Os Legados de Hogwarts - Os Sinais Das Trevas escrita por Hannah Mila


Capítulo 3
Beco Diagonal




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Beco Diagonal

O dinheiro arrecadado com o show foi o bastante para manter os Martin vivos por ainda alguns meses. O Sr Martin procurava um novo emprego e a Sra Martin também começou a trabalhar, contando com a ajuda dos Davies e dos Potter para cuidar das filhas.

Hannah, Cody, Mary, Escórpio, Rosa e Hugo ficaram por mais uma semana. Durante essa semana, os sete tentaram seguir uma rotina: todo dia eles acordavam cedo, se arrumavam e desciam para o café da manhã. Então eles saíam para a rua de Michael e das Martin, reuniam-se todos e passavam a manhã inteira conversando. Sempre iam todos os nove (às vezes doze, com Cody, Hugo e Lílian) almoçar na casa dos Davies, ou dos Potter, e uma única na das Martin, em um dia que o Sr Martin voltara de uma entrevista de emprego e conseguiram o trabalho, e a Sra Martin tirara o dia de folga para fazer um almoço de comemoração. À tarde, eles iam para dentro de casa fazer o que quer que seja: jogar xadrez de bruxo, ler, conversar, escutar os ensaios da banda, comer mais ainda... Alvo, Hannah, Mary, Tiago, Escórpio, Michael e Rosa se preocupavam em treinar conversar mentalmente.

Houve um dia que eles toparam com Jerome Jensen, o “vizinho da esquerda demente e detestável” de Michael. Jensen era, por acaso, irmão de Mary, afastado pela família por ser um garoto, e não pareceu nem um pouco feliz em ver a irmã. Ao contrário, lançou a ela um olhar fulminante e eles ficaram vários minutos discutindo em francês (Jerome aprendeu a língua, apesar de tudo, por muita vontade de seus pais adotivos). Alvo não pode entender uma palavra, mas sabia que não eram muito bonitas.

Os outros dias foram completamente normais.

“Ainda temos meio mês de férias” comentou Michael certa vez “Fazer isso todo dia está entediante.”.

“Vocês podiam ir lá em casa” sugeriu Hannah “Na de Mary, na verdade. Ainda estamos reformando a minha. Não sei porque Hector incendiou a droga da casa. Ele tinha a droga da chave”.

“’Drogas’ à parte, é uma boa ideia” disse Escórpio. “Vocês não vão querer aparecer lá em casa. Papai meio que teria um treco”.

“A Sra Sothern vêm nos buscar amanhã” disse Mary “Vocês podem vir junto. É um sedan bem grande.”

“Amanhã papai quer nos levar ao Beco Diagonal” falou Alvo “Ela pode nos encontrar lá, ou vamos com pó de flu até Bridget Ville”.

“Vou escrever a mamãe avisando” disse Hannah “Beco diagonal, lá vamos nós”.


O Caldeirão Furado era o bar mais adorado pelos bruxos, além do Três Vassouras. No apartamento acima dele moravam os Longbottom: Neville, o professor preferido de Alvo, Ana, a dona do bar, e Frank e Diana, os filhos Longbottom, que eram uma espécie de primos para Alvo.

Por Neville ser amigo dos Potter/Weasley, Alvo e os outros foram parar bem em seu apartamento quando viajaram com o pó de flu.

Neville Longbottom estava sentado em uma poltrona, lendo o Profeta Diário, e sorriu para os sete quando eles chegaram, um a um.

- Bom dia, crianças – disse, como se seus alunos aparecessem em sua lareira todo dia.

- Hum – murmurou Escórpio – Isso é meio estranho.

Neville abriu ainda mais o sorriso.

- Você não faz ideia – disse.

A lareira incendiou-se com chamas verdes e Cody surgiu.

- Infelizmente, mamãe me mandou levar ele também – disse Hannah.

- Ora, maninha – falou Cody – Qual o problema?

Hannah bufou e Cody sorriu vitorioso.

Harry, Gina, Rony e Hermione chegaram e eles desceram as escadas. O Caldeirão Furado estava cheio, mas eles conseguiram passar sem se perder um dos outros.

Harry abriu a passagem para o Beco Diagonal. Apesar de já ter ido lá várias vezes, Alvo ainda se impressionava com o local.

