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Harry’s P.O.V

-O que diz a carta? – eu perguntei preocupado, assim que Max terminou de ler e seu semblante mudou.

-Diz que eu tenho que me apresentar para a o alistamento 8 de dezembro. – ele disse bravo, e colocou a carta sob a mesa da sorveteira. – eu não acredito.

-Oh man...você não deveria ter largado  a faculdade. – escutei a grande Sally dizer.  Vi Lucy coçar os olhos, e fungar. Olhei para o lado e ela encarava fixo o porta – guardanapos em sua frente, senti uma imensa vontade de abraça-la.

-Você tem 5 dias para adquirir uma doença terminal. – escutei Michelle dizer, e Max rir baixo.

-Eu vou falar que sou homossexual. – ele disse fitando o chão.

-Como bastante beterraba, assim quando você fizer xixi vai parecer que é sangue. – Daniel disse ajeitando o chapéu de cowboy, e logo depois arrotando provocando risos.

-Eca. Eu odeio beterraba. – Max disse com cara de nojo – Ei Lucy! – ele chamou Lucy preocupado, ela apenas levantou os olhos em sua direção – fica tranquila! Eu não vou...eu vou arranjar uma desculpa! – ele abriu um sorriso caloroso, e ela sorriu torto.

                                               [...]

-Eu estou com medo que Max tenha que ir, Harry. – Lucy disse enquanto deitava no telhado ao meu lado.

- Lucy... – eu disse enquanto me ajeitava ao seu lado – não se preocupe! Não há arma e nem ninguém que vá conseguir pegar Max! – eu disse sorrindo de canto, e virando meus olhos para o seu rosto iluminado pela as luzes da cidade grande.

- Eu não entendo. – Lucy começou – Jude estava tão feliz por ter sido convocado, ele dizia que era um modo de representar o seu país,e...ele foi enterrado com uma medalha... – eu notei que a sua voz estava começando a ficar embargada – eu estou orgulhosa dele...

-Lucy, não precisa falar disso... – eu comecei calmo.

-Não... – ela interrompeu sorrindo dócil, e voltando seus olhos para a meu rosto – eu quero falar disso. – eu sorri, e ela voltou os olhos para o céu.  Continuei fitando seu rosto perfeito, a pele delicada e os longos cílios , a boca aveludada e vermelha e os cabelos loiros caindo pelo o colo por uma blusa listrada. Olhei novamente seus olhos, que agora adquiriram um tom verde – azulado , a garota de olhos de calidoscópio. Sorri com meu próprio pensamento, e olhei de novo para o céu, o silêncio da noite fria corria o local.

-Words are flowing out like endless rain into a paper cup,They slither wildly as they slip away across the universe- cantarolei baixinho, e logo olhei para o lado e vi Lucy fungando, ela estava chorando. E estavamos sozinhos, timidamente estiquei minha mão até encontrar com seu corpo, e aninhei em meu colo. Ela retribuiu colocando sua mão em meu peitoral desnudo. E aninhando sua cabeça em meu colo - Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my
opened mind, possessing and caressing me-  eu continuei cantarolando baixinho e deslizando minhas mãos sob seus cabelos, procurando acalma-la. Eu odiava ver Lucy nesse estado. Meu estômago estava estranho, eu me sentia mais quente por dentro. Nothing's gonna change my world – eu continuei e ela estava se acalmando. Não consigo nem imaginar o estado de Lucy, havia perdido o namorado a pouco tempo, e agora o irmão. Ela estava vulnerável, ela achava que estava sozinha, mas eu queria demonstrar que ela poderia contar comigo, que ela poderia ficar comigo sempre.

- Harry. – eu escutei Lucy me chamar – obrigada. – ela disse limpando as lágrimas com a palma da mão, e sorrindo torto. Eu me levantei e ficamos sentados nos encarando.

-Não precisa agradecer. – eu falei gentil

- E você já encontrou seu pai, Harry? – ela perguntou gentil voltando os olhos para o céu estrelado.

-Já... – eu respondi meio cabisbaixo.

-Sério? – ela perguntou eufórica – e como foi? – ela parecia curiosa.

-Ah...ele não me convidou para o jantar de Ação de Graças, então... – eu e ela rimos – ele era o bibliotecário de Princeton, seu irmão me ajudou a procura-lo. Dizia que ele era um cara legal, sempre encobertava Max quando ele ia fumar na biblioteca. – eu contei e nós rimos – ele ficou em choque no começo. Mas também ele foi pego de surpresa, ninguém chega do nada falando que é o “seu filho”. – eu ri pelo nariz e ela sorriu.

-Mas agora um sabe da existência do outro, não é? – ela perguntou e eu assenti com a cabeça. – Ah eu conheci a sua namorada! – ela disse.

-Namorada? – eu indaguei confuso.

-É! – ela respondeu – Sally. – ela completou – ela é uma garota legal,  ela me contou como ela fugiu de Oklahoma.

-Ela não é minha namorada, Lucy.- eu falei e ri – dormimos só algumas vezes juntos, ela esta afim do seu irmão. – eu disse e Lucy riu. Ela voltou seus olhos para mim, e nossos olhares se cruzaram. Senti –os queimar sob os meus olhos, uma vontade incontrolável de beija-la surgiu em meu peito, me aproximei mais e juntei nossos lábios. Agora éramos apenas um.