou Tiago para Michael.

- Nem vem, eu vou perder – respondeu Michael também em um sussurro. Tiago sorriu.

- Hoje, vou pedir para que vocês façam a poção Wiggenweld, cuja receita se encontra na página 7 do livro de vocês – mandou o professor.

Enquanto passavam as páginas do livro, Michael murmurou para Tiago:

- Hannah não fez tipo, uns vinte mil frascos dessa poção ano passado?

- Foi – Tiago tentou recordar-se – É tipo a especialidade de Hannah. A gente tomou um pouco antes de ir chutar a bunda do Caliginem. Acho que a gente também aprendeu a fazer ano passado, mas até parece que a gente daquilo por muito tempo.

- Que é que vocês cochicham tanto, hein, rapazes? – perguntou o Prof. Flanagan, colocando as mãos nos ombros dos garotos, que sorriram de leve – Vamos, menos conversa e mais trabalho.

Eles começaram a fazer a poção, e tudo estava indo bem até que Lola e Roxy começaram a brigar, no finalzinho da aula.

- Lola, não! – exclamou Roxy – Isso vai dar... Uma coisa – completou, pois o professor passava ali perto – É muita casca de Wiggentree.

Lola apenas revirou os olhos.

- É Wiggentree, porque acha que chama Wiggenweld? – disse, e estava prestes a por as cascas no caldeirão quando Roxy bateu nelas, e elas voaram da mão de Lola para, infelizmente, o caldeirão de Michael.

- Ah, merda – foi tudo o que Michael disse antes da explosão.

De repente, havia casca de Wiggentree e muco de verme em cima dos quatro grifinórios, mas principalmente em Michael.

- Michael Davies! – gritou o professor correndo para o local – Eu não posso te deixar sozinho dois segundos?

- Foi culpa da Roxy e da Lola! Foi tudo culpa delas! – disse Michael imediatamente.

- Traíra! – exclamaram Roxy e Lola, embora sorrirem.

- Vão se limpar, os quatro. E depois vão direto para a próxima aula. Os outros estão dispensados – mandou o Prof. Flanagan, e os quatro saíram da sala para os banheiros mais próximos.

Enquanto andavam, Tiago tirou um pouco de muco dos cabelos e comentou:

- Vocês são duas loucas.

- Como você mesmo diz – respondeu Roxy, e fez uma voz de falsete: – “Não vou negar, mas também não vou concordar”.

- Eu não falo assim – reclamou Tiago fazendo beicinho, e os outros riram. Eles chegaram aos banheiros e se separaram.

Tiago e Michael, no banheiro dos meninos, estavam metendo a cabeça nas pias tentando tirar o muco e as cascas que se aderiram a seus cabelos, ambos bagunçados e embaraçados.

- Vocês definitivamente deviam pentear mais os cabelos – disse de repente uma voz fininha atrás deles. Eles se viraram e uma garota de uns quatorze anos de óculos e maria-chiquinha estava, literalmente, flutuando na frente deles.

- Oi, Murta – disseram os dois. Eles conheciam a fantasma desde o primeiro ano deles, quando acontecera praticamente a mesma coisa, mas Roxy colocara algo propositalmente no caldeirão de Tiago.

- E, não, não devíamos – respondeu Tiago – Não podemos, na verdade. Merlin enfeitiçou nossos cabelos e é impossível arrumá-los.

- Assim como acontece com praticamente todos os garotos de Hogwarts – concluiu Michael, o que era uma verdade.

- O garoto louro de olhos estranhos arruma o cabelo direitinho – observou a Murta-Que-Geme, hesitando um pouco em falar do tal garoto.

- Quem, Escórpio? – perguntou Tiago – Ele deve ter inventado algum supergel ou algo do tipo.

- Ah, ele é inventor? – perguntou Murta interessada.

- É sim... – ia respondendo Michael quando a ficha caiu – Espera aí... Esse tom de voz... Você tá gostando do Escórpio! – a Murta corou, ou foi isso que eles imaginaram que ela fizera. Será que fantasmas coravam?

- Espera só até ele saber! – exclamou Tiago rindo.

- Ele não está, hum, sorrindo bobo toda vez que a Dominique chega perto dele?

- Dominique? – exclamou a Murta furiosa – Quem é essa?

- Calma aí, Maria-Chiquinha – acalmou-a Michael – É uma... Amiga. Aliás, como foi que você começou a gostar do Escórpio? Já falou com ele?

