Eu estava sentada. Sentada analisando cada expressão que Julia fazia, por mais dela não demonstrar sinal de vida. Ela ficava olhando para Liam – ainda ajoelhado – como se ele fosse uma parede.
Não sei se os outros perceberam, mas ela olhou rapidamente para Harry, como se ele a impedisse de ficar com Liam. Todos começavam a ficar nervosos. A garota parecia possuída. Sem expressão. Só se você se concentrasse que iria perceber que ela ainda respirava.
– Julia? – Liam enfim perguntou, fazendo a garota sair do transe. Ela piscou e sorriu.
– Sim?
– E então?
Julia se levantou, puxando Liam consigo. Posso dizer que foi um beijo nojento e fofo ao mesmo tempo, mas estava constrangendo todos ali presentes, Depois disso não aconteceu nada de interessante. A não ser o fato de todos estarem reclamando do mal humor de Louis.
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Na hora da saída, esperava meu pai em frente ao colégio. Me despedi das garotas e observei Liam conversar alegremente com sua mais nova namorada.
– O que você está achando do mais novo casal? – perguntou Harry, olhando na mesma direção que meus olhos se encontravam.
– Não sei... Não conheço ninguém aqui direito. – respondi. Ele mordeu o lábio de um jeito sexy, me fazendo olhar para baixo e morder o canto da boca para não sorrir.
– O que houve?
– Nada.
Harry levantou meu rosto, se aproximando do mesmo.
– Já disse que você é bonita?
– Acho que sim – ele não parava de se aproximar. Já sabia o próximo movimento do garoto, então virei o rosto – Tenho que ir.
Eu não menti. Meu pai estava parado em frente ao seu carro, me olhando por cima de seus óculos meia-lua. A expressão dele era séria, e seus braços cruzados passavam uma energia de superioridade. Despedi-me de Harry, entretanto, ele agarrou meu braço.
– Espere – disse, entregando-me um papel – Ai estão o meu celular e o endereço da minha casa. Eu e os meninos vamos ensaiar hoje. Quero ver você lá.
– Claro – sorri e fui até meu pai. Nós entramos no carro e ele não emitiu quase nenhum som.
– Como foi o trabalho, pai?
– Quem era ele? – pelo retrovisor, consegui ver a testa de meu pai completamente franzida.
– Um garoto – ele levantou uma sobrancelha – Harry. Ele tem uma banda... Vou o ver ensaiar hoje, ok?
“Rock? Nem pensar” disse-me meu pai. Não respondi. Não fazia a mínima ideia qual era o estilo musical da banda deles. Mudei de assunto. Alguma coisa me dizia que era melhor não continuar com o papo da banda. Cheguei em casa, tomei um banho e fiz os deveres. Mas ou menos umas quatro e meia fui me vestir.
Calça jeans, all star, blusa branca, blusa social com botão por cima da blusa branca e meu cabelo preso em um rabo de cavalo. Tenho que admitir que amo essa roupa. Desci as escadas, parando na frente do quarto de meu pai.
– To indo.
– Aonde? – ele se virou, seu olhar era sério e calmo ao mesmo tempo.
– No ensaio – antes dele me perguntar, completei minha frase – A banda deles não é de rock, sr.Joseph.
Ele cruzou os braços. Ele ficou pensando de olhos fechados até dizer:
– Quer carona? – fiz de não com a cabeça. Ele se aproximou de mim e beijou minha testa. “Não volte tarde” disse, antes de eu partir. Passei o caminho todo apertando a ponta da camisa xadrez. Eles iam ensaiar mesmo, ou Harry estava me enganando? E se a banda fosse de rock? Perdida eu estaria.
Cheguei ao endereço escrito. Toquei a campainha. Devo ter esperado uns dois minutos até Zayn abrir a porta e me deixar passar. Ele disse para ir até o porão, no final do corredor. Obedeci e quando cheguei lá, fui cumprimentada por muita gente. Parecia mais uma festa do que um ensaio. No total eram treze pessoas, ou mais, seila. Quase não sobrava espaço no aposento para todos nós. Todos botaram cadeiras de plástico na frente dos instrumentos e nos sentamos lá. Do meu lado se encontravam Luisa e Jully.
– Bom – começou Louis – Para quem não sabe, temos uma banda – Harry ironizou com uma frase, que fez Louis parar e rir – Enfim... Josh é o baterista – ele apontou para um garoto muito bonitinho que estava sentado atrás da bateria – Dan o guitarrista, Jon o tecladista e Sandy o baixista. – os três sorriram – E o resto de nós só canta. A não ser o Niall que adora se mostrar com seu violão. – risos – E nós somos a One Direction! Esse é o nosso primeiro ensaio com público, tomara que gostem.
Niall começou a tocar com o violão “Wonderwall” da banda Oasis. Devo admitir, eles cantavam muito bem. A voz de cada um combinava perfeitamente com a dos outros. Agora eu te pergunto como é que você não derrete com Harry olhando diretamente para você na parte: “I don't believe that anybody feels the way I do, about you now”. Após o fim da música, Liam se levantou falando:
– Louis escreveu uma música, passamos desde a hora da saída até as meninas chegarem ensaiando-a. Tomara que gostem.
– Quando você a escreveu? – perguntei.
– Hoje.
Dan começou a tocar, e logo a voz de Liam tomou conta do porão.