- Podemos passar na Gemialidades Weasley? – perguntou Michael – Eu amo aquele lugar.

- Sim! – exclamou Tiago – Preciso de mais chumbinhos fedorentos para jogar no Filch!

Rony e Harry deram grandes gargalhadas, Gina apenas sorriu, e Hermione olhou feio para os garotos.

- Primeiro, o material escolar – disse – Que é que está na lista de vocês?

Eles foram rapidamente ao Gringotes, onde descobriu-se que a família Sothern tinha uma pequena fortuna, eles foram na Floreios e Borrões e compraram todos os livros; abasteceram ingredientes para Poções no Boticário; foram à Madame Malkins e compraram vestes para Cody e novas vestes para os outros, que espicharam muito durante o verão; passaram rapidamente na Artigos de Qualidade para Quadribol, onde Tiago, Michael, Cody e Hannah (a única garota que voava bem no grupo) foram namorar estojos para manutenção de vassouras e acessórios para vassouras; e finalmente foram à Olivaras, comprar a varinha de Cody.

O Sr Garrick Olivaras estava velhíssimo, e era provavelmente um dos homens mais peculiares que já andaram na face da Terra, abaixo apenas de Alvo Dumbledore. De qualquer forma, ele trabalhava com o filho, Gerbert, que devia ter mais ou menos a idade de Harry e era parecidíssimo com o pai. Quando os doze irromperam na loja, os dois Olivaras apareceram subitamente, olhando com os olhos esbugalhados.

- Harry Potter – disse o Olivaras pai – Varinha peculiar. Azevinho, pena de fênix, 28 cm, flexível, exato?

- Exatamente – disse Harry.

- Rony Weasley – o sr Olivaras pai virou-se para Rony – Trinta e oito centímetros e meio, salgueiro, contendo um fio de cauda de unicórnio, certo?

- Como se você errasse – comentou Rony.

- Srta Sothern – disse o Olivaras filho para Hannah – Junco, pena de fênix, 29 centímetros, um pouco rígida, própria para duelos, se não me engano?

- Isso é assustador – disse Hannah – Não consigo me lembrar nem do dever de casa de Astronomia.

- Nos lembramos de cada varinha que vendemos – disseram os Olivaras em uníssono – Vejamos...

- Não vendemos nada para você – disse o Olivaras filho, apontando para Cody. No mesmo instante, o pai pegou uma fita métrica e começou a medir.

Depois de algum tempo, Cody experimentava algumas varinhas. Via-se claramente que se sentia bobo balançando varinha após varinha sem efeito algum. Hannah abafava risadas e Cody lhe lançava olhares assassinos.

Por fim, ele ficou com uma varinha de carvalho, corda cardíaca de dragão, 25,5 cm, bem rígido.

- Vamos à Gemialidades agora, vamos? – pediu Tiago excitado, enquanto eles saíam da loja.

- Vão vocês – disse Harry – Temos que ver algumas coisinhas – e os adultos saíram.

- Isso é seguro? – perguntou Mary – Nos deixar vagueando o Beco sozinhos?

- Tanto faz, eles deixaram – disse Michael – Vamos para as Gemialidades Weasley!

Sem deixar mais ninguém impedi-los, Michael, Tiago e Cody saíram correndo para a loja, mais para o fim do Beco.

A Gemialidades Weasley devia ser a loja mais maluca que já se viu no mundo inteiro. Era vívida se comparada às outras lojas do Beco. A quantia de pessoas dentro dela era inacreditável. Em frente à loja, crianças brincavam com seus objetos potencialmente letais para pegadinhas recém-comprados. Os oito entraram na loja e imediatamente perderam-se um do outro.


Escórpio passou um bom tempo tentando achar seus amigos, até que desistiu. Com um suspiro, parou de andar e alguém trombou nele, derrubando montes de brinquedos.

- Ai, me desculpe, mesmo, eu não... – a garota levantou os olhos e sorriu – Ah, olá Escórpio!

- Ah... Hum, oi Dominique – Escórpio sentiu seu rosto queimando e quis dar um tapa em si mesmo para não bancar o bobo.