A Murta suspirou e flutuou um pouco mais alto.

- Já, falei, sim senhor! – exclamou – Muito! Ele costumava vir se trancar nesse banheiro depois que brigava com os colegas da Sonserina. Então eu aparecia e ele ficava um tempão conversando comigo. Eu fazia a mesma coisa com o pai dele quando ele estava estudando aqui.

- Ah, é? – perguntou Tiago – E Escórpio sabe disso?

- Sim – respondeu a Murta – Nós sabemos muito um do outro.

- Então, porque você não sabia que ele era inventor? – indagou Michael, fazendo a Murta corar novamente.

- Por que... – gaguejou – Por que...

Mas nesse momento a porta abriu e o próprio Escórpio apareceu, junto de Alvo, ambos rindo de alguma coisa.

- Porque ele apareceu – concluiu a Murta rangendo os dentes.

Alvo?” perguntou Michael mentalmente para Tiago apenas.

Sim. A ‘boa pessoa para conversar’, de acordo com Escórpio” respondeu Tiago “Ele meio que trocou a Murta por Alvo. Cara, esse negócio tem duplo significado”.

- Ei, pessoal, que coisa é essa em vocês? – perguntaram Alvo e Escórpio juntos.

- Ótimo, agora vocês falam que nem as Martin – comentou Michael rindo – Vão começar a andar de braços dados e impedir que as pessoas os ajudem a se alimentarem?

Os quatro mais Murta riram. Então Escórpio percebeu a presença da fantasma.

- Ei, Murta – cumprimentou-a, mas ela empinou o nariz e entrou no encanamento pela pia.

- Você a conhece? – perguntou Alvo para o amigo, erguendo uma sobrancelha.

- Sim, é uma longa história – disse Escórpio e explicou para Alvo o que a Murta havia explicado aos outros.

Contamos ou não?” perguntou Michael mentalmente, mas esqueceu-se de incluir apenas Tiago em sua “linha mental”.

Contar o quê?” perguntou Alvo.

- Hum, acho que devíamos dizer – falou Tiago em voz alta – Escórpio, a Murta...

- Está apaixonaaadaa por você – completou Michael com uma voz apaixonada.

Escórpio corou de leve, mas revidou:

- E a Roxy Weasley está apaixonaaadaa por você – dessa vez foi Michael que corou.

- E quem é que está apaixonaaadaa por nós? – perguntou Alvo.

- Todas as garotas de Hogwarts babam por mim – disse Tiago, tirando o cabelo do rosto.

- Babam de nojo, não é? – indagou Alvo, e foi atacado com muco.

- E você, Al? – perguntou Michael – Quem é que mexe com o coraçãozinho de Alvo Potter? – disse cutucando o peito de Alvo.

- Certo, numero um: essa foi a pior piada que você já fez – começou Alvo – Número dois: ninguém mexe com o meu coração; e numero três: eu não mexo com o coração de ninguém.

- Você é mesmo tão retardado quanto parece ser? – exclamou Tiago realmente surpreso – Certo, eu vou lhe contar uma historinha: era uma vez uma camponesa, apaixonada por um príncipe. O príncipe era amigo dela e eles passaram praticamente o verão inteiro juntos. O príncipe, porém, era muito burro, apesar do irmão brilhante que tinha, e não percebeu que a camponesa estava tentando desesperadamente se aproximar dele. Fim da história: indeterminada, pois o príncipe, Alvo Potter, está a minha frente com uma cara de bobo em vez de ir conversar com a camponesa, Lavie Martin.

Todos caíram na gargalhada com a história, e só se deram conta de que deviam ir para as aulas quando a sineta tocou.


- Desculpe pelo atraso, professora – disse Alvo irrompendo na sala de Feitiços com Escórpio.

A Prof.ª Radha os olhou inexpressiva, enquanto os Zabini e cia riam.

- Sentem – diferente do que Alvo imaginara, ela não tinha sotaque algum. Os garotos se sentaram junto de Mary, Hannah e Rosa, que ralhou mentalmente com eles até a professora pedir para que pegassem as varinhas.

- Agora, preciso de quatro voluntários.

Ninguém se voluntariou.

- Certo, então eu escolho – a professora vasculhou a sala com os olhos e disse: - Potter, Malfoy, Leah e a garota Zabini. Venham aqui.

Muitíssimo obrigado, professora” reclamou Escórpio mentalmente.

Psiu!” ralhou Rosa “Você nem sabe o que ela vai fazer”.

