- por quanto tempo mais temos que andar? – perguntei já cansada enquanto caminhávamos por aquela trilha inacabável.

                - estamos quase chegando baixinha, relaxa – ele disse sorrindo um pouco a minha frente.

                Mais uma semana havia se passado. Uma semana desde que eu e Sebastian havíamos ficado noivos.

                Noivos, que palavra linda. Eu realmente adoro ouvi-la, e dize-la.

                Noivos, lalala noivos.

                Isso soa tão novo, mas tão bem!

                Contei para meus pais e Blair sobre a noticia no dia seguinte do qual fui pedida, e digamos que foi meio difícil contar.

                - NOIVOS? – meu pai gritou.

                - mas que noticia ótima minha menina, estou tão feliz por voce! – minha mãe dizia num tom calmo.

                - MAS VOCÊ É TÃO NOVINHA!  - meu pai gritou no telefone.

                - Pai eu tenho 24 anos, já não sou mas não nova assim.

                - CLARO QUE É! CASAMENTO CLOE? CASAMENTO MINHA BEBEZINHA?

                - Papai, por favor!

                - você o ama? – ele perguntou já mais calmo após um longo suspiro.

                - amo. Muito

                - então vá em frente minha pequena, e seja feliz, vou estar do seu lado de qualquer jeito. – ele disse e um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.

                Minha irmã adorou, assim como Blair e Jenny.

                As notícias foram passando e bem, só naquela semana já havíamos recebido mais de 12 ligações nos desejando felicidade e sorte para o futuro.

                Eu queria tanto isso, queria tanto que tudo desse certo!

                E dessa vez, eu tinha certeza de que daria.

                - chegamos! – ele disse puxando minha mão e me mostrando uma vista realmente maravilhosa.

                - é lindo! – eu disse apreciando a visão. Dava pra ver quase a cidade inteira na qual estávamos dali. O mar, as casas, as pequenas pessoas passeando pelas ruas.  Uma paisagem maravilhosa.

                - sabia que iria gostar. – ele disse me abraçando por trás.

                - quem não iria gostar?

                - por isso mesmo eu sabia que iria gostar – ele disse e eu ri, me virando e o beijando de leve.

                - Eu te amo sabia? – ele disse em meio ao beijo.

                - aham – eu disse sorrindo abertamente e logo voltando a beija-lo.

                - muito, muito, muito – ele dizia entre cada selinho que nossos lábios trocavam.

                - eu tambem – disse. –demais, demais, demais- fiz como ele, falando entre cada toque, assim logo depois aprofundando o beijo.

                O encaixe perfeito, o ritmo perfeito, a química perfeita.

                Dei um pequeno impulso pra cima, prendendo minhas pernas na cintura de Sebastian que com uma mão segurou uma de minhas coxas escondidas dentro das jeans, e a outra colocou nas minhas costas. Eu tinha meus dois braços em volta de seu pescoço.

                Sebastian nos girou umas três vezes, me fazendo rir e desfazer o beijo.

                - agora você que não me solte, eu estou completamente tonta! – disse ainda rindo.

                - é? Imagina só eu – ele disse logo antes de cambalear e quase cair.

                Eu dei um pequeno gritinho o abraçando mais forte, o fazendo cair.

                - to brincando oh bobona, não vou te deixar cair – ele disse sorridente.

                - fico feliz em saber disso – disse sorrindo de volta e dando mais dois selinhos rápidos nele. – ei, esse cheiro... comida? – perguntei o encarando feliz.

                - acho que sim, vem lá da praia, quer ver? – ele perguntou.

                - sim! – disse pulando de seu colo para o chão e começando a andar mas parando logo depois, sendo ultrapassada por ele, que também parou e me olhou um pouco mais afrente.

                - o que foi?

                - to cansada, não quero andar... – disse olhando para o chão, e encarando meus tênis. – me leva? – perguntei esticando meus braços e fazendo bico.

                Sebastian riu alto, logo virando de costas e esticando os braços para tras.

                - Vem pequena.

                - YEAH! – comemorei correndo e pulando em suas costas, abraçando seu pescoço e deixando que Sebastian segurasse minhas coxas.

                - vamos então – ele disse começando a andar.

                                                                                              ***

                - churrasco é? – perguntei assim que vi Andrea e Lola na praia comendo espetinhos de carne.

                - comemorando o aniversario de Marcos – Andrea respondeu olhando o velho que sorria servindo seus espetinhos para todos dali.

                - quantos anos? – perguntei segurando a mão de meu noivo.

                - 67. Um velhote já. – ela disse rindo.

                - Melhor darmos os parabéns para ele neh?! – Disse.

                - vamos lá. – Sebastian disse me puxando pela mão.

                - MARCO! – gritei e o velhinho me olhou sorridente.