Dominique Weasley era linda, Escórpio tinha de admitir. Seus cabelos ruivos e sedosos caíam em cachos delicados em seus ombros e seus olhos castanhos profundos combinavam, estranhamente, com suas poucas sardas. Seu sorriso era deslumbrante. Ela era um ano mais velha que Escórpio, mas era mais baixa que ele.

Escórpio ajudou Dominique a pegar suas coisas que haviam caído, e quando finalmente conseguiu sorrir sem parecer um bobo alegre, Rosa apareceu.

- Ah, te encontrei, Scor – disse ela, e então percebeu a presença de Dominique – Hum, estou, ahn, interrompendo algo?

- Ah, não – respondeu Dominique, humilde – Eu já estava indo. Estou tentando manter Louis longe de Fred e Roxy. Eles vão acabar convencendo-o a explodir a seção de Kits Mata-Aula ou algo do tipo. Hum, tchau!

E saiu andando, balançando aqueles cabelos ruivos para um lado e por outro.

Rosa encarou Escórpio muito intensamente, e disse:

- Desculpe se cortei o clima – seu tom era amargo.

Escórpio sentiu-se envergonhado, por alguma razão.

- Vamos esquecer que esses últimos cinco minutos aconteceram? – sugeriu ele. Rosa o observou como se duvidasse que ele cumprisse tal coisa, porém, apertou sua mão e direita e disse:

- Fechado – eles sorriram – Agora, vamos, deixei as garotas na seção bruxa maravilhosa ou algo do tipo.


Alvo, Tiago, Michael e Cody estavam perdidos dos outros, tentando se localizar na loja.

- Provavelmente seção de materiais escolares disfarçados – comentou Michael – Olhe aqui, varinhas falsas.

- Mas pode ser também a seção de artigos enganadores – falou Tiago – Ali tem uma estante de relógios dolorosos.

- Eu pessoalmente, quero algo que me deixe entrar no quarto da Hannah sem ela perceber – disse Cody.

- Não queira fazer isso – disse Alvo. Hannah era muito temperamental.

- Acha que não sei? É por isso que quero entrar sem ser visto.

Eles continuaram tentando se situar na loja quando ouviram uma voz familiar.

- Seção Bruxa Não-Sei-O-Que, Fred – disse Rosa impaciente – Quando vai me dizer onde é?

- Quando você falar o nome certo – respondeu Fred Weasley II – Sinceramente, isso é uma ofensa ao nosso falecido tio.

- Ele está falecido – disse a voz de Escórpio – Não acho que ligue para isso lá do céu, inferno, segunda vida ou o quer que seja.

- Ei! – exclamou Tiago indo em direção a eles com os outros rapazes – Até parece que tio Fred foi para o inferno.

- Meninos! – disse Rosa – Graças a Merlin. Deixei Hannah e Mary conferindo as coisas na seção Bruxa Não-Sei-Das-Quantas, mas Fred não quer me dizer onde é!

- Porque o nome não é Bruxa Tal-E-Tal! – exclamou Fred.

- Bruxa Maravilha, Ross – disse Michael – Seção Bruxa Maravilha.

- Certo – bufou Rosa – Seção Bruxa Maravilha. Onde é que fica?

- Qual é a palavra mágica? – pediu Fred.

- Sou a melhor duelista de Hogwarts.

- Está bem, sigam-me – Fred os conduziu em meio a montes de gente, até que finalmente chegaram a uma estante rosa-berrante próxima à vitrine, onde bandos de garotas gritavam entusiasmadas.

Hannah e Mary examinavam uma prateleira repleta de pequenas caixinhas de cores diferentes.

- Ah, vejo que encontraram a coleção de Maquiagem Instantânea – comentou Fred dirigindo-se às duas – Elas tem dez cargas, e há tanto maquiagem de princesas – ele olhou para Mary – quanto de góticas – disse virando-se para Hannah – Um galeão cada, na promoção. Se quiserem, faço por 17 sicles.

- Mas é a mesma coisa – disse Hannah.

- Hum, geralmente as garotas caem nessa – disse Fred meio desapontado.

- Está nos chamando de burras? – perguntou Rosa, ficando vermelha.

- Não, não! – exclamou Fred meio assustado – Só fáceis de enganar. Por favor, não me mate – murmurou quando Mary deu um passo ameaçador para frente.