“I've tried playing it cool
But, when I'm looking at you
I can't ever be brave
'Cause you make my heart race”

Harry se levantou, olhando para mim.

“Shot me out of the sky
You are my kryptonite
You keep making me weak, yeah
Frozen and can't breath”

Derreti. Que voz era aquela? Tudo naquele homem tinha que ser sedutor? Mas o mais impressionante era como a timidez de Zayn sumia na hora que ele contava, e devo admitir, a voz dele era no mesmo tom de sedução da do Harry.

“Some things gotta get loud
'Cause I'm dying just to make you see
That I need you here with me now
'Cause you've got that one thing”

E então todos se levantaram, cantando na mais perfeita sincronia.

“So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing”

Vermelha. Isso descrevia como Luisa se encontrava quando Niall cantou, sem dúvida nenhuma, a seguinte parte para ela:

“Now I'm climbing the walls
But you don't notice at all
That I'm going out of my mind
All day and all night”

Louis. Estava duvidando se ele fazia brincando, ou a voz dele era um pouco fina para garotos de 17 anos. Mas eu amei. Não era tão sedutora quanto a de Harry ou Zayn, mas o simples fato da voz dele ficar presa em minha mente já bastava.

“Some things gotta get out
'Cause I'm dying just to know your name
And I need you here with me now
'Cause you've got that one thing”

De novo aquela sincronia tomava conta do porão. Os cinco pareciam ter nascidos para cantar juntos. A música tinha uma parte só com palmas, então depois disso, Liam cantava uma pequena parte sozinho e a música voltava a sua agitação. Aplausos. Eram muitos aplausos quando a música acabou.
– Você escreveu a música hoje? E ela já esta perfeita assim? Que rapidez Lou! – Luisa falou, fazendo Louis sorrir. – Para quem foi a música?
– Ninguém especial – ele olhou para mim e se virou, indo falar com Josh.
Harry se aproximou de mim, botando minha franja caída atrás da orelha.
– O que achou da música, criptonita?
– Am?
– “You are my kryptonite” – sussurou ele.
Sorri e empurrando o mesmo. “Vamos pegar refrigerante” ele disse, pegando na minha mão e subindo as escadas.
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Harry abriu a geladeira, botando o refrigerante em cima da pia. Tentei pegar algumas latinhas para levar lá para baixo, mas Harry segurou na minha cintura, parando minha ação.
– Harry?
Mas era tarde demais. Seus lábios já estavam pressionados contra os meus.