                - Cloe, você veio! – ele disse com seu sotaque, e seu inglês engraçado.

                - claro que vim, acha mesmo que eu perderia essa festa? – disse o abraçando apertado.

                - que bom, que vieram, os dois – ele disse de um modo engraçado me fazendo rir.

                - Feliz aniversario – Sebastian disse o cumprimentando de um jeito diferente que nem mesmo eu sei descrever direito, e então o abraçando.

                - obrigada. Querem alguma coisa? – ele perguntou mostrando a churrasqueira.

                - EU! Eu quero, estou morrendo de fome, eu... – comecei a dizer indo para a frente da churrasqueira, mas logo sentindo um cheiro muito estranho e em um único segundo, meu estomago começou a revirar por completo.

                Tampei minha boca com a mão e sai correndo para o banheiro,  ouvindo somente a voz de Sebastian de longe, gritando meu nome.

***

                - Você está bem mesmo? – ele perguntou sentado ao meu lado da cama

                - já disse que sim, foi só o peixe, fica tranquilo, eu to ótima! – disse sincera.

                Eu sempre tive um fraco por cheiro de peixe, nunca gostei, e nunca me senti muito bem perto. Claro, aquela havia sido a primeira vez que eu chegava a esses estremos  mas fazia sentido afinal, a fumaça era forte, e a quantidade de peixes que tinha na churrasqueira era tanta, que chegava a assustar (pelo menos a mim)

                - você tem certeza? – ele perguntou novamente.

                - absoluta! – disse segurando sua mão e sorrindo. – até vou levantar agora, e andar um pou-

                - não! Você fica ai deitada, eu vou pegar alguma coisa pra você comer, fica ai, já volto – ele disse beijando minha testa e saindo do quarto.

                Bufei alto. Não queria ficar ali, estava OTIMA!

                Tudo bem, eu passei meio mal, enjoei, vomitei, tranquilo, mas qual era a dificuldade deles em reparar que eu já estava maravilhosamente saudável?

                Dois toques foram ouvidos na porta.

                - entra – disse e encarei a pessoinha que entrava. 

                - ta melhor Cloe? – Lola perguntou trazendo uma bandeja com bolo pra dentro do quarto, meu estomago roncou.

                - to sim princesinha, to ótima já.

                - aah, fico feliz! Toma, eu trouxe sua comida, minha vovó pediu pro príncipe Sebastian relaxar um pouco, ele tava muito nervoso, dai eu vim te trazer sua comida! – ela disse se sentando na cama com alguma dificuldade pelo seu tamanho e então me encarando já sentada na cama.

                Peguei o pedaço de bolo e comi um pedaço. Aquilo estava realmente bom!

                - Cloe, você e o príncipe vão casar? – ela perguntou sorridente.

                - vamos sim Lola – respondi sorrindo, devorando mais um pedaço meio... Grande.

                - que legaaal! E vão morar num castelo? – ela perguntou com um brilho enorme nos olhos.

                - talvez – disse pensando no tamanho da casa de Sebastian, aquilo realmente podia ser considerado um castelo.

                - isso é incrível! Vocês vão ter vários pequenos príncipes e princesas? – ela perguntou inclinando a cabeça para o lado.

                - vários, eu não sei, talvez um, quem sabe – respondi rindo.

                - um? Um não, pelo menos dois, ou três! É triste não ter com quem brincar... , EI! Sabia que eu já tive uma irmãzinha? Ou pelo menos, quase cheguei a ter...

                - como assim?

                - eu tinha 4 aninhos, foi um ano antes da minha mamãe ir pro céu. Ela ficou gravida da minha irmãzinha, mas ela nasceu com um problema no coraçãozinho, e não aguentou. Eu queria ter brincado com ela, sempre quis um irmão pra poder brincar e pra que ele fizesse companhia pra mim, mas, bem... ela foi brincar no céu, e logo minha mamãe foi junto com ela.

                - qual era o nome, da sua irmãzinha Lola? – perguntei deixando o prato de lado e a encarando sentindo meus olhos lacrimejados.

                - Cecília, mas eu só chamava ela de Ceci. – ela disse sorrindo, e logo começando a chorar, peguei em sua pequena mão e a puxei pra perto, a abraçando forte.

                - tenho certeza de que Ceci, queria ter brincado com você também Lola, ela deve estar te olhando lá de cima agora mesmo e pensando em como você teria sido uma irmã mais velha tão boa! – disse acariciando seus cabelos finos e longos. – não chore, sorria, tenho certeza de que Ceci te quer sorrindo.

                - tem razão. Não vou chorar mais – disse limpando as lagrimas e abrindo um lindo sorriso imenso e sincero. – obrigada princesa – ela disse assim pegando meu prato e saindo da cama.

                - de nada pequena – disse vendo-a sair do quarto. – de nada...