- Então, vamos embora? – perguntou Mary voltando para trás. Fred suspirou aliviado.

- Ahhh, mas eu ainda não comprei nada! – reclamou Michael.

- Nós entregamos o seu pedido por correio-coruja – disse Roxy aparecendo ao lado de Fred – É só preencher um formulário. Te dou um depois.

- Valeu – disse Michael sorrindo. Foi impressão de Alvo, ou Roxy corou? A todo caso, Michael aparentemente não percebeu: – Então vamos pessoal.

Eles saíram da loja, tomando muito cuidado para não se perderem novamente. Quando saíram, trombaram com um homem alto e louro que estava de costas para eles.

- Essa não – murmurou Escórpio.

- Hyperion – disse Draco Malfoy, perfurando Escórpio com os olhos cinzentos.

- É Escórpio – corrigiu seu filho.

O Sr Malfoy ignorou sua fala.

- Já comprou seus materiais? – perguntou.

- Já – respondeu Escórpio sem emoção na voz – Mamãe e Electra vieram?

- Vieram – falou o Sr Malfoy igualmente sem emoção na voz – Comprando a varinha de Electra.

- Certo – disse Escórpio – Vou me encontrar com elas mais tarde.

- Vou indo – disse o adulto – Ainda não compramos os livros.

E foi. Quando saiu de vista, Cody disse:

- Isso que é uma coisa incômoda – Mary bateu na cabeça dele.

- Por isso que você nunca vai ter uma chance comigo – comentou ela – Você e seu pai...

- Não nos damos bem – Escórpio deu de ombros – Somos muito diferentes. Confio em mamãe e Electra é minha melhor amiga. Mas meu pai... Ele é muito reservado. Ele é diferente do que era quando estudava com seus pais – ele dirigiu-se a Rosa, Tiago e Alvo –, mas continua meio, ahn, supostamente superior.

Eles ficaram algum tempo em silencio.

- Vamos – disse Escórpio finalmente – Vamos encontrar a parte legal da minha família.


Depois de passar novamente na Olivaras para cumprimentar Electra e a Sra Malfoy, os oito foram para o Caldeirão Furado, onde haviam combinado de encontrar a Sra Sothern.

Como combinado, a sra Sothern os esperava em uma mesa, bebendo cerveja amanteigada.

- Ah, oi crianças – disse quando os avistou – Vamos indo? Já falei com seus pais.

Eles seguiram a Sra Sothern para fora do bar. Do lado de fora, estava o sedan voador dos Sothern, magicamente aumentado por dentro. Todos entraram com um alvoroço desnecessário.

- Segurem-se – disse a Sra Sothern – A subida é a pior parte – ela apertou um botão onde deveria estar a entrada para a chave do carro e o carro sacudiu. De repente eles já estavam no ar, acima das nuvens.

- Ainda bem que vovô Weasley arrumou o botão de invisibilidade – comentou Tiago – Se não, estaríamos ferrados.

A viagem foi tranquila. Bridget Ville ficava a oeste da Grã-Bretanha, perto de Upper Flaguey, uma aldeia bruxa, onde Hannah havia nascido. Eles ligaram o rádio e aproveitaram a partida de quadribol entre as Vespas de Winbourne e as Harpias de Holyhead que estava acontecendo.

- Gol para as Vespas, vencendo as Harpias por trezentos e vinte a trezentos – irradiou Lino Jordan enquanto as crianças torciam para seus respectivos times (Michael, Tiago, Cody e Mary para as Vespas, e Rosa, Hannah, Alvo e Escórpio para as Harpias) – Davies, das Vespas, tentou comemorar dando um loop, mas nessa inútil tentativa de aclamar o público, acabou deixando a goles cair.

Michael revirou os olhos.

- Só papai mesmo pra fazer essa besteira – comentou.

- O roto falando do esfarrapado! – exclamou Hannah – Você fez exatamente a mesma coisa no jogo Grifinória e Corvinal ano passado!

- Ah, cale essa boca – resmungou Mike enquanto os outros riam.

Nesse momento a Sra Sothern mandou-os colocar os cintos e desligou o rádio. O carro sacudiu novamente e num piscar de olhos eles estavam em terra firme.

- Bem-vindos à Bridget Ville – disse Hannah sorrindo, e eles saíram do carro.




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