Justamente por isso!” exclamou Escórpio e os outros reprimiram um sorriso.

A Prof.ª Radha os colocou em roda e disse:

- Agora, quando eu contar três, vocês quatro lançarão um feitiço diferente para o centro da roda – os quatro olharam para a professora com medo – Façam o que eu disse – foi tudo que ela falou.

Eles tiraram as varinhas e se preparam. As duas sonserinas olharam para os outros como quem diz “vocês estão mortos”. Alvo e Escórpio as encararam com o mesmo olhar.

- Um... Dois... TRÊS! – gritou a professora.

- Furnunculos! – ordenou Escórpio.

- Serpensortia! – ordenou Leah.

- Incendio! – exclamou Patrícia.

- Engorgio! – falou Alvo.

Um clarão colorido, e depois que se recuperaram, os alunos se encontraram diante da criatura mais bizarra do universo.

Era uma cobra gigante, de talvez três metros e muito grossa, coberta de furúnculos que soltavam fogo e faíscas por todo o corpo, exceto os olhos, vermelhos e faiscantes.

Rosa berrou e se afastou. Tinha um pavor por cobras desde sempre, e aquela cobra era especialmente pavorosa.

A cobra sibilou e pegou mais fogo. Rosa já estava começando a chorar soluçar forte. Mary a abraçou.

- Finite – murmurou a professora, apontando a varinha para a cobra, que sumiu em chamas. Rosa ainda chorava alto.

- Aqui, Ross – disse Hannah, entregando um frasquinho com líquido azul para a amiga – Poção calmante – Rosa tomou a poção de um gole e relaxou os músculos, embora ainda chorasse silenciosamente.

A professora virou-se para o resto dos alunos. Nenhum chorava, embora Trina Toro fungasse um pouco. Todos estavam olhando assustados para a professora. Que tipo de sábio faria uma coisa assim com seus pupilos, afinal?

- Vocês devem estar se perguntando por que eu fiz isso? – falou a professora calmamente.

- De forma alguma, só estávamos imaginando que tipo de pessoa consegue olhar para uma cobra gigante que pega fogo sem piscar um olho – disse Hannah mais alto do que pretendia, fazendo todos rirem e a professora lhe olhar com uma expressão de quem decidia se ria ou repreendia.

- Enfim – falou a Prof.ª Radha – Eu fiz isso para ensiná-los o que uma junção de feitiços pode fazer – Alvo, Hannah, Mary, Rosa e Escórpio se entreolharam discretamente. Fora exatamente assim que eles haviam derrotado o Caliginem. Juntando diferentes feitiços – Existem casos... Muito, mas muito raros... – a professora olhou de relance para Alvo e os outros – Em que não acontece algo tão desastroso quanto isso. Mas sempre irá acontecer algo inesperado. E a não ser que você não saiba lidar com o inesperado, você não conseguirá sair bem de tal situação. Agora, copiem a matéria do quadro.

Ela acenou a varinha e o quadro estampou-se com um texto sobre teoria dos feitiços. Eles copiaram o texto até tocar o sinal. A professora levantou-se de sua mesa e pegou sua bolsa.

- E quero uma redação sobre a matéria de hoje para a próxima aula – pediu, e os alunos estavam já saindo quando ela chamou: - Potter, Malfoy, Weasley, Sothern e Duprée. Esperem aí.

Os cinco pararam e se viraram. Rosa estava melhor, mas Alvo anotara mentalmente para nunca deixa-la perto de uma cobra.

- Sim professora? – perguntou Mary polidamente.

- Que educada – comentou Radha – Bem, mesmo da Índia, ouvimos histórias sobre crianças que derrotam bruxos das trevas.

Os cinco se entreolharam. Certo, onde ela queria chegar?

Radha pigarreou.

- Eu só gostaria de alerta-los... Vocês são crianças inteligentes. Mas às vezes, mesmo a inteligência tem de se curvar para o improviso.

- Estamos bem cientes disso – falou Alvo. De fato, eles foram para aquela floresta no ano anterior sem ter ideia do que os esperava, armados apenas das varinhas, tênis mágicos e outras coisas mais inúteis. Eles confiavam tudo ao instinto.

- Certo então – Radha então fez algo inesperado. Suas feições inexpressivas aceitaram um sorriso de compaixão – Ouvi muito sobre vocês. E, acho, vocês farão novas façanhas esse ano – sem mais palavras, fechou a bolsa e saiu da sala, deixando os cinco se entreolhando confusos.


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