Eu estava chegando em minha gravadora. Tão perto de ir assinar o album que eu tanto tenho recentimento. O CD é uma mentira... Conta que eu estou melhor, o que não aconteceu, faz as pessoas se espelharem em mim... Faz eu ter que ser boa o bastante pra isso... Tanta pressão.

O que me lembra da primeira vez que eu não senti a preção, em MUITO tempo.

Flash Back on

Aquela foi a primeira vez que Jason veio a minha casa sem a Grace...

Havia se passado dois meses desde o incidente no restaurante, e ele havia me beijado daquela maneira mais algumas vezes, só que nada mais. E a cada vez que ele me beijava, eu me sentia bem... Mas tão mal pela Grace, tão... Suja.

Ele estava lindo com aquele jeans, o cabelo molhado pela chuva, a camisa branca, que por estar mochada estava transparente... Não, ele era lindo de qualquer jeito. Com qualquer tipo de roupas... Ou sem elas.

– Danielle... Posso entrar? O meu carro enguiçou aqui perto, e eu não consigo ligar para ninguém por causa da tempestade...

– Não, não... Tudo bem...

Assim, ele entrou, molhando toda a minha sala, não que eu me importasse. Ele me olhou, sorriu com aqueles dentes lindos, brancos e perfeitos, se inclinou e me deu um beijo no canto na boca.

– Olha, Jason, eu vou ligar para um taxi... Não podemos ficar assim, ok? A Grace é a minha melhor amiga... Não... não dá.

– Dá sim... - falou ele com um sorriso, me puxando para mais perto de seu corpo e me apertando a bunda. - Você não tem idéia do quanto ainda dá.

Antes de que eu pudesse responder, ele juntou os nossos lábios, daquela forma que só ele conseguia. Ele me fez viajar com aquilo, aquela vontade e aquela voracidade... Era perfeito.

Ele me pegou no colo - o que eu ainda me surpreendo, pois eu já estava gorda naquela época - e me levou para o primeiro quarto que ele achou, o de hospides. Alí, ele foi tirando o meu vestido, e passando as mão pelo meu corpo. Eu, sem demora, retirei a sua camisa, e abri o botão de sua calça, encharcada, assim como eu estava.

Ele retirou, também as minhas roupas intimas, assim como eu tirei as dele. Ele era magnífico... Era lindo e habilidoso. Nos envolvemos de uma maneira de que eu nunca havia imaginado, não eram só corpos se movendo... Eu senti amor.

Foi um dos momentos mais felizes da minha vida... Enquanto durou, depois veio a culpa. E mais cortes do que eu tinha na época.

Flash Back Off.

Meu carro já estava em uma vaga na gravadora. Peguei a minha bolça e entrei pelos fundos, pois na frente, haviam mais fãs do que se era possivel... Todos eles com Unbroken, o meu CD... A minha mentira.

Eu irira altografá-lo e sorrir. Fingir que estava tudo bem... Seria dificil, mas eu o faria, meus fãs estavam alí, eles precisavam de mim, e eu deles.

Entrei, me sentei e abriram as portas para os Lovetics entrarem. Foi formada uma grande fila... E eu fiquei alí, horas esperando. Assinando, dedicando, homenagiando...

Foi tudo bem, eu só escrevia "Always Remember you are Beautifull" ou "Aways Believe". Estava realmente tudo bem... Até que chegou aquela garota.

Ela era magra, bonita, com os seus cabelos castanhos escuro meio ondulados e olhos marcantes da mesma cor. Ela tinha um grande sorriso, provavelmente era sincero, ela estava sorrindo ao me ver. Ela era como eu queria ser... Magra, linda e feliz.

– Dani... Eu te amo... Vir aqui, te ver me deu coragem para não usar mais pulseiras, e mostrar para os meus pais a minha situação - falou ela, me mostrando os seus pulsos com marcas, e cicatrizes, e me permitindo ver os seus braços, com cortes até os cotovelos. - Você é a minha inspiração para parar... E eu vou parar... Devo muito à você.

Essas palavras me atingiram profundamente. Eu escrevi na contracapa do CD "Saty Strong, girl... I'm here, my music is here... You'll never be alone" (Fique forte, garota... Eu estou aqui, minha musica está aqui... Você nunca estará sozinha).

Eu pedi licença, e fui para o banheiro. Peguei a pequena lamina que eu guardada no fundo do meu sapato (loucura, eu sei) e passei ela pela minha coxa esquerda... Era bom... Era como eu colocar toda a dor que eu sentia para fora, como se ela saísse com o pouco sangue que escorria pelas minhas pernas em direção ao chão. Ou como se eu me destraísse... como se essa dor dos cortes tirasse um pouco a atenção da dor do coração. Pelo menos, por um momento.

Eu fiquei pouco tempo alí, me cortando, mas nesse tempo, eu fiquei pensando em como as pessoas que estavam naquela fila precisavam de mim, e se espelhavam em mim... Na minha mentira. Era uma sensação ruim... Pressão, muita pressão.

Quando percebi que já estava um pouco melhor, peguei um pouco de papél higiênico e limpei o meu sangue do chão, e passei um pouco pelos meus cortes, tentando estancá-los... Sem sucesso. Eu fiz a primeira coisa que me veio a cabeça: liguei para Jason.

Isso me lembrou de quando eu pedi socorro para Jason pela primeira vez.

Flash Back On

Eu estava fraca... Completamente fraca... Eu não comia fazia dias... E estava mal... Eu fui para esse mesmo banheiro, aqui na gravadora. Não sabia como poderia andar, mas consegui chegar ao banheiro. Liguei para Jason e falei "estou no banheiro da gravadora, me ajuda". Assim que disse isso, tudo ficou preto.

Eu me lembro de acordar em minha cama, com soro no meu braço, que Jason tinha colocado. Eu não sei como ele me tirou de lá sem que nos vissem, não se como ele conseguiu o soro, simplesmente não sei. Só sei que Jason é o meu heroi. Ele me salva sempre... Assim, como sempre me ama.

Flash Back off.

Assim que ele atendeu, o que eu consegui falar foi:

– Jason, eu não tenho curativos... Estou na gravadora. Por favor... Eu não posso deixar os meus fãs verem isso...- eu estava chorando.

– Por quê? Você também é humana, Dani...

– Você deixaria as suas Deepers verem? - falei eu, chorando ainda mais.

Jason logo chegaria para me salvar...